[S p a m  Z i n e]
_____________
 
    : 15 de abril de 2001
    : são paulo, goiânia, niterói, porto alegre, curitiba
 
::: e d i t o r i a l
::: Alexandre Inagaki <[email protected]>
 
"1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 - então o 11, e você começa tudo outra vez". Onze, a renovação da dezena: assim interpreta Joseph Campbell em "O Poder do Mito". Viver é começar de novo, e de novo, e de novo. Nada mais apropriado, pois, do que uma edição número onze no dia em que se celebra a ressurreição de Cristo: morte e renovação.
 
Toda mudança carrega em si um pouco de morte e mais um tanto de renascimento. Como o adulto de hoje, que precisou matar muitas atitudes e ilusões da infância para se tornar o que é. Como eu, que assassinei, a sangue frio, muitos dos mitos que carreguei comigo em meus "wonder years": o Papai Noel, o coelhinho da Páscoa, o "bom selvagem" de Rousseau, a minha futura carreira de cantor de rock, os amores que um dia se foram (sempre me identifiquei com o Charlie Brown, em seus constantes desencontros com a garotinha ruiva).
 
Hoje sou um homem mais cínico e cético do que gostaria, mas acredito que dentro da dosagem necessária para sobreviver a um mundo que vem sem manuais de instrução ou botes salva-vidas. Sei um pouco a respeito das engrenagens sujas que movem o teatro da vida, o bastante para acreditar que um pouco de ignorância é pressuposto fundamental para ser feliz no mundo em que vivemos. Mas, acima de tudo, tenho esperanças.
 
Sim, tenho esperanças. Não que eu seja um daqueles caras que acreditam que basta juntarmos nossas mãos e cantar "Imagine" para mudar o mundo: meu lado cínico não resiste a fazer piadas sobre hippies emaconhados (não aqueles mauricinhos da novela das seis, assépticos e domesticados como o som de uma boy band), ou esquerdistas que guardam suas camisetas com a foto do Che Guevara penduradas ao lado de suas calças Fórum e t-shirts Nike.
 
Minhas esperanças não estão atreladas a nenhum credo ou religião. Não tenho ídolos nem líderes a seguir, que pudessem me guiar em meio à alienação, ao tédio e ao torpor de um mundo devastado por guerras estúpidas, preconceitos acéfalos, desigualdade social e falta de amor. Não leio livros de auto-ajuda, não sigo paradas de sucesso, não faço doações à LBV, não sei qual é o sentido de nossa passagem por aqui e, por favor, não desejo receber nenhum attachment de Power Point com mensagens edificantes sobre a humanidade.
 
Tampouco sei porque fui acometido com estas reflexões. Talvez seja porque não ganhei nenhum ovo de Páscoa.
 
***
 
Antes que vocês apreciem o Spam de hoje, preciso corrigir um erro grave da edição anterior. No Spam Zine 010, a seção de cartas atribuía, erroneamente, a paródia do Hino Nacional ("Num Posto da Ipiranga, às margens plácidas") a Alex Barbosa. Graças à intervenção do atento leitor Pablo Vasques Bravo-Villalba, eu e o co-editor Ricardo Sabbag ficamos sabendo que os verdadeiros autores da paródia são os atores da Companhia de Comédia Os Melhores do Mundo, sediada em Brasília. A sátira foi apresentada, originalmente, durante a peça intitulada "Política" (ver crítica do espetáculo em http://www2.correioweb.com.br/cw/2001-02-09/mat_26682.htm).
 
Mr. Sabbag ainda pede para esclarecer que o Alex não teve nada a ver com a confusão, já que, no e-mail enviado à Redação, havia outras paródias de "domínio público", e que na verdade consistem em mensagens que acabam sendo espalhadas Internet afora sem que, infelizmente, os verdadeiros autores sejam identificados. Por sorte, graças ao Pablo, corrigimos ao menos uma dessas lacunas. Mais uma vez, VALEU PABLO!!!
 
***
 
And now, for something completely different...
 
 
::: Memorial
::: Orlando Tosetto Junior <[email protected]>
 
Por estes dias fez onze anos que a Sara morreu. Não teve notícia no jornal, não foi efeméride, e nem mesmo entre nós, que nos chamamos de seus amigos, a data foi lembrada direito – vejam que eu mesmo disse “por estes dias”. Não teve memorial, porque a Sara era quase ninguém; era só uma menina linda que cometeu a inevitável insensatez de morrer.
 
Soubemos da morte dela alguns dias depois de acontecer, e quando ela já estava enterrada. Talvez tenha sido melhor assim; imagino o que faríamos, um bando de rapazes e moças não exatamente limpos, não exatamente de boa aparência, não exatamente sóbrios, entre as tumbas do cemitério em que ela está (e que nem sabemos qual é). Alguns de nós certamente ficariam por ali.
 
(Os anos de 1989 e 1990 foram de intensas bebedeiras. Nunca bebemos tanto. Vinho barato, cerveja, vodca, conhaque de mendigo, Amaretto, pinga. Vivíamos bêbados, ou à beira de nos embebedarmos. Vestidos como pedintes, um bando de moleques que era capaz de passar uma noite dormindo na rua.)
 
