SpamZine_______________
043
16 de dezembro de 2001
são paulo  rio de janeiro  joão pessoa  londrina  florianópolis

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n e s t a   e d i ç ã o:
 

leituras desatentas  compreensão de copacabana  diálogos nada pueris  top 5 botecos  amantes célebres  nas ruas de londrina  estória do mundo  da força do acaso  gatinho latindo  beto & ana

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editorial
alexandre inagaki  http://inagaki.blogger.com.br
 
Escreve-se muito, lê-se pouco e mal na Terra Brasilis. Prova inconteste foi a divulgação de um teste internacional realizado com estudantes de 15 anos do mundo inteiro, a fim de avaliar a capacidade de compreensão de textos de cada país. Ficamos, entre 32 nações, na última colocação, atrás de Liechtenstein, Portugal e México. A conclusão: brasileiros, no geral, lêem, mas demonstram incapacidade para interpretar textos, articular parágrafos e compreender as idéias entrelinhadas no que está escrito. A despeito da difusão de weblogs, fanzines e outros meios de veiculação da palavra escrita, o fato é que estes são tempos nos quais leitores eletrônicos (ou não) dependem de emoticons, que mastiguem por eles as ironias, críticas e opiniões emitidas em um parágrafo. :(
 
Talvez a explicação para tamanha pobreza de leituras esteja na pressa com que vivemos o dia-a-dia. Vejam, por exemplo, a pressa injustificada com que pulamos de canal em canal no zapping do controle remoto: não é o que está passando que importa, mas o que mais está sendo exibido. Mal temos tempo em digerir o dilúvio de dados que nos é empurrado retinas abaixo. Tudo ao mesmo tempo agora: um mosaico caótico que, de tantas informações que nos são oferecidas ao mesmo tempo, acaba se transformando em um quadro abstrato. Um amálgama de letras passeando pela tela e manchas coloridas, uma pintura distorcida de Basquiat desprovida de todo e qualquer significado: lavagem cerebral.
 
Enxurrada de dados. Cada portal de Internet é um amontoado de manchetes justapostas. Sem conhecer os precedentes históricos de cada evento, tornamo-nos maniqueístas, como em um blockbuster hollywoodiano. O Taleban é mau porque é mau, e ponto. A História é uma velha senhora desmemoriada, e os fatos são reescritos pelos sobreviventes. Ou apagados, como as imagens de Trotsky ao lado de Lênin durante a Revolução Russa, que eram removidas manualmente de cada foto a mando de Stálin.
 
Essa perda generalizada de sentido afeta a emitentes e receptores de comunicação. E explica, em parte, a pobreza da arte contemporânea (explicitada pela estéril grandiloqüência das instalações "multimídia" de Bienais), reflexo fiel desta era descontextualizada e empobrecida de utopias. Uma arte voltada para si mesma, desconectada do mundo lá fora: cínica, cética, descrente em movimentos sociais e fechada em tergiversações metalingüísticas. Reconhecidamente incapaz de mudar o mundo, a produção artística assume, mesmo que envergonhada, a condição de mero produto cultural, e a cobra come o próprio rabo. Os leitores são dispersivos porque a arte perdeu a sua aura? Ou a produção artística acatou a diluição de sua mensagem pelo establishment devido à pasteurização de seu público?
 
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O Spam Zine, modestamente, faz a sua parte, na tarefa de lobotomizar leitores com seus tijolos semanais de literatura interativa, ficções reais, versos anárquicos e lirismo nonsense. E conta, hoje, com a ajuda preciosa de Indigo Girl (em um conto verdadeiramente digno de antologia), Alexandre Carvalho (e seu Top 5 etílico), Lau Siqueira (grande poeta gaúcho exilado na Paraíba), Mateus Potumati (o filho pródigo de Londrina), Pedro Vitiello (nosso historiador de plantão), Fernanda Luft (sem medo de ser lírica), Gaspar Santos (contista pop nonsense e futuro representante do Spam na Casa dos Artistas 2) e Ian Black (sócio-fundador do SZ).
 
Gostaria, no entanto, de dar um destaque especial ao colaborador estreante desta semana, o carioca Márvio dos Santos. Que, não hesito em dizer, compôs alguns dos melhores poemas que já li nos últimos anos. Um escritor que, honrando a tradição de grandes autores como Mário Faustino e João Cabral de Melo Neto, utiliza-se do formato mais clássico da poesia, o soneto, e o transpõe em versos atuais, de fina ironia e observações precisas sobre a tragicomédia do mundo.
 
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Uma revista com o objetivo de "fornecer coordenadas sensoriais e intelectuais para aproveitarmos melhor estes tempos de comunicação universal, militância virtual, entretenimento eletrônico e avalanches de informação". Este é o objetivo da revista PLAY, recém-lançada pela Editora Conrad. O Spam Zine, em promoção conjunta com a Conrad, irá enviar exemplares da PLAY aos 10 assinantes que melhor responderem à questão da seção "Perguntar Não Ofende" (vejam a pergunta alguns scrolls abaixo). Envie sua resposta para [email protected], e aguarde pelos resultados semana que vem.
 
