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050
4 de fevereiro de 2002
são paulo  curitiba  rio de janeiro  feira de santana  goiânia  são josé dos campos  ijuí  londrina
 
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n e s t a   e d i ç ã o:
 
mulders e scullys  aposta que ela não topou  tudo sobre o nada  o homem azul  traque silencioso  doutores fausto  3 x 4  experiência lebowski  mais do mateus

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editorial
alexandre inagaki  [email protected]
 
O publicitário Washington Olivetto foi seqüestrado no mesmo dia que o empresário Abílio Diniz, 11 de dezembro. Ambos os casos tiveram a participação de estrangeiros, e foram encerrados durante um ano de eleições presidenciais. Em 1989, os seqüestradores de Diniz foram fotografados usando camisetas do PT. Tais fotos foram um dos fatores decisivos no resultado das eleições, que deram a vitória a Fernando Collor. A polícia foi acusada de ter vestido os presos com as tais camisetas. As denúncias chegaram a ser investigadas, mas o caso foi arquivado dois anos depois.
 
Carlos Heitor Cony, em sua coluna na Folha de S. Paulo escrita dois dias após o seqüestro e assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, comentou uma teoria muito em voga, sobre a migração dos crimes de seqüestro do Rio para São Paulo. A explicação: a cúpula da Polícia do Rio teria feito um acordo com os chefões do tráfico de drogas. Estes, por possuirem uma estrutura repressiva bem mais eficiente que a do Estado, coibiriam a ação dos seqüestradores. Em troca, a Polícia faria "vistas grossas" à venda de drogas no estado do Rio. Inacreditável? Muita gente esclarecida acredita nisso.
 
Fernando Souza Pinto, seqüestrador de Patrícia Abravanel, morreu de infecção generalizada gerada dentro da penitenciária em que estava confinado, sessenta dias após ter invadido a casa de Silvio Santos. Nove entre dez amigos meus afirmam com todas as letras que houve uma queima de arquivo. Um deles, repórter da Record, chegou a compará-lo com Lee Harvey Oswald, o assassino de Kennedy.
 
O Brasil está se tornando uma nação de Mulders e Scullys.
 
A sucessão de crimes estúpidos e aterrorizantes, além de disseminar o medo e pânico pela população brasileira, está fomentando o Fox Mulder e a Dana Scully existente em cada um de nós. Assim como os agentes do FBI da série de TV "Arquivo X", já não acreditamos no que o Governo ou os jornais nos dizem (ou nos permite saber), e enxergamos indícios de conspirações por toda parte. A verdade está lá fora, e deve ter saído para entregar uma pizza em alguma CPI no Congresso.
 
Quem não acredita em nada crê em qualquer coisa. E aí, adentramos as fronteiras da Chutometrolândia, aberta a toda gama de teorias dignas de um filme roteirizado por Oliver Stone. Será que os caras da FARB são os mesmos que engrossavam as "forças ocultas" das quais falava o Jãnio? Aquele amigo do Celso Daniel não tinha um caso homossexual com ele? O procurador morto em Belo Horizonte tinha alguma ligação com o pai da Cássia Eller?
 
Não me agrada ver o ceticismo estéril ser disseminado por todas as esferas da sociedade. O que esperar de uma sociedade que descrê em seus governantes? A República de Weimar me dá uma resposta que assombra. Outras respostas de deixar qualquer um encalacrado foram dadas pelas palavras que Ailton Alves Feitosa, um dos presos recapturados após uma hollywoodiana fuga de helicóptero de um presídio na Grande São Paulo, concedeu aos jornalistas em uma entrevista coletiva:
 
Repórter - Como surgiu a idéia do helicóptero?
 
Feitosa - Por baixo não dava pra ir porque existem muitos cachorros na linha de tiro. Isso me deu a idéia de ir voando. Não foi fantástico?
 
Pergunta - Quanto custou a fuga?
 
Feitosa - Não vou responder porque ninguém vai me reembolsar, né?
 
Num primeiro instante, a gente ri com a verve irônica de Feitosa. Depois pára pra pensar, e cala, pensativa. Enquanto isso, os outdoors que anunciam o Big Brother Brasil por toda a cidade perguntam: "você gosta de ver?"
 
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Há exatamente um ano a edição 001 do Spam Zine foi distribuída para as caixas postais de heróicos cento e cinqüenta assinantes. Hoje, após termos decuplicado o número de leitores, gostaria de agradecer a todos que têm nos acompanhado desde o começo. Aos assinantes que juntaram-se a nós no meio do percurso. A todos que divulgam o Spam Zine em seus sites, blogs, newsgroups, batizados, casamentos, coquetéis, tête-à-têtes. Aos colaboradores da primeira edição: AL-Chaer, Marcela Marques, Luiz Fernando Padilha, Eduardo Sumares, Lola Felix. E, principalmente, àqueles que acompanharam a gestação deste zine desde o número zero: o graaaande Ricardo Sabbag, braço direito e comparsa inseparável destes 365 dias. E as testemunhas do parto desta criança: Ian Black, Suzi Hong, Nicole Lima.
 
A gente só está começando.
 
