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Histórias Geeks Zen-Budistas
O Mestre Baso ia
enviar uma mensagem e perguntou ao seu discípulo Hyakujô:
- Diga-me, o que é isso?
- É um email, Mestre.
O Mestre clicou em Send e a janela sumiu.
- E agora, para onde ele foi?
- Foi embora... pela Internet... - respondeu, hesitante.
Baso agarrou o discípulo pelo nariz e puxou-o com força. O rapaz gritou
de dor.
- Não foi embora coisa nenhuma! - gritou o Mestre.
Nesse instante, Hyakujô atingiu a Iluminação.
- Mestre, qual é
a natureza de Buda?
- O startup acabou.
Um monge veio ter
com Joshû (Zhaozhou) e disse:
- Por favor, vim pedir que me ensine o auto-aperfeiçoamento.
- Você já salvou o seu arquivo?
- Já.
- Então vá fazer o backup.
- Mestre, qual é
o significado do Zen?
- Eu gostaria de explicar, mas preciso agora responder a essa mensagem pelo
ICQ. Pense nisso... Uma coisa tão simples, mas só eu posso fazê-lo para
mim, e ninguém mais.
Hui-Nêng, o Sexto
Patriarca, disse:
- A verdade e as palavras não estão relacionadas. Posso usar meu browser
para acessar o seu site, mas a janela do meu browser não é o seu site e
não é necessária para ele ser visto, certo?
O Mestre Ikkyû fora
esperto desde garoto. Certa manhã, ainda jovem, formatou acidentalmente
o HD do seu mestre. O mestre apareceu e ele começou a falar primeiro:
- Mestre, por que as pessoas morrem?
- Isso é natural, filho. Tudo neste mundo nasce e morre.
- Mestre, o seu disco rígido morreu.
Deshan (Tokuzan)
ficava horas em chat com o Mestre Longtan (Ryûtan), decidido a aprender
o que pudesse com ele. Certa noite, o Mestre resolveu despedir-se como de
costume.
- Até amanhã, durma bem...
- Mas o seu arquivo ainda não terminou de baixar.
Sem dizer nada, o Mestre cortou a conexão imediatamente, deixando o download
pela metade. Nesse instante, Deshan teve a sua Iluminação.
Frase do budista
leigo Pang:
- Ah, veja os pixels: cada um no seu lugar certo.
Um monge vivia viajando
e conversando com os Mestres Zen. Um dia ele foi falar com o monge Dokuon
e para ele proclamou orgulhosamente seu nível de iluminação, recitando a
famosa frase:
- A mente, o Buda e todos os seres são vazios. A verdadeira natureza de
tudo é o vazio.
Sem a menor cerimônia, o mestre agarrou e deu um restart a frio no laptop
dele, que estava cheio de programas abertos. O monge ficou possesso:
- Mas o que foi que você fez?
- Se tudo é vazio como você disse, de onde é que veio esse gênio?
No mesmo instante, o monge obteve a Iluminação.
Nicole Kidman encontrou
Tom Cruise e sua namorada, Penélope Cruz, em um show do Radiohead.
O encontrou causou
constrangimento a ambos, que resolveram se sentar em lugares diferentes,
evitando maiores embaraços.
Mas, vejam vocês,
eles acabaram se esbarrando novamente na área VIP.
É triste não ser
VIP. Eu poderia faturar alto com uma POLAROID em mãos numa situação como
essa.
Além do que estaria
curtindo Radiohead, o que não seria nada mau.
E ainda teria uma
mínima chance de flertar com a Nicole, essa bela australiana riquíssima
e charmosa.
Três anos depois
nosso affair acabaria e eu poderia ganhar um programa de televisão dominical,
além de capas da CARAS para cada vez que arranjasse um cacho diferente.
"JORGE FRANÇA
ENCONTRA ACALANTO NO COLO DE ANA PAULA ARÓSIO", já antevejo a manchete.
E o subtítulo: "depois de esquecer seu grande amor, Nicole Kidman,
apresentador de TV aposta suas fichas em novo romance".
Deus dá bolacha pra
quem não tem dente, mesmo.
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R á p i d a s & R a s t e i r a s
"As mulheres
do Sul são mais bonitas porque têm ascendência européia, enquanto as nordestinas
têm ascendência africana"
MARYEVA, modelo,
namorada do Guga e dona do corpanzil sobre o qual escorre uma gotinha de
suor no comercial da Brahma, em seu momento Casa Grande e Senzala
"Nada contra
a Suzana Alves, mas não acho que seja excitante dividir um estúdio fotográfico
com outra mulher"
JOANA PRADO, a Feiticieira,
sobre a possibilidade de um ensaio duplo com as esquecidas na Playboy, frustrando
o sonho dos machos de plantão.
