035
21 de outubro de 2001
são paulo rio de janeiro belo horizonte cahrahpeeckueebah
são josé dos campos
>>>
nesta
edição:
passional
apanhei porque mereci psicologia feminina me
xinga manilha poetrix
>>>
Perdoa-me, pai, porque
pequei.
E não foi uma vez só
não, bicho. Foram várias, inumeráveis. Sei que tens a conta, ó Senhor, o repertório
todinho. Repassemos?
Pequei por gula, meu
irmão. Roubei do prato da minha mãe e do da minha filha. Engoli correndo sanduíches
que não queria dividir. Fui jantar sozinho pra não pagar pra ninguém. Me entupi
de feijoada pra anestesiar o meu ciúme, ó Senhor. Aliás, essa é nova: barriga
cheia esvazia a intensidade dos sentimentos, sabiam? Juro. Quando estiver
morrendo de raiva, ou nas últimas de jealousie, meu caro leitor, coma quatro
bifes e veja se não diminui. Ou até se não passa: você aí achando que era
amor, e era fome.
Pequei por inveja,
patrão. Lancei meu olhar de seca-pimenteira pra cima de roupas, de carros,
de mulheres, até de ares de felicidade. Tanto pé de arruda que matei, Senhor!
Sou um desmatador.
Pequei por luxúria,
painho. E com luxúria fui punido, ô malandragem. Imagine, Senhor, ó vós que
tudo imaginais, que um corpo perfeito nos corta as asas. Pelo menos foi o
que me informou autoridade inquestionável no assunto. Restou-me andar com
as imperfeitas pernas que me deste, compadre, pilando com o cotovelo um monte
de cantigas de mal-dizer.
Pequei por avareza,
mestre. Fiz que fui, não fui, e acabei mesmo não fondo. E tinha fundos.
Pequei por preguiça
(e trabalhei em dobro). Pequei por cobiça (e fiquei pobre). Pequei por soberba
(e levei umas rasteiras que nem te contaria se não as soubesses, tio). Pequei
tudo quanto é pecado registrado, e até uns que acho que ainda não lhe ocorreram,
ó sábio. Enfim, pequei.
A sua parte no acordo
é me perdoar, se não me engano (e se não me enganaram até nisso). Peço, portanto,
como bom americano (do Sul, mas e daí?), a sua Operação Perdão Infinito. Atenção:
"perdão", e não "justiça", que se tu vieres pra cima de
mim com justiça estou hamletianamente fu.
Perdoa-me, ó pai-de-todos.
Perdoa-me logo, com garantias e firma reconhecida, igual se faz nos bancos
- dá-me quitação dos meus erros, zera a ficha, apaga os registros. Aliás,
o mínimo que você podia fazer era, quando Moisés lesse a lista dos pecados,
mandá-lo dizer: crianças, não façam isso em casa. Ou na vida.
É claro que a gente
ia desobedecer. Não subestime nossa capacidade de ser idiotas quando tememos
parecer idiotas.
Mas perdoa, vá?
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Em tempo: Ian Black,
nosso outro editor-tampax, está mui cerca da Academia. Jô Soares não quis
competição com ele; Paulo Coelho segue confiando no sobrenatural, mas não
paga pule de cinco; dos outros candidatos, ninguém nem sabe o nome. Tudo indica
que Ian vai vestir o fardão junto com a Zélia, e será saudado por ninguém
menos que o doutor Roberto. Já dissemos pro Jaguar não ir lá tacar ovo, que
o Ian não é de direita, nem de esquerda, e nem de centro, muito antes pelo
contrário: ele é multivias (sem desdouro de ser varão assinalado). A Caravana
Luz Parpolovita pra posse do Ian Blair sairá de um daqueles municípios estranhos
da Zona Oeste; espera-se que o laureado não abandone a cerimônia para praticar
seu mais novo hábito (comer jovens viúvas), e que o convite não se extravie
numa das suas 5720 contas de e-mail.