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três poemas
márvio dos anjos  [email protected]
 
soneto da aposta que ela não topou
 
Estatísticas mostram claramente
Que as minhas chances de te conquistar
São pequenas, e não devem nem passar
Dos 6%, aproximadamente.
 
É muito pouco e chego a concordar
Que é caso de internar se eu for em frente,
Mas o índice nem é tão deprimente
Se a vida for um jogo vil de azar.

Queria te propor um bom acordo:
A gente pega os 6%, sai,
Toma um chope e começa a conversar.

Não perderás nada com isso, vai...
A gente aposta, eu provo que não mordo
E divido contigo o que ganhar.
 
*
 
torcedores
 
Sentam-se lado a lado, arquibancados.
Pagam por incertezas em minutos.
Exibem nas camisas suas crenças,
Um orgulho de filhos bem-nascidos
E as maldições do amor que não dá frutos.

Mas são todos irmãos desamparados,
Prole bastarda que adotou família,
História, tradição e antepassados,
Como um mistério atroz, lindo, supremo,
Ilegitimamente hereditário.

Os jogos são as noites de Natal
Dessa grande família desunida.
Meninos que jamais ganham brinquedos
Assistindo aos parentes presenteados
Agüentando essa inveja, comportados,
Pedindo apenas pra brincar também.
 
*
 
soneto atropelado
a uma garotinha blasée da faculdade
 
Quando ouço a valsa do teu ir e vir,
Emudeço e permito que teus passos
Toquem nos corredores os compassos
Que ainda não me acostumei a ouvir.
 
Espectador, me perco ao assistir
À linda sinfonia dos teus traços...
...faria tudo até dar-te uns amassos,
Mas güento a onda e esforço-me em fingir.

O foda é que és escrota pra caralho:
Desfilas sonsa em vestidinho preto
Sem deixar nem um pouco de esperança,
 
Desconcentras a mesa de baralho
E (embora eu viesse bem), com tal lembrança,
Acabei destruindo um bom soneto.

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a difícil arte de ser nada
joana ribeiro  [email protected]

Hoje acordei com vontade de ser nada. Entendam bem, não é que eu queira fazer nada, eu quero ser nada. E não é nada fácil ser nada. Se eu ficar horas parada na praia pensando, eu serei uma mulher parada na praia pensando. Não é isso que eu quero. Quero que as pessoas me olhem e não consigam me definir pela absoluta falta de características. Quero ser algo como o César Filho. Parem e pensem: o que é o César Filho? Ex-noivo da Angélica? Ex-apresentador de televisão? Ex-ator? Pelo amor de Deus, vamos combinar que ser ex é ser nada.

Filosoficamente, a definição do nada é muito complexa, são páginas e páginas para se chegar a uma conclusão que seria facilmente resumida em algumas figuras. Além do já citado César Filho, temos bons exemplos do vazio completo em Gabriela Duarte (o nada ator), Al Gore (o nada internacional), Christian Fittipaldi (o nada esportista), Dom João (o nada histórico), Antônio Soares Calçada (o nada dirigente de futebol). Poderia listar uma infinidade de nadas famosos, mas vou parar por aqui para não encher a página de vazio.

O importante não é quem é, mas o que é ser nada. Para ser incluído nessa categoria é preciso conseguir fama, sucesso, dinheiro, sem ter um talento em especial, sem nunca conseguir se destacar no que faz, nem positiva nem negativamente. Pense rápido e me diga, em menos de 10 segundos, o nome de uma música do Orlando Morais. Acabou o tempo! Nada!

O ser humano pode ser classificado de três formas: o desconhecido, a celebridade e o nada. O desconhecido é aquele cara que você nunca viu na vida, que pode circular no calçadão sem congestionar o trânsito e não é convidado para o camarote da Brahma. As celebridades são as estrelas das artes, dos esportes, da política ou de qualquer outra coisa - brilham sempre, mesmo quando fazem um trabalho horrível, só a presença delas já é um acontecimento. Já o nada é uma mistura: quando anda no calçadão deixa em todos aquela sensação de "conheço esse cara", faz questão de ir ao camarote da Brahma e geralmente vive na sombra de alguma verdadeira celebridade.

Não pensem que é fácil ser nada. Talvez o caminho até o estrelato seja mais fácil, se você tiver algum talento. Mas ser nada é uma arte difícil, além de não ter talento (o que é comum, claro que não é defeito), é preciso arranjar um pretexto para colocar sua cara na mídia, pode ser abandonando o MST para posar na Playboy ou tendo um caso com alguém famoso, não importa. Feito isso, é preciso demonstrar a todo momento a sua falta de talento, nada de se destacar em uma novela ou vencer uma corrida na Fórmula 1, é de suma importância manter-se na média, não ser o pior nem o melhor. Respeitando esses princípios básicos, você tem tudo para ter sucesso como nada. E é isso que eu resolvi ser, não dá trabalho, dá dinheiro, não é necessário ter prática nem tampouco habilidade. Pelo contrário, ajuda bastante se você não tiver.
 
