[S p a m  Z i n e]
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    : 04 de março de 2001
    : são paulo, goiânia, campinas, niterói, curitiba
 
::: e d i t o r i a l
::: Alexandre Inagaki <[email protected]>
 
Celso Viáfora e Vicente Barreto compuseram uma música intitulada "A Cara do Brasil", que faz o seguinte questionamento: "Na verdade, o Brasil o que será? (...) / Brasil Mauro Silva, Dunga e Zinho/ Que empata em zero a zero e é campeão/ ou o Brasil que parou pelo caminho/ Zico, Sócrates, Júnior e Falcão?".
 
Pois bem, quando vi que a Imperatriz Leopoldinense consagrou-se tricampeã com aquele desfile chocho mas "tecnicamente perfeito", a analogia voltou à mente: qual é a cara do Brasil? O carnaval que esporra criatividade nos enredos de Joãosinho Trinta e na bateria vibrante da Viradouro, de se ouvir (literalmente) de joelhos? Ou o desfile que não empolga mas ganha campeonatos, como foi o realizado pela carnavalesca da Imperatriz Rosa Magalhães, a Carlos Alberto Parreira do samba?
 
Pfuf. E quando vejo gente festejando o Grammy de Melhor Álbum de World Music concedido ao João Gilberto, fico me perguntando: por que a vibração, cara pálida? Na prática, sofremos um rebaixamento: em 1964 o mesmo João recebera o Grammy de Melhor Álbum do Ano com o disco "Getz/Gilberto". Comemorar um prêmio por uma categoria tão periférica e confusa como a World Music me fez lembrar dos melancólicos torcedores do Fluminense, "vibrando" com a taça do Campeonato Brasileiro da 3a. Divisão.
 
Não sei quanto a vocês, mas eu não costumo me rejubilar com esse tipo de migalha. Se eu for me ufanar do meu país, será pelo prêmio Lawrence Olivier de Melhor Produção de Dança que a coreógrafa Deborah Colker ganhou em Londres, e não pela esmola dos norte-americanos para com o pai da bossa nova. E, do mesmo modo que me acostumei a não me satisfazer com pouco, tampouco pude comemorar a Copa de 1994 ganha de maneira tão frustrante. Aquele grito sufocado na garganta em 1982 até que foi liberado na Era Dunga, mas de maneira tão chocha quanto as piadinhas que contam no Oscar; ou seja, com alegria brochada. Como a dos espectadores do Sambódromo, assistindo ao carnaval de resultados da Imperatriz.
 
***
 
Espero que vocês, assinantes do Spam Zine, devorem nossa edição 005 com o prazer de ver um Zico cobrando faltas, um Guga quebrando saques, um Joãosinho Trinta comandando desfiles. Para tanto, conto com a preciosa ajuda do Carlos Eduardo, a.k.a. CarlãO, poeta e prosador de mão cheia vindo de Goiânia, que está estreando nesta edição junto com a Priscilla Ramos, estudante de Artes Plásticas e sonhadora nas horas vagas ou não. Mas espere!!! Na aquisição desta edição, você também recebe completamente de graça: as catarses de Suzi Hong, as digressões musicais de Alexandre Carvalho, os conselhos de AL-Chaer e os diálogos espertos de Ricardo Sabbag, o co-editor mais sumido que Milli Vanilli, Magda Cotrofe e Jordy juntos. Além, é claro, das participações especiais de leitores mais do que especiais.
 
Aos que aguardaram ansiosamente por uma semana inteira pelo novo capítulo da novela do Mateus Potumati, um aviso: ele resolveu torturá-los por mais sete dias de angustiante espera. Mas não se preocupem, se mr. Potumati não mandar a próxima parte até a semana que vem, prometo torturá-lo enclausurando-o em uma sala hermeticamente fechada, ao som do Bonde do Tigrão. Ou ele fura os próprios tímpanos, ou escreverá em quinze minutos o próximo capítulo. E ai dele se o texto não ficar bom: a trilha sonora será Kenny G.