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três poemas
márvio dos anjos  [email protected]

soneto de copacabana

Copacabana madrugava fria
E, na Avenida Atlântica, sem sono,
Eu caminhava a trilha do abandono
E o sujo meretrício me assistia.

De repente, uma puta me assedia,
Me pega a mão, mas nada eu intenciono.
Agradeço, recuso ser seu dono
Por cinqüenta paus/hora e dou bom dia.

Antes de me deixar seguir meu passo,
Pediu-me com doçura um quente abraço,
Que lhe emprestasse dignidade humana.

Ela encontrou calor numa frieza
Como eu, que tive nojo e vi grandeza
No dia que entendi Copacabana.
 
*
 
soneto de um dia pra esquecer
 
No último dia em que nós dois nos vimos,
Já não havia mais sentido em nada,
Ocasião para não ser lembrada
Depois de todo amor que dividimos.

Foi quando conformados admitimos
Que ali findava a nossa caminhada.
Cada um levou metade desse nada
De um tudo do qual nós nos despedimos.

Para onde for, eu levarei a parte
Que me serve pra sempre recordar-te
Sem ver tal dia entre os que foram teus.

Porque nos outros, quando eu ia embora,
Sempre insistias, “não, não vás agora”,
E nesse me disseste vai-com-Deus.
 
*
 
poema de futebol ao meu amor
 
Você, amor, é quase tão bonita
Quanto o Maracanã lotado em dia de final,
Cabeçada certeira no segundo pau,
O nosso capitão levantando a taça Interclubes Mundial.

Você, amor, é quase tão bonita quanto
A bandeira tremulante do meu time,
O zagueiro que falha, faz um gol e se redime,
O meu goleiro defendendo o pênalti que se entrasse agora seria um crime.

Você, amor, é quase tão bonita quanto
A justa expulsão do adversário,
Chegar à final do torneio universitário,
Toda a torcida xingando o juiz de salafrário.

Sim, amor, você é quase tão bonita
Quanto as paixões que duram toda a vida.

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e se...
indigo girl  http://www.jhendrix.net/indigo
 
- Se você estivesse andando no meio da rua e desse de cara com um homem com uma orelha no meio da testa, o que você faria?
 
- Orelha direita ou esquerda?
 
- Tanto faz.
 
- Tá. Orelha direita, então. Eu parava bem na frente dele.
 
- E daí?
 
- Daí eu perguntaria se eu podia pegar na orelha dele. A da testa.
 
- Mas o homem ia mandar você pastar!
 
- É. Acho que sim. E se um dia você acordasse de noite e encontrasse seus pais na cozinha, preparando um banquete de ratos, porque na verdade eles são vampiros e tentam esconder isso de você. E daí, quando eles se viram em sua direção, você vê os dentes compridos pra fora da boca e eles nem conseguem disfarçar o segredinho.
 
- Eu sairia correndo, gritando que nem louco.

- Mas a porta estaria trancada.

- Eu me trancava no meu quarto e ligava para a polícia.

- Mas não tem telefone no seu quarto.

- Eu chorava.

- É. Eu também.

- E se um dia você fizesse um cocô que falasse. E daí, quando você tentava dar descarga ele não ia embora. E ele falava super alto e contava todos os seus segredos. E isso é na escola. E tem uma fila enorme de gente batendo na porta. Todo mundo apertado e o cocô fica berrando sem parar. E daí alguém vai chamar a diretora. E você começa dar descarga feito louco mas daí trava a descarga. E tem um segredo seu, que você chupa chupeta, e o cocô tá começando a contar e todo mundo, a escola inteira, está quieta no banheiro, só pra escutar o que ele tem a dizer.
 
- Ah, isso não vale.
 
- Vale, sim.
 
- Já sei!
 
- O quê?
 
- Eu pegava o cocô com as mãos e quebrava ele no meio.
 
- Mesmo?
 
- Se eu fizesse isso ele calaria a boca?
 
- Calaria.
 
- Então eu faria.
 
- Mas como você sairia do banheiro? Porque a escola inteira ainda estaria ali. Esperando para ver a sua cara.
 
- Eu ia fingir que eu estava possuído pelo demônio.
 
- Legal.
 
- É. Seria legal. Tenho uma.
 
- Fala.
 
- E se a sua cabeça começasse a fazer barulho cada vez que você tivesse um pensamento. Mas era só tambor, tamborim e um triângulo, quando você tivesse que fazer uma prova, ia ser uma batucada e todo mundo perceberia que o barulho vem de você. A professora ia mandar você ficar quieto. E todo mundo ia dar risada. Daí você tinha que ficar bem tranquilo, sem pensamento nenhum na cabeça. Só contando ovelhas. Mas mesmo assim o triângulo ia tocar de vez em quando. Mas aquela prova era a última do ano e você precisava tirar um dez. Então você lê uma questão bem rápido e a batucada começa tudo de novo. Como você faria?
 
