SpamZine______________________
061
28 de abril de 2002
são paulo  rio de janeiro  florianópolis  joão pessoa  paris
 
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n e s t a   e d i ç ã o:
 
pílulas da irracionalidade  minicontos do desconforto  adiantar o processo?  pornôquio  madame jasmim ii  sexo e/ou amor  constância  tempo e deus  almodóvar  temporal

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editorial
suzi hong  [email protected]
 
Estou desempregada. Mas poderia ser pior: poderia morar na Argentina e estar desempregada por lá, com minhas parcas economias bloqueadas em bancos fechados. É um consolo, mas não impede que uma certa desesperança caia sobre mim.
 
Oferecem-me "pílulas da alegria" quando o que eu mais quero é trabalhar honestamente e juntar um dinheirinho pra morar sozinha. Na falta do que fazer, em casa, maltrapilha, banho pra tomar e seis graus de miopia, aceito no divã a receita médica pra adquirir legalmente na farmácia uma caixa de Prozac.
 
Afinal, estar desempregada há meses não é o fim do mundo quando ainda se pode simplesmente entregar-se ao tempo e aos seus caprichos.
 
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Tomar pílulas da alegria me fez pensar que existem centenas de drogas controladas destinadas a produzir bem-estar através da inibição da recaptação de serotonina no cérebro. Ui. Afora a dopamina e outra "inas" necessárias ao bom funcionamento do humor e à saudável manutenção da personalidade e afetividade.
 
O problema é dos que têm pouco. Quem não dispõe de grana pra pagar psiquiatra e remédios, e ainda por cima está desempregado ou é mal amado, deveria perder a racionalidade. Eu estou querendo perder a racionalidade há tempos. E fico pensando que existem pílulas pra não engravidar, pra emagrecer, pra não broxar, pra celulite, pra dormir, pra alucinar... Por que não inventaram ainda a pílula da irracionalidade?
 
Imaginem todos os desempregados, fodidos, mal-pagos, carentes, psicóticos e miseráveis do país tomando a pílula da irracionalidade no mesmo dia. Passeatas de todos nus em frente ao Congresso Nacional; todo mundo dançando "Twist and Shout" insanamente na Avenida Paulista; gente adentrando os shopping centers e supermecados à busca instintiva de comida e cobertores pra se proteger do frio da noite; moços desnudos a disputarem moças de seios fartos e quadris largos com o fim exclusivo de prazer e procriação; gente pegando a estrada à procura de uma caverna pra se morar e mato pra caçar tatus. Pessoas se amando como animais...
 
E as coisas seriam mais simples e isto não tem preço, esqueça seu Mastercard.
 
Mas infelizmente, diferimos dos demais mamíferos porque somos seres racionais, mesmo quando quase não é possível se encontrar razão nas coisas da vida nossa, mesmo quando a razão é prisão de pensamento e não um caminho à liberdade. A razão nos persegue.
 
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Sugestão para a semana: observe a natureza, as estações esquizofrênicas do ano, o seu ritmo. Não se apresse. Não pense tanto em pequenos detalhes, com um "dezainer" metido à besta que pensa na funcionalidade e no valor estético de uma cadeira: visualize todo o apartamento que habita sua alma. Perscrute os ímpetos. Entregue-se às pequenas epifanias do dia: um banho calmo e demorado, Cowboy Junkies tocando no som a caminho do trabalho, as expressões e fisionomias que formam labirintos únicos nos rostos estranhos no ônibus, um gesto inesperado e espontâneo quase involuntário seu para um desconhecido. Não racionalize, não verbalize, apenas exprima e sinta.
 
Sinta mais, dance mais, coma mais, transe mais, observe mais, espreguice mais, sonhe mais. Ame. Tenha tesão. Faz bem à alma, deixe-a escrever seu próprio rumo. Tome no seu íntimo a pílula da irracionalidade, sem arrependimentos ou auto-comiseração. E que Deus nos proteja, já que o Spam Zine não é auto-ajuda.
 
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Na edição de hoje, a estréia de excelentes e arretados escrevinhadores de plantão: o jornalista de O Globo, Sir André Machado, também autor dos belíssimos e líricos blogs de prosa - Cadafalso II - e poesia - Comentários e Versos do Cadafalso; Sir Aleph Ozuas, autor de um dos websites mais criativos e instigantes da rede, esbanjando talento em trabalhos literários, pinturas, charges, fotografias e animações, o Ciberarte - Literatura e Artes Visuais; Sir Augusto Sales, amigo carioca companheiro de letras e brejas geladas, idealizador e editor da revista eletrônica Falaê!, verdadeira torre de Babel de altíssima qualidade e diversidade sobre comportamento, cultura e variedades; e Sir Padre Levedo, autor do nada ortodoxo cantinho de Deus em http://www.padrelevedo.hpg.ig.com.br/index.html - um admirável exercício de fé inteligente. E por favor, sintam-se em casa na presença de Ricardo Gaspar, que traz o Capítulo 2 do conto Madame Jasmin (o Capítulo 1 foi publicado na edição 058 do Spam Zine); Flávia Ballvé-Boudou, colunista do webzine Scream & Yell nos brindando com um belíssimo texto sobre o novo filme de Pedro Almodovar, direto de Paris; e Lau Siqueira, um poeta, um sonhador poeta.
 
