SpamZine_________________
054
3 de
março de 2002
são paulo porto alegre komodo ijuí são leopoldo
belém rio de janeiro curitiba
>>>
n
e s t a e d i ç ã o:
dragões de komodo devoram o presidente leia tudo e descubra
como
>>>
não
cante com a gente
Primeiro você, Lula.
Dá-lhe, Rubinho:
lá lá lá, lá lá lá,
lá lá lá, lá, lá, lá, lá lá lá - irmãos e companheiros, comigo...
Agora é o Serra. Presta
atenção no Fernando, que ele faz direitinho:
lá lá lá, lá lá lá,
lá lá lá, lá, lá, lá, lá lá lá - sai, mosquito!
Sua vez, Roseana. Toda
família tá vendo:
lá lá lá, lá lá lá,
lá lá lá, lá, lá, lá, lá lé lé - ops, errei, posso de novo?
Cirão, a todo pulmão,
como se fosse a Pat na sua frente:
lá lá lá, lá lá lá,
lá lá lá, lá, lá, lá, lá lá lá - chega, já posso fumar?
O próximo é o Garotinho.
Alguém abaixa o microfone pra ele! Manda:
lá lá lá, lá lá lá,
lá lá lá, lá, lá, lá, lá lá lá - sai, quer dizer, vem Leonel.
E aí, Itamar, vai participar
ou não?
Bom, então vai você,
Enéas. Taca fogo:
lá lá lá, lá lá lá,
lá lá lá, lá, lá, lá, lá lá lá - meu nome é Enéas.
Todo mundo junto, apontando
pro planalto! Gente, é só para a propaganda:
lá lá lá, lá lá lá,
lá lá lá, lá, lá, lá, lá lá lá
zzzzzzbzbzbzbzzzzzzbbbbbbbzzzzzzzbzbzbzzzzzzbzbz
Spam Zine adverte:
Na próxima eleição, preste atenção na letra!
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E na edição de hoje,
dragões de komodo a cada parágrafo.
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Eu vinha na estrada
sozinho, fazendo aquela rota Porto Alegre-Ijuí, a que eu mais odeio. Recém
tinha saído de um restaurante chinelo onde tinha comido qual porco. Meus olhos
já estavam baixos e na minha cabeça já brotavam idéias cretinas como "Vou
fechar os olhos um pouquinho, só pra dar uma descansada, mas logo abro".
Foi aí que eu a vi, dedinho em riste pedindo carona. De longe já fui pensando:
Feito. Dou carona e vou falando bobagem até conseguir comer. Não sou bonito.
Sou esforçado, já dizia o meu pai. Parei bem ao lado dela com uma freiada
meio brusca e a poeira da estrada fez com que ela fechasse os olhinhos, irritada.
Puxei a cordinha que abre a porta e ela entrou. Vestia uma daquelas saias
de crente até o tornozelo e carregava uma sacolinha de plástico que parecia
vazia. Apesar do comprimento da saia, pude ver um pedaço da perninha fina
e mal-depilada, e isso me fez sentir bem. A guria entrou, largou a sacola
atrás do banco e ficou olhando pra frente com um olhar meio perdido. Eu perguntei
pra onde ela ia, ao que ela respondeu apenas com um aceno do bracinho peludo
e branco, que eu entendi como sendo um "Sei lá, foda-se". Enquanto
ela tirava da sacolinha um daqueles radinhos prateados de camelô, eu ia fazendo
meu planejamento tático com o objetivo único de comê-la. Pra mim, o bacana
da vida está nisso: dias chuvosos, barulhos de foda, erros de português na
Zero Hora, sacos de retalhos de queijo e presunto e meninas de perninhas mal-depiladas
escutando radinhos de camelô.
Segui viagem sempre
empenhado em atrair a atenção da guriazinha, que agora roía compenetrada uma
bolachinha recheada amolecida.
