[S
p a m Z i n e]
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: 18 de março de 2001
: são paulo, curitiba, goiânia, belo horizonte, jundiaí, rio de janeiro
O que mata
na vida são relacionamentos mal-resolvidos. Aquela menina que sorriu pra você
na festa da formatura da 8a. série, e que você não abordou porque era um tremendo
dum bunda-mole. A colega de trabalho com quem você teve um caso, e que não foi
pra frente porque tanto ela quanto você estavam enrolados com outras pessoas,
e que permanece encalacrada em seus pensamentos, feito uma bala Soft entalada
na garganta. A vida que poderia ter sido mas não foi, como escreveu o Bandeira.
Quando penso
em affairs enrolados, lembro sempre dos desenhos do papa-léguas. Nada me tira
a convicção de que aquele coiote pagava o maior pau pelo Bip-Bip. E todas aquelas
bigornas que caíam em sua cabeça, as quedas nos abismos do Grand Canyon que
terminavam em nuvens de pó, e as explosões dos artefatos sempre bichados da
Acme, não passavam de metáforas do desentendimento amoroso. Como um apaixonado
desavisado, que ouve da amada uma frase como "não quero estragar nossa amizade",
e sente o chão escapar dos seus pés.
Uma vez, por
uma só vez eu gostaria de ver o Bip-Bip se entregando à imensa fome de amar
do desajeitado coiote. Assim como gostaria de ver os moleques escapando da Caverna
do Dragão, ou o Pato Donald dando uma coça nos folgados do Tico e Teco. Mas
crianças, como todos devem saber, são sádicas, e gostam de ver personagens se
estrepando, e riem gostosamente de tantas desgraças, e sofrimentos, e explosões.
Sei lá. O que
têm a ver essas digressões com a edição de hoje? Mil coisas.
***
Zine. Spam
Zine. Chegamos, enfim, à edição 007 (viva e deixe morrer). E é com prazer quase
sexual que anuncio a estréia de mais uma aquisição de peso em nosso staff: Eduardo
Fernandes, colunista da London Burning e autor de uma das melhores páginas pessoais
da Web brasileira, localizada em http://www.eduf.hpg.com.br. Seu texto de
avant première é, seguramente, o melhor retrato que já li a respeito da geração
atual de escritores, que tem em Nick Hornby seu guru-mor, e na Internet a válvula
de escape para suas confissões & digressões públicas (ops, qualquer semelhança
com fatos é mera coincidência).
Mas tem muito
mais. Os olhos marejados de memórias do meu amigo Alexandre Carvalho, as lúcidas
reflexões do misterioso skald, a volta de Luiz Fernando Padilha (o homem que
desconhece a palavra "consenso"), os sonhos pop de Suzi Hong, a verve humorística
de AL-Chaer, os versos de Aline de Mello, as confissões de Paula Pimenta...
Enfim, mil coisas: quem é da nossa gang não tem medo.
***
Por fim, um
convite: nosso humilde site foi upgradeado, e conta agora com perfis dos colaboradores,
seção de links e arquivo de edições passadas. Faça, pois, uma visita à nossa
página localizada em http://www.spamzine.cjb.net, e aproveite
para convidar seus amiguinhos a visitarem nossas instalações. Não seja egoísta, coopte
sua turma para a nossa trupe - sempre cabe mais um com Spam Zine.
E não se esqueça:
Jesus te ama, e o Spam Zine também.
:::
Itaúnas - Porto Seguro (1997)
:::
Alexandre Carvalho <[email protected]>
Nesta noite de terça-feira, quero a brisa gostosa das tardes de Itaúnas, cerveja
gelada aos meus pés, quase brancos de areia; cochilar nas redes dos quiosques
simpáticos em que contemplei, em minha timidez, pós-adolescentes lindas e ainda
deslumbradas com as maravilhas e as porcarias da vida adulta; quero os olhos
azuis-celestes que combinavam perfeitamente com a camiseta justa e também azul
da ruiva mais bonita que vi na vida, ainda que pouco olhassem para mim; quero
o saboroso pastel de camarão, quase quente demais para minha boca, quero as
fartas delícias do restaurante da Teresa e da tia Fina de Costa Dourada, quero
aprender a dançar o forró incensante da madrugada; quero caminhar sob o sol
ao lado das dunas que ainda se movem perigosas na direção da vila; quero estar
na Praia dos Coqueiros, nadar nas águas carinhosas da Praia dos Coqueiros, preciso
novamente do capim molhado, das canções brasileiras no luau do Jade, das visões
de céus estrelados na noite, céus como nunca vi, polvilhados de purpurina prateada,
a lua cheia nascendo no mar.