Well shake it up baby now, twist and shout.
 
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minicontos do desconforto
andré machado  http://amachado.blogspot.com
 
-- 1 --
 
O quê?, perguntou ele quando ela anunciou que estava indo embora de vez. Ela não respondeu. Ele finalmente desviou o olhar da TV e perguntou por quê. Ela riu e disse apenas, “Você é um relógio tão perfeito que não se pode nem acertá-lo para um horário de verão." E se foi.
 
-- 2 --
 
Abadon, o exterminador, acordou e viu que estava no céu, cercado de anjos tocando liras. "Deve ser um pesadelo, só pode ser", pensou. Foi quando São Pedro passou ali perto e, sorrindo marotamente, lembrou-lhe que ele poupara aquele porquinho-da-índia em seu caminho de devastação depois de um porre no Mardi Gras. "Agora agüenta", concluiu o santo.
 
Abadon chorou as primeiras lágrimas de um demônio desde que Lúcifer caíra do céu do Éden.
 
-- 3 --
 
Por pouco não morreu de tristeza quando a filha o chamou de mal-humorado. E no entanto era ela que ficava dia a dia mais rabugenta com ele, que se encolhia diante de suas certezas veementes. No aniversário, deu a ela um espelho quebrado. "Para que serve?", perguntou, zombeteira. "Para você enxergar melhor a fratura em sua alma", foi a resposta.
 
Ele fugiu de casa bem velhinho e expirou sorridente à beira da lagoa que amava.
 
Ela tinha se matado vinte anos antes. Cortara-se com um caco do espelho.
 
-- 4 --
 
Leu o texto e uma nota em sustenido soou em sua espinha. Leu de novo, com a certeza de que penetrava na alma de quem o escrevera, e sentiu o cérebro vacilar, como se as meninges suplicassem por um beijo daquela essência. Estava apaixonado por aquela angústia, que se casava com sua tortura interior como um Lego aconchegado a outro Lego e esquecido durante anos. Mas ficou com medo de dizer isso à autora (sim, era uma autora), então mandou um e-mail tímido.
 
Quando ela respondeu, três dias depois, ele já tinha sido expulso do prédio por arrancar todas as rosas do jardim e tentar enfiá-las no HD.
 
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apenas um homem sentado na cama
aleph ozuas  [email protected] 
 
andou sem destino pelo quarto. foi ao banheiro e masturbou-se na pia. no espelho escuro, olhou para sua barba por fazer. acendeu a luz para lavar as mãos e limpar a pia. saiu em direção à cozinha massageando a cabeça molhada do pênis dentro da cueca. abriu a porta da geladeira e começou a examiná-la por dentro. pegou meia garrafa de vinho sem rótulo, sentou na cadeira de palha e encheu a taça. coçava a barba enquanto esfregava os dedos dos pés um contra o outro. tinha muita coisa para fazer mas não queria pensar nem fazer nada. queria parar o tempo e ficar ali sem pensar para sempre. a noite poderia nunca acabar. olhou para o relógio no microondas: 2 da manhã. levantou-se e pegou o resto do vinho e a taça. passou novamente pelo banheiro e mijou. foi para o quarto e ligou a tv. dançou entre os canais à procura de algo mas não achou nada. pensava em bucetas, em morte, em coisas coloridas... desligou a tv e sentou-se na cama. pegou o maço de cigarros e o isqueiro na mesinha ao lado. acendeu e começou a tragar enquanto imaginava seus pulmões sendo comidos pelo câncer. apesar de saber que seus pensamentos não eram novidade alguma, falava enquanto olhava para o radio relógio: "a única certeza é a morte". poderia "adiantar o processo". sorriu apenas com um lado da boca, descaradamente. tinha o poder para desligar-se. e qual seria a diferença do seu corpo vivo para seu corpo morto? começaria a apodrecer logo que o coração parasse de bater? o sangue começaria a coagular e o centro do seu conhecimento, o seu "eu", seria a primeira coisa a sumir. seu cérebro se liquefaria e talvez escorresse pelas orelhas. riu gostando da imagem. começou a examinar a barriga nua, tateando a procura dos órgãos que nunca havia visto. tudo o que estava do lado de dentro de sua pele era ele. o que estava fora era "os outros". e isso era intrigante pois ele não tinha prolongações além do seu interior. se seus globos oculares, seu nariz, suas orelhas e sua boca fossem virados para dentro ele se alimentaria dele mesmo e desapareceria aos poucos. odiava esses pensamentos bestas. não era nenhum intelectual e mandava à merda. já pensara em suicídio algumas vezes. pensara em cortar os pulsos e em veneno. não o atraía o enforcamento nem o tiro na cabeça, pois não tinha revolver e não gostava de armas. mas ainda tinha uma porra de um sentimento cristão resultante da educação forçada que recebera dos pais. e no fundo acreditava que sua alma poderia sofrer no inferno para sempre caso se matasse. no entanto dizia que era ateu e não acreditava na vida após a morte. que raios: tem ateu que acredita na vida após a morte? tragou o cigarro e ficou ouvindo o silêncio da noite. sempre tem cachorro latindo. lembrou do vinho, havia deixado no banheiro. pensou então que enquanto fosse pegá-lo tropeçaria e cairia no chão com a cabeça de uma maneira tão correta que morreria em seguida. voltou para o quarto com a garrafa e sentou-se na cama. serviu-se direto no gargalo enquanto pensava no que poderia fazer. olhou para o relógio na mesinha e viu que já eram 2h30min. se não fosse morrer essa noite precisava dormir para trabalhar no outro dia. mas se deitasse sua cabeça não pararia de pensar e ficaria incomodado. apenas um animal confuso. não tinha vontade de ouvir música, nem de ver tv, nem de falar com ninguém, nem de dormir ou ler ou comer. pelo menos tinha vontade de continuar bebendo e isso já era algo. se fosse fácil se matar, tal qual apertar um botão, ele o faria. é óbvio que faria. ficaria ali olhando o botão, a mão coçando e tremendo. então, num gesto bem rápido apertaria o botão. começou a lembrar das mulheres de sua vida e sorriu. isso era o suficiente para esquecer a idéia da inexistência. como era fraco e covarde. deitou na cama e adormeceu.
 