Atropelada por um ônibus, numa curva escura, sob um viaduto escuro, de uma estrada escura do interior. Tinha vinte e dois anos, a minha idade na época; ela permanece jovem enquanto todos nós envelhecemos e esclerosamos e perdemos seu rosto, sua voz e a data da sua morte. Atropelada, estupidamente atropelada. Estava completamente bêbada, provavelmente gritando palavrões ou chamando para a briga algum fiscal ferroviário que sorria três quilômetros para trás. Não, ela não era simpática, tranqüila ou fácil; a Sara era jogo duro.
 
(Foram também anos em que amamos intensamente. Não, eu não amava a Sara, embora soubesse que podia. Mas todos amamos tanto naqueles anos. Wylliam acordado no sofá sofrendo por alguém no Rio de Janeiro; a chave do apartamento da Liliane voando para a calçada, enquanto Bill batia nela; Talma indo morar sozinho, uma cama de casal entristecendo num quarto amarelo. Eu via mãos que se moviam, dedos compridos e ossudos, e aquilo era uma felicidade.)
 
Uma vez a Sara atirou uma panela de pressão contra a parede. Outra vez, pulou com os dois pés na porta de uma vizinha, gritando, fora de controle, chamando um prédio inteiro pra briga. Deu uma facada no braço do Louco; socava-o, unhava-o, dava-lhe dentadas sangrentas. No final, já mais nada, porque o amor dela tinha acabado. Não que ela fosse das que amam com sangue; mas é que o sangue a procurava. Avermelhava o amor dela.
 
Nunca pintou as unhas de preto ou de cor nenhuma; usava esmalte incolor, creio. Tinha pés e mãos bonitos, tudo ainda macio, ainda sem calos. Sentada sobre um colchão no chão da Kitchenette, convalescendo de hepatite, cabelos soltos recuperando-se de um moicano, ela era uma menina muito bonita. Com as palmas das mãos viradas para cima, sorrindo tranqüila, contava sua vida. O que é que eu entendia? Muito pouco. Ela era punk e queria algo como um lar. Um carro. Dinheiro. Um emprego. Talvez sonhasse abandonar os coturnos em prol dos saltos altos.
 
Bêbado de uísque – onde eles arranjavam? Houve um tempo em que, incrivelmente, eu não me preocupava com a origem do uísque -, o Louco me dizia: “Essa mulher é foda, é inconsciente, não tem atitude. Ela trabalharia pra polícia se isso desse dinheiro bom”. Sim, ela o faria. Ela queria as coisas, queria ser uma mulher diferente. Quem de nós podia saber, porém, que as coisas, o dinheiro, não se deixam cavalgar do jeito que ela queria? Sara queria passear montada pela vida.
 
(Na noite em que soubemos, o Louco contava que a viu agonizando. Durou pouco, disse ele. Via-se no asfalto partes dela. Não havia uma testa para acariciar; não havia onde pôr a mão para que ela não se fosse mais sozinha do que era preciso. Tentamos não imaginar nada, e creio que conseguimos.)
 
Numa noite, no Satã, ela me abraçou. Minha cintura era mais fina, e ela era pequena. Ficamos sentados, muito juntos, cuidadosamente evitando os olhos um do outro, delicadamente amigos. Sem lágrimas e sem sorrisos. A noite era amena; sóbrios ainda, despreparados, olhávamos o céu, desprotegidos.
 
“Você acha que um meteoro podia pegar a gente bem na testa, Orlando?”
 
“Acho sim”.
 
“E a gente morreria?”
 
“Seria como levar um tiro”.
 
“Mas não vai cair nenhum”.
 
“É claro que não”.
 
De lá de dentro vinha, alto, “Thieves Like Us”. Roubamos coisas um do outro. Doze anos depois daquele beijo, eu não sei mais a data em que ela morreu. Esta é a minha rosa tardia e murcha.
 
 
::: D i á l o g o s  I n e s q u e c í v e i s
 
- Eu deveria ter um emprego para o qual tenha alguma aptidão. Por exemplo, doar esperma.
(Woody Allen, em "Bananas")
 
- Carl, detectei um padrão psicológico. Você aceita tudo muito fácil.
- Tem razão. Eu aceito.
- Viu? Acabou de fazê-lo! Eu sugeri algo, e você concordou.
- É verdade!
(conversa entre analista e paciente, em "Máfia no Divã", de Harold Ramis)
 
 
::: Mãe, eu quero ser uebidesáiner!
::: Nemo Nox <[email protected]>
 
Houve época em que era moda ser (ou dizer que era) fotógrafo. Depois, a profissão que trazia status de descolado passou a ser videomaker. Agora a onda é ser webdesigner. Qualquer rapazinho imberbe que aprendeu umas tags de html ou arranjou uma cópia pirata
do DreamWeaver já se intitula profissional do ramo, mesmo que não tenha qualquer noção de arquitetura da informação ou história da arte (para ficar só em duas áreas básicas). As palavras de ordem são inspiração e intuição, ou então um cursinho relâmpago que ensina "tudo sobre a web" em uma semana ou duas. O resultado? Uma coleção infindável de sites quase iguais, sem conteúdo, de usabilidade claudicante, que só funcionam em um browser.
 