Faz dias que como
sozinho, Nanda não sai da frente do computador e acabei de fazer um chá
pra ela, erva doce. Ela está escrevendo um conto para um concurso e fico
com tesão ao olhar seus olhos fixos na tela, um rosto infantil de aprendizado,
silêncio absoluto, música de fundo e um chega pra lá se sopro seu ouvido.
Um mínimo de cinco
páginas e o máximo de dez lhe deixam nervosa, o excesso branco contra o
delicioso minuto negro, perdi as contas e sempre fui péssimo de tabuada.
Fui perverso com as crianças no colégio, eles querem é jogar bola, mas a
direção insiste no programa de ginástica.
Joana me falou que
a mãe fica brava quando ela chega com o uniforme sujo por causa dos abdominais,
ela me mostrou seu caderno, recorta os quadrinhos do jornal e cola, igual
a Nanda. Estes dias estava olhando os cadernos dela, uma aula. Gosto quando
ela brinca de fazer canções, tenho ciúmes do seu colunista preferido do
jornal, ela e ele conversam, telepatia, Nanda transcende e ai de mim se
for discutir, prefiro comprar chocolate que ela adora.
Acendi um cigarro,
mas eu não fumo,caracoles! Troquei o agasalho com a coisa acesa, meio dependurada
no canto da boca, sem queimar, por uma camiseta pólo goiaba e coloquei meu
pau pra fora, indefeso. Atravessei o corredor e mirei minha mulher, que
me olhou com outros olhos, e me beijou.
Só
existem duas formas efetivamente 100% garantidas de se parar de fumar:
uma, obviamente, é morrendo (com tantos locais mundanos onde não se pode
mais praticar o tabagismo, só um viciado muito otimista seria capaz de
imaginar alas de fumante no céu); a outra é nunca começando (o que na
verdade não seria considerado parar de fumar, já que você nunca começou
– é que, na verdade, eu só consegui imaginar uma mesmo).
Eu já tentei quase todas as formas de parar de fumar que o homem já inventou nos
dois últimos séculos (a não ser pelas acima citadas, como já deu para
perceber), e posso lhes garantir: são tão eficazes quanto um guarda-chuva
de papel higiênico numa tempestade. O segredo estava (está) em decidir-se
a parar de fumar, coisa que eu nunca consegui fazer. Mas comecei a entender
que preciso parar de fumar. E não é por problemas de saúde.
No mundo moderno, impestado de adeptos do Greenpeace e outros elementos
nocivos ao bem-estar de vida da população que atualmente reside neste
planeta (e portanto manda – ao menos mais dos que as já batidas gerações
futuras “se não pararmos com isso meus filhos não verão este céu azul
que nós temos hoje”), está cada dia mais difícil fazer a sua fumacinha.
E olha que nem estamos falando dos adeptos da maconha, nos atendo apenas
ao meu problema específico: o tabagismo legalizado e discriminado assim
mesmo.
Uma coisa que precisamos deixar bem clara para início de conversa é que
esse argumento de que estamos acabando com o planeta, que estamos derrubando
as árvores para fazer papel de cigarro, que estamos lançando toneladas
de fuligem no meio ambiente, e salvem as baleias, não cola comigo. O mundo
(com tudo que está dentro e fora dele, inclusive eu, você e o Greenpeace)
caminha, entrópica e naturalmente para o caos, a desestabilização total,
a falência da vida e coisas do tipo, e é contra a minha crença religiosa
me opor aos desígnios da natureza (que só podem ser os de Deus também).
A
primeira vez que decidi parar de fumar foi aos 18 anos, quando mal tinha
começado, simplesmente porque diminuía o meu rendimento no time de Futebol
de Salão do colégio, e eu não queria perder aquela miserável bolsa de
estudos para alunos atletas. Desisti de desistir de fumar em poucos dias.
E do time também, e da bolsa e da mesada paterna (minha mãe jamais teria
coragem de deixar o seu primogênito a míngua total e continuava contribuindo
com a sua metade para as economias do filhão).
Anos depois (o que traz a estória mais para perto do presente que para
aquele passado longínqüo), já deixada a ilusão de imortalidade de que
a adolescência se reveste eu tive um grande baque na vida: o cowboy do
Marlboro (o ídolo de todos os fumantes e principalmente dos adeptos da
marca como eu) aparecia numa nova campanha publicitária, completamente
inversa às anteriores. Nesta nova peça, uma voz fúnebre anunciava que
o cowboy havia morrido de câncer. O cowboy! Larguei o cigarro imediatamente
(porra, se aquele homem podia morrer de câncer imagine euzinho, pobre
mortal?) Na semana seguinte (o que significa dois dias) troquei o bom
e velho Marlboro pelo Camel. Afinal, o último boletim médico propalado
pelo Ministério da Saúde dizia que o camelinho seguia firme e forte pelo
deserto, com a saúde intocada, afastando para anos a frente o mau presságio
do cowboy.