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d i á l o g o s   c i n e m a t o g r á f i c o s
 
Nome do filme: Pornôquio.
O escultor Piqueto cria um boneco, que quanto mais mente mais a pica cresce.

Cena 1 - O boneco vai pra escola e começa a mentir pros coleguinhas (todos marmanjos vestidos de criança, claro). Depois da terceira mentira o pau do boneco rasga a calça. A professora vê, manda todo mundo sair da sala e dá pro boneco.

Legal era a professora (a maior puta) falando para o boneco: "Mente!!!! Mente!!!!!
 
E o boneco: "Nós vencemos no Vietnã! Eu jogo na NBA!! Oh Yes!!!"
 
E a professora: "Pára de mentir, senão você me rasga ao meio, Pornôquioo!!!"

Cena 2 - Piqueto vai ao mercado e descobre que o Pornôquio é o maior sucesso com a mulherada. Na caixa, ele, que é o último da fila, diz pra atendente: "Sou o pai do Pornôquio."
 
A moça, excelente atriz, bate de primeira: "É? Vamos ver..." e começa a chupar o pau do velho.
 
Esse foi o único diálogo da cena.
 
(as descrições acima foram extraídas do blog Só o Ócio Constrói - http://alexandrino.blogspot.com -, do jornalista Renato de Alexandrino, e fazem parte da sensacional série Cena do Dia do Canal 80, o canal pornô da Net - mais uma dica do graaaaaaande camarada Gustavo de Almeida. A propósito, NÃO PERCAM em Só o Ócio... a singela homenagem à recém-falecida Linda Lovelace.)
 
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madame jasmim
ricardo valeriano gaspar  [email protected]
 
Capitulo 2 - Detalhes Dourados
 
O galo cantou cedinho no terreiro só para acordar a garotinha dos cachinhos dourados. Com seus 10 anos recém completos ainda resplandecia aquela inocência tão gostosa dos infantes. O cheirinho de doce fresco denunciou, hoje iria trabalhar.
 
Vovó fazia os doces desde que a mamãe adoeceu tomada de uma doença que os moços do hospital diziam que era perfeitamente curável, mas quando eles diziam os preços dos remédinhos, vó Lália fazia cara de cansada. Todos conheciam os doces dela, diziam que eram as guloseimas caseiras mais gostosas que experimentaram.
 
Empurrou os lençóis e logo sentiu o cheirinho de água da chuva que havia caído a madrugada inteira e agora deixava a estrela flamejante mostrar o rosto, o Sol ainda estava dando as primeiras espreguiçadas. Rino veio dizer bom dia com suas lambidas meladas, ela gostava muito do cãozinho. Escovando os dentes no banheiro, olhou para as madeixas refletidas no espelho e pensou que parecia com as princesas das estórinhas de cavaleiros que mamãe contava. Sentiu-se rir por dentro.
 
- Vóóóó, já termineeeei, a senhora me faz umas traaaanças?
 
Vovó era uma senhora de uns sessenta e quatro anos, mas sequer aparentava uns cinqüenta. Mulher determinada, criou a única filha com braços de ferro e agora dispensava todo o carinho maternal que não mostrou para a filha em direção a neta tão amada e tão responsável. Apenas dez anos e já tão responsável, garotinha que agia como adulta sem perder o brilho doce da meninice.
 