Quando já é noite,
bem noite, ela me olha. Prende os cabelos sujos com um rabicó esgaçado e abaixa
a cabeça, sem dizer palavra. Quando me dou conta, ela já está tentando abrir
o velcro da minha bermuda com as mãozinhas magras. Quando consegue, agarra
minhas bolas com força. E dói. Vai largando devagar, e então começa a chupar
o meu pau rápido demais, com força demais. Eu já não controlo bem o pé no
acelerador, e a velocidade vai aumentando sem eu perceber. É aí que ela abre
a porta do caminhão e se joga na rua. Só o que dá pra ver pelo retrovisor
é a estampa da sainha de crente voando. A guria é tão leve que chega a quicar
umas três vezes no acostamento, antes de parar no meio de umas pedras
na beira da estrada. Eu segui viagem. Ainda faltava muito pra chegar em Ijuí.
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Tremor nas mãos, formigas
andando pelas veias. Ruborizava. Uma sensação de quase desmaio. A situação
era engraçada demais. Tentava desviar pensamento, mas não conseguia. Resolvera
render-se aquele desfalecimento irracional. Já não continha seus barulhos
engraçados, quase constrangedores. Usara a boca como megafone. Explodira sua
risada. Batia as mãos nas cochas, faltava-lhe o ar por vezes. Dos olhos, escapavam
pequenas gotas daquela falsa felicidade. Estava nervosa e desapontada e perdida
e abatida e frustrada. Ria porque chegara tão perto do final feliz e agora
teria que começar tudo de novo. Juntou forças e recomeçou: era uma vez....
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Final de ano, time
praticamente desclassificado do Campeonato Brasileiro. Marasmo total. Então
nos lembramos de que o Corinthians ainda estava respirando na luta pela Copa
Mercosul, um torneio menor - mas que serve para acrescer alguma emoção ao
final de ano, além de render uma boa grana para o clube campeão. E ainda ganha
um significado especial para nós, a Nação Sofredora, especialista em ser derrotada
por times cucarachas.
E o Corinthians chega
às semifinais, contra o argentino San Lorenzo. O primeiro jogo foi no Pacaembu,
meio de semana à noite, após a novela, aquela turma de sempre, aquele jogo
apertado de sempre - e um suado resultado bom: 2 a 1. Naquela noite, fomos
brindados não apenas com a vitória, mas também com uma atuação simplesmente
pavorosa do zagueiro Batata.
Membro do quadro corinthiano há quase 4 anos, Batata teve um ótimo começo,
complementando por cima as inesquecíveis atuações de Gamarra, que tirava tudo
por baixo. Titular em um timaço cheio de estrelas, foi campeão brasileiro
em 98, para depois se contundir e passar um longo período sem jogar.
Quando ninguém mais
se lembrava da disponibilidade do zagueiro, eis que Batata foi voltando aos
poucos, brigando por uma vaga no time. O futebol, claro, não era o mesmo sem
o ritmo de jogo, sem Gamarra, sem a cobertura de Rincón, sem a saída de bola
de Vampeta.
E voltamos à tal semifinal
da Mercosul, contra o San Lorenzo. Sim, Batata foi o pior jogador em campo
e, embora eu estivesse surpreendido por aquela atuação tão distante do que
já o vi jogar, vaiei sem dó o beque corinthiano, assim como meus colegas ao
lado, toda a torcida e a imprensa - que, nas horas e dias seguintes, fez de
Batata piadas e assunto para encher linguiça nas crônicas indignadas com o
"futebol atual".
Passados alguns meses,
acabo de descobrir - através de um jornal esportivo - que, exatamente naquela
noite de novembro, Batata tinha recebido a notícia de que sua esposa estava
com câncer de mama. E foi assim, sob esse impacto, que ele entrou em campo.