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Atenção para as estréias
de Silvana Guimarães, filha, neta, sobrinha e amiga de poetas; e de Sara Fazib,
cujos poetrix são ainda mais bonitos do que ela (se é que isso é possível).
O que tem aqui é só uma amostra do que a moça faz - e bem.
E, pra manter a tradição,
manda bala, negrão: it had to be you...
Outro dia fiz sinal
para o primeiro táxi que passou, fui entrando e dizendo ao motorista "siga
aquela nuca. Aquela que vai naquele ônibus." A sua nuca. Enfiada numa
gola de malha azul, a sua cor. Foi um custo chegar perto, por causa do trânsito
embaralhado, e foi só chegar e ver que faltava a marca, a pinta que eu gostava
de beijar e passar a língua e que era a número vinte e nove se somada com
as que eu sempre contava nas suas costas, de baixo pra cima. Aí eu danei a
chorar feito doida, pensando se tem outra contando as suas pintas, do jeito
que eu fazia, arrastando o dedo bem de levinho nelas e o motorista achou que
eu estava passando mal, se ofereceu pra ajudar, eu disse a ele pra continuar
rodando atrás do ônibus pela cidade. Que eu estava era com dor na vesícula,
eu que nem sei onde isso fica no corpo da gente, torcendo pra ele não entender
de vesícula, não receitar remédio, nem chá, nem simpatia. Inda expliquei que
minha vesícula tem dessas coisas, mas que melhora rapidinho quando eu passeio
de carro chorando calada. Então ele sossegou, me dizendo pra chorar à vontade,
até desligou o rádio, e era só o que eu queria. Chorar aquela raiva do atrevimento
da outra alisando suas costas com a vontade que era minha, pensando que era
um desaforo você deixar ela fazer isso com você. Como se tivesse me esquecido
da maneira definitiva que você prometeu que ia esquecer, quando a gente brigou
por aquela bobagem que você disse que era pura bobagem, que eu entendia as
coisas com muita paixão, que não era bem assim nem assado, que eu devia pedir
desculpa, e eu não quis pedir, bati o pé e você chutou a porta na hora de
sair com a mala. E fui chorando mais, com mais raiva ainda, vendo a assanhada
alisando as suas costas, e você repetindo pra ela, com aquela sua voz rouca,
"agora arranha", do modo como falava comigo, "assim você me
deixa doido", porque homem é tudo igual. Só de pensar como é que você
teve coragem de me esquecer dessa maneira tão definitiva, você que dizia que
eu era sua flor, seu pão de queijo, seu pedaço de mau caminho, seu manjericão.
E fui vendo o seu olhar pra ela, aquele que você olhava pra mim respirando
diferente, resfolegado, que eu sabia bem o que vinha depois, e pensando que
era muito pouca vergonha sua, já resolvida a não querer homem nenhum mais
na minha vida, nem pintado!, mas o motorista avisou que o ônibus estava parado
no ponto final. Então eu me lembrei de que você não anda de ônibus, você não
mora mais aqui, a gente nem acontece mais e estava passando da hora de voltar,
de novo, pra nossa casa vazia daquela maneira. Toda definitiva.
Já dizia o velho e
sábio dito árabe: “Ao chegar em casa, sempre bata em sua mulher; se você não
souber porque está batendo, ela saberá porque está apanhando”. Não conheço
conselho mais sábio desde comer iogurte com lactobacilos vivos pra evitar
a candidíase.
Toda mulher sabe quando
foi uma vaca. Apesar de todos nós procurarmos atenuantes para as situações,
sempre sabemos quando nos comportamos mal. Não, você não vai se fazer de santa
agora: você já foi uma vaca sim. Você já traiu aquele cara legal que fazia
tudo por você, você já largou ele podre de gripe numa cama e saiu pra balada
sem culpa, você já descreveu em detalhes pelo menos uma noite de sexo pra
um amigo que você sabe que é apaixonado por você, e inventou histórias picantes
pro seu namorado ficar com ciúmes.
Enfim, nessas situações,
precisamos de alguém, que, com carinho, nos faça entender que estamos erradas.
