SpamZine_________________
069
9
de julho de 2002
rio
de janeiro são paulo itararé joão pessoa niterói
curitiba
>>>
n e s t a e d i ç ã o:
o
adeus. a punheta. as raposas. as
bolas. o cego. a polenta. o zen. o erastobias. a geóloga. o cocoruto.
>>>
Antes
de mais nada, desculpas pelo atraso no envio do fanzine.
O Spamzine,
reza a lenda, é enviado a cada domingo.
Mas essa
semana houve uma série de contratempos. Alguns foram desimportantes, mas dois
deles justificam a demora.
O primeiro
foi que encontrei Deus.
O segundo
foi um supino de dez quilos que caiu no meu pé esquerdo.
>>>
Na verdade,
já estou para entrar numa academia de ginástica faz tempo. Aquele extasiante
balé de senhoras quarentonas com collants apertados sobre os culotes é algo
que monopoliza meus desejos eróticos desde longa data. E aquela música ambiente
tão cool, tão relaxantemente orgásmica, tão sensível nas variegadas e quase
imperceptíveis modulações de uma britadeira furando lajota de concreto. Ah, prazer.
Aproveitando
que meu aspecto físico trafega entre o risível e o lamentável, entrei
para uma academia.
Uma loura enorme,
parece que médica, tirou uma pinça ridícula e enfiou por entre as pelancas
da minha barriga.
Minha
dor moral só não foi maior porque ao menos era uma loura enorme pegando na minha
pança.
E então
ela deu um tapa no meu estômago. E fez SPLAFT.
Observe
bem: não foi splift. Não foi pleft.
Foi SPLAFT.
O SPLAFT quintessencial. O SPLAFT de que nos falava Platão.
Corri
para a esteira. Dizem que correr na esteira libera doses cavalares
de endorfina. E com isso você fica feliz.
Pois é
verdade. Comecei correndo fraco, depois forte, depois muito forte. Fui cansando
e sentindo a endorfina alegrando desde meu mais esdrúxulo ATP
até ao sistema r-límbico. Minhas mitocôndrias dançavam rumba.
E tudo
era tão fácil: fazia dez minutos de corrida quando resolvi o último
teorema de Fermat. Nos outros cinco minutos seguintes, encontrei a
teoria unificada que enganou Einstein. Mais dez minutos, fiz um roteiro
para bonecos de massinha com o Finnegan´s Wake. Eu era genial
e tudo era bom e Deus existia e eu devia sair da frente porque minhas mitocôndrias
agora atacavam de fox-trote.
Saí da
esteira e resolvi puxar um ferro. Você sabe, algo fundamental para
o homem do novo século, esse cidadão multifacetado que é, ao mesmo tempo, um executivo
bem sucedido e o Rocco Siegfredi.
Sem o
auxílio de ninguém - veja que incrível - cheguei mesmo a encaixar uma rodela
de peso na máquina. Mas a segunda rodopiou de minha mão e caiu com um barulho
absurdamente constrangedor. Um estrondo. Do metal batendo no chão encerado?
Não. Do grito que dei quando dez quilos de metal entraram
pelas minhas unhas, falanges e falangetas.
Nunca
mais voltarei naquela merda.
Moral
da história: a gente não pode ser feliz que logo leva um ferro.
>>>
I
A chave
giraria duramente duas vezes do lado de fora, produzindo um par de sons secos
e cadenciados na parte interna da sala. E por aquela porta ela penetraria no
manto morno de ar que emanava do apartamento enquanto o cheiro do perfume tão
bem conhecido chegava-lhe às narinas conforme ela caminhava sobre o tapete,
lentamente. Então ela sabia que viria-lhe à garganta aquele gosto cheio de amargo
que logo subia por toda a boca, um gosto sem substância, que acabava por deixar
a língua sempre na expectativa do líquido viscoso dos piores xaropes de infância.
Ela percorreria então o corredor à direita e teriam passado ao seu lado o banheiro
e a saleta de televisão quando ela abrisse a porta do quarto ao fundo. E ele,
já vestido para festa, a olharia virando a cabeça de relance e então voltaria
os olhos para o chão. E haveria uma fibra de vergonha, uma fibra seca de vergonha
naquele rosto, antes que ele novamente levantasse a cabeça para o espelho na
parede e voltasse a pentear-se, sem que nenhum dos dois soubesse ali que, daí
passados quinze anos, ela sentaria-se na cadeira da cozinha de uma sua casa
distante demais dali e ainda se lembraria com uma clareza profunda daqueles
parcos segundos, daquele rosto sem saber olhar, mesmo que eles lhe parecessem
pertencentes à vida de uma outra pessoa, da qual ficaram para ela apenas os
sonhos ruins.