Admirava a beleza dos cabelos da neta, juntava os montes de fios como um Deus a coser a crina de um alazão selvagem, muito carinho, gestos firmes e agradáveis, olhar atento e extasiado.
 
- Hoje fiz doce de leite, não precisa ir longe Gui! Você vai até a esquina, dá a volta no quarteirão e vem para casa. Se não vender tudo não tem problema. - Disse já terminando o arranjo nos cabelos da neta.
 
- Tá.
 
- Vou tratar dos galinhos e do Rino e depois levar a encomenda da Dona Zilda. Assim que chegar faço o almoço.
 
- Vovó, vou esperar fazendo a lição de casa que a tia Jandira passou ontem na escola.
 
A sapequice alegre espantava o ar pesado que pairava sobre a morada das três damas. Era o bafo da má sorte que não conseguia penetrar os pulmões da moleca, uma garota, uma guerreira.
 
O homem da casinha azul era o sêo Jorge, dono da vendinha, conhecia muito bem a história de dona Lália, a mulher que deu a filha uma criação invejável, poucos estudos mas incrível conduta, infelizmente Janete agora estava doente. Criava também a filha de Janete com um carinho espantoso até para uma mãe. Vez ou outra pensava na pobre menina, primeiro o pai, agora a mãe.
 
Jorge gostava de repousar na cadeira de balanço após o almoço. Assim que viu através da janela de madeira os passos saltitantes de Ingride pela calçada afora chamou a garotinha:
 
- Oi criança. Venha cá, quero doces, hoje quero bastante para colocar na venda.
 
Ingride começava o trajeto pela casa do sêo Jorge porque sabia que ele comprava bastante, assim a cestinha ficava mais leve o resto da viagem.
 
- Tudo isso sêo Jorge? Uau, obrigado!
 
- Guarde bem o dinheiro criança, volte rápido para casa tá bem?
 
Às vezes um comprava um doce para a namorada que ficava encantada com a educação da menina, outro comprava apenas para ajudar uma garota tão nova e já na lida. E assim Ingride ia caminhando pelas estreitas ruas do bairro de periferia onde morava. Parecia não estar atrelada ao tempo, o tempo passava, rápido e devastador, sem poupar ninguém mas não atingia a garota que ia aos passos alegres calmamente, batendo de porta em porta e respondendo com um poeminha que aprendeu no colégio seguido de um bom dia a cada raro não que recebia.
 
Gotas cristalinas em forma de garoa começavam a tocar o rosto de Gui quando ela chegou a porta da casa daquela tia gordona que gostava de ser chamada de Madame. O nome dela era Jasmim.
 
(... continua)
 
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p e r g u n t a r  n ã o  o f e n d e
"Amor sem sexo ou sexo sem amor? Escolha uma opção e justifique"
 
nicole lima  [email protected]
até porque amor vai até sem amor mesmo
amorantigo amoramargo amorinteiro amoraopróximo amordaçado amoracamisa amoraospedaços
sexo é uma coisa entre mim e o meu amor --
próprio.
 
edney soares de souza  [email protected]
Pra que separar o que Deus uniu ? ;-)
 
marcelo da cruz oliveira  [email protected]
Analisando friamente a questão, o sexo sem amor só é melhor se você transa, no mínimo, umas seis vezes por semana, com pessoas diferentes, sem ter que desembolsar dinheiro para isso. Como isso é quase impossível e o sujeito poderá ficar dois meses ou mais sem resultados na colheita, muito melhor continuar casado(a) ou namorando firme com uma mulher ou homem com pouco apetite sexual, desde que se amem de verdade, mas uma hora, é bom lembrar, a panela de pressão explode.
 
+-aLiNe-+  [email protected]
amor sem sexo só vale a pena se vc REALMENTE amar a outra pessoa... agora sexo sem amor, vale a pena de quase todos os jeitos... até se for horrivel... pelo menos alivia a tensão.... *rs*
 
marcela marques  [email protected]
Amor com sexo sexo muito sexo sempre! Inventivo de preferência. Como diz o Charlie Brown Jr, o sexo é bom, amor melhor, os dois então perfeito. Imperfeita, só uma citação do Charlie Brown.
 
dora  [email protected]
Amor sem sexo é feminino.Sexo sem amor é masculino.
Amor sem sexo é sublimação, sexo sem amor é solidão.
Acho que sexo sem amor pode rolar, mas não traz felicidade. Satisfaz a necessidade.
Amor sem sexo não traz a felicidade ideal, mas traz cumplicidade+companhia+segurança=casamento.
O bom mesmo é amor com sexo. Mas se não rolar, prefiro amor sem sexo.
 
eu escolho a terceira opção... ou seja... nenhuma... a não ser no amor platônico... mas mesmo assim rola sexo... cinco contra um mas rola!
 