Vejamos: se o mesmo
acontecesse com qualquer um dos 30 mil presentes naquele Pacaembu, estariam
todos lá, fazendo sua parte, entoando gritos de guerra e vaiando ou aplaudindo
o time? Eu, particularmente, não estaria lá e em nenhum outro lugar que não
fosse o lado da minha mulher. A penúltima coisa da qual me lembraria seria
o futebol; a última, claro, seria o meu trabalho. Já Batata foi tão profissional
quanto forte e entrou em campo, com "cem quilos sobre a cabeça",
como ele mesmo declarara. E jogou mal. Mal, aliás, foi o time inteiro no jogo
de volta, na Argentina, sendo desclassificado com um ofensivo 4 a 1. Batata
viajou para a Argentina correndo o risco de, graças à sua atuação anterior,
nem entrar em campo, enquanto a sua mulher estava na sala de cirurgia.
E vemos assim que,
embora o jogador de futebol seja um dos profissionais mais expostos, avaliados
e invadidos dos nosso tempo; embora suas manias, noitadas, brigas e relações
sejam perseguidas e reveladas ao mundo; embora os torcedores acompanhem diariamente
cada passo dos ídolos do seu time, nunca saberemos qual o exato estado de
espírito de um jogador ao entrar em campo. Afinal, o que faz um jogador receber
uma notícia tão péssima quanto é possível e, ainda assim, caminhar para o
campo, sabendo que será escorraçado pela torcida por uma simples furada?
Confesso: não poupo
admiração aos jogadores de futebol, pessoas que conseguem profissionalizar-se
na atividade mais amada do país. Pessoas que mergulham numa carreira incerta,
curta e, muitas vezes, injusta. Pessoas que, sem ter formação, educação ou
preparação emocional, têm de lidar com a paixão de uma multidão - e ainda
sustentam, com o seu talento, tantos outros profissionais (executivos, médicos,
jornalistas, juízes, gandulas). São, enfim, seres humanos expostos a todo
tipo de desgraça, mas que, ao contrário de todos, são obrigados a se mostrarem
imunes aos problemas dos mortais. Como super-heróis, devem entrar fortes em
campo e amenizar os revezes da vida de centenas, milhares ou até milhões de
torcedores.
Fica aqui, portanto,
o meu pedido de desculpas ao Batata e a tantos outros jogadores que já vaiei,
xinguei ou ironizei por determinadas atuações pouco iluminadas. Desculpe-me,
Batata; desculpe-me, Toninho Cerezo; perdão, Ronaldo, goleiraço do Timão.
Foi mal, Vampeta, que nunca mostrou na seleção sinal do futebol já mostrado
no Corinthians - e que agora terá a chance de repetir. Tudo de bom para você
nesta volta ao Parque São Jorge. Para você e para o Batata.
P.S.: A cirurgia de
Cida, a mulher de Batata, foi bem sucedida: o câncer não se expandiu. Tudo
de bom para ela também.
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bilhete
que poderiam me deixar na porta da geladeira
aline sanfelice [email protected]
Aline,
Tem uma lista de coisas
que você precisa fazer, filha.
Se conseguir tudo pra hoje, maravilha.
Você precisa alimentar
as plantas
E o tanque de gasolina
Precisa arrumar juízo
Precisa arrumar umas roupas limpas
Precisa tirar do açúcar as formigas
Precisa tirar as nuvens da cabeça
Precisa fazer uma sobremesa
Ah, filha, não se esqueça!
Precisa colocar de molho teu moletom
Precisa colocar ração para o Rex
Precisa colocar o chão nos teus pés
Precisa dar um jeito nessa solidão
E, lembra, minha filha
Alguém precisa varrer a cozinha!
Precisa varrer essa loucura
Precisa não ser louca varrida
Qualquer coisa, me
liga
Um beijo, querida!
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Os preparativos não
foram muitos, apenas o habitual para não causar estranheza e vergonha naqueles
que não admitem que não seja seguido o padrão. Fala-se do vestuário, mas a
regra vale também em vários outros instantes, apesar de os requerentes da
manutenção de estilo rígido e definido serem, geralmente, os mesmos. O homem
saiu de casa para morrer, e aí está a única alteração mais contundente havida
naquela noite, se comparada às anteriores, apesar de que esse fato somente
ele o conhecia, visto que não o contou a ninguém, e tampouco é essa consciência
provedora de algum sinal exterior mais contundente. E se em sua face estivesse
claro que o que fazia ali era esperar para morrer, quem disso se apercebesse
não acreditaria em tal conclusão, alegando que o homem em cujo rosto está
a morte estampada estava nada mais do que triste ou bêbado, ou ambos, mas
nunca tão triste ou bêbado que estivesse a ponto de morrer. Não se sabe afirmar
aqui se estava alterado pela morte que aguardava, portanto a bebida e a tristeza
não teriam tido lá grande relevância, ou se bebeu por estar triste pelo fim
que encontraria logo adiante, ou ainda se ficou triste pela bebida que ingeriu
enquanto vivia esse período em que sabia estar para morrer.