Nesta noite
de terça, quero voltar à Passarela do Álcool, em Porto Seguro, tomar caldinho
de siri para poder enfrentar os capetas do Galego, Roberto, gente fina, pai
de um menininho de três anos que, com os olhos verdes da esplêndida mistura
baiana de raças, pedia que eu tirasse sua foto puxando-me pela bermuda. Capetas
tomados, a mente se abria e a Passarela, não mais que uma avenida, tornava-se
um mundo exótico, mas muito natural para os encapetados, repleto de luzes e
danças e sons originais de berimbaus tocados por malandros que logo sacavam
a menina que estava comigo, e eu nem aí.
Mas dias e
noites passam e se tornam semanas, e mesmo esta noite de terça há de passar,
e talvez também se torne nostalgia, ainda que, sozinho num quarto, febril e
tossindo, em meio ao barulho das motos e à gritaria dos cortiços, eu respire
a doença da poluição paulistana e engula os comprimidos e antibióticos de minhas
próprias misérias.
:::
D i á l o g o s I n e s q u e c í v e i s
Trecho
da peça "Não Só as Balas Matam", do meu caro amigo ocidental Luiz Andrioli <[email protected]>:
ÍNDIO TOURO
CHAPADO
Eu ser o melhor
caçador de recompensas. (EM TOM ÉPICO) Eu ter do meu lado esquerdo Índio Tupinambá,
que proteger meu coração da raiva do inimigo. Do meu lado direito, eu ter a
índia Katunindé, que reza com as ervas mágicas pra proteger meu cabeça com os
pensamentos da justiça. Guardando o meu peito tem o caboclo Sete Quedas, que
me dá a força da água pra batalha, a velocidade do vento pra viagem, a solidez
da terra pra erguer casa e a força do fogo pra queimar inimigos.
MARA BOKETE
Que guerreiro!
E atrás, não tem ninguém?
ÍNDIO TOURO
CHAPADO
(ENVERGONHADO)
Atrás ter caboclo meio viado que fica me encoxando...
Da entrevista
que o João Gordo fez com o Sérgio Mallandro no "Gordo a Go-Go":
MALLANDRO:
- Você gosta de pegadinha, Gordo?
GORDO: - Ah,
depende.
MALLANDRO (apontando
para baixo): - Então dá uma pegadinha aqui!!!
(pano rápido,
please)
:::
Textos biodegradáveis
[04/03/2001]
Madrugada em São Paulo. Um carro circulava pela rua Heitor Penteado. Dentro
dele estávamos eu, Clarah Averbuck (do CardosOnLine) e Fabiana Batistela
(da revista Bizz).
Eu
e Clarah fomos convidados para escrever contos que serão publicados numa espécie
de coletânea de novos autores. Nosso assunto era: será que este livro venderá
mais do que 20 cópias?
Sou
uma espécie de sarcástico patológico. Por algum defeito genético, não consigo
escrever uma frase sem que, em algum lugar, fiquem perceptíveis cinismo e auto-ironia.
Assim, dizia pra Clarah:
-
Já percebeu que nós formamos uma espécie de geração de novos escritores? Veja
como isto dá uma boa estratégia de marketing: todos temos mais ou menos a mesma
idade, ouvimos as mesmas músicas e tratamos de assuntos parecidos. Quase todos
trocamos idéias, formamos quase que um movimento. E isto não acontece no Brasil
desde, sei lá, a Semana de Arte Moderna de 1922.
Terminei
a frase e esperava as gargalhadas. Não era pra levar aquilo a sério. Mas fez-se
um silêncio de catedral. Ou, por outra: um silêncio de pausa retórica. Como
se o público esperasse uma conclusão bombástica, um final parnasiano, um dó
de peito.
Como
não concluí nada, Clarah disse:
-
E tu acha que eu já não pensei nisso? Já até escrevi alguma coisa sobre nossa
geração.
Pensei
em carregar na ironia. Quem sabe daria certo:
-
Sério? O mais interessante é que somos talvez o primeiro movimento de escritores
brasileiros a circular por um espaço virtual. Nos conhecemos pela Internet e
publicamos nossos textos nela. Somos de vários lugares do Brasil. Nada de movimentos
paulistanos ou de freqüentadores de Copacabana etc. Somos um movimento virtual.
Isto é muito marketeável. Vamos ficar ricos.
Desta
vez causei algum efeito. Alguns risos. Principalmente porque eu comecei a gargalhar
sozinho. Clarah entrou no clima e começou a ironizar:
-
Quem seríamos nós neste movimento? Eu seria a Hilda Hilst?
-
Mais ou menos, né? Você tem um humor que lembra o dela. Mas Hilda está num nível
muito superior a todos nós. Já li pelo menos dez vezes os seus Contos d'Escárnio.
Cada vez mais eu percebo o quanto estamos distantes dela.
-
E você, quem seria?
-
Oswald de Andrade, é claro. Que faz referências a meio mundo. E que, até hoje,
ninguém entende. Eu adoraria dizer: "Nosso país sofre de incompetência cósmica"
e criar um personagem chamado Pinto Calçudo. Se bem que eu vivo imitando o Nelson
Rodrigues cronista.