valério alex  [email protected]
Em relação à pergunta aludida no "SpamZine" de n.° 60, aí vai:
- Amor sem sexo: em desuso.
- Sexo sem amor: rumo à maternidade.
 
renato cortez  [email protected]
Sexo sem amor. Entendeu? Pra quê fazer amor, se já podemos comprá-lo pronto?
 
supersonic bootlegs  [email protected]
As duas. De preferência ao mesmo tempo. Melhor ainda sem compromisso. O que ajuda bastante quando você está desesperado. Meu deus... preciso de alguém. E logo.
 
eder rebouças  [email protected]
Em homenagem aos cinco_contra_unzeiros de plantão do zine, venhamos e convenhamos...
amor sem sexo = ...
(finja que isso é uma daquelas mensagens que chegam em seu e-mail que mandam você rolar linhas e linhas... afinal, esta é a intenção)...
...
...
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(milhões de linhas com reticências até...)
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punheta!!!!
=P

pergunta da próxima semana:
"Que música resume melhor a história da sua vida?"
Alexandre Inagaki aguarda sua resposta para preparar o Spam Zine especial MÚSICA. Solte sua voz na estrada: [email protected].
 
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constância
augusto sales  [email protected]
 
Era uma festa como daquelas de antigamente. O salão de tábua corrida, encerado, a percussão dos saltos dos sapatos acompanham as músicas românticas que incensam o ambiente penetrando ouvidos e corações atentos. No canto, as cadeiras dispostas lado a lado, as velhinhas conversam sobre os bailes de sua juventude, ouço o casal ao lado se lembrar de quando ele a cortejou e de como ela terminara seu noivado para se juntar a ele e de como estavam felizes ali vendo sua filha dançar entre os convidados.
 
Dirijo-me à mesa onde repousa o ponche, a sangria e os quitutes doces e salgados. Um rapaz me chama atenção. Exímio dançarino, pés leves e ritmo envolvente. Faz–se notar entre as meninas do salão. Sinto saudades dos meus tempos de garoto. Lembrei me especialmente de um baile que resumiria minha existência:
 
- A senhorinha quer dançar?
 
- Menino, você é muito novinho para mim, por que você não chama para dançar as meninas de sua idade?
 
Tentava ser gentil com Constância. Ela ali esquecida no canto, vestida de juta. Solteirona, teve um filho muito nova, de pai desconhecido. Dizem que o menino era filho do primo Austecleniano. Ele, que sempre vinha passar as férias de verão na fazenda, nunca mais voltara desde que a Constância embuchara. Sua família o mandara estudar na Suíça, num colégio interno. Colégio interno! Que medo eu tinha de colégio interno, imagina ficar preso o dia inteiro com um bando de bobocas estudando e ajoelhando no milho. Graças que papai precisava de mim no cafezal.
 
Tinha tomado ponche escondido, Dona Iolanda, a beata, simpatizava comigo e embora tivesse apenas 14 anos ela gostava de me ver embriagado. Não foram poucas as vezes que tomei do vinho do padre com a beata. Ela sempre ficava soluçando, gozado isso! Eu, na maior parte das vezes, dormia naquele fresco que era a sacristia e as dependências internas da Igreja. Podia estar o maior sol lá fora, que dentro da Casa do Senhor estava sempre fresco, e eu, meio "chuco" por causa do vinho, descansava nos bancos enquanto Dona Iolanda fazia a faxina semanal do santuário. Naquela noite, na festa, Dona Iolanda me chamara na cozinha:
 
- Menino, você já está virando rapaz e já é hora de começar a enxergar as moças. Aproveite e tome aqui este ponche para tomar coragem. E não te esqueças que as moças gostam dos rapazes desinibidos e que sabem dançar. Vai lá no salão e tire as moças para dançar, aproveite e comece pela Senhorinha.
 
Não fosse Dona Iolanda, não teria chamado Constância para dançar. Oras, com este monte de moças cheirando gostoso e eu sendo rejeitado por Constância?
 
- Vamos lá menino, vamos ver se você é pé de valsa como dizem! - disse Constância rindo pelo canto da boca.
 
O menino, dança, embalado pela solteirona, como se estivesse nas nuvens, desliza sobre o assoalho inebriado pelo contato tão próximo com uma mulher. Constância era mesmo uma mulher de verdade, e eu, ali, me descobrindo um dançarino nato.
 
Lembro-me que, por cima dos ombros de Constância, a primeira moça que me saltou os olhos foi Clara. Sentada ao lado da mãe percebia que me observava. Rodopiava com a Senhorinha, ia próximo a Clara só para provocá-la. Divertia-me.
 
Que vontade de dançar com Clara. Seus olhos quase vesgos sempre me chamaram atenção - mesmo há poucos anos quando a encontrei na saída do metrô da Voluntários das Pátria, de mãos dadas a um garoto, supostamente seu filho e de um homem, que por ter as feições muito parecidas com a do garoto, deduzo ser seu marido. Ergui a cabeça e fingindo não vê-los atravessei a rua.
 