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n a v e g a r   i m p r e c i s o
 
ele morre, ela não
http://thisistheend.blogspot.com
Terrorismo cultural com alto grau de perversidade. Um blog exclusivamente dedicado a estragar o prazer alheio, dedurando os finais de filmes como "Titanic", "Amnésia", "Os Outros", "Seven", "O Sexto Sentido"... Ideal para sacanear seus amigos cinéfilos.
 
o diário de uma dona-de-casa
http://vidadebete.blogspot.com
Acompanhe as singelas desventuras da mulher do lar Elisabete Joselaine de Jesus, e das pessoas que fazem parte de sua vida: o marido Guinaldo, seus filhos Alcione, Deonir e Darcy, os amigos Randercleison, Demerval e Woshintom, as amigas Myrileide (mulher do Waldinho do apê 500) e Geuzeli (a gorda sorridente de Ribeirão Preto)...
 
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o homem azul
gabriel valmont  [email protected]
 
Sexta-feira, nove horas da noite e eu vou me matar. Resolvi fazer isso há uma semana, como vêem, a decisão não desviou-se da minha cabeça.

Jantei, tomei um banho, escovei os dentes, reli alguns belos pensamentos e sentei na moldura da janela do 11º andar - meu apartamento. Chegou a hora em que vejo em minha mente todos os problemas que deixam minha vida um fracasso.

Fechei os olhos. Não quero ver o "abismo".

Abri os olhos, acho melhor ver o chão enquanto caio.

Fiz meu último pedido enquanto olhava para todas as pessoas andando nas ruas, morando nos prédios vizinhos. Pessoas e suas vidas. Pessoas e seus problemas.

Olhei para o prédio na minha frente, casualmente vi, pela janela, um homem de cor azul. Ele estava sentado em uma poltrona bastante confortável, tinha uma xícara de café na mão direita e assistia televisão tranquilamente. Nada mais podia incomodá-lo. Este homem azul irradiava uma certa calma, uma felicidade pessoal e comum; como se esse ato rotineiro - o de assistir tv - trouxesse a devida alegria à sua vida.

Por um instante eu pensei e me perguntei: por que ele estava feliz? por ele não se importava? Instantaneamente entendi que sua situação era confortável pois ele era diferente. Ele era azul. Nunca vi um homem azul antes e nem creio que você tenha visto. Mas o que acontece é que ele era, de fato, azul!

Sai da janela e procurei algum tubo de tinta azul na dispensa da minha casa, depois no meu quarto, depois no banheiro, no quarto de visitas, e por fim, não tinha encontrado nada.

Peguei a chave do carro e desci do meu apartamento. Fui imediatamente procurar tinta azul em qualquer farmácia ou loja que estivesse aberta à essa hora. Algo me dizia que eu tinha encontrado a felicidade.
 
*

Domingo, oito da noite e eu estou azul. Há dois meses venho acompanhando a rotina do homem azul em frente ao meu prédio. Há dois meses eu me pinto de azul. Compro 4 tubos de tinta todos os dias para poder me pintar. Nesses canais de shopping, encontrei uma tinta especial que não irrita a pele, estão vindo 70 tubos de tinta azul, deste tipo, dos EUA para o meu apartamento. Quase não saio de casa. Minhas saídas acontecem quando o homem azul sai.

Ele trabalha num circo, tem 28 anos, não é casado, não trabalha fim de semana, não recebe visitas em casa, é feliz, sua pele é azul por natureza e eu o invejo por isso. Eu o amo.

Hoje ele chegou do trabalho e preparou seu jantar. Depois de ter comido, ele tomou banho, escovou os dentes e releu alguns trechos de livros. Agora, o homem azul está sentado na janela com as pernas viradas para a profundidade da cidade. Para as ruas onde passam jovens empresários, prostitutas, camelôs, políticos, padres e mendigos. Eu me desespero, abro a janela e grito que ele não deve se matar, que eu invejo a vida dele, que ele vive bem e que, pelo amor de Deus, não deve se matar!

Ele me responde que não acredita no que eu digo. Me diz que sua vida é fracassada, que é um tédio, que ele está cada vez mais apático às coisas ao seu redor, e que não vale a pena continuar vivendo daquela forma.

Ele pula.

Eu choro. Choro durante uns 5 minutos.

Vou até o banheiro tentar tirar a tinta azul do meu corpo, mas não sai. Já sou azul. Sou azul. Azul. Que grande merda! Volto à janela e vejo o corpo azul caído, morto, sujo de vermelho. A minha vontade de pular a janela surge, me preenche. Estou de volta. Não me sinto mais azul.

Olho para o mesmo prédio na minha frente, observo um homem vermelho deitado na cama. Por que ele está tão tranquilo? Por que ele não se preocupa com nada? Como ele consegue?

Semana que vem, chegarão 10 tubos de tinta vermelha para mim.

Vou viver feliz novamente.
 