- Eu ia colar, ué.
 
- Mas isso é um pensamento. E na hora que você pensasse isso, ia disparar a bateria.
 
- Ah, verdade.
 
- Não tem saída.
 
- Tem sim. Espera que eu estou pensando.
 
- Não tem.
 
- O som sai por onde?
 
- Pelas orelhas.
 
- Eu enfiava um lápis em cada orelha e terminava a prova.
 
- Pelo nariz e boca também.
 
- Eu colocava duas bolinhas de papel no nariz e grudava a boca com durex.
 
- Mas como você ia respirar?
 
- É assim. Eu escrevia a resposta bem rápido, sem respirar. Daí, eu pensava em ovelhas e arrancava o durex. Tomava ar, colocava o durex e respondia a questão. Funciona?
 
- Funciona.
 
- Legal.
 
- Ihh, a professora tá olhando pra gente.
 
- É mesmo. Depois a gente continua.
 
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r á p i d a s   r a s t e i r a s
 
"2002: que o ano seja ana".
(Mensagem do cartão de Natal do PFL, aludindo à candidatura de Roseana Sarney à sucessão de FHC. Era só o que faltava: além de neoliberais, trocadilhistas da mais intragável infâmia.)
 
"Eu não sou nenhum peixão, meu possível charme não se encaixa na Playboy".
(Cláudia Abreu, 31, atriz modesta e criadora de charmosa expressão, ao responder ao JB porque nunca posou nua.)
 
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profissão de fé
alexandre carvalho  [email protected]

Um autêntico conhecedor de botecos precisa reunir qualidades indispensáveis à função. A principal é gostar de beber. Não interessa se você é adepto da Antarctica, pega pesado no uísque, chama o Velho que vem coisa boa ou é um ser sensível que prefere caipirinhas de frutas. O fundamental é gostar da sensação de leveza e descompromisso deixada por um pouco de álcool nas veias. Agora, se você pede Coca light em happy-hour, faça um favor a si mesmo e pule esse texto. As linhas abaixo são dedicadas a gente como Alexandre Inagaki e Gérson Guerrero, que não conseguem sair de um boteco sem declamar poemas de última hora, compostos no ardor da caiana.

A segunda premissa é ter amigos. É no boteco que você abre seu coração para o próximo, discute filosofia e futebol com uma espontaneidade impossível de expressar em outro lugar. Se você quer ascender à condição de um autêntico conhecedor de botecos, mas só tem saído para levar a mãe ao shopping, tome uma atitude. Ligue para aquele seu colega do colegial e o chame para brindar aos bons tempos em um estabelecimento que inspire camaradagem e nostalgia, lágrimas e risadas de tirar o fôlego. Se você optar por um dos cinco melhores botecos de São Paulo (e estou quebrando seu galho, revelando quais são os Top Five), é impossível que saia de lá sem um novo amigo. Nem que seja o garçom.

Finalmente, o conhecedor precisa ser um sujeito paciente, compreensivo e que nunca tenha pressa para nada. Você já foi ao Bar Léo? Vou te falar maravilhas sobre esse lugar, que pode ser considerado a Meca dos adoradores de chope, mas... Você chega ao Léo às onze da manhã do sábado, e ainda não tem ninguém. Satisfeito, escolhe a mesa em que quer ficar, prepara-se para pedir o primeiro de uma dúzia de chopes, e logo chega um garçom com a maior cara de saco cheio, dizendo que as mesas estão reservadas para os "habitués". Do espanto à resignação, você vai para o balcão, onde finalmente é agraciado com um pouco do néctar divino. Detalhe: os tais "habitués" nunca chegam.

Além do mau humor dos garçons, o zen-budismo em botecos também passa por contas que nunca ficam prontas, pedidos errados, caras barulhentos na mesa ao lado (pelo menos até que você fique barulhento também), crianças vendendo lixa de unha, barbudos colombianos que querem te mostrar seus inspirados poemas, bem na hora em que a conversa começava a engrenar... E o pior é que chegam com a pergunta mais maldosa do mundo, "você gosta de poesia?". Não tem saída. Se um cara parecido com o Marcelo D2, com uma boina esquisita, carregando uma pilha de livrinhos, olhar na sua direção, é a hora perfeita para você ir tirar água do joelho.

Se você é um bebedor sério e mora em Sampa, tudo indica que conhece os botecos que vou recomendar. Só confira se um desses Top Five ainda não faz parte do seu roteiro emocional.