II
Ela sentaria-se
sobre a colcha acinzentada que cobria a cama e ficaria ali parada, os olhos
mudos e as mãos sobrepostas apoiadas no regaço, até que ele saísse, desta vez
sem baixar os olhos para fixar sua figura ali imóvel. Ao fechar da porta, ela
logo se levantaria e deitaria o relógio, deixando os números de luz vermelha
do marcador mudos junto ao tampo da mesa.
Abrindo seu lado do guarda-roupa, ela começaria a procurar entre os vestidos
pendurados algum que a fizesse sentir-se melhor um pouco daquele dia e por um
momento arrependeria-se da decisão de comprar nada naqueles últimos meses. Por
fim, iria escolher impaciente um dos três vestidos sobre a cama e começaria
a trocar-se sob a luz baixa do quarto, as costas voltadas sempre para a porta.
E a porta se abriria repentinamente, e ela ficaria ali parada e nua, o vestido
nas mãos, e ele pararia no umbral por um momento breve quando a visse assim
e ela traria para junto de si o vestido embolado nas mãos cobrindo o ventre
e as coxas e ele entraria no quarto, indo até a penteadeira, os dois de costas,
e ficaria ali parado por um momento, esquecido do que fora buscar e sairia logo
sem se virar novamente.
Sozinha no quarto mais uma vez, ainda com uma mão segurando o pano solto na
frente de seu corpo, ela iria até a chave prateada meio pendente da fechadura
e, num giro, faria ressoar por todo o corredor a porta trancada.
Somente depois de escolher outro vestido, lançaria aquele com o qual ainda cobria
o corpo sobre a cama deixando a luz embaçada de noite, que trazia no bojo muito
das lâmpadas acessas nos prédios que se erguiam à volta, penetrar pelo vão da
janela aberta e repousar sobre sua silhueta nua.
>>>
hermafrodita
Eu
tenho 40 anos e nunca transei na vida. Nem com homem e nem com mulher. Mas posso
dizer que sou heterossexual, já que o meu desejo é todo por mulheres. Sendo
mais drástico ainda, posso afirmar que jamais beijei uma mulher. Digo de antemão
que se masturbar é uma arte. Conviver com o próprio pênis é uma arte. Não sou
padre, não estou preso, não é o fim do mundo, o mundo não acabou e sou o único
sobrevivente. Não tenho medo de sexo, não tenho medo de broxar, não tenho pênis
pequeno; apenas me dedico à arte de me masturbar.
Tudo
começou bem jovem, quando aos 11 anos, fiquei horrorizado ao ver um amigo se
bolinando, mas, dias depois, num ônibus, quando uma mulher se sentou ao meu
lado e roçou minhas coxas nas dela, pude sentir meu membro rígido. Cheguei em
casa excitado e fui diretamente para o banheiro onde bati minha primeira punheta.
Foi algo como o descobrimento de que podia voar. Nunca mais larguei o vício
solitário.
Jamais
procurei uma psicóloga, muito fui a uma sessão... A mulher era bonita... Bati
uma punheta na frente dela. Ela foi categórica dizendo que meu único problema
era a falta de respeito. Nunca mais quis me ver, mas é, ainda hoje, alvo de
minha mão e minha imaginação sexual. Ao meu pai foi dito que não tinha problema
e era coisa da idade. O velho me levou para a zona. Lá me masturbei vendo as
putas rebolando. Não senti vontade de beijar, acariciar ou outra coisa que não
a masturbatória. Meu pai achou anormal, mas foi levando. Garoto novo. Eu tinha
só 11 anos. O Vício é difícil de se largar. Uma vez cheguei a me masturbar 12
vezes num só dia. Considerava-me um super-homem até saber que Daniel, um amigo
judeu, alardeava para todos que batera 25 punhetas num só dia. Daniel passou
a ser o meu paradigma. Era o recorde a ser batido. Num dia de férias, dia 11
de fevereiro, consegui a façanha de me masturbar 28 vezes num só dia, quebrando
o recorde de Daniel.
A
partir daí passei a privilegiar a qualidade e não mais a quantidade. No começo
comprava revistinhas de sacanagem e me deleitava até as páginas ficarem coladas
e impossíveis de serem manuseadas. Minhas punhetas eram sensórias, eu olhava
as mulheres e corria para o banheiro para praticar o mais solitário dos vícios.
Sempre estudei em colégio de padre e o padre Alceu era um chato que ficava policiando
a masturbação alheia até ir dormir. Mas a madrugada era sempre uma criança e
sempre havia um tempinho para deixar o líquido branco aquecer minhas mãos calejadas.
Certa vez eu fui pego no ato e o padre me disse que iria ficar com a mão peluda
e com o peito de mulher. Mas nada, nada me desviaria de meu destino de punheteiro.
Pensava
em louras, morenas, africanas, ruivas. Qualquer mulher era alvo de meu desejo.
Eu era infiel na minha masturbatória. Sou um artista. Mas sou pudico e atento
à moral e aos bons costumes. Nunca gostei de ver revista de sacanagem total
aquelas em que aparecem os membros dos homens. O único pênis que gosto é o meu,
apesar de ele não ser o maior do mundo é o melhor. Tem um bom tamanho e um tratamento
vip.