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l i s t a s   a b o b r o l
 
algumas listas malucas...
garota de botas  [email protected]
 
cientistas ingleses que trabalharam com pesquisa sobre ovnis e suicidaram-se:
- Ernest Brockway, suicidou-se em 1982;
- George Franks, enforcou-se em 1984;
- Stephen Oke, enforcou-se em 1985;
- Jonathan Wash, pulou do alto de um prédio em 1985;
- Arshad Sharif, amarrou a corda no pescoço e a outra ponta numa árvore, e depois deu a partida no carro, em 1986;
- Vimal Dajibhai, pulou de uma ponte em Bristol em 1986;
- Peter Peapell, suicidou-se arrastando-se para baixo do carro na garagem em 1987;
- David Sandes, lançou seu carro em alta velocidade contra um café em 1987;
- Shani Warren, afogou-se em 1987;
- Trevor Knight, suicidou-se em 1988;
- Brigadeiro Peter Ferry, auto-eletrocutou-se em 1988;
 
desapareceram e não foram mais vistos:
- Glenn Miller, músico em 1944;
- Coronel Fawcett, explorador em 1925;
- Amélia Earhart, aviadora em 1937;
- Michael Rockfeller, antropólogo em 1961.
 
monumentos estranhos:
- 5 estátuas cheias de charutos na fonte da Áustria (Viena);
- estátua mostrando o rei Charles II a cavalo, pisoteando um inimigo (Londres);
- baixo-relevo da bota de Benedict Arnold (NY);
- monumento ao caruncho do algodão (Alabama).
 
restos mortais preservados:
- o coração de Santos Dumont;
- o osso do calcanhar de Ben Johnson, dramaturgo inglês;
- a cabeça de Joaquim Murrieta, bandido mexicano;
- a quarta vértebra cervical de Charles I, rei inglês;
- cabelos, dente do siso, coração, estômago, intestino e pênis de Napoleão Bonaparte.
 
ruivos:
- Winston Churchill;
- Jonas Bloch;
- Lucille Ball;
- Henrique VIII;
- Napoleão;
- Nero;
- Salomé;
- Ferrugem.
 
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oração
daniela abade  [email protected]
 
Deus,
 
Apesar de eu não ter certeza de sua existência, apesar de não estar muito segura de sua imagem, gostaria de fazer um pedido...

... Ok, eu sei que pode parecer meio egoísta. Tanta gente precisando de tanta coisa eu aqui enchendo seu saco com problemas menores. Aliás, senhor, você tem saco? Ou será você uma senhora com úteros e ovários? Sabe que de vez em quando eu acho mais provável que você seja mulher? Porra, só estando de TPM para explicar tanta merda que acontece por aqui. Ou talvez você nem saiba da nossa existência. O que explicaria melhor a merda. Essa história do grande criador pode ser só mais um delírio, dos muitos criados pelo ser-humano. Você pode não ter criado porra de Terra nenhuma. Foi um acontecimento involuntário. Tipo... Um peido. Comeu feijão demais, não conseguiu se controlar e pimba! Fez-se a Terra. O grande Pum.

Olha só... Até que essa versão faz sentido, porque se, no exato momento da flatulência, alguém tenha se incomodado e questionado de onde vinha aquele cheiro, não tenho dúvidas  que você negou categoricamente sua indesejável criação. Eu faria o mesmo: “Cheiro? Que cheiro?” Com três palavras você escondeu nossa existência. Saiu assobiando. E ainda deve ter ido para bem longe para não ter que conviver com o incômodo.

Sim, saiu do seu corpo, mas você naturalmente virou as costas para sua mal-cheirosa obra. E lá fomos nós - o peido rejeitado, o traque negligenciado - flutuar pelo universo abandonados a nossa própria e caótica evolução.

Acho que isso explica tudo.

Ah, essa história começou com um pedido, né? Esquece. Já cheguei a conclusão que você não vai ouvir mesmo. Não sei porque, mas tenho a impressão de que você deve ser daqueles (ou daquelas?) que soltam pum em silêncio.
 
Amém.
 
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p e r g u n t a r   n ã o   o f e n d e
"Se você fosse obrigado(a) a vender sua alma ao Diabo, o que pediria em troca?"
 
camila saccomori  [email protected]
Se é pra vender a alma, peço em troca o corpo. Da Gisele Bündchen, tchê.
 
aline  [email protected]
Putz.... com certeza eu pediria um povinho mais informatizado e menos alienado... ah, e também (quem sabe, neh?!) um cara muito legal com piercing no mamilo, bem dotado, com uma mente boa pra se falar de tudo, bom de cama, que seja feminista, aventureiro e bem romântico. Ah, e que tenha uma mina legalzinha para se fazer um ménage!!!
 
edney soares de souza  [email protected]
Eu pediria para reviver minha adolescência em "loop". Mantendo minha mente inalterada durante todo o processo, voltar aos meus 13 anos sabendo do que eu sei hoje com certeza faria minha adolescência mais "interessante" do que já foi! E sabendo que antes de completar 20 eu voltaria ao 13 me livraria da grande maioria das obrigações dessa época deixando muito mais espaço para a curtição, acho que até uns 100 anos dá para fazer esse loop mais umas 10 vezes e ainda sobram alguns anos. 10 adolescências em uma vida, com pai e mãe cuidando de mim, uma vida de curtição...
 
ana rachel  [email protected]
Um prêmio da Mega Sena resolveria grande parte dos meus desejos e problemas, mas está mais fácil vender a alma ao Diabo. Vocês me deram uma boa idéia. 
 