Mas infelizmente, quando advertidas com carinho, tendemos a não aprender.
Precisamos mesmo é de umas belas porradas, bem dadas, pra deixar de ser filhas
da puta e aprender que é esse tipo de comportamento que estraga os homens,
deixando-os descrentes no amor e pouco propensos a dispender mais de quinze
minutos em preliminares básicas (quanto mais quarenta em sexo oral), afinal
ele vai acabar concordando com a canção: “Mulher é tudo vaca”. E pra quê perder
tempo com uma vaca?
Entenda, amiguinha:
quando você maltrata um moço legal, ele tende a não ser mais legal. Porque
ele começa a achar que todas as mulheres são vacas que nem você, e que o amor
é uma bosta. Até aí, por você, foda-se, já que você não quer nada com ele
mesmo. Só que pode acontecer de você se apaixonar por um desses. Um desses
que já foi um moço legal e se apaixonou anteriormente por uma criatura que
nem você, e virou um filho da puta. E aí, o mundo fica assim: cheio de homens
cachorros e mulheres vacas, tentando falsamente satisfazer seus caprichos.
E tudo isso porque faltou um pouco de conversa, faltou um pouco de compreensão
e acima de tudo, faltaram uns cascudos.
Então, pra evitar superlotação
no pasto e no canil, entre outras coisas desagradáveis, pode-se resolver as
coisas como na época dos antigamentes: na porrada. Não estou falando pra você
agarrar sua mulher agora mesmo e espancá-la gloriosamente, porque isso dá
cadeia. E você, mulher, que tem o azar de estar apaixonada por um homem cachorro,
não corte o pinto dele enquanto ele estiver dormindo - lembre-se sempre de
Lorena Bobbit: ela está apodrecendo na cadeia, e o marido dela está ganhando
horrores fazendo filmes pornôs.
Vou contar um fato
que aconteceu comigo, só que é totalmente fictício. Eu tinha um amigo (apaixonado
por mim) chamado Robervaldison*. Por algum motivo canhestro, (o fato de eu
adorar me sentir a gostosa) eu vivia falando pra ele das minhas putarias,
das pessoas com quem eu já tinha dormido/ainda dormia/queria dormir um dia,
sobre como estava apaixonada por algum cara que ele odiasse e outras coisas
que ele não tinha a mínima necessidade de saber. Isso durou aproximadamente
um ano e cinco meses (segundo ele mesmo).
Um belo dia, decidi
que já era hora de parar de enrolar o coitado e dei-lhe um beijo na boca,
na sala do apartamento dele. Ele esperou tanto por este momento! Pobrezinho.
Depois de beijá-lo, disse com a maior cara de pau: “Ah, é tão estranho te
beijar... Parece que estou beijando meu irmão”**. Ele ficou absolutamente
puto da vida. Na mesma hora, me pegou de jeito, me virou de costas e bateu
com a mão, repetidas vezes, na minha bunda. Eu, desnorteada, tentei me livrar
mas estava por demais atônita. Ele me deixou escapar um pouquinho enquanto
tirava o cinto de couro, dobrou-o no meio, abaixou minhas calças e me tascou
umas vinte cintadas na bunda, bem doídas. “Irmão é o caralho”, ele dizia.
“Vou te mostrar o meu irmão”. Eu chorava, crente que seria estuprada ali mesmo.
Depois de me deixar a bunda cheia de vergões, e com cara de assustada, ele
me largou. Eu gritei, xinguei. Levantei as calças. Seria possível que ninguém
tivesse ouvido nada? Ele, rindo, colocou o cinto de volta e abriu a porta,
amavelmente: “Prefere ir embora?” É claro que eu preferi. E mesmo não tendo
sido estuprada, eu odiei o fulano. Jurei que não ia nunca mais olhar na cara
dele.
No outro dia, acordei
com a sensação escrota de culpa. De que ele estava bravo comigo. Não é estranho?