- Clara, me concede esta dança?
 
Engraçado como me soou natural isto naquela noite. Clara ficou imóvel, sua mãe, meio que a empurrou para os meus braços:
 
- Clara, você já está virando uma mocinha!
 
Dancei com Clara até que avistei a vovó Leda num canto do salão.
 
- Vó, vamos dançar?
 
Dancei com a vovó Leda para diverti-la. A partir daí virei a atenção da festa. Passado algum tempo, já tinha dançado com quase todas as meninas do salão, menos com Letícia. Como gostava de Letícia, sentia um frescor só de pensar nela. Mas queria dançar mais, queria dançar com todas, e no final, enfim, dançar com Letícia.
 
Naquela noite, eu mal começava a dançar e já ficava olhando por cima do ombro da moça que estivesse dançando escolhendo a seguinte para tirar para dançar. E Letícia ali. Sentada. Quase que me esperando. Sinto até um frio na barriga de pensar nela.
 
Chamo Letícia para dançar. Ficaria a noite inteira a dançar com Letícia.
 
Olho por cima de seus ombros e vejo que ainda há meninas no salão as quais não cortejei.
 
Hoje sinto que poderia ter dançado a noite toda com Letícia, sem pensar no tempo, nas outras pessoas no salão. Aqueles foram os melhores minutos da festa. Engraçado como até hoje me lembro perfeitamente daquela dança. Do sorriso de Letícia, da minha alegria e e da vontade de não largar mais aquelas mãos miúdas.
 
Constância se aproxima:
 
- Vamos dançar de novo, menino.
 
Me distraí e não vi Letícia ir embora, estava tão preocupado em satisfazer meu sentido que não percebi sua saída. Olho por cima dos ombros da solteirona e percebo que todas as moças com quem dancei, e que poderia ter conversado, ter desenvolvido um passo adiante, se foram. Uma a uma. Devagar o tempo passou, a noite acabou e não me dei conta das pessoas que passavam na minha vida e que dançando deixei passar.
 
Estava sempre vislumbrando o próximo passo. Olhando por cima dos ombros. Constância estava comigo na primeira dança, mas no meu interior eu sabia que não deveria ser sua aquela última valsa. O salão vazio, o maestro avisara que era o último número da orquestra.
 
Assim terminou o baile.
 
Dancei com a felicidade e olhei por cima de seus ombros.
 
Casei-me com Constância. Não tive filhos.
 
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n a v e g a r   i m p r e c i s o
 
spams do mal
http://museudospam.subversao.com
Antecipando-se a um futuro breve (assim esperamos), o Museu do Spam dedica-se a compilar exemplares deste estúpido fenômeno que assola a Internet. Afirma o curador do projeto: "O Museu do Spam não combate o spam. Apenas o estuda. Por isso, se algum spammer quiser se voluntariar, poderia nos enviar um e-mail contendo seu cérebro, para dissecação e posterior exibição. Já consultamos veterinários especializados na área, que nos garantiram que o spammer pode se dispor desse orgão, por não fazer uso freqüente".
 
o top model do momento
http://veste.blogspot.com
"Kenaum Veste" é um amálgama de weblog com editorial de moda, para matar Érika Palomino de inveja. A não perder: a singela adesão de Kenaum à campanha contra spams (esperamos que o Spam Zine não esteja incluído nessa, he he) lançada pela blogueira Rossana Fischer.
 
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o tempo, deus e outras trivialidades
padre levedo  [email protected]
 
Esses dias, um devoto desesperado me perguntou singelamente o que é a morte, o que é o tempo e quem é Deus. Por que será que as pessoas não desistem destas questões inúteis e se dedicam, por exemplo, ao aeromodelismo? Sempre aparece um chato destes para aporrinhar meus viajados testículos. Contrariando minha índole iracunda, ao invés de mandá-lo à merda - pois eu tenho mais o que beber -, decidi responder por escrito e deixar o sujeito ainda mais confuso. Afinal, ele que me provocou. Aqui está a minha
resposta.

Nesta breve, porém às vezes intensa passagem pela terceira pedra, contando a partir do sol, assistimos à contínua exibição instantânea do tempo eterno. Este tempo que abarca um passado infinito que nos precede e um futuro, e que se desenrola sucessivamente para nós, naquilo que se convencionou chamar de presente - este fugaz momento que é a fina lâmina separando o passado do futuro. Lâmina tão fina, mas que contém, em si própria, uma partícula de passado e uma partícula de futuro.Talvez um hipotético Criador saiba que a revelação da eternidade por inteiro seja demasiada para nossa limitada compreensão. Estaríamos aniquilados, esmagados, mortos, devido ao peso e à complexidade de tudo o que aconteceu e tudo o que está por acontecer. Ao invés disso, recebemos doses homeopáticas de eternidade, numa sucessão suportável de presentes.

