Mulher da rótula,
Mulher da rua, Mulher da vida, Mulher pública, Mulher de família, Mulher
solteira, Mulher rica, Mulher velha, Mulher feia, Mulher fatal, Mulher à toa,
Mulher doméstica, Mulher Católica, Mulher homem, Mulherona, Mulherzinha, Mulher
branca, Mulher preta, Mulher loira, Mulher à francesa, Mulher baiana, americana,
Mulher brasileira, Mulher mãe, Mulherão, Mulheraço, Mulher aranha, Mulher gato,
Mulher macho.
Tem menina que quer ser
mulher, treina passos de cinderela com os sapatos da mãe, pinta-se diante do
espelho da avó, roda entre saias e bambolês, rouba o sutiã da irmã e os
óculos do pai.
Tem mulher que se faz de
menina.
Tem mulher que se faz de
boba (e funciona).
Tem homem que se veste de
mulher e fica mais bonito.
Tem mulher burra, mulher
brava e mulher má.
Há mulheres que bebem
Martini com cereja, homem com cereja, cerveja, a salvação é que algumas ainda
bebem gim.
Tem mulher que reclama do
peito que é grande, tem mulher que queria ter um maior. Bunda, coxa, barriga,
quadril, culote. Homens de ombros largos e mulheres de cintura fina. Mulheres de
seios fartos, quanto menor a razão cintura/quadril melhor a reprodutora.
Mulher que não reclama do
próprio corpo ou é feliz ou é homem.
Mulheres olham mais para
mulheres, comem-se com os olhos, comparam-se. Mulheres mexem no cabelo, se
prender é pra mostrar a nuca, se soltar é pra exalar perfume. Mulheres se
exibem, andam com a bunda e os seios empinados, usam meia fina e sutiã meia
taça. Mulheres movimentam a indústria têxtil.
Antes as mulheres se casavam
e ficavam gordas, mas daí veio o divórcio e a lipoaspiração. Cirurgiões
plásticos cobram caro e os antidepressivos invadiram o mercado. Personal
trainers, cães e gatos são mais atenciosos.
Dizem que as mulheres foram
responsáveis pela invenção do elevador. Sem as mulheres os homens não comprariam
as Mercedes, sem as mulheres não haveria copos, nem toalhinhas para lavar as
mãos nos aviões. Talvez sem as mulheres não houvesse espelhos, refrigerantes
dietéticos, músicas sertanejas, academias de musculação nem desodorantes
antiperspirantes.
Mulheres são as principais
responsáveis pela existência de poetas. Mulheres também são poetas. Mulheres tem
a letra bonita e ainda assim podem ser médicas. Mulheres choram, mas não se
impressione, choram até sozinhas diante de um espelho ou um teto, um filme e
muitas vezes trancadas em banheiros... Nada que exija mais que uma caixa de
lenços ou bonbons. Mulheres só não choram de dor, de fome ou de medo. Mulheres
não tem medo de ter filhos mas tem nojo de matar baratas.
E se não existissem os
homens já teriam inventado um vidro de palmito com tampa abre
fácil.
Mulheres não deveriam ler
contos de fadas para suas filhas.
Mulheres deveriam comer com
mais prazer e comprar lingerie para si mesmas.
Como o boletim do UOL felicita a mulher pelo seu Dia
Internacional
Olá NICOLE ,
Faça exercícios aeróbicos no
conforto do seu lar com a bicicleta ergométrica Tractt que está em promoção no
Pontofrio.com, por 6 de R$ 19,98 sem juros. E para comemorar o Dia Internacional
da Mulher, o Shopping UOL traz um guia especial repleto de ofertas e ainda
destaca os dotes culinários da tradicional Ofélia em dois livros inéditos com
receitas de doces e pratos rápidos.
conclusões imediatas: 1) mulheres devem
preferencialmente se exercitar em casa, já que os seus afazeres domésticos
impedem a prática esportiva. 2) mulheres devem se exercitar. 3) é barato se
exercitar. 4) essa é uma oferta para comemorar o dia internacional da mulher. 5)
comemore o dia internacional da mulher exercitando seus dotes culinários com a
Ofélia.
::: D i á l o g o s I n e s
q u e c í v e i s
"RESPECT THE DICK!"