Bom, depois disso tudo, você deve estar se perguntando “por que diabos
esse fariseu diz que precisa parar de fumar e defende o vício com unhas
e dentes?”. É uma boa pergunta camarada e, como toda boa pergunta, tem
uma resposta simples: decidi parar por que já não aguento mais os stings
e defensores da terra que não me permitem mais acender um único cigarro
em paz.
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A c h a d o s & P e r d i d o s
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Porque nunca é tarde para se encontrar um amor pueril
JOÃO
CASSIANO procura por uma garota chamada Milena, que participou do último
ENEA (Encontro Nacional dos Estudantes de Arquitetura), sediado em João
Pessoa. Durante esse encontro, João (estudante de Comunicação) estava
trabalhando na rádio do evento, e sua banda tocou em uma das festas. Esbarraram-se
no dia do "xou", ela curtiu muito o som (comparando-o a Stereolab
e Yo La Tengo), manteve contato com ele durante todo o evento, mas depois
sumiu, desapareceu, escafedeu-se. Galera, ajudem nosso cumpadi da
Paraíba a reencontrar a doce Milena, escrevendo para [email protected].
MICHELLI MARÇAL, escoteira há 11 anos, deseja entrar em contato com ex-colegas
de Huguinho, Zezinho e Luizinho, para uma pesquisa que está fazendo a
respeito de pessoas que abandonaram o Escotismo. Leitores sempre alertas
do Spam, Pioneira Michelli pede sua ajuda: [email protected].
Colégio Roma.
Não me lembro do ano. Eu estava no segundo ano do segundo grau, então
devia ser 1990 ou 1991. Uma confusão desgraçada de última aula de sexta-feira,
um bando de adolescentes querendo buscar o fim-de-semana. Rápido. E
tinha uma pessoa na sala, aula de português, uma mulher da secretaria,
fazendo um anúncio sobre alguma merda. Ela falava, falava e falava.
O professor de português lia o jornal. Atrás dela, em uma cadeira, uma
pilha quilométrica de boletos bancários para pagamentos da mensalidade,
que seriam distribuídos para a molecada entregar para os pais naquele
dia ainda.
Levantei-me calmamente
para ir ao banheiro, e num lance inusitado apanhei o maço de boletos
atrás da mulher. Ninguém viu. Eram uns setecentos boletos. Saí da sala,
estávamos no terceiro andar, desci as escadas até o primeiro, entrei
no banheiro feminino, separei a pilha de papéis em quatro pilhas menores,
joguei uma em cada privada do banheiro, dei descarga em cada uma delas.
Voltei ao terceiro
andar, fui ao banheiro como se nada tivesse acontecido. Quando voltei
à sala, a mulher procurava o maço de boletos. Não encontrou, saiu para
procurar em outro lugar.
Segunda-feira
a notícia tinha se espalhado - alguém tinha jogado os boletos fora no
banheiro feminino do 1o. andar.
Perdoe-me, pai,
porque pequei.
OBSERVAÇÃO:
Caro leitor, você também pode se redimir de seus pecados. Escreva para
[email protected] relatando
as lembranças mais sórdidas de seu passado imundo (e não se esqueça
de incluir os detalhes mais picantes, please). Spam Zine & rtfm
por um mundo melhor: redenção digital ao seu alcance.
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F a l a q u e E u t e E s c u t o
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Sintonize a estação Spam Zine perto da meia-noite e deleite-se com as
respostas mais românticas para as perguntas mais ternas, com direito
a voz de locutor e tudo
"Oie, pessoinhas
que fazem o Spam Zine
Aqui é a Yvelize,
da Acompa. Estou escrevendo
para agradecer a nota na edição 30...esse tipo de cousa deixa a gente
muito feliz".
*|:-)
Um beso para
vcs e sucesso para nós"
Yvelize Wielewicki
OS EDITORES:
Yve, a gente estamos aí é para isso mesmo. Aceitamos colaborações
e tráfico de informações outrem. Aguardamos ansiosamente. E pessoinha
é de grande bondade sua, ao menos no que se refere ao pessoão aqui.
Beijos do R.S.
"Alexandre,
mon choux, pega aí e veicula no Spam num dia desses em que a
pauta estiver muito para além da veadagem sentimental... Qdo
o Bambi gritar alto e estiveres de saco superover com Lolitas,
air blasé e tutti quanti... Apertinho"
Fernando Casaroli
OS EDITORES:
Fernando, prometo aproveitar o teu texto numa edição futura, mas não
podia deixar de mostrar um recadinho tão meigo quanto esse. Ainda
bem que a gente se tem e nos amamos em conluio. Chamegos do R.S.