Se aceitarmos a idéia de que, num determinado instante, tudo o que ocorre no mundo é conseqüência do instante imediatamente anterior e resultará em um instante imediatamente posterior e previsível - a recorrente teoria da causa e efeito - é igualmente passível de ser aceita a idéia de que, se um desses instantes se repetisse um única vez em toda a eternidade, o tempo seria circular. O universo se repetiria como um projetor de slides que, após mostrar a última foto, retorna à primeira para reiniciar a série. Também é
lícito supor que uma mente capaz de registrar o estado de todo o universo num determinado instante, e tendo uma infinita inteligência, teria o conhecimento imediato de toda a eternidade.

Pensando em uma parcela de tempo - digamos, cinco minutos, veremos que cinco minutos jamais podem transcorrer, pois para se passarem cinco minutos, é necessário que se passem dois minutos e meio; para que estes passem, é necessário que um minuto e um quarto se cumpra, e assim por diante, numa série infinita. Esta engenhosa armadilha intelectual, postulada por Zenão - apesar de uma forma diferente -, ainda recreia as mentes contemporâneas. A solução para este problema é que o tempo não passa da percepção do tempo: o tempo existe apenas como idéia. E, como a nossa mente não pode acomodar algo infinito, por conseguinte o tempo não é infinito. Um instante não pode ser dividido em instantes menores até a exaustão, pois não conseguimos notar as microscópicas parcelas de tempo que os formam. Se não fosse assim, poderíamos afirmar que nada acontece nunca, que o mundo não se move e - finalmente - que nada existe.

Sendo o tempo finito, o que se convencionou chamar de alma, por conseqüência, também é. A dilatada vaidade dos homens fermentou todo um conjunto de superstições que, resumidamente, afirmam a imortalidade da alma e se chamam, coletivamente, de religiões. Não se tem notícia de qualquer religião que não proponha a continuação da vida após o fenômeno inevitável da morte. É como se a possibilidade de cessar de existir definitivamente causasse horror ao único animal que se diz inteligente. Além disso, quase
todas professam um esquema de punições e recompensas após a jornada terrestre repleta de fadigas. Uma destas punições, talvez a mais cruel de todas, seria voltar a viver e voltar a morrer e voltar a viver indefinidamente, até atingir uma evolução que promoveria o indivíduo a outro planeta, onde - como no Inferno de Dante -, o ciclo se repetiria.

A alma deseja muitas coisas; deseja inclusive continuar existindo. E há almas que desejam a extinção, que seria a impossibilidade de desejar qualquer coisa. Se a raiz da decepção é a expectativa, não seria absurdo imaginar que a extinção da alma corresponderia a um paraíso bem mais plausível do que as alegorias tradicionais.

Uma quantidade enorme de fábulas serviu e serve para acalmar este alarme sobre a morte. Paradoxalmente, os prosélitos de uma ou outra fábula se empenharam, no tempo registrado pela História, em aniquilar os que acreditavam em algo diferente. Ao invés de exercer racionalmente a tolerância, uma espécie de cegueira animou a espada, e vidas cessaram em nome de uma crença.

E é curioso notar que todos os que mataram ou morreram por se apegarem a tais idéias, estas idéias eram sobre um Criador pleno de misericórdia, tolerante e amoroso.
 
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s p a m   c i n e
você teve um momento "cinema paradiso" em que teve vontade de declarar em voz alta o seu amor à sétima arte? ou viveu uma decepção grandiosa tipicamente "star wars - episódio um"? seja qual tenha sido sua experiência cinematográfica, envie sua crítica para [email protected]. leitura prometida, só não garantimos a pipoca.
 
fale com ela
flávia ballvé-boudou  [email protected]

Fui assistir com meu marido, 5a feira passada, à pré-estréia do novo filme do Almodóvar, «Hable con ella». Ao sairmos do filme, estávamos tão embasbacados, tão repletos de beleza, que conversamos sobre o filme durante toda a noite. Meu marido teve reflexões interessantíssimas sobre o filme mas, como ele é francês, permito-me uma tradução bem livre das suas idéias, para dividi-las com vocês.

A história do filme, se não é comum, é simples de explicar. Apesar do filme se chamar "Fale com ela", as personagens femininas estão mudas e imóveis a maior parte do filme - estão em coma. O filme mostra a relação de dois homens com essas duas mulheres. Um dos homens é enfermeiro e ama platonicamente a jovem bailarina em coma, de quem ele cuida com adoração. A relação dos dois, que ele acredita realmente existir, é bela e tranqüila, como um casamento feliz de longa data. O outro homem é um jornalista, cuja
namorada, que é toureira, entra em coma. Apesar de ser um homem sensível, ele não consegue nem mesmo tocar a namorada imobilizada.