Gostava
de minhas colegas de turma também. Aquelas que não dormiam no internato. Havia
uma Claudia que chegava com a saia nos pés e, no decorrer do dia, ela ia dobrando
a saia até quase aparecer a calcinha. Ia para o banheiro e olhava Claudia pela
fechadura e descascava ali mesmo a minha banana. Neste tempo me masturbava balançando
o pênis lateralmente. Que prazer lembrar! A bunda passou a ser o alvo da minha
perdição. Gostava daquelas bundas formatos pêra. Na feira eu mal podia passar
por uma banca com pêras que eu ficava excitado. Mas nunca comi uma pêra. Até
aí tinha meus quinze anos e papai me achava normal, mas começava a desconfiar
de minhas atitudes em prol de um certo isolamento. O que é normal na sexualidade? A
gente que estupra e faz horrores. Eu gosto de me masturbar. Todo o dia acordava
de pênis ereto e todo dia era dia de índia. Havia coelhinhas da Playboy espalhadas
pela parede do quarto.
Os
padres diziam que no céu não tinha essas coisas, mas, quem nunca punhetou que
atire a primeira pedra. Nunca levei maça para professora nunca, eu levava pêra
para as que tinham bunda pêra. Subitamente eu pedia para ir ao banheiro,
depois de ter visto a abundância da professora, e espancava o macaco. Sempre
foi assim. Aos 15 anos cheguei na fase das calças apertadas, não podia ver uma
mulher numa calça atochada, num jeans atochado, numa malha de ginástica. Minha
idola punhetal da época era a Erin Gray, do filme Buck Rogers. Ela usava uma
malha apertada azul cintilante que me dava um tesão de babar. Não perdia um
dia da série. E eu aumentava o ritmo e diminuía, segurava o prazer e soltava,
o duro era manter o pênis duro numa hora em que a Erin Gray aparecia. Ejaculava
na tela da TV. Êxtase. Orgasmo. Punheta total. Total.
Tinha
sonhos com meu falo cada vez maior. Uma fez pensei que ele podia ser o pé de
feijão e me levar para o reino da masturbação visual. Numa piscina bati uma
punheta dentro, d'água certa vez, o visual da mulher nem era tão bom, mas não
tinha ninguém vendo e ela estava de bunda para o alto num biquíni pequenino
e descasquei, mesmo amando as calças apertadas... Sonhava com meu falo. Falava
do meu falo comigo mesmo. Meu pênis era coisa mais importante da minha vida.
Não queria que ninguém o manejasse, que ninguém me tocasse. Nem mulher poderia
me fazer feliz, só o meu caralho, só ele. Nada de Deusas. Nada de mulher. Sou
dono dele e não solto e não ponho apelido. Apelido é mulher quem coloca. Ele
faz tanto parte de mim que se chama o que eu me chamo e é o que eu sou. Não
vou botar apelido nem para melhorar o texto e tirar os nomes caralho, pênis,
falo etc e tal. Não vou fazer isso. Não quero ganhar o Nobel com um texto como
esse. Apesar dele ser maravilhoso e falar de meu pênis sei que ninguém fala
do assunto. Não existe tanta coragem assim na humanidade. A humanidade não é
um espelho plano e eu nunca me masturbei olhando no espelho. Gosto de mulher.
De mulheres que possam me dar prazer através da arte da masturbatória, sem tocar
em mim.
Com
17 anos passei a bater punheta de cima para baixo. Era mais gostoso e demandava
menos esforço físico. Por esta época chegou o vídeo-cassete em casa. Meu pai
comprou um para mim e me presenteou num aniversário dizendo que aquilo era para
eu ver os grandes clássicos do cinema. Deu-me uma fitoteca em preto e branco.
As mulheres eram lindas, mas não dava para ver as calças apertadas devido ao
contraste da televisão. Mas o vídeo serviu para aprimorar a minha arte. Serviu
para eu gravar a Erin Gray. A princípio tive uma fidelidade total à Erin mas
depois estava gravando de tudo que me excitava nas mulheres: calças apertadas.
Também neste momento passei a freqüentar "punhetalmente" outras partes do corpo
feminino e outros tipos de roupa foram me fascinando. Em dias da discoteca do
Chacrinha, Sarita Catatau me colocava nas alturas. Rita Cadilac também e Idem
para Dalva e companhia. Broxei o dia que soube que a Índia Amazonense era um
travesti. Chorei pacas. Senti-me traído pelo desejo.
99%
do meu tempo livre passava me masturbando ou pensando em como gravar ou em formas
novas de chegar ao prazer via a arte da masturbatória. Meu pai me chamou para
uma conversa e me perguntou o porquê não tinha amigos e nem namorada. Dizia:
pelo menos você não é gay. Felicidade é algo mental. Eu sou feliz. Nenhuma mulher
vai acabar com o meu relacionamento comigo mesmo. Comecei a malhar, mas fui
expulso da academia, pois ficava muito tempo no banheiro. Fui expulso da aula
de canto. Fui expulso do supermercado. Fui expulso do escotismo. Fui expulso
do colégio.