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Spam Zine agradece a preferência, e deseja-lhes boa viagem.
 
 
::: quadros
::: Carlos Eduardo <[email protected]>
 
1.
Leide parou na esquina e me chamou. Atravessei a calçada aparando no rosto o primeiro pingo de chuva daquele sábado causticante e beijei-lhe a boca. Ela me abraçou deixou cair a bolsa no chão me olhou nos olhos agachou-se pegou a bolsa juntou os dedos da mão direita e desferiu um violento soco no meu nariz. As mesmas jovens que saíam do Colégio Júlio XXIII e que haviam ficado extasiadas com o beijo abaixaram os olhos e zuniram com aquele passinho idiota e rápido. Leide apenas sorriu e disse isso é para você aprender a não sumir mais dos meus sonhos.
 
2.
Olavo pigarreou e olhou o microfone. Não devia ter fumado antes da palestra. O jogo de luz estava perfeito mas com certeza veriam seu tique nervoso de levantar a sobrancelha e rosquear o pescoço como se a camisa o estivesse apertando. Porras pensou. Olhou para a platéia e distinguiu seus superiores na última fila. Caso sua demonstração não convencesse os clientes rua. Começou então boa noite senhoras e senhores. Tossiu. Tomou um gole d'água e engasgou grosseiramente. Tossiu tosse forte e indesejada e incontrolada. Tropeçou no microfone que estatelou na primeira fila no colo da Sra. Leila esposa do grande Ladislau Modeff que era o principal cliente da sua empresa. Ela gritou levantando os braços que seguravam um computador tipo notebook que voou pelos ares indo se espatifar nos pés do garçom que recolhia copos e garrafas de água descartáveis. Com o susto, a bandeja caiu na cabeça de um executivo que eu nem me lembro quem era mas estava de terno branco que apanhado de surpresa levantou-se e esbarrou no painel de luzes deixando o recinto totalmente às escuras. Olavo recuperado da sua crise olhou para cima e nada vendo gritou estou cego!! Tateou o ar esqueceu-se que estava no palco e estatelou-se aos pés da primeira fila sendo pisoteado imediatamente e perdendo seu relógio Casio Data Bank com memória para 100 telefones. Nesse momento alguém fez confusão (?) e chamou a Rota que pensou ser um assalto nível cinco destacando 8 viaturas e 1 furgão anti-seqüestro que em poucos minutos passaram a fazer barulho na avenida lá embaixo. O vidro de incêndio fôra quebrado e já despontavam 2 carros-pipa e 4 ambulâncias na esquina de cima perto das Lojas Americanas. Os telefones foram cortados houve um início de tiroteio e o corpo do Olavo foi atirado do décimo andar.
 
3.
Eu fiquei assim desde a minha saída dos Beatles. De nada adiantou pagar cervejas para o Caetano durante o verão de 67 em Londres. As letras que eu dei para ele ele não soube pôr no papel e deu pro Roberto Carlos gravar. Ainda bem que eu não disse o meu nome verdadeiro. Depois numa série de desencontros fui procurar mar em Goiânia. Não achei mas fiquei encantado com as fotos do Araguaia e com as cocotinhas do Edíficio Acaiaca. Tomei vários ônibus suburbanos e me apaixonei pela Avenida Tocantins. Nessa época as fotos do meu passado faziam sucesso e fui ficando numa de dizer que era eu mesmo apesar de já estar duvidando. Também aquele negócio de pequi e peixe-na-telha já estavam no meu sangue. Contei várias vezes a história do homem-de-uma-cabeça-só mas ninguém entendia. Claro. Não tinham cabeça nenhuma e quando conseguiam achar a própria boca enfiavam um roliúdi sem filtro dentro dela. O tempo foi passando e o pessoal perguntava por que eu não envelhecia e eu dizia era porque já estava velho o bastante e eles riam e me convidavam para mais um churrasco de apartamento. Foi numa noite de outubro quase achando que deveria comprar uma televisão é que resolvi me casar. Afinal de contas eu precisava dar trabalho para alguém.