O filme vai então mostrar a amizade destes dois homens e, principalmente, as diferentes maneiras de se dar ao mundo, de se abrir aos outros. Quais são os limites do amor? O que é correto, o que não é? Almodóvar ousa tudo, mas sem querer chocar pela simples provocação, mas sim para nos levar a descobrir os limites da nossa moral - ele nos ensina, como pai extremado, mãe amorosa, que devemos estar sempre atentos aos nossos julgamentos, para evitar de engessá-los. E que a redenção só vem pela entrega.

Haverá momentos em que você se dirá, antecipando uma cena, "não, o Almodóvar não vai fazer isso conosco". Mas ele vai. Vai cutucar a ferida, mas olha, é pra você curar do dodói mais rápido, veja, ele está até mesmo soprando o mertiolate.

Porém, o mais impressionante é a sensação que o filme nos deixa no final. E aqui dou a palavra a meu marido: é como se tivéssemos lido um livro.

Em um bom livro, mesmo que não haja reviravoltas, apenas a riqueza e a descrição da vida já nos transportam para outro mundo. Quando se lê um livro, entra-se num estado diferente, não pertencemos mais a lugar algum. Há uma certa sensação de abandono, é algo de muito poder, grandiosidade. Temos o suspense, as descrições e os pequenos detalhes de uma vida, como se estivéssemos vendo realmente as pessoas.

Nós temos cinco sentidos mas vivemos numa sociedade audiovisual, somos bombardeados por imagens e sons o tempo todo. Um livro, apenas com as palavras, nos dá a possibilidade de imaginar todos os outros sentidos.

Este filme nos dá uma liberdade, uma distância para fazer trabalhar a imaginação. Durante todo o filme, temos a impressão de realmente estarmos naquele mundo - que nada tem de fantástico, que é o mundinho de cada dia. Impregnamo-nos do filme, penetramos aquelas vidas ali retratadas. Aqui, é como se vivêssemos as mesmas emoções que durante a leitura de um livro; a imaginação trabalha mesmo enquanto vemos as imagens, justamente porque entramos no filme, muito além dos sentidos da visão e da audição. Por exemplo, vendo uma paisagem ou um diálogo, tudo é tão rico de significados que temos a impressão de estarmos lendo aquela passagem, uma descrição. Impressão de não estarmos vendo, mas produzindo em nossas mentes algo que nos contam, como se estivéssemos imaginando aquilo que estamos vendo.

E olha, se isso tudo não basta para convencer você a assistir a este grande filme, dou mais quatro razões: as cenas de ballet são belíssimas, a Geraldine Chaplin faz uma ponta com toda a majestade que só a elegância da família proporcionaria, o filme tem aquele espanhol falado de forma pura e super sexy, e o Caetano Veloso ("peixe" do Almodóvar) aparece numa cena (Caetano é tudo, até cantando "Cucurrucu Paloma"!).

Assista, e me conte. Não, me escreva, para que eu leia suas sensações.

Flávia Ballvé-Boudou ([email protected]), carioca, escreveu este texto sob a inspiração do seu marido Olivier Boudou, francês, e espera ver todos os filmes do mundo ao lado dele.
 
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temporal
lau siqueira  [email protected]
 
nada mais trágico
que os ponteiros do
relógio contando um
tempo que não conta
nada mais trágico
que não compreender
o quanto cada um
                      é parte
 
e que o todo não
não é isso que tem
                    rosto
 
nada mais comove
que um olhar interior
que veja um menino
onde há um avô
 
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f a l a  q u e  e u  t e  e s c u t o
sussurre devagar, fale gostosinho, declare-se de mansinho ou reclame com jeitinho escrevendo para [email protected]. ofertas de emprego e receitas de remédios controlados também serão muito benvindos: é o spam zine buscando sublimar a racionalidade.
 
From: "Julio César Andolini" <[email protected]>
To: <
[email protected]>
Sent: Friday, April 26, 2002 4:27 PM
Subject: Colaboração

Olá amigos do Spamzildo!
Envio a vocês um pequeno texto meu para possível (ou não) publicação.
Aproveito para dizer também que a edição 043 da seção "edições
anteriores" do site está errada. Quando clica-se nela, vemos a edição 041. E eu sou
assinante desde a edição 049, estou colecionando (e lendo) as edições anteriores, só falta esta 043. Peço que consertem este erro.
Um abração.
Julio César Andolini (de Campos dos Goytacazes, terra do - argh! - presidenciável Garotinho, RJ)
 
suzi hong responde: Júlio César (belo nome), mon ami. Agradecemos pelo texto enviado e pelo toque quanto à página do Spam Zine. Informamos que sua colaboração já está passando por nosso comitê de avaliação. Quanto ao erro no site do Spamzildo, o mesmo já foi devidamente corrigido. Please, sinta-se à vontade para apreciar. Opiniões, críticas e, sim, mais colaborações sempre serão muito bem recebidas. Afinal, o importante é o amor à palavra, seja ela qual for. Let love rule.
 
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