Era verdade mesmo, eu fui uma vaca por um ano e cinco meses e a culpa era
dele por umas simples porradinhas? Depois da básica revolta com ele, veio
a revolta comigo mesma, infinitamente pior. Liguei pra ele, chamei pra tomar
uma cerveja. Ele aceitou, e conversamos como se nada tivesse acontecido. Depois
de um tempo, ele perguntou se ainda estava doendo, eu falei que não. Perguntou
se eu estava puta, e eu falei que não. E eu perguntei se ele estava magoado.
Ele falou que já tinha passado.
Não me apaixonei por
ele, e não começamos a namorar logo em seguida. Isso tiraria a verossimilhança
da história. Mas ele continuou meu amigo (mesmo sem existir de verdade).
Mereci mesmo aquelas
porradas. Foram aliviantes para ele, e foram corretivas para mim. Conheço
uma boa dúzia de mulheres que seriam pessoas bem melhores hoje se tivessem
topado esse meu amigo no caminho delas. Não tenho notícia de que ele tenha
feito isso com outra pessoa (ainda bem), mas eu aconselho a porrada corretiva
na bunda pra todos os meus amigos que estão tendo problemas com mulheres vacas.
E antes que venham
me encher o saco: esse texto não é rodrigueano porra nenhuma. O Nelson Rodrigues
defendia que a mulher gosta de apanhar. E se eu gostasse de apanhar, não teria
me corrigido e talvez ainda estivesse fazendo vaquices com algum outro coitado.
E se o gênero feminino realmente gostasse de apanhar, bater na mulher não
ia adiantar muita coisa. Porradas pedagógicas nesse caso só funcionam porque
a mulher NÃO GOSTA de apanhar.
E meu inbox está de
greve. Estou aqui no direito da defesa da sinceridade nos relacionamentos
e na extinção da filhadaputagem não merecida, e não de ciúmes violentos e
ossos quebrados. Aliás, se sua mulher for daquelas que tem ciúmes doentios
e sem motivo, pode bater nela também. Mas só se o ciúme dela não tiver motivo
MESMO.
E se você for mulher,
concordar com tudo e tiver um homem que anda merecendo umas porradas, pode
bater mesmo, sem dó, se conseguir. Se não conseguir, peça pra seu irmão ou
pra um amigo fazer o serviço. Direitos iguais pra todos.
* nome trocado pra preservar a privacidade da pessoa. ela não existe mas nunca
se sabe.
** fato que demonstra
que essa história é uma mentira deslavada: eu acho qualquer homem passível
de ser beijado como homem. afinal, eu não tenho nenhum irmão. e se tivesse,
beijava.
r á p i d a s r a s t e i r a s
"(Bin Laden) não
é uma pessoa feliz. (Ele) possui no fundo de seu ser um sentimento de que
se impôs uma tarefa mais difícil de cumprir do que a primeiro parecia ser".
(ERICK REES, do Instituto Britânico de Grafologia, "analisando"
Osama Bin Laden e prevendo a chuva de ontem.)
"Mas vem cá...
parando de usar, ele encolhe de novo?"
(LUCIANA GIMENEZ, fazendo pergunta altamente técnica a um sujeito que vende
aparelhos para aumentar o tamanho do membro viril.)
Discutir a relação.
Só faz sentido quando seu par mais íntimo é o cromossomo X.
Não há idade. Nem pense
em namorar garotas de dez anos para fugir do problema.
(O parque. No meio
das xícaras-malucas.
GAROTA: Acho que temos de discutir a relação.
VOCÊ: Não fale com a boca cheia de algodão doce.)
E esse carma irá acompanhá-lo
para sempre. Sua mais íntima namorada? Aquela que o entende como uma irmã?
A débil mental gostosona?
Pouco importa. Os homens
têm hemofilia. Doenças coronarianas. Câncer de próstata. As mulheres discutem
a relação. Este é o verdadeiro sentido do termo 'questões de gênero'.
Mas, afinal, o que
é discutir a relação? Falar a verdade? Isso, definitivamente, não é algo para
que as mulheres estejam prontas.