(Tom Cruise fazendo a classe macha se fazer respeitar,
em Magnólia)
Minha mãe tinha a chave de casa. Ela
sempre levava a chave presa numa daquelas argolinhas, enroscada no zíper da
bolsa. Meu pai nunca teve a chave de casa... É que a minha mãe sempre chegava em
casa antes, porque ela não trabalhava. Não que ela não trabalhasse assim, digo,
de não fazer nada. Ela fazia crochê... Ou era tricô? Você sabe a diferença de um
e outro? Ah, claro, são as agulhas né? Mas um dia minha mãe chegou mais tarde em
casa. Não, não foi por maldade, antes que você pense mal da minha mãe. Eu estava
em casa sim. Mas a porta lá de casa é daquelas que só abre com a chave, sabe?
Daí o motivo de eu não ter aberto a porta pro meu pai. Só que ele não sabe pular
a janela, e além do mais ele achou mais fácil sair pelo bairro procurando a
minha mãe. É, pelo bairro. É que a minha mãe sempre morou no bairro, nem o
centro conhecia. Então meu pai achou que seria mais fácil procurar a minha mãe
do que pular a janela, até porque ele estava de calça jeans. Mas isto tudo ele
falou gritando, para que eu pudesse escutar através da porta
fechada.
Tem gente que passa a vida inteira
procurando alguma coisa, né? É, eu também acho profundo, foi o pastor que falou
na TV, naqueles programas que passam de madrugada, em qual canal que foi mesmo?
Ah, deixa pra lá. Mas a vida do meu pai foi assim, a partir daquele dia, imagino
eu. Digo imagino porque imagino mesmo, porque eu nunca mais falei com ele.
Também nunca mais falei com a minha mãe, mas isto nem me faz muita falta. É que
eu sempre fui muito mais meu pai, sabe. É, eu sei que você deve ter notado...
Identificação, né? Por isso que eu também não tinha chave nem bolsa para
pendurar ela. Bem diferente da minha mãe, né?
Mas para encurtar a história, é por isso
que eu moro sozinho já faz uns quatro anos. Acho que um dia eles podem voltar,
mas certamente não vai ser hoje... É, eu tenho este pressentimento.
Então... Você quer dar uma passada lá em
casa? Não, nem se preocupe. Você nem precisa pular a janela. Ó, é segredo
hein!!! Só para você que eu conto: na verdade, a porta estava aberta naquela
dia. Eu só tava brincando com meu pai... Engraçado né?? Por isso que eu nunca
mais precisei da minha mãe, nem da chave...
Quer dar uma passada lá em casa? Não? É,
já tarda mesmo. Com sono é? Tudo bem. Anota meu telefone. Tá sem caneta? Eu peço
pro garçom... Ei, espera um pouco. Olha, se você mudar de idéia, meu nome tá na
lista... Opa, peraí: será que nós já nos apresentamos?
::: N a v e g a r I m p r e
c i s o ( c u r t i n h o )
Assessoria de Absurdos
DJÎZAS!!! Eduardo Fernandes, colunista da
revista eletrônica London Burning, anuncia e argumenta (com exemplos) como e por
quê o funk não vai ser uma moda passageira de carnaval. Curtura pra quem tem
fundura!
Jade
Ela vinha inevitavelmente como vem uma
tempestade.
Só que com ela também vinham flores e cheiros de oásis
onde ela se escondia nas noites frias do deserto.
Nunca olhava para mim com aqueles olhos negros ônix e
deslizava na areia escaldante como quem flutua num tapete mágico ao
pôr-do-sol.
Nunca sequer percebeu que eu a admirava como quem adora
a lua ou uma estrela e sempre eu ia vê-la quando sentia que a aldeia estava
ficando triste e nesse momento ela sabia e vinha trazer um pouco de beleza dança
e leveza para nós pobres mercadores.
Sua pele dourada domesticava os raios do sol e seus
cabelos levitavam no vento morno que as folhas das pequenas tamareiras tentavam
imitar.
Eu ficava imaginando o gosto da sua boca o veludo da sua
língua o abençoar de um beijo molhado nas tardes tão
sufocantes.