* Princípio de anorexia e bulimia;
* Uma livraria;
* Um apê com um closet imenso e cheeeiiio cheio de roupas e maquiagens (todos nós temos um lado fútil);
* Ser uma excelente jornalista (no caso, o Diabo só ajudaria com a sorte. O resto depende de mim.);
* Que meu namorado seja incondicionalmente caído por mim. (relação de 3 anos desgasta, né?);
* Que eu tenha um equilíbrio interior inabalável;
* Que eu nunca mais cometa gafes. (o Diabo teria que ficar me vigiando constantemente. Acho que ele não iria aceitar. Tudo bem, eu entendo);
* Que meu livro fosse um sucesso.
 
Peguei umas velas pretas. Depois conto pra vocês se deu certo.
 
pedro gonzalez  [email protected]
nada, eu a daria na boa mesmo. mas teria que ser uma bela diaba. infelizmente o que vale hoje é o corpo, a alma não vale um copo de cerveja. vale sim o corpo. vale muitos litros de cerveja. vale uma fatia considerável no maldito "market share" das multinacionais cervejeiras (ambev também é multinacional, não nos esqueçamos!); e tudo o que complementa este pensamento é tudo o que nós todos já sabemos e por quê, porque não tentamos mudar nada, é a grande questão. que o diabo leve mesmo minha alma. já levou tudo o que eu tenho mesmo...
 
al-chaer  [email protected]
Business. Vai aí uma dica de economia aos leitores (potenciais investidores) do Spam Zine: O Diabo não compra. AL-uga. É um péssimo inquilino: paga em dólares, mas você fica com seu imóvel todo colonizado, com os rastos (pasmem: "rasto" é forma mais usada do que "rastro", segundo o Aurélio; de acordo com o Houaiss, cabem as duas formas) da decoração Yankee. Quando começar a pagar em "euros", poderemos negociar, afin-AL o "euro" será, em breve, um "negócio da China". A propósito, a China será a Grande Potência do Terceiro Milênio, o "Gigante Amarelo". Churchill já dizia isto ao final da Segunda Guerra.
 
Por falar em amarelo, por favor não me peçam para iniciar um periódico sobre economia aqui no Spam (que seria o Spam FinanZine), pois de economia eu só entendo de Vermelho: meu s-AL-do. E, depois da AL-truísta dica sobre Nossa Língua Portuguesa, já me adianto, "mui respeitosamente", que também vou declinar do convite para assumir a futura seção de Gramática (que seria o Spam PortugueZine).
 
O tempo é curto. Coisa do Demo. Falando em demo, minha vida é shareware. O download data de 11 de agosto de 1963 e a licença pode expirar a qu-AL-quer momento. "Aos amigos, um bom-dia. Aos inimigos, um dia bão.", li isto num pára-choque de caminhão. Deus é Grande. Deus é Brasileiro. Putaquiupariu! Pagava em URV, agora paga em Real! Alah, Alah meu bom Alah! Onde estás que não respondes pelo paradeiro do Bin Laden? Hosana, Osama, nas AL-turas. Viva a Palestina! "Eu quero uma casa no campo... eu quero carneiros e cabras pastando solentes no meu jardim (Zé Rodrix, by Elis Regina)". Que a Laura seja feliz...
 
danilo ancete  [email protected]
Pediria ao Diabo o Reino dos Céus!

pergunta da próxima semana:
"Qual foi o maior vexame pelo qual você já passou?".
Mande suas confissões inconfessáveis para [email protected], a gente promete que só conta nos ouvidos de nossos dois mil leitores.
 
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retrato 3 x 4
aline sanfelici  [email protected]
 
Não drogada, não prostituída. Não gringa, não caipira. Não louca, não santa. Não mulher, não criança.
 
Quase dança, quase escreve. Quase desatenta, tudo percebe. Quase preguiça, não perde um detalhe. Quase solteira, até que a geografia nos separe.
 
Sempre quieta, até que fala bastante. Quando dá risada alto, consegue ser contagiante. Sempre se lembra, mesmo que não seja importante. Nem sempre poema, lê terror, amigos e romances.
 
Nunca liga no dia seguinte, não curte lances piegas. Nunca bebe demais da conta, “só se for entre colegas”. Nunca admite seu prazer em julgar-se, mas se hoje é decente, antes foi brega.
 
Às vezes se apaixona e quase sempre se engana. Vez ou outra acha bom experimentar, mas se não gosta ela reclama. Às vezes acha que arrasa, e no fundo reconhece que erra. Tem uns dias tranqüilos e muitos dias de guerra.
 
Pouco conhece, apesar de querer engolir o mundo. Porém, não se apressa: quer morrer naturalmente e gagá.
 