GAROTA (discutindo
a relação): Por que você gosta de mim?
VOCÊ: Seus peitos. Grandes.
GAROTA: Só isso?
GAROTA: Depois eu me acostumei com você. Sabe, é chato ficar procurando namorada
entre as amigas dos amigos. Mas não se preocupe, eu te amo.
Claro que é possível
o amor sincero entre homem e mulher. O problema é que é algo que só se percebe
quando acaba.
Na verdade, o Amor
Mais Profundo Da Sua Vida é um sentimento retroativo.
Para encontrar o amor
da sua vida, é fácil. Basta namorar qualquer garota da esquina. Depois, é
só fazer com que ela o despreze - isto é, seja você mesmo. Pronto. Ela tinha
qualidades tão, tão especiais, não é?, e era incrível como ela fazia comentários
inteligentes sobre a vizinha estar engordando.
Meu caro leitor: não
desista. Discuta a relação. 'Temos de ampliar nossa comunicação' - diga coisas
assim. 'Eu te entendo' - outra boa pedida.
Ninguém entende ninguém.
É a dura realidade.
Mas dane-se. Sexo compensa.
Na verdade sumir por
uns tempos. Escrever o conto de vinte páginas pra Gláucia, o que eu chamo
de pequeno romance, pois adoraria terminar coisas longas na página sete. Falando
de preferências, sua revista é uma, minha atual preferida. Sabe por quê? Biscoito
fino, e é lindo insistir no biscoito fino. O jornal está na minha porta todas
as manhãs, a revista que aborda política compro por mês. Mas e a massa criativa?
A diferença, onde acho? Na revista de domingo, da qual teu mau humor faz parte.
Eu posso reatar com velhos amigos, não fica com ciúmes, mas ali, se nada mudou,
o que importa são as pessoas, muitas pessoas. Quantas cabeças lêem poesia?
Bastante, mas não muitas. Eu escrevo pra mim e pra você. Ó, pobre homem! Não
quero meu espelho, quero a variedade de preciosos sabores, quero âmbar. Quero
um escracho violento, sem pancadaria; quero o riso difícil, inteligente, feito
deuses dos quadrinhos. Não me falte amor, muito menos compaixão, nem meleca,
nem tesão. Não me xinga, minha voz, vem te dizer memória, memória, pra te
lembrar que nem tudo é bom esquecer. Diferente, contrários, que vingam em
imaginação. Muito mail, sinto que não posso guardar, e me masturbo num puxador
de gaveta. Moderna? Do tipo antiquada de brechó, daquelas que ainda fazem
álbum de fotografia, e que quase todo dia lembra de cantar uma canção de amor.
Em ziguezague arrombo tua igreja, afetada, em eterno escândalo matinal, eu
mesma, outra, a que xinga, a que emociona. Se tem uma coisa que aprecio é
teu diagnóstico, de loucura. Porque caio, levanto, feliz e triste, e escuto
o choro do bebê, cada vez mais perto, cada vez mais alto. Grita comigo feito
sapo, bobagem, pois só te entendo príncipe e, mudo. Me nega, curo, e me vejo,
cheia d´água.
l i s t a s a b
o b r o l
semana passada botamos aqui umas perguntas bem tontas sobre sexo que
a pobre da Rosely Sayão recebe no seu site. pois bem, nossos leitores
e especialistas no assunto Levi
Quennehen e Marcelo Belico se
deram ao trabalho de responder. confiram.
-
"Há a probabilidade de fecundação no sexo aquático?"
LEVI: Só se mergulhar
até o fundo... sem a "roupinha de borracha"...
MARCELO: Sim, veja
o exemplo de nossos amigos peixes. A fecundação é feita na água. Ou os peixinhos
saem dela para copular?
- "Se esperma contém vitamina C, não seria
um bom remédio contra gripe?"
LQ: Isso eu não sei, mas se for, quero ser farmacêutico e dar esse remédio
natural, diretamente do meu "vidrão" para as boquinhas das gatas
gripadas... Os marmanjos que morram tuberculosos!