Quem sabe ela pudesse me levar para protegê-la da turva
noite para embalá-la ao som das esfinges para possuí-la entre calma e
bruscamente numa tenda rósea num dia de fina fria rara e maravilhosa
chuva.
Talvez ao menos ela me direcionasse um aceno para que eu
jamais a esquecesse para que eu parasse de jurar que a solidão foi feita para o
coração dos
homens.
::: A c h
a d o s e P e r d i d o s
::: Celebridades,
professores, colegas de escola, amigos de infância... Escreva para [email protected] dando-nos pistas
sobre os desaparecidos, ou dizendo quem você deseja
reencontrar.
ALINE SANFELICE PROCURA: o menino que voltou de São
Paulo no ônibus em que ela estava e que, lá pelas tantas, pegou seu
travesseiro "emprestado" - só por algumas 16 horas... Qualquer pista,
indício ou pegada, escreva para [email protected].
CALÍOPE ARREPENDIDA PROCURA: Marcelo Rodrigo Sponchiado,
que estudou com ela no Colégio Bagozzi de Curitiba até 1994. Depois ele foi para
o Cefet. Ela queria muito saber onde ele está e o que está fazendo. Já viu
o meliante? Sabe do seu paradeiro? Escreva para [email protected].
RICARDO SABBAG PROCURA: Izak, o gato judeu do São
Lourenço. [email protected]. Não vale
trote.
CARLO GABRIEL PROCURA: Angélica de Amorim Romacheli
(ou Romacheli de Amorim), vista há cinco anos em uma praça de Curitiba.
Foi o último encontro. Depois só ocorreram desencontros casuais, até o seu
completo desaparecimento. Ou melhor, até a sua mudança para Goiânia.
Disso ele ficou sabendo faz pouco. Oferece recompensa para quem souber
notícias suas. Basta entrar em contato pelo e-mail [email protected]. P.S.:
Caro AL-Chaer, você que é de Goiânia bem que podia dar uma ajudazinha,
não?
NOTA DO EDITOR (1): o carinhoso pedido do leitor
também pode ser atendido pelo carlãO.
NOTA DO EDITOR (2): queridos leitores, alguns
pedidos ficam retidos na redação para serem utilizados em edições futuras. Não
percam a paciência e continuem procurando quem vocês amam. Ah, e os textos
também podem ser reduzidos por motivos de espaço, ok? Mas o que vale é a
intenção... :-)
::: S o n h o
d a S e m a n a
::: Crônicas
& egotrips do inconsciente. Envie sua interpretação do sonho da semana
ou mande suas viagens
oníricas para: [email protected].
De repente, um sonho.
Estou perto de um campo de futebol e escuto a voz do Paul perguntando se já vi
"Fogo no Céu". Ao serem pronunciadas, as palavras provocam um alarma geral na
população ao redor. O céu começa a escurecer e nuvens se juntam, soltando raios
e trovões. Escuto então um barulho ensurdecedor e, quando olho em sua direção,
vejo uma imensa bola verde de fogo descendo do céu a uma velocidade espantosa. A
bola cai direto no estádio, bem no meio do campo, destruindo tudo. Os que
sobrevivem, eu incluído (porque estava do lado de fora), correm aterrorizados
para seus carros. Mais bolas verdes, menores que a primeira, caem nas
imediações. É um espetáculo lindo, ver tudo explodindo com luzes
verdes.
Eu fico ali, estático, olhando o céu,
quando uma mão de mulher me puxa. "Venha comigo". Morena, com um vestido preto
glamouroso colado ao corpo magnífico, a franja cobrindo um lado inteiro do
rosto, sexy à moda dos anos 50. Entro com ela, um adolescente magrelo e um velho
gordinho de boina dentro de um carro antigo conversível, vermelho, e saímos em
disparada. Vamos em direção a um galpão e paramos dentro dele. Lá, há mais
pessoas com cara de que vão fazer alguma coisa pra salvar o mundo. Elas correm
pra lá e pra cá, alguns de jalecos brancos, perdendo-se em meio a computadores e
outras máquinas. "Que hora eu vou comer a morena?", penso.