É interessante ainda
expor que houve, antes dele sair, uma outra mudança nas suas ações,
mas essa só quem estava próximo viu, e aí tem-se a razão por que não está
a referida troca de atitudes neste texto relatada. Isso tudo são tergiversações
sobre o não-acontecido, visto que o homem não morreu. Passados poucos metros
de sua saída para a morte, recordou-se ele que esquecera de trazer no bolso
o terço reduzido (com menos indicações de oração do que os terços mais comuns),
que lhe fora presenteado alguns poucos anos antes, esse é outro dado que não
se tem, o número exato de meses que se conta desde que recebeu o homem o pequeno
cordão - que tem afixado em determinado ponto um curto trecho composto do
mesmo material, em cujo extremo oposto há uma imagem, em tom prata, de Jesus
Cristo na posição em que morreu. Não há como afirmar se este fio adjunto,
que sustenta o crucificado em questão, está ligado ao terço de que é parte
integrante acima ou abaixo deste, ou de um lado ou de outro, ou numa ponta
ou noutra, já que o cordão maior é flexível, não forma uma figura fixa, a
única que seria cabível utilizar para referir tal objeto de fé é um círculo,
mas tendo estado este pequeno terço sempre sem forma alguma definida nas ocasiões
que em seguida serão citadas, fica-se apenas com terço, ou pequeno terço,
ou ainda terço em miniatura, como modos de chamá-lo. Curioso que haja um terço
em miniatura, pois com ele reza menos o indivíduo, ocorre perguntar se tem
o mesmo valor a oração feita em um terço breve, como esse, quando disposta
ao lado daquela que realiza o fiel orientado por um terço normal - terços
ainda maiores que os normais, não em dimensão, mas no tamanho da reza que
conduzem, não sabia existirem.
O homem não quis voltar
para buscar aquele objeto que vinha, há alguns dias, carregando em seus bolsos,
geralmente o esquerdo. Considerou que se fosse morrer, morreria de qualquer
jeito, com ou sem um terço consigo. Não pôde deixar de pensar, por outro lado,
confrontando idéias, que para morrer teria que concluir uma ou outra coisa
antes de sair,
e ainda antes de sua partida lembrou-se de tomar em mãos o terço e enfiá-lo
no bolso, mas foi que esqueceu disso enquanto dava cabo de outras obrigações
que tem um moribundo, e foi a essa a razão por que, como dito, partiu sem
o terço para a morte. Entre as duas considerações que fez, pareceu-lhe mais
procedente a segunda, e com essa certeza em mente, excedeu-se. Durante esse
seu protagonizar de exageros, ocorreu-lhe a lembrança do terço algumas vezes,
e num rápido período em que refletia sobre qual a exacerbação seguinte, venho-lhe
à memória que dias antes encontrara o terço disposto, quase amassado em si
mesmo, foi elucidado há pouco que o terço sempre assim apareceria, e por isso
que é chamado terço e nada mais, e estava o objeto de crença, não bagunçado,
apenas disforme, sobre um livro. Não lhe foi possível esmiuçar a lembrança,
logo voltou à vida antes da morte (que, àquela noite, não veio).