Bar Léo - o templo
Você não é um conhecedor de botecos se nunca se espremeu para encostar o braço no balcão desse bar. Vá aos sábados, que é o dia dos bolinhos de bacalhau, e chegue cedo para não ter que beber de pé na calçada (já fiz isto tantas vezes...), porque depois do oitavo chope você vai querer sentar na sarjeta, e alguém conhecido pode passar por lá e ver o estado lastimável em que você vai estar. Ah, não se esqueça de pedir canapés de carne crua e de jogar umas bolachas de chope na privada do banheiro, para deixar a conta menos dolorosa.

Bar do Luiz Nozoie - a casa
Dezenas de pessoas de pé, disputando cada centímetro do balcão, morrem de dor de cotovelo quando chego com meu irmão e pergunto (na hora, parece piada) se há uma mesa para nós. Meu xará Alexandre, um dos filhos do seu Luiz, responde, com um prato de muslitos na mão: "É pra já, Alê!".  Com uma agilidade incrível para um lugar tão apinhado, ele surge com uma mesinha de ferro saída não sei de onde e uma Serramalte. A especialidade são os frutos do mar, como os espetinhos de camarão, bem melhores que os da praia. Quer uma dica? Pegue a cerveja pela ponta da garrafa, porque elas são mantidas numa geladeira de sorvete e ficam no ponto exato entre a gelada e a congelada.

Empanadas - a faculdade
Está sempre cheio de moçada, mas é uma galera que vai para jogar conversa fora; não é para paquerar. Tanto que o meu amigo Versignassi já apelidou este boteco sagrado de "Peganadas". A minha empanada preferida ora é a de carne, ora é a de frango. A de queijo implica uma recomendação ao garçom: só servir quando tiver acabado de sair do forno, e o queijo ainda estiver derretido. Fale com o Ananias, um dos símbolos da Vila Madalena, que ele serve tudo na hora certa. E esqueça o cardápio. Neste lugar você só tem que escolher a marca da cerveja e o recheio da empanada. O resto é para os neófitos.

Bar do Norte - o quintal
O nome oficial é Recanto Nordestino. Até hoje, agradeço ao meu comparsa Masca por ter me apresentado a este boteco, que é o melhor para um fim de noite. Quando estiver voltando da balada, pare por lá e peça ao Raimundão (o dono), um caldinho de fava e um pedaço de jabá. Os preços são inacreditáveis de tão baratos, e as cervejas estão sempre geladas. Já perdi a conta das vezes em que estive numa festa com amigos e alguém sugeriu, "vamos para o Bar do Norte?". Lá não tem frescura e fecha tarde, lá pelas quatro da madruga.

Bar do Giba - o jardim
Pelo menos neste bar, você tem chances de deparar com umas meninas bonitas. Mas não prometo nada. Só torça para que as lindinhas do lado não peçam picanha fatiada, porque ela é grelhada na hora, e a fumaça vai deixar sua roupa com aquele aroma típico das churrascarias. Agora, o ambiente é muito gostoso e informal, e o boteco serve a melhor carne de sol com mandioca e manteiga de garrafa que já experimentei na vida, e pastéis de camarão sequinhos. É para ficar com a cuca fresca e voltar para casa pensando que a vida, afinal, vale a pena.
 
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álibi
lau siqueira  [email protected]

permeando
teu corpo
permaneço
absorto
envolto
no sonho
que a vida
ávida
me impõe
aos poucos
 
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p e r g u n t a r   n ã o   o f e n d e
"Se você pudesse transar com uma celebridade, quem seria? Justifique."
 
wilson rodrigues  [email protected]
Eu transaria com a Tiazinha. Primeiro porque estaria comendo duas ao mesmo tempo (Tiazinha e Suzana Alves). Segundo: do jeito que a assessoria da modelo-cantora-e-atriz é exagerada (vide o caso disco-voador-que-era-balão-da-Goodyear) com certeza, no release que seria enviado aos veículos de comunicação, eu seria descrito como 'um extra-hiper-dotado sedento de sexo e amante de incondicional libido'. E ainda por cima estaria fazendo justiça poética: afinal, Eriberto é ou não é nome de corno?
 
suzi hong  [email protected]
Eu transaria sem PESTANEJAR com o Russell Crowe. Dava fácil, fácil. Hey, não pensem que transo com qualquer um. Por que Russell Crowe? Bah, porque a Meg Ryan já se separou dele alegando que o cara queria transar demais.
 
ana maria tomei  [email protected]
Com o Dave Grohl. Precisa justificar? Nossa, até pra fazer sexo tem que justificar o porquê... mas, tá bom, tá bom, eu explico. Bom... ele já falou que era o cara mais lindo do mundo e faria qualquer mulher feliz. Se eu já o acho um homem lindo e ele me deixa feliz mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, imaginem se um dia eu conhecê-lo?
 
flaviane lopes  [email protected]
Adoraria transar com o Harrison Ford. Aquele homem deve ser um perigo na cama... Sem contar que qualquer mulher nos braços dele se sentiria uma verdadeira Flaviane...