Uma reação equivocada a isto tem sido o desejo de regulamentar a profissão de webdesigner, exigindo um diploma universitário para que se possa trabalhar. Mas está muito enganado quem acha que isso poderia melhorar a situação. Na verdade, deixaria de valer só a regra da capacidade profissional e entraria em cena o protecionismo. Só ganham com isso os profissionais medíocres, temerosos de uma concorrência baseada somente na capacidade profissional.
 
Uma das belezas da web é ser um espaço aberto a qualquer um, sem leis dizendo quem pode e quem não pode desempenhar qual profissão. Regulamentar isso é matar a espontaneidade da web. Deixemos que o mercado determine o valor de um profissional, não o protecionismo baseado em leis. Deixemos que os clientes escolham com quem querem trabalhar, selecionando os profissionais com base em trabalho mostrado e remuneração pedida. Deixemos que cada um possa desempenhar a profissão que quiser, buscando ou não os recursos (faculdade, auto-ensino, etc) que achar necessários. Paremos de definir quem é designer ou não, quem é webwriter ou não, quem é profissional ou não, com base na formação acadêmica do indivíduo, e comecemos a prestar mais atenção ao trabalho que ele faz.

Texto originalmente publicado no site Por um Punhado de Pixels (http://www.nemonox.com/ppp).
 
 
::: P a p o - A r a n h a
::: O guia moderno da cantada virtual. Encontre você também a tampa da sua panela: [email protected].
 
Anúncios Filmes "B" (parte 1)
Pedro Vitiello <[email protected]>
 
G o d z i l l a
 
Sou alto (64 andares de altura), forte, famoso, tenho um bonito ziper nas costas e sensuais escamas cobrindo o meu corpo saradão. De infância difícil como tamagochi, fui crescendo, e hoje trabalho na área de demolição, mas também gosto muito de mar e de andar nu por aí. Também curto ecologia e sou verde total (o que me dá aparência imatura, por vezes).
 
É bem verdade que tenho bafo atômico, cérebro de noz e o estranho hábito de pisotear maquetes de Tóquio, confesso, mas ainda sim sou um partidão. Alguém interessada em sair comigo? Sou legal até debaixo d'água, heim?

Ass: GODZILLA (mas pode me chamar de GOD).

C o n d e  D r á c u l a

Garota, você que é virgem e tem um pescoço apetitoso, quero te conhecer!
 
Filho de nobres, corre o sangue azul em minhas veias (e do tipo o, a, ab, b + e negativo, dependendo da noite). Além de forte, sedutor e bonitão, sou capaz de evocar criaturas da noite. Cuido da minha aparência (tenho dentes impressionantes) mas não sou chegado em tomar sol. Hoje trabalho como funcionário público, função que (não) desempenho muito bem. Sou um pouco antiquado, de forma que prefiro que você seja o meu jant... Ops, VENHA para um jantarzinho aqui em casa! Venha me conhecer em meu castelo medieval que guardo como herança.

Frase - "I´m a man of wealth and taste"
Cor Predileta - Vermelho Sangue

Ps: Se você estiver naqueles dias, melhor !
I g o r , o M o n s t r o

Sou uma pessoa ímpar (tenho três olhos, um braço e umas sete perninhas).

Meu interesse é genética e biologia, quando o Dr. Frank Eistein permite que eu vá ao laboratório. Nas horas vagas, cultivo plantas carnívoras e gosto de presentear minhas namoradas com elas (minhas plantas adoram comer fora). Sou um pouco corcunda, zarolho, banguela e psicopata, mas ainda sim sou simpático e sincero. Você pode confiar em mim.

P.S.: Quero te comer todinha!
 
 
::: A Invasão dos blogs assassinos
::: Eduardo Fernandes <[email protected]>

É impressão minha ou está havendo uma epidemia de Blogspots na internet?

Blogspot é uma espécie de diário. Só que feito para ser lido por outras pessoas. Se nos antigos diários a idéia era a privacidade, no blogspot é a publicidade. Eles são a antijanela indiscreta. Você convida as pessoas a darem uma espiada na sua vida.

Mas não ao ponto daqueles sites com webcams, que vigiam uma pessoa 24 horas por dia. Estes estão mais para anti-1984, de George Orwell. As pessoas querem as tele-telas em seus quartos e ainda pagam por isso.

Na época da Segunda Guerra Mundial e da Guerra fria a angústia era ser vigiado. Hoje a pergunta é: sou interessante o suficiente para merecer ser vigiado? Sou único? Sou "custom" ou "default"?

Mesmo que não tão radicais quanto às webcams, os blogs fazem parte deste desejo de estar em evidência, de se comunicar. De revelar detalhes sobre si, na esperança de encontrar uma audiência. E também um grupo que compartilhe dos nossos medos, dúvidas e opiniões.

Você deve estar pensando que eu detesto os blogs. Mas não é bem assim. Existem os bons e os ruins, é claro. Os bem e os mal escritos. Mas, definitivamente, o que faz um blog interessante é a qualidade do personagem retratado nele.

Personagem? Explico. Quando escrevemos sobre nós mesmos, raramente somos sinceros. Se ser sincero já é uma utopia, imagine ser sincero sobre si mesmo.