::: P a p o - A r a n h a
::: O guia moderno da cantada virtual. Quer achar a tampa da sua panela? Envie uma cantada criativa para [email protected]. A melhor da semana você confere agora.
 
Psicografia de Edgar Allan Poe
Jack the Ripper <[email protected]>
 
Embora possa jactar-me de poder manter um desempenho aceitável para bom na prática imemorial de fazer gametas se combinarem, gostaria de encontrar uma Jezebel dando sopa para enfrentarmos juntos a metafísica da criação, discutir as origens e a ontologia da substância e, ao espoucar das primeiras pipocas em meu fogão sujo à gás, especularmos sobre a inestética transcendental de Baudrillard e conjecturarmos sobre a existência das mônadas leibnizianas... A cara-metade ansiada ardentemente deverá saber cozinhar muito bem e lavar minhas meias sem pestanejar, e ao mesmo tempo achar que tudo vale a pena se a alma não é pequena. Deve saber recitar o Baghvad-Gita de trás para diante e gostar de teatro Nô japonês. Deve ter visitado um dia a Ilha da Páscoa e já ter comido um sanduíche de pão com ovo na Central do Brasil ou traçado o Angu do Gomes, sem que isso lhe tenha deixado seqüelas graves. Deve, finalmente, ter assistido ao seriado ‘Friends’ na BBC e achar que, apesar disso, o amor existe e é lindo.
 
 
::: Brisa do Mar, Noites de Chuva e Gritos do 20º Andar
::: Suzi Hong <
[email protected]>

Minha grande amiga Leila Woolf, sofria de depressão até o dia de sua morte – 9 de fevereiro de 2001, aos 26 anos. Segundo o laudo médico, a causa mortis foi ataque cardíaco, ou tristeza incontrolável súbita, segundo pessoas próximas de Leila, including me.

Os leitores da edição 003 do [S p a m Z i n e] puderam ler um pouco a respeito de Leila e sua morte despercebida e, no mínimo, incomum (aos que não receberam a referida edição, por favor, enviem djá um e-mail para [email protected] solicitando uma cópia).

Considerando os incontáveis pedidos de assinantes deste conceituado e-zine, enviados dos quatro cantos do mundo, solicitando mais detalhes da vida de Leila e dados para obter os seus diários publicados, e somando-se o fato de que eu era a melhor amiga e confidente ímpar de Leila, fui tomada de um impulso odioso, quase um dever moral e afetivo, de expor mais e mais os ossos de sua vida, com entrelinhas recheadas de “quem avisa, amigo é” ou “a vida como ela é”. [Bah, a primeira parte deste parágrafo é descaradamente enganosa – por favor, façam uma colunista feliz e enviem seus comentários, críticas, pragas, spams, whatever para o e-mail ali em cima, do ladinho do meu nome.]

Mas lembrei que Leila Woolf foi cremada após uma discreta cerimônia no Crematório Vila Alpina (o único numa cidade com mais de 15 milhões de habitantes, São Paulo), e que eu mesma me encarreguei, sob vaias, ameaças de morte, medidas judiciais da família e o catzo, de jogar seus ossos em pó no meio de um marzão verde, verde, verde. Tudo porque numa das incontáveis madrugadas em que íamos ao La Cave tomar Los Vascos (belíssimo vinho tinto) até cair, Leila segurou minhas mãos com a firmeza única daqueles que sabem ter uma vida fodida, fazendo-me jurar que EU jogaria suas cinzas em alto-mar, com o sol a pino.

Sem ossos, não serei mais capaz de contar os detalhes da vida de Leila. Não agora, quando tudo está ainda tão nebuloso em minha memória e seu perfume ainda impregna minhas mãos.