marcel ghiraldini  [email protected]
Se pensarmos em unir o útil ao agradável, a melhor opção seria a top Gisele Bundchen. Neste caso, além do imenso prazer de tê-la na cama (matando todos os amigos de inveja), de quebra ainda estaria chifrando o Leonardo Di Caprio... Não seria prazer em dobro?

mariana fazzini  [email protected]
Ai gente, fala sério!! Só uma celebridade??? Naum pode ser duas??? Sinceramente eu sonho com um menáge com Brad Pitt e George Clooney!!! PUTAQUEPARIU, acho que tenho um orgasmo múltiplo só de imaginar aqueles dois na minha cama: um loiríssimo, com aquela cara de bebê abandonado que dá vontade de pôr no colo, gostoso até dizer chega; o outro, moreno, barbado, cara de cafajeste, jeito de quem pega de jeito e vira do avesso... ui...ai...ufa... tô passando mal agora... fiquei sem ar... afe...

pergunta da próxima semana:
"Qual foi a pior invenção do século XX?"
Escreva: [email protected]. As respostas mais cínicas, originais e autodepreciativas serão publicadas na próxima edição.
 
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curvas das ruas de londrina
mateus potumati  [email protected]

(mas antes, um recado do autor)
 
"hello, cambada. escrevi um texto aí, ó. saiu assim, de prima, sem pensar muito. assim, sem nem corrigir nada. deixo a bola pro editor, mas espero que só haja erros de digitação, se os houver. saiu gostoso, espero que seja bom pra vocês. um dia eu termino a novela. agora deixem eu ir ali na casa do meu irmão ver se dá pra aproveitar alguma coisa da gravação que fizemos do show no valentino (o mesmo do conto que segue). gravamos numa tascam, yeah, em fita de rolo. tomara que dê pra aproveitar algo. torçam por nós. e leiam o zine. [ ]'s, mateus."
 
parei no cruzamento em frente ao valentino. tinha acabado de deixar a cíntia em casa, e tava na última-passada-em-frente-aos-bares-atrás de-não-sei-o-quê. fiz uma curva bem aberta com a moto, junto comigo um carro também. o cara foi mais rápido, tomou a minha frente e diminuiu a velocidade até me fazer parar. ele fechou toda a passagem, parei.

desceu do carro. era um gordo, camisa aberta, uns tantos mas nem tantos anos.  a mulher ficou dentro. encanei um pouco, não tanto pra sentir medo ou querer fugir porque um cara não ia querer me assaltar ou alguma outra loucura na frente de um bar lotado de gente e com dois carros de polícia estacionados. veio e disse, 'meu que curva bem feita, a sua'. queria me parabenizar pela curva bem feita às 4 e meia da manhã quente e abertamente sexual de londrina em dezembro.

não entendi muito bem; ele continuou, 'é dificílimo encontrar alguém neste trânsito horrível de hoje em dia que se preocupe em fazer uma curva com humanidade. todo mundo quer tomar a frente, ir mais rápido, e xingar os outros mesmo que o errado seja você mesmo'. pegou na minha mão com as duas dele, chacoalhou forte, coçou o nariz. eu ainda não entendia nada, e havia parado de tentar.
 
a garota grávida dentro do carro enfiou a cabeça pra fora e gritou 'vamo, vaaaal'. a voz meio trêmula, doída, parecia estar chorando. ele deu outra coçada no nariz e engoliu três vezes em seco. deveria estar bem louco de pó e bebida e sabe mais o quê para parar de madrugada e cumprimentar alguém só porque fez uma curva bem feita.
 
continuou falando, 'sabe, eu tô cansado da desumanidade das pessoas. pouca gente ainda percebe que em matéria de sentimento dividir é multiplicar'. deu outra coçada no nariz, a mulher chamou de novo. 'JÁ VAI, CARALHO! biscate'. virou-se de novo para mim, deu um sorriso. 'olha, não quero ser chato, mas precisava passar', eu disse. 'CLARO, mil perdões, não queria te atrapalhar mesmo'. veio perto, me abraçou forte, abracei forte e meio de volta. parece que vi uma lágrima no rosto dele. deu mais uma coçada no nariz, virou de costas.
 
entrou no carro, discutiu com a mulher grávida e deu-lhe um tapa forte na cara, que deu eco na parede da casa em frente. arrancou cantando pneu. três esquinas na frente, bateu à toda em outro carro.
 
virei à esquerda na quadra de trás e fui embora pra casa. abri a geladeira, atrás-de-não-sei-o-quê, fiquei olhando um pouco a luz e fui dormir.
 