Consciente ou inconscientemente, criamos um personagem, que acentua, acrescenta ou subtrai detalhes de nós mesmos. De acordo com os objetivos (de novo, conscientes ou inconscientes) do seu autor. Assim, o blog funciona como um desses seriados de TV por assinatura.

Conheço pessoas que acreditam cegamente no personagem que criaram para si. Dedicam suas vidas quase que obsessivamente a dar vida a essa entidade. E escondem qualquer característica sua que pareça incoerente com ela.

Em todas as épocas da humanidade as pessoas agiram desta maneira. O xamã da tribo precisa parecer um xamã, o cidadão grego tem de se comportar com um cidadão grego, o capitalista tem de agir como um etc. etc.

A diferença é que hoje escolhemos mais facilmente a que identidades nos escravizarmos. Além de, geralmente, sermos obrigados a sobrepor vários desses personagens: somos o trabalhador eficiente, o porra louca na boate, o intelectual no artigo, o jovem torturado e sensível no blog. E assim por diante.

Por mais paradoxal que pareça, amamos e odiamos cada uma dessas identidades que mantemos. Às vezes elas nos oprimem, às vezes elas nos dão real prazer. Mas não conseguimos viver sem elas.

O fato é que cada vez mais convidamos as pessoas a entrar em nossas vidas. E, de certa maneira, pedimos que elas tenham e emitam opiniões sobre nós. Que vão nos forçar a criar mais e mais personagens, quase num fractal de identidades.

E no fundo somos isso: essa massa amorfa, moldando-se, moldando as circunstâncias e, ao mesmo tempo, sendo moldada por elas. Eternas tensões. Resistindo e nos enquadrando numa velocidade incrível, sem nos darmos conta.

Mesmo isso tem um lado positivo: cada vez mais pessoas podem se expressar e criar seus seriados pessoais. E vivemos num mundo que ainda acredita que se expressar é positivo.

No futuro talvez venhamos a descobrir que tudo isso era um grande engano. Que o nosso maior erro foi um dia querer nos expressar. E que, no fundo, todos os nossos personagens são absolutamente patéticos. Vai saber.

Por enquanto, ainda estou dando este tapinha no visual deste meu personagem escritor. E pensando como é que eu vou fazer para este artigo não terminar tão sombrio e inconclusivo.

Que tal eu criar um outro personagem, o de escritor sincero que termina dizendo que não terminou? E se... Ora, hoje é domingo, amigo. Relaxe. Nem sempre dá para ser Bernard Shaw.

PS – Estes blogs são bem bacanas:
 
 
::: Minhas mulheres, essas invisíveis...
::: carlãO <[email protected]>
 
D e l a i n e

Como podemos associar pássaros a mulheres? Eu pensava isso ser impossível até conhecer Delaine. Delaine devia ter no máximo uns 24 anos mas na verdade não importava a idade cronológica pois o tempo de Delaine descobri era o vento. Talvez por isso lembro-me agora ela ficava de olhos fechados quando o vento invadia seus cabelos negros e os impelia a um voar calmo quase slow-motion perante meus olhos estupefatos de espectador. Delaine não gostava de chamar a atenção mas chamava sem querer. Sim porque mulher assim não força um andar diferente ou um olhar diferente para o mundo quando acende um cigarro. Aliás tal procedimento escafedia-se de Delaine como quem não gosta das monções e as pessoas achavam que já tinham sacado a dela e davam com a cara no muro. Que mulher era essa? Delaine sabia eu sei o segredo das brisas e com certeza por essa razão ela atraía pássaros e refletia asas no seu olhar de longo alcance. Nada ela perdia nada ela deixava passar sem ter domínio sobre o que se passava ao seu redor. Como um melro altaneiro quando perde por momentos o dom da visão Delaine deslizava e acontecia guiada pelo seu coração. Um coração de plumas tão vermelhas quanto a saudade inestancável que sinto agora.

Nem preciso dizer que Delaine deixou-me prostado num dia de sábado em meio a uma ventania de verão eu ali feito palhaço tentando achar alguma marca minha no meio da sua mão. Eu achava que por entendê-la mais do que os outros eu teria a recompensa de beijar-lhe os olhos e confessar que adorava uma tempestade. Meu Deus Delaine não me deu outra alternativa senão contentar em vê-la sair sorrindo e saber que seu voar tem o gosto da eternidade. Delaine ainda a encontrarei baseado no meu parco conhecimento de idade?

 
::: Mãe, olha eu no [S p a m  Z i n e]!!!
::: As melhores colaborações enviadas por nossos leitores. Escreva você também para [email protected], indicando sua cidade e, se possível, não ultrapassando os 4.000 caracteres (os editores agradecem).
 
escrito sem título
Mariana Ferreira <[email protected]>
 
Não consigo cuidar das coisas como gostaria.
A cozinha está limpa, minhas calcinhas também.
Em compensação, a alma não está lavada e
há dias em que não se pode entrar no meu quarto.
"Pra fora! Pra fora!" a bagunça me diz.
Talvez eu esteja relutante à idéia de ficar comigo mesma.
 