Continuamos
nesta conversa, até que Clarah lançou a seguinte questão:
-
Mas, Eduf, nossos textos não têm permanência. Daqui a alguns anos ninguém vai
se lembrar do que escrevemos. Nós temos referências que soarão datadas.
Fabbie
interveio. Pensava que estivéssemos falando de permanência de um mês, dois.
Algo assim. Ingênua. Não conhece o ego dos escritores. Clarah e eu pensávamos
na sobrevivência histórica dos nossos textos. Isto é: será que alguém se lembraria
de nós depois que morrêssemos?
Minha
vez:
-
Não é mais possível fazer textos que entrarão pra história. No máximo, algum
historiador nos estudará e fará uma daquelas teses idiotas: como era a vida
do jovem no final do século 20 e começo do 21. Nossos textos são biodegradáveis.
Agora
eu acrescentaria: e têm uma permanência de dez segundos. Errr. Retifico: cinco.
Somos seres videoclípicos. Com a nostalgia do que se convencionou chamar de
"profundidade". MTV aspirando a Eurochannel.
Afinal,
se Shakespeare, Dostoievski, Dante, entre outros, tivessem nascido na nossa
época, será que produziriam obras como as que fizeram? Se bem que foram os analistas
dos textos deles que nos ditaram o que significa ser "profundo". Problemas cronológicos.
Teríamos de criar nossa própria idéia de profundidade?
Questões
inúteis, mas vá lá. Todos nós temos o direito de lançar uma ou duas questões
inúteis no mundo. O fato é que hoje escrevemos para gente que está cercada de
discursos por todas as partes. Raptados e mantidos em cativeiro pelas letras.
Há
informação demais, circulando por todas as mídias. Se me permite o elitismo,
vivemos num grande supermercado cognitivo.
Cada
questão que propomos já foi tratada por centenas de autores. Citamos, mesmo
que inconscientemente. E cada linha que escrevemos só consegue colaborar com
o imenso ruído, com a gagueira das idéias, em que estamos imersos.
Assim,
não temos mais a utopia de esclarecer a ninguém. Hoje a utopia é ser lido. É
comunicar algo a alguém. Simples assim.
Ok.
E pra que escrever, então? Sei lá. O dia em que eu descobrir, talvez pare com
isto. O clichê diz que escrever é uma necessidade vital. Não pra mim. Troco
tudo pela Alessandra Negrini.
Aliás,
quantas coisas fazemos pelo prazer do absurdo? Escrevo porque é absurdo. No
fim, desconfio que só escreva por pura vaidade. Talvez uma boa análise resolvesse
isto.
O
fato é que não me importo em ser biodegradável. E, como Nelson Rodrigues, também
não tenho medo do Conselheiro Acácio (informe-se). Quero que a tradição da literatura
vá sentar numa toicera. Ela é boa para ler e influenciar, mas que não venha
me oprimir.
Talvez
eu venha a fazer parte da confusão que cerca seu cérebro. Deste ruído de fundo.
Edufuzz. Pra mim já está bom.
Agora,
cuidado: esta mensagem se autodestruirá em cinco segundos.
:::
L i s t a s A b o b r o l
Top
5 Worst e-cantadas Já Recebidas (ou: o Pior do Papo-Aranha)
--
machucou?
-- hein?
-- quando
você caiu do céu...
(duh...)
-- adorei
o teu texto...
-- é?
-- é,
tá a fim de fazer sexo virtual?
(ddddddddduuuuuuuuuuhhhhhhhh)
-- você
gosta de mulher?
(tóin...
heheheehe)
-- oi
gata, tá a fim de teclar?
(Shift-N-~-A-O!)
-- você
tem foto?
(tenho,
uma nua na banheira, quer ver?)
...
...
passam-se
vários minutos, o mala que ainda está esperando pergunta:
-- cadê
a foto?
...
sem resposta,
o mala pergunta novamente:
-- você
está aí?
...
nicole
responde:
-- eu
não sou a nicole, é o irmão mais velho dela que está usando o computador.
(hshshsh)
::: uma
velha piadinha contextualizada
Num bar, James
Bond senta-se ao lado de uma loira fenomenal. Ele lança um olhar para ela
e outro para o seu próprio relógio.
Ela pergunta:
- A mulher que você está esperando está atrasada?
- Não - responde Bond. - Ganhei este relógio high-tech e o estou testando...
- Ah, é?! - pergunta a loira. - E o que este relógio tem de especial?
- Ele usa ondas alfa para se comunicar comigo - explica Bond.
- E o que ele está lhe dizendo agora? - pergunta a loira intrigada.
- Ele me disse que você está sem calcinha.
A loira dá uma risada e responde:
- Pois seu relógio não funciona! Eu estou COM calcinha!
James Bond mexe no relógio e, irritado, diz:
- Merda!!! Está adiantado meia hora!!!
:::
R á p i d a s R a s t e i r a s
"O legal dessas sopas Maggi e Knorr é que elas fazem bem para o cérebro. Você
é obrigado a fazer um puta esforço de imaginação pra sentir sabor de alguma
coisa".