Um homem troncudo, de meia idade, vem em
minha direção e aperta-me fortemente a mão. Percebo, então, que se trata de
Charles Bronson, misturado com o Teta, que jogou bola no time adversário ontem
no Zerinho. Aliás, os dois se parecem muito. Ele entra rapidamente no carro com
a mulher e o velho, no banco de trás (o menino sumiu) e indica-me o volante. "Eu
vou dirigir?", pergunto. Ninguém responde. Charles-Teta conversa com a mulher e
o velho me dirige um sorriso infame. Dou a partida e saímos do galpão. "O que
faço, agora? Pra onde vamos?", pergunto-lhes novamente. "Sei lá, o sonho é seu",
responde Teta-Charles laconicamente. Ele não é mesmo de falar
muito.
Sigo, então, ao centro de Londrina - sim,
já que o sonho é meu, a cidade virou Londrina - descendo pela rotatória da Rua
Maringá em direção à Goiás. Estou no meio da ladeira, chegando ao vale, quando
penso: "Ei, isso podia ser diferente". Voltando de novo à rotatória, quando
entramos na descida da Goiás vemos um imenso buraco fumegante onde antes era o
vale, repleto de destroços e com focos de luz verde. A cratera chega até quase a
Avenida JK, onde já iniciaram a construção dos muros de contenção. Pra conter
não sei o quê, mas achei que ficaria bem ter muros de contenção em algum lugar
dessa história.
Olho para trás, o sorriso sexy da morena e
o olhar aprovador de Charles me tranqüilizam - eles também gostaram dos muros de
contenção. Começo a dizer-lhes que sempre sonhei em escrever um roteiro de
ficção científica, que a dona Cida na quarta série disse que eu era muito
criativo e que ganhei um prêmio no concurso de redação da escola, mas súbito
percebo o olhar dos meus companheiros voltarem-se para atrás de mim e adquirirem
espanto e horror crescentes, até que a mulher grita "O buraaaacoooooo...!!!".
Viro-me e então percebo a utilidade dos muros de contenção: impedir que as
pessoas caiam na cratera. Básico. Só que desse lado da Goiás ainda não
construíram os muros e rumamos à toda, na banguela, para a morte quente e
radioativa. Não há tempo para frear. Olho uma última vez pra trás e vejo Charles
de olhos fechados, impávido, a morena agarrada a ele, com a cabeça grudada em
seu peito, e o velho com aquele mesmo sorrisinho infame. Isso realmente me
irrita.
A poucos metros para o precipício, porém,
começa a piscar no console um botão vermelho onde está desenhada a célebre cena
do menino voando de bicicleta com o ET na cestinha. "Será que aperto? Não é uma
idéia muito esdrúxula? Posso pensar em outra coisa. A dona Cida sempre disse pra
desenvolver bem as idéias e...". "APERTA LOGO, PORRA!", gritam Charles e a
morena, o velho sempre com o sorrisinho infame. Aperto, finalmente, o carro já
com um eixo dentro do vazio, e eis que alguma coisa dá um forte tranco no solo e
o veículo decola, voando magnificamente por cima da cratera. Como não poderia
deixar de ser, ouve-se a música-tema do ET. Viro para trás e Charles beija a
morena, fazendo com que explodam fogos de artifício de diversas cores ao fundo e
acabando com minhas esperanças polutivas noturnas. O velho dança uma balalaika
sobre a tampa do bagageiro. Olha pra mim, com seu sorriso infame estampado na
cara redonda, e dá uma piscadinha. O desgraçado já sabia de
tudo.
::: D e s a b a f a
ê
::: Solta a voz na estrada e diga
pro mundo o que você não agüenta mais!
ALEXANDRE INAGAKI NÃO AGÜENTA MAIS: novelas das oito com
sotaque fake baiano, pepinos no meio dos cheesebúrgeres do McDonald's e dinheiro
(quando não o tem).
AUGUSTO SALES, do FALAÊ! (http://www.falae.com.br): Não agüento
mais um sujeito calvo recém contratado, que trabalha ao seu lado. Ele passa
todos os dias reclamando ao telefone, não sei para quem, de seu medo de ficar
careca, das mulheres o rejeitarem, da insegurança e da tristeza de ver tão
preciosas mechas deitadas no seu travesseiro enquanto se levanta todo dia
pela manhã. É mole, huh?! Comenta que em compensação tem um corpo peludo... mas
não é suficiente. Trocaria todos os pêlos do corpo por uma bela cabeleira...