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n a v e g a r   i m p r e c i s o

CuDeBebado
http://cudebebado.cabaretvoltaire.com
Um site aberto, que pode (deve) ser modificado a qualquer hora, por qualquer internauta, a qualquer momento. Anarquia na melhor concepção da palavra, é uma página que lembra a concepção de "wabi-sabi": a beleza das coisas imperfeitas, impermanentes e incompletas. Participe você também.
 
O Fabuloso Gerador de Lero-Lero
http://www.geocities.com/padrelevedo/lerolero/lerolero.html
Sem assunto? Visite esta página, ideal para encher a linguiça de teses de mestrado, apresentações na empresa ou aquela paquera intelectualóide.
 
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a estória do mundo segundo brooke shields - capítulo seis
pedro vitiello  [email protected]

Houve, a partir de meados do séc. XVIII (1750) uma onda de revoluções nas então estabelecidas monarquias. Os americanos, cansados do jugo inglês e das piadas do Monty Python (que eles não entendiam) resolveram jogar um monte de chá no mar (claramente se recusando a continuarem a tomar chá) e partiram para a porrada.
 
Logo depois, começou a pipocar em outros lugares do mundo uma penca de revoluções, sendo a que causou mais vítimas a do RPM (Revolução do Pseudo-Músico), que além de não revolucionar nada, ainda não casou com a gracinha da Luciana Vendramini e acabou gravando uns discosinhos bregas pra dedéu. Mas a mais importante das revoluções ocorridas foi a chamada “Revolução Francesa”, que, como as francesas que vinham trabalhar aqui no Brasil, foi puta legal.
 
Tudo começou por causa das relações aristocráticas/burguesas, que causavam a exploração do homem pelo homem, segundo Marx (não o Groucho, aquele outro); ou, segundo uma visão mais recente, foi fruto de um pequeno mal-entendido das palavras de Maria Antonieta, incitando a População a comer brioche. François Brioche, eminente líder comunitário de então, não gostando nada da história, pegou em armas e mandou brasa na aristocracia.
 
Na França de então, existia uma divisão nas decisões relacionadas aos rumos do país que era feita por uma tríade dos chamados “três estados”. Os três estados eram três e, segundo a concepção da época, serviam para representar diferentes interesses importantes na nação. Eram o Clero, a Aristocracia, e o Povo.
 
Por um descuido histórico qualquer, a igreja católica, que normalmente agia de acordo com os interesses da população (e você aí, não ria), votava sempre com a Aristocracia, enquanto o povo se ferrava. Como conseqüência, a burguesia, sempre muito preocupada com os desígnios da nação e com o bem estar do povo, além de só um pouquinho preocupada em pagar menos impostos e encher a burra de dinheiro (não existiam cofres na época e os animais de carga tinham mais de uma função), promoveu as bases teóricas para a revolução.
 
Assim, Brioche, Robespierre, Danton, Asterix, Obelix e Ideiafix uniram-se em grandes aventuras pelo reino em busca de coalizão. Em 14 de julho conseguiram, com forte apoio popular, derrubar a Bastilha (espécie de World Trade Center francês) e o regime aristocrata, que além de cruel, não permitia comer proteínas e carboidratos sete dias por semana. Apesar de deixar a população magra e em forma, era menos popular que o regime de Hollywood. Assim, formou-se uma nova organização política, com o direito ao sufrágio universal e com uma divisão nas idéias políticas de então.
 
No Senado, sentavam-se à direita os girondinos (pró-alta burguesia), à esquerda os jacobinos (mais populares) e no centro estava o FHC, representante do Real. FHC, que aliás estava estudando em Sorbonne devido a um mal-explicado auto-exílio, era chato e ninguém dava a mínima para ele (bons tempos).
 
parte B - o início do fim:
 
François Guilhoutine, inventor da Ghilhoutine, era uma pessoa com a cabeça no lugar. François Danton (por algum tempo) e outros líderes revolucionários também, mas a alegria não durou, tornando-se vítimas do mais eficaz aparelho de barbear jamais inventado. Diziam que era um método indolor de eliminar gente, e como ninguém voltou para contradizer isso, deve ser verdade.
 
Entre as vítimas do aparelho estavam François Desodurrant (inventor do desodorante aerossol), François Miterrant (antepassado do estadista francês) e Gerald Depardieu, por ser o único francês que não se chamava François (o que obviamente o colocava a favor da aristocracia).
 
Todo e qualquer um que apoiasse um nobre conhecia um lado pouco afetivo dos revolucionários, que antes de matar os compatriotas, davam um beijo francês, só de sacanagem neles.
 
Como os outros países temiam desordem em seus próprios locais, criaram um monte de exércitos e de desculpas esfarrapadas, e atacaram a França.
 