Há dias (anos?)
estou fora de mim.
 
Preciso tratar de construir um mundo.
Por causa de você.
Desculpe, sei que você não tem nada a ver com isso,
mas é por sua causa que quero criar um espaço para viver comigo mesma.
Eu poderia me lançar e tentar "ancorar navios no espaço, o que é sempre mais difícil".
Não que construir um mundo seja fácil.
Mas se não fizer isso corro o risco de querer dar nome a um sentimento.
Sentimento já é um nome, mas pelo menos da maneira que usei aqui fica quase neutro.
 
Escrever já está sendo uma tentativa de criar mundo.
 
E se ao invés de dar nome aos bois a gente muuuuuuuuuu...
 
"Não ter forças para lutar era o meu único perdão".
Não, não quero ancorar meus navios na sua bagunça, nem me perder no deserto do meu quarto.
 
Desculpe se te mostro isso assim tão inacabado.
É a minha piscina de água fria, transparente, brilhante.
 
Talvez um dia eu venha a dar nomes como quem toca.
 
 
::: VIA CRUCIUS, PEGA ESSA RRRETA E SEGUE A VIDA TODA
::: Samuel Ramos <
[email protected]>

Chapter One: Sexta Feira Santa ou Unholy Fuck Day ou O Dia Em Que As Cããsa Caiu

Velmonar está apreensivo. Depois de décadas pregando sua filosofia, ele sente em seus calcanhares o peso das suas palavras. Organismos conservadores estão em sua caça, pois o julgam perigosamente perigoso. Ele, absorto em sua parada, degusta carré de porco frio, com bastante banha, pão e guaraná Nevada acompanhando. É o preço da verdade, da sua verdade, da sua missão.

Por anos Velmonar se dedicou à tarefa de informar as pessoas. Sua filosofia pregava o ódio contra o Stenpensholtzer, governante local que utilizava poderes sutis para instituir seu stablishment.

Stenpensholtzer possuía todas as mulheres. Os homens por sua vez, tentavam seguir seus passos, inclusive utilizando vestes e trejeitos semelhantes aos seus para tentar impressionar as Stepenianas Ninfus, que eram as garotas semipúberes do local. Porém todo esforço e rasgação eram inúteis, visto que Stenpensholtzer, do alto de seus 70 anos, 1 vasectomia e 2 próteses penianas, imperava absoluto no Phoder Phodurístico, e acabava traçando todas as moçoilas. Além disso, Stenpensholtzer exercia um domínio, cuja legitimidade e principal característica se centrava em não deixar seu poder transparecer. As pessoas eram governadas sem o saber.

Não Velmonar. Desde seu nascimento se apregoava que um dia ele tomaria as rédeas daquele povo. Ele não gostava dessa atribuição, mas sentia que ele era o indicado para acabar com toda aquela fodelança. Os mais antigos dizem que seu nascimento foi marcado por particularidades dotadas de significações místicas. Comenta-se que Velmonar nasceu no hall de uma fábrica falida, bem na época que Stenpensholtzer, em uma fase crítica de seu phoder, havia baixado uma normativa ditando que crianças que não se tornassem belas Stepenianas Ninfus deveriam ser mortas. Como eu disse, seu phoder andava ameaçado, face à sua primeira vasectomia. Ele, em desespero, cagou essa lei que visava a inoperância de fatores adversos a fodelança que queria promover, tão logo recuperasse sua manjuba.

O fato é que Velmonar havia escapado da matança. Na fábrica abandonada, ele foi parido sob os gritos estrondosos (sic) "QUEOSPARIU", que só não foram mais estrondosos pra não chamar a atenção da guarda de Stenpensholtzer. Na ocasião, reza a lenda, que Velmonar recebeu três importantes visitas: um aliado renegado de Stenpensholtzer, um terrorista Islaminicus e o filósofo Ari Exsófocles, que presentearam o recém nascido com seus dons.

Porém Velmonar somente compreendeu sua missão com o decorrer dos anos. Enfrentou dificuldades, sendo expulso de várias instituições de ensino, tendo que se refugiar em grutas intumescidas, fugindo da polícia colegial, da polícia trabalhal e de pais de Stepenianas Ninfus. Ele não queria acabar como os alienados cidadãos locais, e mais que isso, se sentia no direito de abrir os olhos cegos da população, que insistia em se deixar dominar por Stenpensholtzer, e também queria, afinal, traçar as Stepenianas Ninfus, como bom cidadão orgânico que era.

Velmonar passou a organizar debates, em que ensinava que o maior bem que podemos ter é a liberdade. Suas análises colocavam em cheque as práticas institucionalizadas, e ele ensinava formas de pensamento crítico, debatia táticas de guerrilha pacífica e ao final de tudo, como bom ser orgânico que era, organizava uma bela suruba.

Acontece que Stenpensholtzer passou a ver com maus olhos Velmonar. Tentou várias formas de persuadí-lo, num primeiro momento. Como a influência de Velmonar crescia ante a massa, tentou primeiro trazê-lo para junto de si, mas Velmonar, em tendo recebido o dom de um aliado renegado de Stenpensholtzer, também o renegou e negou o aliciamento de Stepensholtzer.