Enfim, não há como ter certeza se o homem cometeu alguns absurdos porque sabia
que ia
morrer - saíra para isso -, ou se porque sabia que não ia morrer - não trouxera
o terço. O
fato é que estava ainda vivo depois dessas horas na rua. Retornou, e nada
houve no trajeto de volta. Os últimos metros antes de reter outra vez o terço
em mãos talvez fossem os derradeiros, mas não. Encontrou-o próximo ao mesmo
livro, não sobre esse, mas ao lado - não era visível de todo o recinto, só
de perto. Tomou o terço em mãos, entrelaçou-o em seus dedos, teve a lembrança
de que havia lembrado deste livro e do terço sobre ele nos momentos em que
supunha estar prestes a morrer, e junto ao terço tinha agora o livro em suas
mãos, passou as vistas rapidamente sobre duas ou três palavras, releu um parágrafo
que lhe aprazia, mas descuidou-se, e foi que machucou uma das páginas, dobrara-a
de maneira inadequada, e ao tentar amenizar o resquício do arranhão no papel,
passando as falanges repetidamente sobre o local, e depois tocando, sempre
com as pontas dos dedos, a lateral externa do livro (a borda à direita das
folhas, se está aquele que segura a obra com os olhos sobre a capa) e estava
já a imaginar que o reparo imediato estava concluído, o que podia fazer para
o momento estaria já feito, o resto de que se encarregasse o tempo, quando
sentiu que o terço lhe escorregava de entre os dedos, e foi preciso apenas
a demora do espesso líquido em se espalhar para que enxergasse o rubro a inundar
as páginas, a capa, as letras todas, e suspendendo no ar a mão que segurava
o terço, ainda antes de desfalecer viu o sangue gotejar dos pés de Cristo,
escorrendo do terço que esquecera de pegar na noite em que partira para morrer.
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p e r g u n t a r n ã o
o f e n d e
"Por que devemos tomar apenas um (01) Yakult por dia?"
xiko lopes
[email protected]
Na verdade, a fabricação do Yakult é um processo extremamente delicado e complicado
pois envolve o cadastramento e catalogação de famílias, endereços, atividades
e lazer de milhares de lactobacilos vivos, aglomerados em seu habitat natural.
Logo em seguida eles são distribuídos em pequenos dutos que levam até o setor
de engarrafamento dos potes (ou empotamento das garrafinhas). Devido ao grande
fluxo e à pouca - ou quase nenhuma - manutenção, os dutos se rompem e se misturam,
não oferecendo segurança adequada ao transporte dos pequeninos seres, causando
troca de casais e distanciamento entre pais e filhos, o que, se em alguns
casos é muito bom, pode ser trágico em se tratando de lactobacilos, e, principalmente
vivos.
Esquema:
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<---- Reservatório (habitat)
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/ <---- Dutos
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| <---- Dutos
c/problema (à esquerda)
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| <----- Garrafinhas
Depois de engarrafados, lacrados e presos na sacolinha de papelão, e ainda
balançando devido ao transporte, costumam acontecer as piores brigas dentro
de uma garrafinha ou até mesmo vendo-se pelas paredes das garrafinhas vizinhas,
pois é difícil descobrir com qual casal ocorreu a troca, ou de quem é este
filho, ou qual a proporção entre machos e fêmeas dentro da mesma embalagem,
e quem é do PT e quem é contra. Imagine, então, se eu tomar uma garrafinha
com toda esta confusão, o que poderá acontecer ao misturar outra e todos serem
do PFL... Mas, na verdade, na verdade, eu só tomo um por dia por que é a quantidade
que minha mãe diz que é certo...
bete morena
[email protected]
Não se deve tomar mais que um Yakult por dia porque os lactobacilos, cujo
tempo de vida é 24h, são seres extremamente anti-sociais que não conseguem
conviver acima de um certo número. Assim, quando bebemos 2 Yakults em um mesmo
dia, drobamos a quantidade de lactobacilos no estômago causando guerra entre
esses seres de nome tão bonitinho. O resultado é terrível: em sua sede por
destruição, liberam toxinas terríveis que são expelidas pelo nosso estômago
na forma de gases, e quanto maior o número de combatentes, maior o risco ao
hospedeiro.