Nunca
pensei em cortar os pulsos. O pulso é parte da mão, a coisa que vem em segundo
lugar, mas é importante para a minha manifestação artística. Entrei na Universidade
e a mulherada começava a dar em cima de mim. Eu levava algumas para casa só
para papai pensar que eu estava namorando. Comprei uma máquina fotográfica e
fiz um álbum da cabelada. Só tinha boceta. Era uma maravilha. As mulheres se
deixavam fotografar até eu ganhar um processo no sindicato por não ser fotógrafo
profissional. Passeia usar uma luneta para vasculhar a vida alheia. Era pau
na mão e luneta no olho. Maravilha. Mas o mundo me condena e ninguém tem pena.
Ganhei um murro do vizinho quando ele me viu espancando o macaco através de
uma outra luneta, esta em sua casa. Tudo bem. O vídeo foi feito pra quê?
Os
amantes da masturbatória devem pensar que só falo em mim e nas minhas experiências.
Só me importo comigo, com o que falo e com o meu falo. Nunca roubei nada. Nunca
cometi nenhum crime. Não matei e não feri mandamento. Sou um punheteiro.
Formei-me.
Fui demitido de vários empregos. Meu pai colocou uma micro-câmera no meu quarto
e ficou observando-me por um mês. Revoltado com o que viu, no dia do meu aniversário
de quarenta anos, ele me internou num sanatório. Estou sendo tratado numa cama
onde minhas mãos estão amarradas e não posso me masturbar. Não é a mesma coisa
pensar em mulher e gozar com a força da mente. Quero sentir o meu pênis sendo
tocado por mim mesmo. Num falo. Num como. Num gozo. Num nada. Só queria sentir
mais uma vez aquele líquido branco e quente inundando a minha mão e me fazendo
tremer sem ser eletro-choque.
>>>
contos
estranhos
raposas
Chegou
em casa e a mulher estava com o açougueiro na sua antiga cama de casal. Já a
vira com o padeiro, o entregador de raposas. Depois o leiteiro, o encanador
e o engolidor de fogos do Circo São Judas Tadheu. Foi pro quarto chorar escondido.
Fumou com um certo medo-coisa. Só tinha de vida o conhaque com Fernet, o luar
de Itararé, o violão e o dominó dominical com os amigos que o perdoavam por
ser impotente.
bolas
Apaixonou-se
pelo quarto-zagueiro do time que era do mesmo sexo. Mas como isso era proibido
fingia e nem sequer dava bola. Só que começou a tomar banho junto depois da
concentração. Uns nem deram tratos a coisa. Outros sabiam mas não partiam para
o ataque. Na defesa, o goleiro que era meio enrustido com pouco mais de tempo
e esforço de caça disfarçada, ficou ciúmes de um ponta destro pois agarrava
todas e não podia admitir técnica adversária no seu coração cheio de reservas.
amante
A
patroa era ruim de convivência mas insubstituível na alcova. Criaria filhos
problemáticos e ainda tentaria ser feliz só pensando em si? Valeria a pena?
Era tiro e queda: aceitaria o fito fisiológico ou queria um lar-doce-lar? Na
dúvida, arrumou uma esposa certinha para ter filhos nos moldes da lei e ficou
com Carmem Madalena de amante perfeita.
cego
Cego
de nascença, aprendeu a ler no escuro. Desde pequeno os livros lhe eram abertos,
os toques lhe fundavam janelas, os sons lhe eram caminhos de pedras, polindo
vazios de serventias. Um dia achou um doador de córnea e pensou que os recursos
adquiridos poderiam lhe render a visão total. Não aceitou ser operado por conta
do governo, nem enxergar no claro. Ficou com medo de se olhar no espelho das
pessoas e ter medo da escuridão que havia nelas.
polenta
Fazia
uma polenta como ninguém no mundo. Parentes, vizinhos, amigos, todos brigavam
por um pedaço daquela guloseima benta. Pensou em abrir um fast food com polenta
e frango, polenta e ovo de codorna, polenta e leite condensado, polenta e mel-silvestre.
Mas não deu certo o investimento e continuou caseiro e artesanal. Ninguém sabia
o segredo desse confeitar perene, sequer que ele tinha lepra e as casquinhas
das feridas ajudavam no delicioso e inigualável molho secreto.
lico
Era
um piá polaco com sardas e cabelo de milho que amava Os Beatles & Tonico
e Tinoco. Sonhava em crescer, trabalhar na NASA, escrever um livro, plantar
uma árvore, ter dúzias de curumins herdeiros-continução. Morreu de overdose
num baile de Carnaval, depois de rascunhar o prefácio de um livro de micro-contos
surrealistas que pretendia escrever um dia quando se formasse em Ciências Sociais,
plantasse um filho, gerasse um livro, escrevesse uma árvore.