(SERGIO FARIA,
responsável pelo Catarro Verde <http://catarro.blogspot.com>, o blog
mais ácido, crítico e politicamente incorreto da Internet brasileira)
"Esta semana,
o funk foi apontado como vilão, corruptor e imoral. Então agora a culpa
de que as meninas engravidam, se drogam e pegam doenças é do funk? Não, não
é, minha senhora. De quem é a culpa então? Que tal de um sistema de educação
de merda que não ensina as menininhas de que pau na buceta engravida?".
(CLARAH AVERBUCK, a mesma mocinha citada no artigo de Mr. Eduf, no melhor
do seu mau humor, em sua coluna no COL <http://www.cardosonline.com.br>,
edição 238)
:::
Cronófilos e Termópilas
:::
skald <[email protected]>
“Acorde e sacuda os sonhos de seu cabelo”. É a primeira coisa que
nós pensamos antes de levantarmos e realmente tentamos sacudir os sonhos.
Alguns teimam em grudar-se nas raízes dos cabelos, e alguns ainda balançam
nos cachos, zombeteiros. Há dias em que o sol nasce lentamente, como se soubesse
que, ao chegar em seu zênite, tivesse de invariavelmente decair e envelhecer,
cedendo lugar à noite.
O
pôr-do-sol é patético. Depois de horas iluminando a esta [e outras] bolas
de lama ele cai em questão de minutos, uma esfera vermelha incandescente,
mera sombra do astro fulgurante que esquenta as cabeças e marca as camisas
de gordos sob as tetas com suor. A imagem dessemelhante de sua própria ignorância,
parado a sabe-se Deus [ou algum astrônomo de plantão] quantos milhões de quilômetros
da Terra.
Tanto
faz no fim das contas.
Nós iremos escovar os dentes depressa, para não perdermos
a carona, e correremos os neurônios, desfilando letras durante toda a manhã,
presos em uma branca sala fechada com outras reses decorando os princípios
no quadro-verde-outrora-negro. As esperanças de futuras experiências esvanecem
no decorrer dos dias. Os homens, nós pensamos olhando um manequim discursando
as bases do sistema, são cronófilos e não tomam tento disso.
Philos distante da imagem de amor, senão, talvez, a espera
inexorável da adoração de um princípio pessoal. Se dividiram o ano em trezentos
e sessenta e cinco dias [salvo os bissextos], os meses em trinta ou trinta
e um dias, o dia em vinte e quatro horas, cada hora em sessenta minutos e
cada minuto em sessenta segundos, e depois o segundo em partículas menores,
e estas partículas menores em partículas menores ainda, então não sabemos
o que dizer se isto não for adoração.
Há toda uma hierarquia de importância regulando a vida,
a geração da vida e o extermínio da vida. A Bíblia diz que há um tempo de
plantar e um tempo de colher. Se nós não plantamos, não colhemos. Mas há quem
não plante e colha, e quem plante e não colha. Há morte que não teve origem
na vida, e vida que não se originou da morte. O desespero, como se vê, nem
sempre é fruto da esperança frustrada.
Pedaços
redondos de vidro e mecanismos intrincados nos tolhem os movimentos. Hoje
nós perdemos um amor porque o prazo de validade estava vencido, e amanhã perderemos
outro por estar ainda muito verde. Amanhã nós saberemos que será inútil outra
tentativa, e nosso ludismo pueril terá de voltar incontinente para sua caixinha
de marfim porque não preencheu os requisitos de tempo, espaço e pretensão.
Tudo
que existe tem um motivo, menos o motivo do motivo, que noves fora é zero.
Cronometramos o tempo da queda da terra ao céu, e na volta contamos os astros
do firmamento e medimos a extensão das próprias estrelas. Sentamos em um banco
de granito e nos informam, com todo o peso de uma Alexandria queimada, que
não é granito, mas sim quartzito. Não nos sentimos mais confortáveis fisicamente
por isso, nem nossas lembranças são menores ou mais dispersas. Todavia, vejam,
todo nosso romantismo despertado pelo granito se foi, e a poesia do momento
se transformou em mera aula.
Tínhamos
toda uma elegia sobre tempo, sobre sonhos, esperanças e granito. Só que sem
o granito não sobrou nada que suportasse o peso destas abstrações.
O
papel é muito leve. Hoje também nós estamos leves.
Que seja.
Sacuda os sonhos de seu cabelo.
Eu
só queria te falar que quando eu vejo você chegar, passar, ficar no lugar ou
me olhar, meu coração ainda dispara, mesmo já tendo te visto milhões de vezes.
Cada dia eu percebo uma graça nova em seu sorriso e esse seu olhar só seu me
tira deste mundo e me leva pra um lugar encantado, dos meus sonhos, onde eu
queria estar pra sempre. E eu fico só mirabolando planos pra te fazerem me notar,
e sei de cor a que horas e onde você vai passar, e eu gasto um tempão tentando
ficar mais bonita, desejando ser uma deusa pra você ficar deslumbrado comigo...