Uma nova elite, a dos Chefs de Cousine, entrou em cena e apoiou Napoleão, que além de ser um sujeitinho asqueroso, era anão (e todos sabem a fama dos anões) e comia pouco, razão pela qual apoiava a Nouvelle Cousine (cozinha de novela) onde não havia muito o que se comer, mas se arrotava grandeza. Por causa disso, Napoleão tinha gastrite e estava sempre com a mão no estômago. O chamado “Golpe Nove do Termidor” (podem olhar nos livros, o nome era esse mesmo), além de parecer título de um filme do Ed Wood, foi realizado quando eles enviaram lagostas ninja à Tremidor para eliminar a concorrência e os líderes revolucionários que ainda sobreviviam.
 
Napoleão, depois de não conseguir traçar a gostosa da Desireé, acabou fornicando com a jaburu Josefine, que inventou o hábito do leque para esconder o fato de ser banguela (fato triste, porém real). Ela também seguia recomendações do baixinho, que pedia a ela não tomar banho uma semana antes de ele chegar. Como Napoleão era sempre surpreendente e podia chegar de uma de suas viagens a qualquer momento, melhor era não tomar banho nunca.
 
Por causa disso, o restante da Europa, que também não era chegada em banho, mas tinha nariz (menor que o do Depardieu, é verdade), pegou em armas e acabou com a alegria Napoleônica.
 
Napoleão, alias, só perdeu por três motivos:

1) guerra no inverno russo: perdeu vários homens por lá;

2) guerra com a Inglaterra, que, com o Almirante Nelson e o Submarino Civil, fez estragos consideráveis aos franceses;

3) não ter acabado com a Família Real Portuguesa quando pôde. Isso não ia interferir tanto assim no seu império, mas, mesmo assim, fica a sugestão.
 
Acabou-se a Revolução Francesa que, além de influenciar os meandros políticos do Séc. XIX, deu um monte de idéias aos mineiros (de Minas Gerais), que criaram a Inconfidência Mineira, com o lema “Libertas Quo Sera Tamem” (Libertas Que Será Também...).
 
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pra você
fernanda luft  [email protected]
 
E a nossa história continua, apesar de não estarmos mais 'juntos', de certa forma ainda estamos, pois o destino insiste em nos manter ligados. Nem que seja um encontro a cada seis meses, como sempre por acaso, mas agora eu no meio do meu trabalho e você dando uma volta de bicicleta, sossegado como sempre.

Os tempos mudaram, as coisas mudaram, as nossas vidas mudaram, mas nós não mudamos tanto assim. Ainda somos os mesmos vegetarianos que acreditavam em ideais utópicos e que gostavam de ir à Naufragados nos finais de semana.

"É incrível a força que as coisas parecem ter quando elas precisam acontecer", é incrível como as coisas mudam mas de certa forma ainda são as mesmas, é incrível como um caso que não tinha nada pra dar certo foi o que mais deu certo na minha vida. Talvez por isso eu goste de escrever pra você (mesmo que as minhas cartas não cheguem nas suas mãos), talvez por isso você sempre me pergunta se eu ainda moro no mesmo lugar e se o meu telefone ainda é o mesmo (mesmo que você nunca me ligue ou visite).

E hoje eu penso então no que poderia ter sido, no que nós poderíamos ter tido. Mas não existe um nós, nunca existiu e nem vai existir, o que existia era um eu e você momentaneamente juntos. Uma união de loucuras e caretices que nós dois carregávamos e que se encontraram por acaso.

Acho que essa é a palavra que melhor nos define. Acaso. Foi ele que fez nós nos encontrarmos e foi ele que nos separou. Na real fomos nós mesmos que fomos nos separando aos poucos, mas dizer que foi o acaso fica mais bonito.

Eu olho pra você agora, com esse cabelo vermelho, com os argumentos que eu nunca concordei, seguindo uma carreira que eu sempre apoiei, e ainda esses olhos cor de mel, que me dizem tudo e nada ao mesmo tempo.

Eu continuo aqui, você sabe que é por pouco tempo, mas eu ainda estou aqui, e o que eu posso lhe dizer, então, é "... e até lá vamos viver, temos muito ainda por fazer, o mundo começa agora, apenas começamos...". Sem ressentimentos, sem mágoas, sem raiva ou ódio, como eu e você sempre fomos, iguais e extremamente diferentes.

A gente se encontra, conversa por horas que parecem minutos e no fim você sempre diz que vai me ligar, e eu sempre falo "liga sim", só que eu e você sabemos que você não vai ligar e que eu não estou nem aí pra isso. Pois o nosso próximo encontro vai ser como todos os outros, eu correndo para um lado e você andando de bicicleta para o outro, só que, novamente, no instante em que os nossos olhares se cruzarem, o universo vai parar pra você me perguntar como foi o meu final de semana e pra eu falar que você tem que ser mais responsável.
 
nota: este texto possui uma primeira parte, que foi publicada no extinto e-zine Aquário. Assim como na saga Guerra nas Estrelas, aqui no Spam Zine você acompanha primeiro a continuação, depois o prefácio da história! Interessados em ler a parte I, escrevam para [email protected].
 