>>>
zen
era tão denso
que quase não
suportava o
peso do ar
de tão imenso
em nada cabia
mesmo assim
insistia
(viver é viver
alegria)
>>>
contos
Genestor voltava do serviço no Paraíso-Cidade
Tiradentes, sentado atrás, quase de frente à porta de saída, e em terrível cansaço
cochilava do jeito que era possível entre os solavancos. Sua cabeça inconsciente
pendia para o lado... foi inclinando... até apoiar num travesseiro macio e confortador.
Nelídia, a mulher de pé com a cabeça do rapaz aconchegada em seu aprazível busto,
comentou com um sorriso, contraditoriamente entre indignado e safado, para a
colega de trampo Neuci: "olha que malandro, finge estar dormindo."
Mas deixou estar até o final, por pura compaixão.
*
Coriorlando tinha 13 anos
quando, numa tarde sozinho em casa, abriu uma gaveta que não devia na penteadeira
da mãe e achou um vibrador. Ficou pasmo, como se tivessem tirado uma venda dos
seus olhos. No fim de semana seguinte, voltou a fuçar na gaveta escondido e
gostou ainda mais do que achou.
Certa tarde, Coriorlando tremeu quando ouviu a mãe falando para a vizinha, em
tom jocoso: "ah, se eu descobrisse que meu filho é viado, não tinha dúvida:
dava um tiro nele!"
*
Eleutércules ficava com
raiva dos outros homens que, ao verem uma mulher cuja beleza ele elogiara, replicavam
com o velho despeito: "é uma tábua". Insensíveis. Incapazes de apreciar o "algo
mais", a elegância, as proporções, os movimentos, todas as outras coisas que
importam. Sonhava com modelos esguias de pernas longas, desprezando as gostosonas
baixinhas pelas quais seus amigos babavam.
A pessoa com quem Eleutércules acabou casando não era nem "tábua", nem elegante,
nem com pernas longas, nem gostosona, nem baixinha.
*
Artemisimão, o artista,
certa noite no bar caiu na bobagem de revelar para três amigas que, conhecendo
bem por força da profissão a anatomia humana, era capaz de formular uma imagem
mental precisa de qualquer pessoa despida, apenas observando o caimento das
roupas. As amigas acharam que Artemisimão era um tarado. Como confiar em um
homem com visão de raio x? Mas o pior mesmo foi quando ele afirmou que a celulite
não é tão importante assim. Terminou bebendo sozinho.
*
Erastobias vasculhava
freneticamente com o olhar o carro de metrô em busca da visão da bunda perfeita.
Reparava em cada passageira que entrava e saía, e olhava descaradamente quando
estava gostando de alguém. Mas era tímido demais para fazer qualquer abordagem.
Uma tarde, entrou na Marechal Deodoro, pela porta bem ao seu lado, a mulher
"perfeita". Era a própria Tanajura, apertada em uma reveladora calça stretch
novinha. Erastobias, passado, nem conseguiu sustentar o olhar e permaneceu fitando
as pontas dos sapatos. A moça, cônscia de si mesma, olhava para todos os lados,
constrangida. Desembarcaram na Sé, separados e em silêncio, e nunca mais se
encontraram.
*
Gumerbaldo só descansou
sossegado quando encontrou um software capaz de baixar os sites pornôs inteiros
automaticamente para o computador, e passou a arquivar tudo em CDs e mais CDs
recheados de pornografia, até um momento em que ele se entretinha tanto organizando
as fotos que nem olhava mais para elas.
*
E Mastrantônio, o bígamo,
ainda tinha a manha de reclamar para os amigos que ele não aproveitava bem a
situação privilegiada porque as menstruações das duas esposas sincronizavam.
>>>
p e r g u n t a r n ã o
o f e n d e
"Qual foi a pessoa
mais esquisita com quem você já conviveu?"
denise
de camargo [email protected]
"Certamente eu sempre estranhei os comentários que sobre ela faziam,
suas alterações de humor, seus altos (muito altos) e seus baixos (gravíssimos). Mas,
por princípio e definição, longe de mim chamá-la de esquisita. Apenas um certo
estranhamento diante da sua insistente vontade de fantasiar sobre o mundo e
as pessoas. Somente quando, nesta manhã, olhei no espelho, foi que pensei: -
Então é esta a rival esquisita que tanto interessa a ele!"