E eu já nem sei mais quanto tempo vai durar esta paixão ou obsessão, eu fico
imaginando como ia ser bom estar nos seus braços, nos seus abraços, com você
nos seus passos. Mas você uma hora sempre vai embora e eu fico com o coração
apertado, parece que você leva metade de mim ou até eu inteira com você, mas
quem dera que levasse mesmo...Ah se você pudesse me amar, eu sei que só ia dar
certo, que a gente ia esquecer todo o resto e viver só de gostar.
FERNANDO
GOULART <[email protected]> NÃO AGÜENTA MAIS OUVIR
FALAR EM: fusões e aquisições. Eles se fundem e você se...
SUZI HONG
NÃO AGÜENTA MAIS: ficar vesga pra aprender Front Page; pegar filas
de cinema todo santo dia da semana; ouvir "cachorra: au-au, gatinha: miau";
e, sometimes, responder a pedidos com variações das onomatopéias. Seres apaixonados
emburrecem.
NICOLE LIMA QUER
JOGAR UMA BOMBA em todas as filas de calouros amarrados sujos enfarinhados
e com o cabelo raspado. Tudo pelo fim das frescas, patricinhas e filhos
de papai. Tudo pela moralização do ensino superior. Que merda é essa de
passar no vestibular, virar herói e ganhar carrinho zero do papai? "Uf,
agora eu PASSEI, POSSO FICAR mais uns anos ganhando mesada e comendo
a comida da mamãe, depois eu entro em crise existencial e faço um mestrado
nas Ilhas Fiji". E só pra não esquecer do mestre Chico (Buarque): "Vai trabalhar
vagabundo!"
:::
Aline de Mello<[email protected]>
Tenho medo de que o que me invade seja uma febre
Mas tenho mais medo ainda de que seja definitivo.
Tenho medo de me ver facilmente entregue
Mas tenho mais medo ainda de morrer sozinho.
Tenho medo de me envolver demais
Mas pior seria viver sem arriscar.
Tenho medo desta já esboçada dependência
Mas pior seria ignorar, do amar, a experiência.
Tenho medo de, no choque, me ver dominado
Mas tenho muito e muito mais medo ainda
De não te encontrar ao meu lado.
:::
S o n h o d a S e m a n a
Gasparzinho
– o Fantasminha Camarada
Nunca
fui aficcionada por quadrinhos, a ponto de comprar edições de luxo, importadas,
e saber de cor as melhores histórias da Turma da Mônica, Tio Patinhas, Sandman,
X-Men e afins.
Dos
meus xodós em HQ, adquiridos a custo de muitas economias de minha parca
mesada nos áureos tempos do colegial (que não voltarão jamais), guardei
até meados de 1993 a coleção completa de Akira, que infelizmente foi surrupiada
por algum cara da Granero que fez minha mudança. Mas ainda tenho Orquídea
Negra e alguns mangás coreanos para olhar, ler e lembrar os bons tempos
da minha quase já extinta inocência. Desde então, não tenho comprado mais
gibis, já que o vil metal fez priorizar minhas aquisições de CDs e livros
de “gente grande”.
Engraçado
que, na noite de domingo, ao sair no meio da noite pra comprar cigarros
na banca de uma pacata pracinha no bairro do Sumaré, em Sampa City, uma
vozinha sussurrou “vá até a seção de quadrinhos, vá até a seção de quadrinhos”.
E, AHÁ – eu me deparo com uma bela edição encadernada reunindo as melhores
histórias de Wolverine publicadas entre 1992 e 1993. Nem perguntei
o preço: devorei quase todas as 370 páginas em uma única noite, até que
meu namorado me chamou pra dormir. Deviam ser quase 5 da manhã.
CORTA.
Estou
no meio de uma batalha sangrenta entre Wolverine e o Demônio em pessoa.
Os dois lutam kung-fu, karatê, jiu-jitsu, tae-known-do e o diabo (pra botar
as lutas de "O Tigre e o Dragão" no chinelo), mas nenhum pede arrego. Soa
o gongo e está findo o 467º round. Cyclope cura-se dos ferimentos e verifica
se nenhuma das garras de adamantium de Wolverine está danificada. Euzinha,
vestida em um macacão colante ultra-decotado prateado (uhu, nunca me vi
tão gostosa num sonho) dou Gatorade sabor Maçã com Goiaba pro meu atormentado
e amado mutante, enquanto ele fuma um de seus charutinhos. O Capeta bufa
e expele fogo pelas narinas. O destino do mundo está em jogo – se o Coisa
Ruim matar Wolverine, todos os seres humanos estarão condenados ao fogo
eterno.