Só que o impulso odioso de dizer alguma coisa ficou me perturbando a semana inteira. Odioso porque fazia tempo que não parava para pensar em como a vida é fugidia, tal qual a pena em Forrest Gump flanando sem destino certo. Odioso porque, no fundo, sei que Leila morreu de depressão não tratada, porque a tonta disfarçava o problema com mais e mais trabalho, dinheiro, promoções, casinhos descompromissados, ódio e amor ao seu ex-namorado pero no ex-amor, e visitas compulsivas ao shopping center, onde gastava alguns milhares de reais em bolsas, sapatos, CDs que nunca teria tempo de ouvir e livros e livros de Direito. Odioso porque eu mesma tomo antidepressivos e tenho vontade de sumir do mundo muitas vezes durante as noites mal dormidas. Odioso porque poderia ser eu morrendo e não Leila, ou outros milhões e milhões de pessoas que sofrem do mal e não sabem, ou até saibam, mas disfarçam, não procuram ajuda e erguem seus frágeis castelos sobre pés de barro.

Impulso nojento, porque, quando a maldita chega, eu não consigo levantar da cama por dias, choro até meus olhos ficarem maior que meu rosto, não sei escrever, falar, tomar banho, comer, usar o telefone. Não tenho tesão pra nada, só forças pra caminhar até a porta do quarto e girar a chave. E fico querendo que o mundo acabe em uma puta festança, comigo sendo destaque do carro abre-alas da Escola de Samba “Fim do Mundo, Até Que Enfim!”. [Se algum leitor apresentar, pelo menos, três desses sintomas, por mais de três semanas, pelo amor de Deus, procure por ajuda médica.]

E tudo que se vislumbra é breu e desesperança. Da janela do meu apê, Maria Callas me chama para assistir a Carmem em sessão exclusiva. Por vezes, é Clarice Lispector que me chama pra fumar um cigarrinho e conversar sobre as dores de escrever, de viver. E por outras, sou eu que vou até a sacada do meu apê e fico esbravejando contra Deus, o destino e a porra da serotonina.

Quando penso que é chegada a hora de jogar a toalha e pendurar as chuteiras, normalmente um milagre acontece. Eu subtraio todas as forças que me restam no dedinho do meu pé esquerdo e, como um clarão, surge em minha mente o telefone do meu psiquiatra. Em transe, lembro como é que se usa o telefone e ligo e choro, choro, choro, aprendo a me dar colo, e a voz grave do meu médico me acalma. Se não é o médico, é o pobre coitado do meu namorado que recebe ligações minhas, e a voz de travesseiro dele me faz dormir e ter sonhos de quando eu era criança, quando viver ainda não era estar num enorme campo de batalha, sozinha, armada de amor e não sei mais do quê exatamente, e protegida pelo escudo de tudo que não se corrompeu em mim, por enquanto. Nossos sonhos bons deveriam ser reais e realidade deveria ser os nossos pesadelos que acabam quando os que amamos nos acordam.

[Suzi Hong está de licença médica não remunerada e com a auto-estima beirando o centro do mundo. Doações dos Laboratórios Wyeth-Whitehall Ltda. de duas caixas de Efexor 75mg. por mês, colo, cafunés, DOCs, troca de figurinhas e palavras meigas serão muito bem vindas.]
 
 
::: D i á l o g o s  I n e s q u e c í v e i s
 
Cena de "Desconstruindo Harry", de Woody Allen: Harry desce um elevador até o inferno... Detalhe: a descida já começa no 5o andar.

(dinnnn-donnnnn)
- 5o andar: trombadinhas de metrô, pedintes e críticos literários...
- 6o andar: extremistas da direita, assassinos seriais e advogados que aparecem na TV...
- 7o andar: a mídia (desculpe, este andar está totalmente lotado).
- 8o andar: criminosos de guerra, evangelistas de TV e enfermeiras.
- Térreo: desçam todos, por favor.
 