"Bem,
essa é difícil. Não sei se por identificação imediata muitas pessoas esquisitas
habitam meu universo. Mas tem uma que é especial por uma razão muito simples:
o cara tem medo, pavor, terror absoluto de azeitonas. Talvez por alguma indisposição
genética ou um karma mal resolvido, mas é fato que eu já vi ele abrir uma
caixa de pizza e gritar de puro horror! E depois pegar uma daquelas facas
gigantescas de destrinchar animais mortos (pelo menos como primeira função...)
e ir jogando as coitadinhas pelo chão da cozinha, esmagando-as na sequência
com o pé enquanto gritava para sua irmã (que tinha cometido a loucura de
pedir a pizza com azeitonas): EU SEI QUE VOCÊ ME ODEIA!!! SÓ PORQUE EU SOU O
PREDILETO DA MAMÃE!!! e por aí vai, numa gritaria sem fim com acusações
contra todos, desde o entregador até os portugueses por serem os plantadores
de oliveiras....Sei não, nunca mais comi pizza na casa deles..."
jeferson [email protected]
"Há alguns anos tive a oportunidade de fazer uma grande viagem pelo sul
do Brasil e de conhecer inúmeras pessoas. Estava fazendo um estudo sobre as
diferentes religiões do Brasil... Às vezes até tive que dividir o apartamento
com algumas delas para ter o precinho mais em conta. Enfim, o objetivo dessa
viagem não vem ao caso, mas algo que me aconteceu. Quando estava em Campo Grande,
MS, dividi o apartamento com mais três caras que também estavam morando temporariamente
naquela cidade. Quando cheguei nesse lugar, dois deles foram logo me apontando
um dos dois quartos como sendo o meu. Achei estranho aquilo pois parecia que
não teria escolha alguma.
Na primeira noite de sono, talvez pelo meu cansaço, não percebi o quanto o cara
era esquisito!
Quando acordei pude dar uma olhadela no lado do quarto onde ele dormia e sua
cama parecia um brinco de arrumada. O pior de tudo é que ele ainda estava deitado
nela; com os braços cruzados sobre o peito, de barringa para cima, como uma
múmia egípcia ou algo parecido. Fiquei olhando aquilo por alguns minutos e nao
conseguia entender nada.
Ao levantar-se, ele passou os pés num tapetesinho de uns 10x15cm e calçou umas
pantufas de tigre; foi até a cozinha, fritou ovos e pôs açúcar mascavo sobre
eles, retornou ao quarto, pegou todos os acessórios de toucador, que normalmente
eu deixaria espalhado pelo banheiro, tomou um banho que durou quase 30 minutos,
vestiu um blazer cor de vinho (isso mesmo! Cor de vinho) e saiu para seus afazeres.
Convivi nesse local por quase quatro meses e nunca a rotina foi mudada. Ficava
ansioso por mais um dia só para ver se mudava uma coisinha sequer, mas nunca
aconteceu. Fizesse chuva ou sol, todo o ritual se repetia cada manhã... Ele
não cantava, não falava nada antes, durante, nem depois. Só repetia o mesmo
caminho.
Quando tive que ir embora, foi uma das poucas vezes que ele conversou comigo
e o mais estranho é que nessa nossa última conversa ele me falou:
- Sabe que eu acho você um pouco esquisito... Você fica o tempo inteiro me olhando,
me observando como se fosse uma pessoa diferente de tudo o que você já viu...
Não tivemos tempo de continuar essa conversa e espero que ele nunca leia essa
matéria. Nunca pensei que ao mesmo tempo em que analisamos, somos analisados".
>>>
a velha geóloga
1.
Macarrão instantâneo, molho pronto de bolognesa, suco de maracujá em caixinha,
leite longa vida, ração para gatos, arroz em saquinho, massa semi-pronta para
bolo de fubá, papéis higiênicos e geléia de morango. Parece que alguém vai passar
o fim de semana só. Talvez um pouco menos que eu própria. Me perco nessas divagações
enquanto as compras passam na minha frente, como fragmentos da vida alheia e
tento analisar o conteúdo delas para descobrir um pouco a respeito de cada pessoa
que passa pela minha caixa registradora.
Não
fosse pelo emprego, creio eu que essa pobre que vos fala já teria enlouquecido.
As novelas e romances não mais supriam a minha necessidade de contato com a
realidade porque ambos se tornam cada vez menos verossímeis. Clones, ciganos,
escroques desalmados, toda uma estirpe de improváveis que pululam nos roteiros
da tevê e nos contos de Mega Stores. Houve um dia em que eu possuía vida própria,
sabe? Eu sentia a água do mar lamber os meus pés, o vento desgrenhar os meus
cabelos e uma mão quente se agarrar à minha. Beijos urgentes, abraços canhestros
e mãos lascivas a me percorrer.
Hoje eu luto para não me tornar um autômato, tec tec
tec na caixa registradora. Tento olhar para as pessoas, suas comprinhas e as
teclas da máquina como coisas da "mais alta relevância", como elementos da enorme
teia do universo, como as peças do jogo do qual eu participo e com as quais
eu me aventuro para vencer. Me perco em devaneios acerca disso... eu sou uma
importante chave para os planos traçados por Deus, sou a rainha mãe do tec,
tec, sou não só a funcionária do mês, como a funcionária do Onipotente.