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s p a m   c i n e
acontece nos filmes. acontece na vida. acontece em [email protected].
 
grandes mistérios da arte universal: o grande lebowski
tiago soares  [email protected]
 
Sob a pintura dos quadros renascentistas, dizem alguns, escondem-se traçados matemático-geométricos através dos quais fizeram-se possíveis as representações de coisas como aquela dona de riso meio estranho e uma ou outra cena da vida urbana pelos idos dos seiscentos. Outros dizem que, se você sincronizar de maneira correta a exibição de "O Mágico de Oz" com a audição do "Dark Side of the Moon", imagens e sons se juntariam numa embasbacante experiência sonoro-visual astuciosamente calculada pelos rapazes do Pink Floyd. Discos do Black Sabbath esconderiam orações satânicas audíveis apenas para apreciadores sem medo que rotacionassem ao contrário vinis da banda em seus aparelhos de som, e em livros do Castañeda estariam dissimuladas mensagens xamânicas visíveis apenas para os "escolhidos"; seja qual for seu ramo preferido da arte,
existirá sempre um boato sobre significados escondidos, mensagens codificadas e imagens camufladas que resgatariam obras artísticas diversas do limbo da interpretação total, trazendo-as de volta à vida com representações novinhas em folha apenas esperando para serem arrancadas de seus signos.

Eu nunca acreditei muito na veracidade dessa coisa toda, o que não me impediu de ter, mais que uma vez, tentado a sorte com uma ou outra dessas lendas artístico-urbanas, só para ver se conseguia espremer alguma coisa a mais de um disco ou livro ou filme do qual já estivesse com o saco meio cheio. E eu posso te dizer com algum conhecimento de causa que existem, sim, mensagens sussuradas nos alertando sobre a morte de Paul McCartney no final de "Strawberry Fields Forever"; e que "Revolution Number 9", se tocada ao contrário, revela uma voz tétricamente monocódia nos dizendo "turn me on, dead man".
 
Eu tentei inutilmente encontrar mensagens cifradas em livros, e não menos inutilmente virei quadros de ponta-cabeça para ver se encontrava alguma figura demoníaca, ou velha, ou infantil, ou fosse lá o que o quadro da vez me prometesse revelar. E eu pus pra tocar o "Dark Side of the Moon" enquanto assistia ao "Mágico de Oz" - pra falar a verdade, eu pus para tocar a discografia completa do Pink Floyd enquanto assistia a clássicos diversos da filmografia lisérgica internacional, e posso lhes dizer que, em todas minhas tentativas, música e imagens acabavam, uma hora ou outra, sincronizadas - o que me faz acreditar que, se você resolver ter tocando em seu toca-discos o "Never Mind the Bollocks" dos Pistols com a novela global de sua preferência, a coisa alguma hora vai acabar funcionando.

A experiência última, porém, para desbravadores artísticos que exigem uma apreciação um pouco mais, digamos, radicalmente interativa com obras de arte, seria a prática do que eu e alguns outros interessados convencionamos chamar de "Experiência Lebowski".

A tal experiência surgiu do mito segundo o qual o filme "O Grande Lebowski", dos irmãos Coen, seria o resultado de um estudo profundo acerca dos efeitos do tetraidrocanabinol nas faculdades perceptivas humanas. O filme, uma comédia sobre um maconheiro que acaba no meio de uma trama envolvendo seqüestros e campeonatos de boliche, é pontuado por personagens esquisitos, seqüências psicodélicas e diálogos com sentenças que se repetem por mais vezes que o normal. Essa estrutura cinematográfica aparentemente bizarra serviria a um propósito: um filme que funcionaria em todo seu potencial apenas para espectadores chapados.
 
A coisa toda funcionaria da seguinte maneira: a cada vez que o protagonista acendesse unzinho, os espectadores deveriam também fazer uso de seus respectivos baseados. O andamento das cenas subseqüentes seria calculado levando-se em consideração o tempo e o caráter dos efeitos do THC no sistema nervoso humano. Assim, em momentos nos quais o efeito é mais forte, a história é interrompida por cenas lisérgicas. Nos períodos nos quais o efeito começa diminuir e a capacidade de apreensão do espectador ainda não é das melhores, são iniciados diálogos aparentemente estúpidos e repetitivos; e, quando alguma ordem começa a ser restaurada, a história volta a ter um andamento aparentemente normal.
 
Bem, eu posso lhes dizer que pus a teoria em prática por umas duas ou seis vezes, e que o conceito funcionou lindamente em cada uma delas. Eu tentei a prática também com seriados dos anos 70, e com filmes dos anos 60, e com discos do Jethro Tull, e com gibis do Robert Crumb. E, bem, isso até que funcionou, aqui e ali. Mas, sabe, não é a mesma coisa.
 
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i don't like the drugs, but the drugs like me
mateus potumati  [email protected]
 
[para ser lido escutando bola de gude, bola de meia, milton nascimento e pretty noose ao vivo, soundgarden]
  
deus, como falar sobre drogas dá repercussão. desde o começo do spamzine eu nunca havia recebido tantos e-mails comentando a coluna quanto esta semana, em que escrevi sobre o senhor dos anéis. pra quem não leu, o texto expunha a minha teoria de que a trama do filme é na verdade uma fábula alegórica sobre o mundo das drogas, baseada em uma polarização moral: maconha é bom e cocaína é ruim.
 