 
::: L i s t a s  A b o b r o l
::: Assine djá: [email protected]
 
Top 5 Discos Para Levar a Uma Ilha Deserta (Internacionais)
Alexandre Carvalho <[email protected]>
 
"The Best of The Doors" (1986)
Eu tinha 15 anos quando caiu em minhas mãos uma Bizz que trazia uma resenha do José Augusto Lemos sobre este.álbum duplo. A resenha descrevia o começo da "Break on through", faixa que abre o disco. Ela falava sobre a batida de jazz, solando até entrar o baixo propulsor (que o Ray Manzarek tocava com uma das mãos) e em seguida a voz: "You know the day destroys the night/ Night divides the day/ Tried to run, tried to hide/ Break on through to the other side". Fiquei tão bem impressionado com a resenha, falando da combinação de um pianista clássico com um guitarrista flamenco, um baterista de jazz e a presença marcante de um poeta barítono, que pedi o disco para a minha mãe, sem nunca ter escutado nada da banda. Quando ouvi pela primeira vez, peguei todos os meus discos de novela e da Madonna e vendi para uma banca de jornal a preço de banana. Mesmo tendo comprado todas as obras dos Doors em CD, mantenho esta coletânea dupla como meu álbum preferido. É um dos poucos vinis que conservo, e quero ser enterrado com ele. Não se fazem mais críticos da Bizz como antigamente.

"Miles and Coltrane"
É o que o be-bop lançou de mais vibrante. É o tipo de disco que inspirava Jack Kerouac em seu ritmo frenético de palavras. Dois gigantes do jazz, suando a camisa, impulsionados pela bateria alucinada de Jimmy Cobb. É para ouvir em uma festa, e elevar o tesão às alturas. Não recomendo ouvir no carro, porque você vai querer testar os limites da caranga e acabar com algum poste da cidade. É adrenalina na veia. A indicação certa para quem quer dar seu primeiro passo no universo sonoro do jazz. Ah, outra dica: Depois compre o "Ballads", do John Coltrane, e desarme a mais inflexível das garotas. É tiro e queda.

"The Beatles" (1968)
Não há tarefa mais difícil que indicar um disco preferido entre os dos Beatles. Por isto, sempre cito o que mais me emociona no momento. E, no momento, o Álbum Branco é o que rola no meu som, logo de manhã, para começar bem os sábados. É até covardia, falar de um disco que tem "Helter Skelter", "Happiness is a warm gun", "Dear Prudence", "I will", "Julia", "While my guitar gently weeps" (com Eric Clapton), "Yer Blues" e tantas outras. Na verdade, os Beatles não deveriam ser inclusos em listas de melhores. Como eu disse, é covardia.

"Innervisions" - Stevie Wonder (1973)
Tenho ouvido muita música negra, muito funk e soul. Entre os discos que eu tenho, destaco uma coletânea matadora do Marvin Gaye e um duplo do Curtis Mayfield, que comprei recentemente na loja do Sérgio, pagando a bagatela de R$ 16. Depois ele não sabe por que a loja não vai para a frente. Para se ter uma idéia, os progressivos, que ninguém compra, têm uma estante própria na loja, em um local de destaque. Mas, enfim, lista também é momento, o que aponta minha preferência e meu entusiasmo para os discos do Stevie Wonder, entre os quais destaco o "Innervisions" (mas poderia ser o "Sign, Sealed, Delivered" ou o "Songs from the key of life", sem perder nada em qualidade e inspiração). Este meu atual preferido tem "Higher Ground", "Living for the city", "Golden Lady" (que obra-prima!) e uma balada de abalar o mais durão dos entregadores da Granero, "All is fair in love". Vale começar por este disco, para logo se animar a comprar outras pérolas do Stevie Maravilha. E ir encostando aquele CD que você tem do Jamiroquai num cantinho sujo da estante.