2.
Comida
congelada, caixa de cervejas escuras, olhar triste e cúmplice, tomates mal selecionados,
pés de galinha emoldurando os olhos, três latas de sardinha, patê de peru light,
marcas senis por todo o braço, muitas moedas de baixo valor e uma garrafa de
vinho de péssima qualidade.
- Esse vinho é para você.
- Agradeço, senhor, é muita gentileza.
- Não há de quê.
Fui realmente surpreendida pelo galanteio. Mas agi
de uma forma que me causou estranhamento: com naturalidade. Desde então, a cada
compra, o velho me deixa presentinhos modestos, no que eu ajo da mesma forma
que agi na primeira vez em que ele me "fez a corte".
Parece que vamos agir assim até o iminente dia em que "estudarei
geologia nos campos celestes" - se me permitem a apropriação do eufemismo alheio.
As jovenzinhas que se impuseram como minhas colegas de profissão começam a caçoar
da minha relação com o bom senhor que me presenteia a cada dois dias. Essas
mocinhas de hoje, sem cultura ou compostura me causam náuseas. Se envolvem com
homens por causa de cheiros e posses e simetria do rosto, nos aproximando dos
animais irracionais. Exibem o bumbum como um troféu para quem se dispuser a
traça-las (que Deus releve essa pequena escorregadela cometida pela minha boca)
e fazem troça de uma pobre velha empregada por um programa de inserção do idoso
na sociedade, ou o que o valha.
Semanas se passaram, e esta velha cansada desfruta de um presente
que o meu temeroso pretendente deu-me sem querer ao deixá-lo cair no chão: uma
caixinha de tarja preta com um medicamento de confortante cor azul.
Creio
que resolvi antecipar os meus estudos.
>>>
Hoje
acordei e tinha um buraco na minha cabeça. Sim, um buraco bem no cocoruto. Olhei
no espelho, só pra tirar todas as dúvidas, e ele estava lá. Grande e profundo,
assim parecia.
Não
estava muito à vontade para tocá-lo, mas tive que fazê-lo. Não era possível
que isso fosse verdade e precisa verificar de todas as formas. Venci a agonia
e coloquei a mão dentro do buraco.
Precisei
de alguns momentos até começar a identificar texturas e dimensões. Era estranho
e ao mesmo tempo familiar. Meus dedos tocavam superfícies lisas, mas a grande
maioria era rugosa, cheia de sulcos e protuberâncias. Algumas eram mais rígidas,
outras macias, quase moldáveis. O curioso era que elas pareciam mudar a cada
instante. Ou então eram tantas que se tornava impossível distingüir umas das
outras.
Com
o tempo me acostumei e foi mais fácil fazer a exploração do inusitado buraco.
Consegui encontrar formas mais conhecidas, até. Porém quanto mais eu enfiava
a mão mais curioso eu ficava. Cutuquei coisas que não fizeram me sentir muito
bem, causava certo desconforto. Fiquei tentado a retirá-las a força, mas percebi
que o esforço era maior do que eu me permitia. Deixei-as de lado.
Continuei
a exploração já sem saber bem porque. Havia se tornado algo mecânico, monotono.
Quase doentio. Tentei tirar a mão, mas a cada esbarrada vinha a vontade de reconhecer
o obstáculo. Mesmo assim, consegui, em pouco tempo, sair dali com meus dedos.
Fiquei
um pouco confuso. Olhei no espelho novamente e ri da minha cara de bobo. Meti
um boné na cabeça e sai sem a certeza se tinha tocado minhas idéias ou elas
é que tinham tomado conta de mim por esse breve momento.
>>>
f
a l a q u e e u t e e s c u
t o
respostas
maravilhosas. pessoas incríveis. um mundo com mais amor. tudo isso em apenas
um endereço: [email protected]. escreva.