Medidas novas precisavam ser tomadas por Stenpensholtzer. Ele foi além. Sutilmente passou a queimar o filme de Velmonar no Jornal Nacional, dizendo que em suas surubas intelectuais ninguém utilizava proteção intelectual lubrificada, o que dificultava na penetração dos ideais libertários, ocasionando freqüentes arrombamentos de anais literários. Mas a população relutava em aceitar as notícias, e Stenpensholtzer passou a duvidar do poder de seu Jornal Nacional, tirando Cid Moreira do ar. Colocou nele a Lilian White Fibe, depois o Arnaldo Jabor, ainda a Garota do Tempo e por último o Caetano Veloso. Tudo sem sucesso, o que fez despencar a audiência e o pau do Cid Moreira. O povo queria seguir Velmonar e Stenpensholtzer começava a pagar caro pela política de dominação sem poder instituído visivelmente.

Stenpensholtzer já se enfurecia e precisava contornar a situação. Num ímpeto consultou os anais virgens de três Stepenianas Ninfus e teve uma brilhante idéia: a saída era o uso da força. Convocou o aposentado General Newton Cruz, que em instantes apresentou a solução: ressurgia o Doi Codi Go de Stenpensholtzer, que enquadrava em termos legais a atuação de Velmonar.

Sexta Feira derradeira para Velmonar. Ele em sua casa, encurralado, esperando a morte chegar via patrulha do Gen. Cruz. Metaforicamente, ele reflete, e chega à conclusão de que está como um pára-quedista que pulou de um avião numa floresta cheia de picas: se foder é só questão de tempo. Velmonar fora traído por um de seus colegas. Ante sua impotência frente às saborosas leituras dos anais, Spongas Surchas se sentia particularmente ofendido com a viril leitura de Velmonar e balbuciava as escondidas: "a inveja do pênis é uma merda". Sendo assim, resolveu entregar o local em que Velmonar estava hospedado. Velmonar sabia de tudo, inclusive da traição e do prato amargo que o destino lhe reservara. Seu destino e o dos homens estava traçado. Desde séculos era assim, um jogo de cartas marcadas, e mesmo com toda sua sabedoria e seus dons ele era incapaz de lutar contra a ignorância dos homens e a inveja do pênis. Não, amigos, não seria ele quem iria mudar isso.

Chegaram eles, os capangas de Newton Cruz e arrastaram Velmonar pelos cabelos. Durante o trajeto, colocaram nele um coroa de espinhos, bem no centro do volume da sua obra, o que lhe causou além de uma tremenda dor, um princípio de febre peniana. Os seguidores de Velmonar estavam inconsoláveis, e foram falar com Roberto Marinho para libertar o líder das massas. Roberto Marinho apenas indicou-lhes um sabonete Dove e lavou as mãos, antes de deitar-se à mesa com Dercy Gonçalves, cujos seios languidamente torneados, mais pareciam um par de maracujá de gaveta.

Já Velmonar foi morto. Embora sua morte tivesse sido ligada ao nome do General Newton Cruz (foi chamada crucificação), na realidade sabe-se que ela foi causada pela ignorância dos que governam o mundo e pelo mortal atraso dos que são governados.

Chapter Two: Saturday Night Fevers ou Nóis Só Vamu Pará Quando a Xuxa Cantá

Velmonar estava morto. O programa da Xuxa foi cancelado e deu lugar ao desfile oficial de seu luto. A Fafá e o Zezé di Camargo cantaram. Tudo burocraticamente planejado do gabinete de Stenpensholtzer. Este sabe que é uma questão de tempo a retomada da ordem. Contratou com salário milionários empresários americanos da empresa Panis et Circenses visando adequar seu projeto, e como bom tarado que era, organizou uma bela suruba.

The end (não o do The Doors que não acaba nunca mesmo): Sunday Burning ou O Velmonar Morreu, Ainda Bem Que Não Fui Eu

Velmonar não ressuscitou como chegou a se comentar. Na realidade, dizem que ressuscitou, mas ninguém viu. Seu túmulo foi encontrado violado, e, dentro dele, uma camisa do Colorado chamuscada. Mas a população nem pode notar muito essas particularidades, pois domingo tinha o programa do Faustão, e ninguém queria perder as pegadinhas e o veado da novela das seis cantando no microfone...

Posfácio: (adaptado do "Livro místico e esotérico de Casseta e Planeta")

Entrevista, 2000 anos depois, com o General Newton Cruz:

"Foi naquela época da emergência. Os pessoal falaram que eu tinha que descer o cacete num meliante, mas eu queria dar porrada niquém eu queria. Daí o Stenpensholtzer me disse que se eu desse porrada no Velmonar eu tava feito. Aí eu vi o elemento, barbudão, meio esquisito, com a maior pinta braba de comunista. Num quis saber e fui logo descendo o braço. Diziam naquela época que o Velmonar era filho de Deus. Caguei, eu disse. Bato ni deputado, ni estudante, ni jornalista, ni comunista, ni músico, ni Deus, pra eu é tudo um bando de baderneiro. Mandei recolher o meliante e colocar num apareio novo que nóis tinha feito, o crucifiço, o crucifisco, cruscifíxsico, ah, sei lá porra! Bom, o barbudão morreu, dizem até que três dias depois ele rexucitou, reixsixutou, rexuxutou, ah, sei lá porra!"