bianca [email protected]
Por causa dos lactobacilos vivos... se tomamos um yakult, eles ficam em minoria,
então nosso estômago consegue matá-los.... e se tomarmos muito, eles comem
nosso estômago!!!
jander carvalho
[email protected]
O líquido que hoje recebe o nome de Yakult foi descoberto no ano de 1352 pela
tribo dos Pefele-Awe, cujos domínios iam do atual Estado do Maranhão até a
praia de Itapuã. Sua fórmula, batizida por um dos pajés como iakutirê, produzia
um composto poderosíssimo que quando ingerido em quantidades superiores a
70 ml provocava disturbíos orgânicos maiores que uma buchada de bode. Entretando,
se a beberagem fosse servida na quantidade correta, a pessoa ganhava forças
inimagináveis. O cacique dessa tribo, o famoso Acemê, caiu num caldeirão de
iakutirê quando pequeno e, de acordo com a lenda, ganhou o dom da imortalidade.
Ganancioso, dizem que ele repetiu o feito com alguns guerreiros de sua confiança
e depois vendeu o líquido, sem uma das ervas que fazia dele uma poção mágica,
para uma firma japonesa com a advertência de consumo diário até 70 ml. O dinheiro
da venda serviu como pontapé inicial para uma fortuna que não conhecesse limites.
assis domingues
[email protected]
Os lactobacilos são agentes alienígenas que se disfarçam na forma de uma inocente
bebida infantil com o malévolo plano de dominação mundial. Se consumidos acima
de 2 potes em um dia, apoderam-se do corpo humano fazendo dele um zumbi sob
seu domínio. Há inúmeros exemplos de pessoas que passaram a obedecer ao comando
alienígina após a ingestão do líquido na quantidade proibida. FHC é uma delas,
logo após ministrar sua aula semanal de Política Clássica, nosso presidente
foi ao bandejão da USP e cometeu a loucura de mandar goela abaixo 5 Yakults
na sequência. O resultado todos nós conhecemos.
pergunta
da próxima semana:
"Se é verdade que a beleza depende do modo como se olha,
como encontrar beleza no câncer de testículo?"
Ajude o Dr. José "Evasão de Privacidade" Vicente, editor do
próximo Spam, a elaborar seu relatório: [email protected].
>>>
f a l a q u e e u
t e e s c u t o
Tropeçou, caiu, machucou? Escreva para [email protected]
que passa.
"Olá pessoazinhas
do spamzine.net, estou escrevendo para tirar uma dúvida cruel que não me deixa
dormir... porque os Senhores atrasam tanto na entrega do spamzine??? no sitio
de ôces está escrito que a entrega é sempre aos domingos... blá blá blá...
estão mentindo em... isso é muito feio... vou contar para suas mães... hoje
já é quarta feira e nada do zine. Que houve? já sei vão dizer que é o trânsito...
sei sei... talvez eu acredite, sabe como é né... bem... eu também acredito
no papai noel e na cegonha, ah ah ah... por favor, entreguem o zine no domingo
tá... não gosto muito de esperar tá... bien, me madre me llama, yo tengo
ir. hasta luego niños.
beijin para a suzi hong."
Aguinaldo
goulart responde:
filho, o processo de distribuição do spamzine é deveras complicado e envolve
a ação conjunta de 1502 pigmeus africanos que percorrem as redes telefônicas
brasileiras entregando as edições de computador em computador. Ocorre que
os pigmeus são seres extremamente amorosos, que quando se encontram em um
cruzamento de linhas param o serviço para realizar um outro tipo de cruzamento.
Essa ação é positiva porque aumenta o número de mão-de-obra disponível, mas
infelizmente causa atrasos na logística de entrega.
>>>
c r é d i t o s f i n a i s
>>>
Spam
Zine - fanzine por e-mail
p.
s.
inagaki:
o mosquito não é nem federal, nem estadual, nem municipal. O mosquito é de
todos nós.
goulart:
quem mora na cidade de São Paulo já reparou como o mosquito da dengue retratado
nas campanhas da prefeitura se parece com o Serra?
dragões de
komodo: hummmm,
delícia...