MB: Seria, mas já imaginou
o tanto de homem para produzir esse remédio em escala industrial? Pouco prático.
- "Se meu namorado passar a mão nos meus
seios, vai nascer um cisto no meu olho?"
LQ: Não, mas se você fizer sexo anal, talvez nasça um cisto no olho do c...
MB: Vai, mas só se
for o seu namorado. Deixe que os demais homens passem.
- "Tenho um disquete cheio de mulher pelada.
Apago ou não?"
LQ: Compre um gravador de CD-R, afinal, em um CD, cabem mais de 500 disquetes,
após encher um CD com todo tipo de putaria, aí sim, apague esse seu disquetezinho
mixuruca...
MB: Como fazer para
colocar mulher em disquete? Nos meus só cabem dados. Tá na hora de uma partidinha,
aliás...
- "Como atores de filmes eróticos ejaculam
com tanta força?"
LQ: Todo ator de filme erótico tem um compressor instalado no cu!
MB: Simples, eles ficam
15 dias sem ter relação sexual antes da gravação. E utilizam técnicas masculinas
de pompoarismo. Inclusive sei de casos de homens que fumam pela uretra.
Ele abriu a porta e
deu com ela ali, batucando o chão com a ponta do pé, os braços cruzados, aquela
maledetta ruga na testa e os olhos fixos na TV, como quem presta muita atenção.
- Aonde estava?
Ele fechou a porta
atrás de si, com a cabeça meio embaralhada, precisava pensar bastante antes
de responder. Em pensamento analisou detidamente a sua mão. Virou um sete.
Manilha é dama. Se tivesse um parceiro ele perguntaria: vai ao baile acompanhado,
parceiro? Tendo ou não tendo dama na mão, o parceiro responderia: ô! Minha
horta tá regada. Mas ele não tinha parceiro agora, era só ele a oponente ali
na frente, parecendo que estava vendo a coisa mais interessante do mundo na
TV.
- Oi, amorzinho! essa
saída era clássica. Ganhava tempo pra não só ver o que tinha na mão, mas também
pra tentar imaginar os trunfos que ela teria ali, escondidos, embaixo daqueles
braços cruzados com ar de rebeldia. Ela só soltou um "hamf", e deu
aquela olhadinha mortal pra ele.
- Ué, você sabe que
eu tava no Geraldinho, eu deixei recado no celular... - ele começou bem a
rodada, botou um Dois, que sempre causa um certo impacto. Era preciso ganhar
a primeira rodada, em caso de empate na segunda ele levava o ponto pra casa.
- Que recado, Edinaldo,
você sabe muito bem que o celular tá desligado!
Hora de dar aquele
teatral tapa na testa, com um "puuuuuuuuutz" que vale por mil palavras.
Ela amarrou o jogo, o que significa que quem fizer agora leva. Ele torna.
Mas o quê? Que carta?
- Você foi na tua mãe,
não foi? ele perguntou e isso equivalia a um "truco!" bem trucado,
com força e convicção, do tipo que intimida mesmo. E intimidou, ôch, ela descruzou
os braços e deu uma amanteigada na voz:
- Fui... Mas qual o
problema? Isso te dá desculpa pra chegar à uma e meia da manhã em plena quarta-feira,
ô celerado?
Putz. Pegou pesado.
Isso era assim como uma dama de copas bem dada, daquelas jogadas com desprezo.
E mais, era um grito de "Seis, ladrão!".
O jogador tem que fazer
um certo tipo. Ele anda, joga o paletó em cima da mesa, pára à frente dela
com as mãos nos bolsos e só então diz:
- É que eu acho que
a senhora deveria ter pensado um pouco antes de correr pra baixo da saia da
mãe, e lembrado que estava com a chave do seu maridinho, porque assim ele
não teria esperado na porta durante duas (ele ia falar três, mas conteve-se
a tempo porque exageros nessas horas não são bem vindos) horas na porta de
casa antes de decidir esperar na casa do amigo, que coincidentemente estava
organizando um truquinho. E note que seu maridinho não deixou de avisar, apenas,
no, digamos, calor do contratempo, esqueceu-se que a senhora não estava com
seu celular...