::: L i s t a s  A b o b r o l
 
Top Frases de Música que Marcaram Minha Infância
Eduardo Makoto <[email protected]>
 
- "Quando amanhecer será a hora... triste pois eu tenho que partir... levo teu abraço na memória..." (Se Tu Não Estás - Menudo)
- "Não consigo prestar atenção na aula... não suporto mais o professor... me distraio fico olhando para o lado... e o que faço sai tudo errado..." (Doces Beijos - Menudo)
- "Tudo bem no Bamba... tudo bem no Bamba..." - (Tema de abertura do Bambalalão. Minhas musas sexuais de infância...)
- "Mamma se mamma sa mamma ku sa... Mamma se mamma sa mamma ku sa..." (Wanna Be Started Something - Michael Jackson)
- "Seu delegado prenda o Tadeu... ele pegou a minha irmã e ó!!!! (Maria Alcina)
- "Uou uou iei iei... sem você não viverei..." (Ovelha)
- "Seven seven seven seven..harukana na hoshiwa furusatoda.... Ultra sevennnn (não preciso dizer o que é)
- "Masca cocô mo evitar..." (Turma do Balão Mágico)
- "Uou Uou Uou... No livro de leitura que você me deixou... havia um bilhetinho falando de amor... uou uou uou" (Patrícia Marx)
 
 
::: Evangelho de João – Capítulo 1, Versículos 1 e 2.
::: Suzi Hong <
[email protected]>
                                        
                                                “Também as palavras participam de nossa vida. Sobretudo elas”.
                                                 [autor desconhecido]

Se a PALAVRA tivesse vida e pudesse falar sem ser um mero joguete em minhas mãos, certamente sua voz seria mais alta do que a minha e do mundo todo, em sinal de protesto claro e justo pelas atrocidades que cometo ao usá-la.
 
E se há uma constatação triste quando olho pra tela em branco do meu computador, é que a Palavra, em clara declaração de guerra contra mim, não vem com a mesma fluidez de antigamente. Ao contrário, apresenta-se em minha mente em construções gramaticais espinhosas, por vezes sem nexo, por vezes sem sentido ou sentimento e, em triunfo próprio, a palavra me foge quando eu mais dela necessito.
 
Não a acuso de ingratidão ou arbitrariedade, ou sequer me permito qualquer gesto de autocomiseração por ter sido abandonada e negligenciada pela Palavra. Sim, colhe-se o que se planta e, se há uma certeza em mim agora, é a de que fui capaz de usar a palavra com toda a vileza, má-fé e rancor que havia dentro de mim, com o único propósito de camuflar os meus erros e fraquezas, e ferir muitas pessoas, com golpes de Palavras bem escolhidas, as mais indizíveis, sórdidas e destrutivas, todas interligadas em construções sólidas e argumentos pontiagudos que fariam qualquer pessoa duvidar da minha humanidade.
 
Não saber me calar quando é preciso, não saber medir as palavras que vou cuspir contra você; sim, esta a causa de meu sofrimento agora – castigo que aceito sem reclamação, porque eu reconheço-o como justo.
 
A vontade que tenho agora é de tomar um banho rápido, pegar o carro e sair ao seu encontro. Não, não tenha medo, não vou desferir outros golpes de palavras mordazes, rancorosas ou impiedosas. Pra lhe falar a verdade, tudo o que eu quero é apenas olhar pros seus olhos e calar-me de arrependimento, pegar você no colo e sentir que você vai dormir tranqüilo, sem pesadelos ou dores de cabeça.
 
No entanto, decido não fazer nada disso porque sou cuzona demais pra encarar seu rosto envelhecido e sentir culpa por seus parcos cabelos brancos e sua voz enrouquecida. O que me resta a fazer, então? Palavras são tão eficientes pra ferir, julgar, arrasar corações desprevenidos, mas são inócuas e, praticamente, inúteis e prolixas para pedir perdão, contornar erros, limpar o leite derramado das crianças, enxugar as lágrimas que eu tirei de você. Por isto, queria calar-me diante de ti, deixar que meus olhos e boca, gestos e minhas mãos falassem tudo o que sou incapaz de dizer por meio das malditas palavras.
 
E aqui estou, agora, protegida do frio de Sampa Hell, em meu quarto, às duas e meia da madrugada, ouvindo milhões de pessoas ronronarem dormindo o sono dos justos.
 
O irônico de tudo isso é que meus dedos esmurram o teclado, brigam com as palavras e, ao mesmo tempo, nelas busca um aliado pra apaziguar minha angústia de não poder ser ouvida. Não! Não quero que você ouça minha voz recitando qualquer coisa, meu discurso foi um fracasso e minha retórica um sofisma barato. Queria que você ouvisse meus soluços de criança – queria ser uma criança de três anos que desconhece termos como ódio, vai tomar no cu, filho da puta, cuzão, otário, uma criança que não aprendeu a ser irônica, que não conhece as armas do cinismo.
 
Um dia você me disse: “procuro alguém que depois não use o que eu disse contra mim”. Nós nos prometemos não ser assim, mas o compromisso durou pouco, não acha? Muito pouco tempo.
 