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MÁRIO BALAN deseja saber se existe mais algum assinante do Spam que more em Americana, SP. Alguém aí levantou a mão? E-mails para [email protected].
 
CAMILA SACCOMORI ([email protected]) procura por sua melhor amiga da época de adolescente, a gaúcha Sabrina de Paula Leão. Afirma ela: "Até onde lembro, a gente brigou por causa de um guri e nunca mais nos vimos. Triste fim para uma amizade tão bonita. Agora que certamente cada uma achou seu par, fica mais fácil de evitar brigas de novo. Recompenso quem tiver notícias :-)".
 
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conto sem nexo algum (I)
gaspar santos  [email protected]

Gatinho pula de um para outro quintal, pisa macio no chão de piso vermelho enegrecido pelo tempo. Gatinho quer cantar, canta, Passarinho escuta e em seguida grita: "Mélinha, ô Mélinha! Mas ora veja o diabo do Gatinho em teu quintal. ô Mélinha!". Amélia atravessa a portinhola, avental na cintura, Gatinho se assusta. Amélia ligeira pega a vassoura nova de pêlos de alguma coisa, vassoura azul. Dá no Gatinho que não fugiu a tempo, ele dá um salto e  foge em carreira.

Novamente em cima do muro, Gatinho olha para baixo, vê Esparque que ao notar Gatinho desaba em latidos alucinados. Gatinho hesita devido ao tamanhão de Esparque, mas percebe que é muito maior que o cão. Resolve, encara, pula. Esparque não esperava isso, com as orelhas baixas de dar dó, rabinho entre as patas, deita-se. Gatinho passa, mas não sem antes dar uma olhadela desafiadora em direção ao vencido oponente.

No meio do corredor, Gatinho aumenta o impulso, começa a correr. Pensa "Ser ou não ser? Eis a questão". Chega ao portão e pula alto, apoia-se com destreza no cantinho do muro e cai na rua. Dá de cara com Passarinho que está à frente de dona Cajuela. Cajuela, ajeitando a saia, brada:

- Seu fedelho! Nunca vai crescer?

Pega Gatinho pela orelha esquerda com delicadeza tão grande que o força a ficar como bailarina (sobre a ponta do pé).

- Teu irmão me disse que tu tava aprontando outra vez - grita Cajuela sem soltar o aparelho escutador de US3 do Gatinho.

Gatinho enfezado, e sem poder virar o pescoço por ter presa a orelha, mira passarinho com o rabicho do olho:

- Vai ter irmão dedo-duro igual a ti lá na Rua dos Tamarindos viu Passarinho!?
 
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beto e ana
ian black  [email protected]

pra puta que o pariu estas tuas ideologias românticas, beto, beijos na chuva e canções soluçadas ao telefone... QUERO FODER ESTE TEU AMOR e depois poder fumar um cigarro e ir embora sem saber se amanhã eu vou querer te ligar.

o amor, meu caro, não é um mal necessário como andaram pregando seus amiguinhos escritores. o problema é que PESSOAS COMO VOCÊ TRANSFORMARAM O SOFRIMENTO EM ESPORTE. chorar pela tua paixãozinha de plástico é como aquela coceirinha no pé, que incomoda, mas até que tem o seu lado gostoso.

e agora que eu estou na sua frente com a calcinha arriada, você ainda quer que eu prometa que amanhã irei ao cinema com você, e depois, sairemos de mãos dadas para tomar um sorvete? por favor, beto, eu quero apenas viver a vida. mas isto não vai fazer com que eu mude minha opinião, AINDA QUERO FAZER SEXO COM VOCÊ, e pode ter certeza de que será bem melhor assim.
 
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f a l a   q u e   e u   t e   e s c u t o
quando tá escuro e ninguém te ouve, escreva para [email protected].

"Gostaria de saber como é possível passar a ser escritor neste spamzine... gosto muito de ler e agora quero passar a escrever... tenho varias historias de romance, paixao, tristeza, etc..."
Rodrigo de Oliveira

inagaki responde: caro Rodrigo, lidar com as palavras, esses bichos esquivos, não é fácil. Mas se você souber como cooptá-las, e fazer com que elas se ordenem por meio de versos, frases e imagens que vibrem com o entusiasmo e a impetuosidade necessárias a um bom texto, seja mais do que bem-vindo à nossa nau de insensatos. Encaminhe seus textos para [email protected], que nós leremos as suas contribuições com o maior prazer. Um abraço!
 
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p. s.

josé vicente: os blogs evidenciam uma coisa: a maior parte das colunas jornalísticas poderia ser escrita por qualquer cidadão medianamente informado. Estilo é coisa com que se nasce. Coisa a que se acostuma os leitores. A diferença entre você e o Dapieve é o conchavo. De resto, tudo é opinião. Você gosta de feijão com melão. Ele gosta de Strokes. E todos estamos certos e errados ao mesmo tempo.