Soa
o gongo e a batalha sangrenta é reiniciada. Wolverine é atacado pelo Coisa
Ruim com uma cusparada de fogo capaz de incendiar dois maracanãs. A platéia
vibra. Mas seu fator de cura mutante o faz surgir das chamas, pronto para
desferir um golpe com suas garras. Ele joga longe os pares de chifres do
Capeta e um sangue preto começa a inundar o campo de batalha. Cego pelo
próprio sangue e furioso, o Diabo sem chifres, porco e desonesto, envia
Linda Blair, de “O Exorcista” pra atacar Wolverine por trás com uma vomitada
de ácido verde. O mutante sofre como homem (seu coração é de homem) ao perceber
que o grande amor da sua vida o traíra. Enlouquecido pelo ódio e mandando
à merda as regras da luta, Wolverine arranca a cabeça de Linda Blair, matando-a
junto com um pouco de si.
Mira
o Diabo sem chifres e não consegue conter uma risada ao vê-lo. Enquanto
isso, meu sangue ferve por saber que minha grande rival está morta e que
Wolverine será meu, finalmente, para que possa apaziguar a sua dor existencial
por ser um mutante.
Wolverine
avança contra o Capeta e, com seu punho esquerdo, desfere-lhe um upper no
queixo, enquanto as garras de sua mão direita cortam o rabo com ponta de
flecha do bicho ruim. O Capeta geme de sofrimento. Wolverine desfere
o golpe final para sua morte. Corta-lhe as asas negras que o fizeram cair
do céu.
O
Capeta cai no meio do ringue e não reage à contagem final. O mundo está
salvo. Vou ao encontro de meu grande amor, muito ferido e muito humano.
Suas garras começam a sumir, fraturas expostas começam a surgir em seu corpo.
Ele volta a ser apenas um simples ser humano, apenas Logan. Com os olhos
cheios de lágrima e em meio a gemidos de dor, ele me diz que aquele era
o momento pelo qual esperara a vida inteira. Ser gente. E, em nome do amor
que eu sentia por ele, pediu-me que acabasse com seu sofrimento físico.
Eu não conseguia, não podia.
Foi
quando Gasparzinho, o fantasminha camarada, aterrissou flanando sobre o
ringue ensangüentado. Ergueu Logan em seus braços como quem ergue um saco
vazio de batatas e levou-o longe, bem longe de mim, até sumir na escuridão
do céu estrelado. Antes de partir, Gasparzinho piscou-me o olho e deu um
sorriso que iluminou toda a arena.
CORTA.
Acordei
com os olhos inchados, pegando fogo – porra, tinha dormido de lentes de
contato.
::: A
c h a d o s e P e r d i d o s
ALINE CANEJO
PROCURA: Marisa Urban. A ilustre senhora foi jurada do extinto programa Flávio
Cavalcanti e na época parece que fez algum sucesso por causa de seu carisma.
Fui designada pelo editor do meu jornal a procurá-la para fazermos uma coluna
chamada "Por onde anda". Estudantes de Jornalismo, jornalistas, não-jornalistas
e afins, por favor, me ajudem!!!!! Qualquer pista, algum artigo ou livro a respeito
dela, escrevam para: [email protected].
LUIZ ANDRIOLI
PROCURA: um aquaplay, um cubo mágico, um vinil amarelo com as músicas do Balão
Mágico, um Cai-não-cai, uma bicicleta Caloy Cross Extra Nailon, um time de futebol
de botão da Portuguesa e uma Playboy da Magda Cotrofe... Restos de uma infância
na década de 80.
IAN BLACK PROCURA:
algum (a) desenhista de Mangá que saiba fazer caricaturas. (não)paga-se (nada)
bem. Se souber desenhar aqueles olhos grandes e chorosos, já tá valendo. Escreva:
[email protected].
"Cuméquié?
Fizeram uma versão disso?"
Foi o que me
passou pela cabeça quando ouvi no rádio a versão pesada de "Wicked Games",
do Chris Isaak, e lhes garanto: depois disso, eu posso acreditar em tudo...
Eu não quero
dizer aqui que versões são um dos efeitos da decadência musical dos nossos dias.
Continuo achando que a "fonte dos acordes" secou de uns tempos para cá, e que
o número de "covers" feitas hoje em dia tem sido maior que nas décadas passadas,
mas isso não quer dizer que a música piorou por causa das regravações. Pelo
contrário, acho que se ainda são produzidas boas canções, algumas delas
surgem graças a versões como a de "Wicked Games".
É claro que
certos cantores estão mais preocupados em pegar carona na música de artistas
famosos do que prestar homenagem aos mesmos. Citemos nosso "herói" Zeca Baleiro,
que usou uma canção da Gal ("À Flor da Pele") como carro-chefe de um
punhado de musiquinhas que preenchem aquele CD. Ah! Não vou ficar chutando cachorro
morto! Prefiro citar exemplos piores.
Quem foi a
besta que fez uma versão rap de "Every Breath You Take" do The Police?