Esse sujeito... não sei não... O pior foi outro dia que ouvi ele
dissertando uma teoria maluca sobre os golfinhos... mas essa fica
pra próxima...
ALINE SANFELICE NÃO SUPORTA MAIS: a
espera do primeiro salário, que nem chegou mas já foi usado sete vezes!! Em
teoria...
carlãO QUASE VOMITA: ao ver uma cambada de
políticos no palanque, após falarem um monte de asneiras, juntarem as mãozinhas
(leves) e levantá-las todos juntinhos...
:::
M e s a R e d o n d a
::: Conversas
descompromissadas em uma mesa online de bar.
Tema da semana:
jornalismo alternativo & e-zines
(observação: o
papo abaixo é desdobramento do artigo "Jornalismo McDonald's", publicado na
edição extra do Tijolão desta semana. O quê? Você não lê o Tijolão?? Que estás
aguardando, infiel? Visite www.tijolao.cjb.net, e assine o e-zine que desce macio e
reanima!)
INAGAKI: Os
jornais estão cada vez mais padronizados, bitolados, parecidos uns com os
outros, assim como o Big Mac da Rússia é igual ao tupiniquim. Mas o
problema é que jornalismo NÃO é fast-food. E um texto não é um produto a se
padronizar.
M2B: Bom, uma prova de que o leitor deseja alternativas
são essas publicações fora do mercadão, via e-mail, por exemplo. Mas o problema
é que rola uma institucionalização do "ser alternativo". Em outras palavras, o
cara antes de agir pára e pensa: "serei um contemporâneo". Putz, esse já tá
atrasado... ou seja: moçada desenvolve um projeto alternativo não pensando em
fazer o que tá a fim, mas sim querendo soar "alternativo", esse alternativo que
na verdade é mais um produto igual aos outros (nada contra ser um
produto).
M2B: Resultado: vemos muito
texto em publicação alternativa (caberiam umas aspas?) que parece que o autor
colocou uma foto do editor de um ou outro jornal na parede ao lado do micro,
para não esquecer nunca que para ser um texto alternativo há certos requisitos
que devem ser seguidos à risca. Mal comparando, seria como uma banda brasileira
querer fazer rock inglês.
SAMUEL: Ingenuamente, creio
que cedo ou tarde, com a massificação da net, e, conseqüentemente, com cada
pessoa podendo ser produtora (e não só consumidora de informação, cultura,
lazer, etc), talvez esse padrão asséptico acabe sendo quebrado... Delirius
tremens, enfim...
M2B: Tomara, mas tendo a achar que está mais para o que
eu disse acima, a padronização do alternativo, que seria, digamos assim, mais um
padrão nº 2 do que uma quebra de padrão.
M2B: Ou seja: a falta de
assepsia também tá virando padrão...
INAGAKI: Retomando as
palavras de Mr. Samuel, acho que precisamos cumprir o papel que um e-zine deve
se propôr a fazer: cutucar a galera pra que eles não se satisfaçam com o papel
de "voyeurs" da sociedade da informação. O grande tesão pra mim, em editar um
e-zine, é este: de tirar o leitor do papel passivo a que ele está acostumado, e
fazer ele despejar suas letrinhas Web afora.
SAMUEL: Sim, concordo com
isso, porém não acho legal o mau uso que tem sido feito da ferramenta: tenho
visto muita merda alardeada na onda da "vanguarda na net" sob o título de
egotrip ou literatura pop. O Marcos mesmo sugere que, tanto na net quanto fora
dela, os padrões de qualidade deveriam ser os mesmos.
INAGAKI: Sábias palavras.
Tenho recebido MUITO texto bom pra ser aproveitado no e-zine, mas pra compensar,
quando chegam coisas ruins... Um dia vocês precisam ver uma compilação das
piores colaborações que andaram me mandando.
SAMUEL: Putz, e é
generalizado. A gente recebe cada um também. E ainda passa por paunocu por vetar
texto. Mas ou o cara pensa na qualidade do trabalho e no respeito a quem lê, ou
vira merda.
INAGAKI: Show de horrores.
Um grave problema contemporâneo é que as pessoas escrevem mais do que
lêem.