Silêncio na sala. Ela
não era uma jogadora. Tinha sido um zap na testa. Seis pontos no bolso.
Se ela fosse jogadora
iria perceber o blefe. O argentino que jogava com eles diria: tá blasfemando!
Ele sempre confundia as bolas...
Ele foi pro banheiro
sem mais palavra. Agora era esperar a próxima rodada.
n a v e g a r i m p r e c i s o
Fome e sede só é problema
pra quem quer. Porque só come e bebe quem quer. Dá pra ficar sem, como sonham
as atiladas massas do Terceiro Mundo pra baixo. Vão lá e aprendam como.
Pra quem gosta de Guttemberg
Guarabyra, essa página abriga uma crônica diária do cantor/compositor de rocks
rurais, e cronista urbano de olho úmido e atento em cima da paulicéia aqui.
Levezinha e bunitinha.
ávido o tubarão
devora peixes dourados
Lei Natural
na bunda do babuíno
o senso de humor divino.
=============
aliá se empoa
nos bastidores do circo
a vaidade é mulher
==================
a aranha mata
o macho que a fertiliza
tolerância zero.
também o macaco velho
põe a mão em cumbuca
================
preso no peito
um gato me arranha
o amor calado.
===============
no breu do cinema
teu sorriso ocupa vaga
lume é intenso
===============
Num jogo de cintura
rompe a sutura da cultura
abre as pernas só com senha.
===============
berço bom
saudoso
o macho tenta
o caminho de volta
====================
Será assim: no escuro e na rede.
Porque hoje estou de lua
e a maré está pra peixe.
===========
ménage
tuas
duas caras
e eu
=========
homem-boto
uma boca rosa
me roça
nas noites de santo antonio.
===========
Pula a palavra no colo.
Confissão de afeto
em dialeto de gato.
f
a l a q u e e u t e e
s c u t o
Bote a boca no trombone: [email protected].
Prestamos atenção no seu blá-blá-blá, oferecemos lencinho ao seu chororó,
rimos junto com seu rá-rá-rá. Sem horário de fechamento, sem secretária eletrônica
nem resposta automática.
"Cadê a Nicole,
hein?"
Maurício Neves
SPAMZINE RESPONDE:
Miss Bee está junto com seus gatos em apartamento novo, sem telefone nem computador
nem CEP, ainda esperando flores do nosso staff (esses ingratos). Aguardamos
para logo o triunfal come-back. Aliás, tem mais gente sumida que não dá as
caras, não escreve nem telefona pra falar gostosinho no pé da nossa orelha.
Cadê vocês, os-que-sabem-quem-são? O.T.J.
c
r é d i t o s f i n a i s
>>>
SpamZine
- fanzine por e-mail
>>>
p.
s.
orlando:
falando em Guarabyra, o trio original Sá, Rodrix & Guarabyra está de volta.
O disco novo, "Outra Vez Na Estrada", sai agora em novembro.
zé roberto:
o ó do borogodó é o olho do cu.
sol:
frase dita por Herbert Vianna ao tocar, semana passada, no Hospital Sarah:
"Eu acho todo mundo legal aqui".
Frase encontrada numa prova de segundo grau: "Professor, del branco".
colocação da caipirinha no ranking da revista "In Style" sobre as
melhores bebidas do mundo: Primeiro lugar.
Nome da filha da Carla Perez com o Xanddy: Camilly Victoria.
Nome de uma das participantes do novo "No limite": Bisteca.
Nome de quem escreveu isso: Sol Moras Segabinaze.
ian:
amor que é amor tem que ter putaria, risada e escatologia.
inagaki: primeiro bombas, depois suprimentos. o tratamento
que os afegãos recebem de bush júnior é estranhamente igual ao de muito relacionamento
que vivi. quem foi mesmo que falou em morte da ironia?