a elisa, do rio de janeiro, perguntou se eu sou um louco conspiratório *procurando mensagens subliminares em caixas de cereais*. louco é um termo meio controverso, não sei me posicionar a respeito. conspiratório eu nem me acho tanto, elisa, apesar de assinar e ler o relatório alfa ("descubra o que não querem que você saiba" - http://www.relatorioalfa.com.br). apesar de alguma afinidade com a coisa, no mínimo me faltaria disciplina para tanto. mas já que você mencionou, esse lance dos cereais é estranho, muito estranho. aquela arara do fruty loops tem um quê de tropicalismo idealizado típico do imperialismo, uma coisa zé carioca. e aquele tigre, olhando agora, além de símbolo de dominação tem jeito de viado. aliás, por que você tocou no assunto? sabe de alguma coisa? seu nome é mesmo elisa? você conhece este código: "ju-achava-tetlas-na-serra-da-contamana-edson-hsueheha-&509"?
 
bem.
 
minha amiga carla zuqueto, de cascavel, lembrou-me de que na época em que o tolkien escreveu a história o narcotráfico não era o que é hoje. o argumento é coerente, carla, mas quando marx escreveu o capital o dragão insandecido capitalista era apenas um dragãozinho bonitinho e verdinho, que soltava um foguinho fofinho pelas ventas.

outras pessoas me escreveram agradecendo por estar prestando algo como um serviço à moral, à saúde, ou seja lá o que for. o marco aurélio (juridico) -sic-, que não diz de onde é, lembra ainda que no final mesmo transar pode ser ruim. é verdade, marco aurélio, dar uma de michael douglas -que admitiu ser viciado em sexo e ter tido uma média de 3 relações sexuais ao dia durante décadas- além de ser doença deve esfolar o pau. mas isso que você disse só mostra que, no final, comportamentos viciados é que fazem mal.
 
aproveitando, eu queria esclarecer uma coisa. minha intenção não foi *alertar*, *instruir*, ou algo. não quis exercer nenhuma função moralizante, ou pelo menos não de forma taxativa ou doutrinadora. talvez seja conveniente recorrer a um clichê para me explicar: drogas fazem parte do mundo, e a pior atitude é certamente fechar os olhos a este fato. aí já vem todo aquele arsenal de obviedade polêmica sobre drogas lícitas e ilícitas, mas não quero falar sobre. porque vou começar a dizer que cocaína e heroína deveriam ser vendidas na padaria, com grau de pureza 1000% maior e preço 1000% inferior. que ácido lisérgico  deveria vir em embalagens coloridinhas e alegres, como dip'n'lik. que maconha deveria ter a venda totalmente proibida, e o plantio em casa estimulado em campanhas televisivas, e que estas mesmas campanhas ensinassem a fazer haxixe. que o governo deveria estudar algum produto para substituir a cola de sapateiro, competente em oferecer aquele mesmo estado de sublimeza e demência, mas que não deixasse a boca do sujeito -quando não a cara inteira- fedendo e nem queimasse tantos neurônios. enfim, minha caixa ficaria entupida, são idéias muito vanguardistas até para certos leitores de fanzine.
 
além disso, a concretização desse tipo de projeto seria barrada por todos aqueles que lucram horrores com a pobreza mental e espiritual das pessoas (gente de tevê, marqueteiros, políticos, religiosos, traficantes, isso quando todas estas *qualidades* não se concentram em uma só pessoa). o fato é que me entristece e me deixa muito puto essa obsessão do grande poder em esconder tanto quanto possível qualquer tentativa de clareza referente às drogas. todas as propagandas pretensamente educativas do nosso governo são péssimas, sem exceção. as que não são meramente rasas de raciocínio e sensibilidade são no máximo engraçadas, pelo viés do ridículo, como aquela dos caras que ficam retardados por causa da maconha - vocês sabem: 'a maconha mata. seus neurônios'. quem fuma, dá risada (normalmente está chapado quando vê a propaganda). quem é ignorante no assunto, tem apenas seus preconceitos reforçados e aceita, cada vez com mais facilidade, verdadeiros absurdos estruturais como a violência policial contra usuários. o único serviço que esse tipo de propaganda presta é deseducativo, tremendamente útil a quem deseja a continuidade do estado de coisas, seja por interesse direto, seja por mera preguiça de pensar. não pensem que estou sendo cruel, há pessoas que lutam a vida inteira para conquistar o direito de não pensar, e esta às vezes é uma opção de vida não só respeitável como tentadora.
 
no brasil, infelizmente, ainda não chegamos a um grau (sem trocadilho, por favor) de maturidade social para tratar nacionalmente do tema fugindo dos chavões do sensacionalismo, do ridículo, do pastelão e do medo, todos eles crias nefastas de nossa tradição autoritária. claro, isso precisa funcionar primeiro em outro lugar para que possamos importar (como diz o rafael moralez, editor do grande fanzine londrinense produto do ócio, 'é americano. é bom'). e se um dia isso acontecer, será feito de forma corrompida e fragmentada. não, não é mero derrotismo ou pessimismo, é o que nos conta nossa própria História.
 