SAMUEL: Triste verdade... Mas em suma, acho que esse papo de "todo
mundo ter voz" incita a deixar muita coisa de lado também, já que tem muita
coisa que não presta. Dar voz a quem não tem nada a dizer só serve pra quem não
quer ouvir nada mesmo.
INAGAKI: Idem ibidem. Cê me
fez lembrar das asneiras que a platéia do Serginho Groisman costuma cometer. E
isso porque os caras que estão lá fazem parte de uma suposta elite
econômica-cultural. Se bem que até aí, vejam os universi-otários do Show do
Milhão, que cumprem um papel muito melhor do que os Provões do MEC no quesito
"Avaliação de Curso".
SAMUEL: Sim, acontece que
estar numa universidade ou em um meio cultural elevado não quer dizer,
efetivamente, que o cara se torne gênio. Osmose só em química (ou física?). Ah,
sei lá, não estudei muito mesmo... hahahhahahahah
INAGAKI: É isso aí!
Chinelagem na tela e amor no coração!
SAMUEL: Chinelagem sempre, seja na
tela ou no coração! E vão estudar, vadios! (risos)
ÚLTIMA NOTA DO EDITOR: Prezados leitores, foram
realmente VÁRIOS os feedbacks em relação à mesa redonda que falava sobre
amor platônico. Por isso, vou deixar o Alexandre compilá-los e responder melhor
na edição 007 (viva e deixe morrer :-)), certo? E não vamos deixar que isso
afete nossa amizade tão bonita. :-}
::: F a l a q
u e E u t e E s c u t o
::: Mande
suas críticas, sugestões e comentários engraçadinhos para <[email protected]>. Aqui,
trechos comentados de correspondências recebidas na última
semana.
"Oi, pessoal. Parabéns pelo zine. Fico super feliz
quando abro minha caixa de mensagens e vejo que chegou outro número. Leio
absolutamente tudo. Gosto demais!! Os textos preenchem a solidão, o domingo fica
mais leve e a gente fica assim, parecendo que conhece cada um de vocês
pessoalmente. Pelo estilo, dá pra ver quem é mais alegre, mais filosófico, mais
denso... E todos, cada qual a seu modo, têm sempre algo interessante a dizer
:-)"
Meire Müller
OS EDITORES: Querida Meire, nós do
Spam servimos bem para servir sempre. E somos multiuso, também. O Alexandre, por
exemplo, é um ótimo cozinheiro. Mas ele também lava, seca e passa. E tudo isso
por menos do que você imagina! :-) Muito obrigado pela participação,
R.S.
"Educaralhopassastrixpownablesandancekidvaliummesmo........
EU"
Roberto Eduardo de Carvalho
OS EDITORES: Grande Betão, é mais ou
menos por aí. Só discordaria no ponto em que você se refere a *zzzzz,
rrrronc!* Amplexos fraternais do seu ex-colega, R.S.
"Spam Zine, eu amo
vocês!!!!!!"
Aline Canejo
OS EDITORES: Doce Aline, a recíproca é
verdadeira. Amor livre e gostosinho para todos. Carinho do editor,
R.S.
::: C r é d i t o
s F i n a i s
Directed by:
Cast (by alphabetical
order):
Special guest stars (appearing under the
credits):
Spam Zine é um fanzine distribuído
gratuitamente por e-mail todos os domingos. Para assinar o Spam Zine, visite
http://www.spamzine.cjb.net (a casa é
modesta, mas é limpinha). Envio de colaborações, pedidos de edições anteriores,
cancelamento de assinaturas, críticas anárquicas, dúvidas existenciais e/ou
mensagens de amor? Escreva: [email protected].
::: P.
S.
1) Na dúvida, ponha atrás. (Sabbag)
2) São as meretrizes que ditam as diretrizes deste país.
(Pschera)
3) Te longo, porque te curto é muito pouco.
(Chaer)
4) Platônico ou eletrônico, o coração ainda byte.
(Ferreira)
5) De tudo que gastamos com mulheres, o dinheiro (por
mais que seja) sempre será a coisa mais barata. (carlãO)
6) País melodramático, enterros grandiloqüentes,
qualidades póstumas: isto é Brasil.
(Inagaki)