From:
she-person
Sent:
Saturday, June 29, 2002 3:55 PM
Subject: até que enfim um pouco de refresco geral
"Caro Seu Spam: não sei se vocês publicam esse tipo de coisa mas eu estou tão
feliz que quero ao menos tentar compartilhar a minha felicidade com alguns outros
brasileiros. É que fiquei assim ao saber que - finalmente - a Rainha dos
Baixinhos de Espírito e de Grana Enquanto Ela Própria Fatura Zilhões vai sair
do ar por tempo indeterminado. Gostaria que essa indeterminação temporal
durasse infinitamente para que as pessoas que pensam tivessem algum sossego
televisivo neste país. Outrossim lhe pergunto se não seria possível a gente
processar as donas Maria da Graça e Marlene por danos morais à infância e à
juventude e por indução à estuporadição do telespectador brasileiro e de outras
culturas igualmente em risco de extinção cerebral. Além do que responsabilizá-las
pelo germinal de coisa ruim, mediocridade e embrutecimento do povo através da
infestação de carlas, sheilas e lourinhas popozudas e tontas com voz de dor
de barriga, apresentadoras de programas de tortura mental infantis bem como
pela disseminação de música pra apelar brasileira. A inutilidade pública que
foi prestada durante essas tristes e penosas décadas que desfilaram ante nossos
olhos e ouvidos bestificados tem que ser declarada por alguma CPI supra-terrena,
supra-global, supra-qualquer coisa que um dia ainda há de acontecer se a sala
da justiça por ventura existe. Andei vendo no saite da dona Maria da Graça as
obras da fundação em seu nome e outras quireras mais e lhes digo do alto dos
quarenta reais do meu saldo bancário: nem que a dona doasse metade do que já
faturou seria redimida da chernobílica influência que causou em milhares de
cérebros sobreviventes da miséria cultural desse país, a qual, como expressão
única da nossa democracia, atinge todos os níveis sociais da população, desde
o Zé Mané até o Dr. Mané. Então é isso, seu Spam. Eu sei que milhões me
apedrejararão por esse comentário, mas entendo que isso é síndrome de abstinência,
temos mais é que ajudá-los a sair dessa. Seja com for, estou feliz. Deixando
de lado a Ferrari e a controversa discussão de que o Ayrton além de tudo também
era mais homem, vou me felizando por aqui com o penta, o hino mais bonito
do planeta, a partida da Argentina pra casa (digo, estacionamento) também no
vôlei e agora com o divórcio da dobradinha (com feijão branco) xuxa-marlene.
O mundo é bom e a felicidade até existe! E o amor pela seleção é lindo!!! Vamos
aproveitar esse momento KodaK de nossas vidas!!!"
hong
responde: ilustríssima she-person. Na inexistência, ou melhor, na indefinição
sexual do "Seu Spam", fui incumbida de responder, na qualidade de advogada e bastante
procuradora (outorgada) dos spamzineiros, sua singela pergunta. Pessoalmente,
faço coro às suas manifestações de repúdia à Sra. Maria das Graças Xuxa Meneghel,
não obstante tenha crescido em frente à televisão assisitindo aos seus programas
matinais. Por uma graça concedida por Deus, apenas os desenhos animados como
"Caverna do Dragão", "Smurfs" e "Thundercats" exerceram alguma influência em
minha formação pessoal. Eu, por exemplo, não poderia ajuizar uma ação de indenização
por danos morais contra Xuxa e os produtores de seu programa, tendo em vista
que me faltariam argumentos de fato e de direito para tanto.
Porém, no caso daqueles que de alguma forma foram lesados pelo "Xou da Xuxa"
e assemelhados, ou ainda, sofreram tão somente comprovada ameça de lesão ou
violação ao seu estado de espírito, possuem o direito inviolável de procurar
guarida junto ao Poder Judiciário e requererem, sim, indenização pecuniária
por danos comprovadamente causados por Xuxa, Marlene Matos e assemelhados.
Melhor seria se o Ministério Público, guardião da lei, como reza a Constituição
Federal, tomasse a iniciativa de promover a ação civil pública como tentativa
de minimizar os resultados nocivos causados pela tosca televisão brasileira.
Sem mais para o momento, permaneço à disposição de V.Sa. para os esclarecimentos
que se fizerem necessários, muito feliz ainda pelo PENTA.
>>>
c
r é d i t o s f i n a i s
espere sentado ou você se cansa
José Vicente > [email protected]
>>>
Spam
Zine - fanzine por e-mail
conheça,
leia, assine:
colaborações,
sugestões, críticas & propostas indecentes:
>>>
p. s.
sabbag: Há vida depois da luz no fim da geladeira? Acelga mata? Será possível a
cebola ser comestível de outro modo além dos dois originais? Qual a verdade
sobre a vida? Descubra tudo isso e mais na esfuziante volta de Ricardo Sabbag
à vida deste zine. Em breve, no seu Outlook de confiança.
hong:
Domingo assisti à peça "Aquela Noite do Cachorro", na qual minha amiga Andréa del Fuego participa
como diretora assistente. Graziella Moreto (do filme Domésticas), interpretando
ela mesma numa noite em New York City, divaga sobre sua gravidez psicoógica.
Segundo ela, se a vagina da mulher for muito ácida, a probabilidade do bebê
ser uma menina é maior; se for básica, há maior probabilidade de nascer um menino.
Isto porque os espermatozóides que determinam o nascimento de uma menina são
mais RESISTENTES (hehehe) do que aqueles que geram um garotinho. Diante deste
fato pitoresco, cuja veracidade não atesto, pergunto-me: devo usar o medidor
de Ph da minha piscina para medir a acidez da minha xaninha? By the way, quero
ter dois meninos e duas meninas, se der tempo.
jorge
rocha: nunca comi nada do macdonalds na vida... puta
orgulho! mas também nunca comi sushi... tô
pensando em doar minha imagem pro próximo fórum social mundial, depois dessa...