Nessa madrugada, afundada em minhas lembranças, releio suas cartas, ouço de novo os CD’s que você gravou pra mim, tento recordar dos nossos almoços descompromissados, dos filmes a que assistimos de mãos dadas, das noites que passamos acordados, abraçados, absortos na felicidade de estarmos lado a lado, falando de tantas coisas e embriagados pelo cheiro nosso, pelo sexo nosso, pelo amor que um dia existiu e foi cruelmente assassinado pela PALAVRA.
 
É... No início do mundo tudo o que havia era o VERBO. Nunca entendi muito bem essa passagem da Bíblia, porque o verbo aparentava ser quase nada diante da existência de Deus. Agora, acho que sou capaz de entender... O VERBO, na forma mais primitiva da palavra, é poderoso. Errei ao subestimar tanto verbo, quanto palavra. Quis brincar de Deus e pago o preço desta ousadia que cometi – estou trancada em meu silêncio, não há ninguém pra me ouvir, restando-me apenas esmurrar novamente o teclado e contentar-me, em estado de letargia e alumbramento triste, ver esta tela, outrora branca, encher-se de palavras inúteis, pois incapazes de te comover, impossíveis de serem lidas por ti, e muito limpas e sinceras para serem pronunciadas por minha boca indigna.
 
Sim... as palavras estão inseridas na nossa vida. São tão ambíguas quanto nossos impulsos, são escolhidas por nós mesmos em momentos de lucidez racional ou de paixão ilógica. Assumem também a forma de espectros que rondam nossa mente, nos prendendo cada vez mais aos momentos que já vivemos, e criam ainda outros, outros e outros... E ironicamente, são por meio delas que eu as critico, as temo, as amo e as odeio.
 
 
::: F a l a  q u e  E u  t e  E s c u t o
::: O que anda rolando em nossa caixa postal. Participe você também, enviando suas críticas, sugestões e comentários engraçadinhos para [email protected].
 
"Tenho recebido o Spam pelo correio, minha mãe imprime e manda pra mim, aí eu leio e a galera da minha sala também... O povo amou!!!!!!"
Michelli Gomes
 
OS EDITORES: Michelli, que legal saber que o Spam está fazendo sucesso também em versão impressa. Prossiga com o excelente trabalho de cooptação junto a seus colegas de faculdade, você é nossa "traficante" número 1 em Ubatuba. =^) Um grande beijo e boas ondas! A.I.
 
"Respire, suspire, inspire-se sempre. Mas não erre o poeta. Sobre o P.S. do Sabbag na edição passada, o verso erroneamente atribuído a Mário de Andrade ("estou farto do lirismo comedido") foi escrito na verdade por Manuel Bandeira!..."
Silvana Guimarães
 
OS EDITORES: Silvana, obrigado por mais essa correção. A distração sabbaguiana deve ter sido causada pelo fuso horário nipônico ao qual nosso co-editor se submete desde que se rendeu ao estabilishment e foi trabalhar na Editora Abril. Ah, os plantões da madrugada, as tentações da gula e da carne, a vida desregrada dos vampiros curitibanos... Que inveja. Mas enfim: Sil, VALEU pelo toque! Prometo que da próxima vez o Sabbag vai dormir sem a sobremesa. Um abraço, A.I.
 
 
::: C r é d i t o s  F i n a i s
 
Direção:
Alexandre Inagaki <[email protected]>
Ricardo Sabbag <[email protected]>
 
Elenco (por ordem alfabética):
AL-Chaer <[email protected]>
carlãO <[email protected]>
Eduardo Fernandes <[email protected]>
Orlando Tosetto Junior <[email protected]>
Pedro Vitiello <[email protected]>
Suzi Hong <[email protected]>
 
Astros especialmente convidados:
Eduardo Makoto <[email protected]>
Mariana Ferreira <[email protected]>
Samuel Ramos <[email protected]>
 
Spam Zine é um fanzine distribuído gratuitamente por e-mail todos os domingos. Para assinar o Spam Zine, visite http://www.spamzine.cjb.net (a casa é modesta, mas é limpinha). Envio de colaborações, pedidos de edições anteriores, cancelamento de assinaturas, críticas anárquicas, dúvidas existenciais e/ou mensagens de amor? Escreva: [email protected]
 
 
::: P. S.
 
1) Besteirol contado por meu sobrinho, Caio, de 13 anos:
 
Dois astronautas estão remando na Lua.
Quantas abóboras sobraram?
Nenhuma.
Porque tubarão não tem joelho.
 
Agora eu pergunto: que futuro terá meu sobrinho? Será que ele será redator de e-zines? (Chaer)
 
2) - Onde vc vai correndo assim cara?
- Vou ali no Centro Espírita Cibernético.
- Centro Espírita Cibernético? Fazer o quê?
- Vou dar um download do meu analista que morreu no mês passado. Tô precisando... (carlãO)
 
3) Galera de Curitiba, chorei pro seu guardinha na estrada, mas não rolou. Fico devendo um outro feriado procêis. Podem deixar guardadas as cevas e outras coisitas mais, he he. (Hong)