outros países, porém, já foram forçados a acordar para a coisa. holanda e europa em geral já são caso antigo. o mais novo e notório membro do time são os eua, mais especificamente hollywood. lá, como cá, a vida pública é em grande parte contada nas telas. aqui, na tevê (leia-se novelas da globo), lá, no cinema. talvez a obra mais rica a respeito do assunto, somando-se qualidade de *mensagem* e alcance social, seja o filme TRAFFIC. qualquer professor sério que dê aulas a alunos com mais de 10 anos de idade, não importa que matéria lecione, deveria realizar uma sessão comentada sobre ele. primeiro, porque é um filme bem feito, a trama é muito bem amarrada e os atores são excelentes. benicio del toro dói de tão bom. segundo, porque reúne um número altíssimo de elementos indispensáveis a uma análise sensata sobre a questão das drogas. terceiro, porque expõe estes elementos de maneira sensível, sem qualquer ismo idiota (paternalismo, autoritarismo, sensacionalismo, sentimentalismo, moralismo, patriotismo, digam mais).
 
o filme leva inapelavelmente à conclusão que deveria ser óbvia: não há como dar uma solução plausível ao problema das drogas do jeito que os governos têm feito. a pretensão panóptica dos estados nacionais é um pedantismo simplório, que não só possibilita o funcionamento do mercado ilícito de narcóticos, muitas vezes gerado em suas próprias entranhas, como o força a se tornar cada vez mais bem articulado para sobreviver.
 
de uma forma geral, os ricos (digo os gringos, os ricos de verdade) estão sendo forçados a  pensar. muito do que o liberalismo construiu está caindo sobre si mesmo, constatação que  ganhou uma literalidade lúgubre e irônica a partir de 11 de setembro. de que outra forma  entender o bizarro pronunciamento do diretor-chefe do fmi em nova iorque, dia 2 de fevereiro?
 
ok, estou ampliando demais a análise. daqui a pouco vou começar a falar de yin e yang e depois parar de escrever para ficar só ouvindo o om. engraçado, até um om artificial inventamos: o om da ventoinha da placa-mãe. hjh, se o darma lovers ainda não fez uma música com este nome, deveria fazer.
 
bem, o espaço-tempo se fecha sobre mim. agradeço a todo mundo que escreveu, a todos os elogios que não tive como citar na íntegra aqui. é gostoso saber que estão lendo o zine. ele é feito pra isso, afinal.

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ah é, deixa eu fazer um merchandising: entraram músicas novas no site da minha banda, espíritos zombeteiros. escutem exclusivamente em www.mp3.com/espiritoszombeteiros:
*o parasita*
*o espelho* (duas versões, em estúdio e ao vivo)
*pra mim e pra você também*
além dos antigos sucessos, lógico ;?B

entrem lá, meus queridos, contem pros camaradas. é transa lôca lôca lôca. e aguardem, que vocês ainda ouvirão/lerão muito a respeito de londrina neste ano.
 
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f a l a   q u e   e u   t e   e s c u t o
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"Ricardo,
Muito bom o seu editorial para o último Spamzine.
Parabéns :) Sensato, direto, claro. Você escreve muito bem :)
Você que teve varicela?
[]'s"
Carla Regina

sabbag responde:
Carla, obrigado pelos elogios. Espero que a edição tenha a agradado. E, sim, era eu quem estava com varicela, mas essa senhora já deixou os domínios do meu corpo - deixando marcas indeléveis em algumas localidades particulares. Saluts, R.S.

"Absolutamente porreta essa edição 49, zentis. A começar pelo editorial, onde micieur recém-saradão Sabbag disse o que eu andava querendo ouvir e não sabia. A apelação da TV tá virando tabu. Se vc não gosta, é boiola ou careta. Não pode ser simplesmente alguém que não gosta. Heleine Fernandes desfilou lirismo. Um lirismo meio Orwell meio La Fontaine meio Wilde. E a decodificação do Senhor dos Anéis do Potumati foi dez. E teve moral, ainda! Congratulaciones!"
Marco Aurélio Brasil
 
inagaki responde: caro Marco, aqui não é entrega de Oscar, mas enfim: em nome de todos, aceito os seus cumprimentos. Concordo contigo, a televisão está amealhada de propagandas que abertamente subestimam a inteligência e o bom gosto dos telespectadores. E falta sutileza no mundo, meu caro, ah falta. Talvez alguns elfos e umas ervinhas de hobbits poderiam resolver o problema. É assunto para se pensar, huh? Um forte amplexo.
 
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adriana beal: Você está convidado a ficar em casa num dia desta semana em que normalmente sairia para jantar fora, ir ao cinema ou a um barzinho com os amigos, e a doar o dinheiro que seria gasto nessa diversão para a Creche Santa Luzia. Para maiores detalhes, visite: http://www.vydia.com.br/3setor/santaluzia.htm.
 
novaes: Saudações a todo o pessoal que lê o Spamzine, daqui do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Fica prometido um texto para a seção 'Meninos eu vi', dando uma geral do que rolou.
 
sanfelici: Aquele que tem dengue é o Dengoso. O problema do Atchim é gripe, e do Zangado, estresse (hohohohoho).
 
hong: Pode até ser exagero meu, mas depois do que houve com a Patrícia Pillar, e considerando meus 27 anos a serem completados em menos de uma semana, minha vida sedentária, alimentação extremamente desregrada, estresse e os 20 cigarros que consumo diariamente, além do fato de nunca ter engravidado (thanks God), vou começar a fazer auto-exame nos seios mensalmente. O único problema é que ainda não aprendi a distinguir gânglio de nódulo. Aliás, seio tem gânglio, não tem? =P