Longe de mim ser racista, mas apenas quem nunca escutou caras como Stevie Wonder,
Marvin Gaye, Isaac Hayes, Cartola e Pixinguinha acha realmente que fazer rap
é a melhor coisa que uma pessoa negra pode fazer com a voz. RAP é sigla de Rhythm
And Poetry, mas poesia é a ÚLTIMA coisa que aquele som possui!
E o "Funk do
Tigrão", com aqueles teclados sampleados de "Headhunter", da banda belga
eletrônica Front 242? Quem já ouviu essa música nos anos 80 e é pego desprevenido
numa festa, acha até que por alguns segundos a "playboyzada" começou a escutar
música boa. A surpresa que se tem nessas ocasiões é desagradável...
"Lindo Balão
Azul", do Guilherme Arantes, por ocasião do especial para TV "Pirlimpimpim".
Fizeram uma versão dela pra pagode! A violência musical e a poluição sonora
não têm limites... Em nome de um esforço desesperado em vender qualquer porcaria,
pega-se a música que fará o Sr. Arantes não ir para o inferno no apagar das
luzes do juízo final, e a transformam num pagode! Meu Deus!
Vocês, caros
leitores, podem até achar que é fácil falar mal de rap, funk, pagode e Zeca
Baleiro. Tudo bem... Vamos atingir "alvos" mais interessantes...
Vocês lembram
do Nenhum de Nós, aquele grupo que, sabe-se lá porquê, virou um dos ícones do
Rock Brasil? Tem gente que ainda se emociona ao ouvir "Astronauta de Mármore",
aquela versão que eles cometeram de "Starman", do David Bowie. Felizmente
eu sei que a maior parte do pessoal que vai ficar puta com esse comentário nem
sabe quem é Bowie!
Temos versões
para dar e vender. E por falar em vender, bastou Roberto Carlos ter completado
trinta anos de carreira, que um outro Roberto, o Frejat, pôs-se a "confessar"
que sempre escutou suas músicas desde garotinho. Engraçado... deve ser bem cômoda
essa "confissão", principalmente se "por acaso" o Barão Vermelho lança um disco
com várias versões dos tempos da Jovem Guarda. Agora, imaginem o Rei, a Wanderléa
e o simbiótico Tremendão piorados? É uma brasa, mora! Aposto que o Frejat deve
rodar sua guitarra tal qual uma bolsinha...
Às vezes o
próprio artista piora suas músicas. Acho "Girls Just Want to Have Fun"
da Cyndi Lauper uma maravilha, mas, que tal ouvi-la em ritmo de reggae, com
um videoclipe demonstrando que as garotas que querem se divertir hoje em dia
não são exatamente "garotas"? Agora eu entendo porque morrer no estrelato é
bem mais prático... Tragam um caixão (e uma estaca) para Cyndi Lauper! Rápido!
Mas, por mais
que essa gente bunda tente destruir a todo custo coisas boas, sempre haverá
quem faça versões legais. Regravar músicas é uma metralhadora giratória. Algumas
são uma maravilha, outras são uma merda de dar gosto; outras, simplesmente uma
merda. Vamos falar de alguns casos positivos.
"Physical"
da Olivia Newton-John, feita pelo Nine Inch Nails – a canção perdeu aquele ar
debilóide de academia de ginástica, tornando-se uma música bem mais "séria".
É como alguém que só amadureceu em outra encarnação. Aliás, o estilo "industrial"
consegue fazer umas versões bem legais, tais como "Sweet Dreams" do Eurythmics,
com o Marilyn Manson, ou "Dead Souls", do Joy Division, com o já
citado NIN. Este último deu um peso de guitarra que a original nunca teve.
Quem nunca
escutou a versão que a banda "Cake" fez para "I Will Survive" da Gloria
GAYnor? A banda "destruiu" a música, mas para reconstruí-la de forma bem melhor!
Perdeu-se seu ritmo "disco", ficou mais lenta, com uma linha de baixo mais "swingada"
e uns trompetes substituindo o som daqueles sintetizadores que sempre rolou
no "disco" - ou seriam violinos? Eu nunca soube... Enfim, nada contra o
original de Gloria Gaynor, nem contra os gays. Seu ritmo é bem legal também,
mas essa história dos gays "expropriando" certas músicas e declarando-as como
(mais um) "hino gay" é um saco! Graças ao Cake, "I Will Survive" livrou-se
de ser apenas um hino "corporativo"...
"Cherish"
da Madonna, na versão voz e violão de Renato Russo. Não sou de endeusar o cara,
mas é impressionante como alguém, munido apenas de voz, violão e sensibilidade,
consegue fazer uma versão tão bacana de um "pop-água-com-açúcar". Eu comecei
até a gostar da versão original!
Versões ruins
podem acontecer nas melhores famílias e nas melhores bandas. Eu adoro a "nerd-band"
Devo e detesto com todas as forças os Rolling Stones, mas a versão que o primeiro
fez para a música do segundo ("Satisfaction") ficou uma bosta! Aliás,
até mesmo o The Cure, que para mim é melhor banda da década de 80, já fez uma
versão de "Foxy Lady" do Hendrix que é simplesmente horrível. Felizmente
o próprio Cure redimiu-se ao regravar "Purple Haze"...
Com tantas
"originalidades" como Jota Quest, Celine Dion e "Copinhos" Brown, minha conclusão
sobre versões é: AINDA BEM QUE ELAS EXISTEM. Pois, para cada "É o Amor" executada
pela Maria Bethânia, sempre haverá uma "Love Vigilants", do New Order,
com o Pato Fu. Meno male.
Não posso terminar
este texto sem confessar uma coisa: dentro desse "festival" de versões, eu também
já quis tirar uma "casquinha", tocando, com a banda do meu irmão ("PlanoZ"),
uma versão punk-rock de "It´s a Sin", dos Pet Shop Boys. O som da banda
ficou legal, mas a minha voz... Até a próxima!
:::
F a l a q u e E u t e E s c u t o
::: Mande
suas críticas, sugestões e comentários engraçadinhos para <[email protected]>. Aqui, trechos comentados
de correspondências recebidas na última semana.
"Pro pessoal
do Spam Zine, meu agradecimento especial. Simplesmente delicioso poder trocar
as tardes melancólicas que prenunciam o mais melancólico ainda (e irritante)
som dominical da musiquinha do Fantástico por uma leitura inteligente, crítica,
sensível e bem-humorada. Lendo vocês, consigo ver uma luz no fim do túnel desse
país... Ah, se eu tivesse influência na Globo..."
Isabella Tedesco
OS EDITORES:
Querida Isabella, obrigado pelos elogios. Assim como você, considero o domingo
o dia mais down da semana. Toda vez que ouço o auditório do Silvio Santos cantar
a indefectível "é ritmo, é ritmo de festa...", eu me sinto tão melancólico quanto
o Dr. Bruce Banner ao final de cada episódio do Incrível Hulk, caminhando solitário
pela estrada deserta de uma nova segunda-feira... Ok ok, exagero: mas é que
não resisti à compulsão de encaixar uma citaçãozinha pop. Beijins carinhosos
e juízo (pero no mucho), A.I.
"Não seria
'RESPECT THE COCK' no Magnólia?"
Cardoso
OS EDITORES:
Mr. Caroço Czarnobai, é isso mesmo: valeu pela correção dos Diálogos Inesquecíveis
(pelo jeito, nem tanto) da semana passada. Mas enfim: seja ele pinto, bilau,
sonda, benga, mastro, free willy, tin-tin, peia, pau, periscópio, aquilo, yul
brinner, schpatz, vara, salame, careca da c&a, piu-piu, croquete ou
pênis, o importante é que seja eterno enquanto duro. Aquele abraço, A.I.
:::
C r é d i t o s F i n a i s
Direção:
Elenco (em
ordem alfabética):
Astros especialmente
convidados:
Spam Zine é
um fanzine distribuído gratuitamente por e-mail todos os domingos. Para assinar
o Spam Zine, visite http://www.spamzine.cjb.net (a casa é modesta,
mas é limpinha). Envio de colaborações, pedidos de edições anteriores, cancelamento
de assinaturas, críticas anárquicas, dúvidas existenciais e/ou mensagens
de amor? Escreva: [email protected].
:::
P. S.
1) A oferta
de revistas vendidas nas bancas de jornal anda cada vez maior e mais segmentada.
Já vi revistas especializadas em hamsters, mulheres peladas com mais de 50 anos,
helicópteros (certo, Mr. Carvalho?) e, pasmem, perucas. Mas o que vi hoje
bateu todos os recordes: encontrei na banca de jornal uma revista com o singelo
título de CELULITE (com a Sheila Mello do Tchan na capa). Depois dessa, o que virá
por aí? ESTRIAS? HEMORRÓIDAS? AFTA? (Inagaki)
2) Errata da
edição 006: o pensamento que está, erroneamente, atribuído a mim,
("te longo, porque te curto é muito pouco") foi registrado de uma pichação de
um muro em 1987. Fui lá encontrar o tal muro para falar que não quis, em
nenhum momento, cometer apropriação indébita; ele (o muro) me respondeu
que não aceita que se escreva "Autor Desconhecido"; pediu para que fosse escrito,
nos créditos: "recolhido por AL-Chaer de um muro do Bairro Feliz, em Goiânia,
1987". (Chaer)
3) O Estevão
foi solto, porque um ilustre ministro do STJ achou que o ex-senador não representava
risco para a ordem pública. Tsc, tsc, tsc. Desviar mais grana via CC5, laranjas
da vida é o quê? Aliás, o que é ordem pública? Faz tempo que não vejo isso no
Congresso, nas ruas de Sampa ou nas plataformas de petróleo em alto mar. (Hong)
4) "Eu morreria
se não pudesse enfiar o dedo no nariz" - uma garota comentando meu novo piercing.
(Black)
5) Como diria
o velho ditado: foda é foder no fusca. (Sabbag)