"Astral Weeks" - Van Morrison (1968)
Quando o Pablo, o amigo de um amigo, me recomendou esse disco, não levei tanto em consideração, porque o cara tem uns rompantes de entusiasmo altamente suspeitos. Mas quando conheci este álbum, fiquei louco com o folk misturado com rhythm-and-blues desse cara, com a delicadeza e, ao mesmo tempo, a crueza dos arranjos. É um disco para muitos momentos, para se ouvir numa viagem de carro, ou quando já chegar ao seu destino, vendo a chuva lá fora e pensando na mulher que um dia você teve. Recomendo este disco a todo mundo. Ouça quando estiver sozinho ou com ela no colo. Não é para colocar numa festa, no meio do agito. É para um momento de paz, para se deixar levar. Ponto para o Pablo.
 
 
::: R á p i d a s  R a s t e i r a s
 
"Espiritualmente sou uma tchutchuca, mas esteticamente sou uma cachorra".
(CÍNTIA ASSIS, apresentadora de TV, na Revista da Folha, flagrada em um denso instante de digressão sociológica sobre o papel da mulher dentro do movimento funk)
 
"Adoro ser chamado de gostoso na hora da transa".
(RODRIGO FARO, um desses atores globais, sintetizando suas instigantes opiniões sobre sexualidade humana e egocentrismo)
 
"Você já viu rico inventar palavra? Ele manda trazer pronta do exterior. Fitness center, hairdresser, personal trainer, home banking... Inventar palavra ou sentido é coisa de pobre e classe-média. Logo, de jornalista".
(ARTHUR DAPIEVE, sempre ele, comentando o surgimento de novos termos como "popozuda", que costumam surgir a reboque de modismos populares como o funk carioca, a maquiavélica resposta ao pagode paulistano e ao axé soteropolitano - sim, fizemos por merecer. =þ)
 
 
::: chocolate, coca-cola e outras drogas
::: AL-Chaer
<
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O chocolate, que tem, ao longo dos tempos, levado muita gente ao consumo excessivo e à dependência, ainda não entrou na lista dos narcóticos. Nem a coca-cola. A obesidade já está sendo considerada a doença do terceiro milênio e o chocolate e a coca-cola têm contribuído para isto.
 
Outro dia, comprando uma carteira de Camel, li: “O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: FUMAR PODE CAUSAR IMPOTÊNCIA SEXUAL”. Imediatamente, falei para a balconista, com aquele sorrisinho árabe e sedutor: “- Dá pra trocar por um que provoca infarto do coração?” Não estou querendo fazer apologia ao cigarro. Não é isto. Estou até tentando parar de fumar (depois de amanhã vai fazer dois dias que não fumo). Mas há uma perseguição desigual aos fumantes, enquanto que os avisos para conter o consumo excessivo do álcool ainda estão muito tímidos. Parece que só não devemos beber quando formos dirigir: “SE BEBER, NÃO DIRIJA. SE DIRIGIR, NÃO BEBA”. O máximo que vemos é, nos rótulos das garrafas de cerveja, a frase: "APRECIE COM MODERAÇÃO." Muito subjetiva esta frase. Também, você não vê escrito assim: "O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: NÃO BEBA NA PRESENÇA DE CRIANÇAS." Pois deveria.
 
Desde a criação do Plano Real, a indústria que mais cresceu em faturamento foi a do segmento de bebidas alcoólicas: a “cachaça” lidera as estatísticas, seguida da cerveja. Outra estatística: 99% dos espancamentos de mulheres são feitos por homens alcoolizados (o que nos faz concluir que 1% dos espancamentos são verdadeiramente merecidos, mas este não é o assunto desta matéria... só para lembrar um ditado islâmico: “quando você bate numa mulher, você pode não saber o motivo, mas ela sabe!”).
 
Drogas. Ou você tá fora, ou está dentro e assume as conseqüências. Sei que os indígenas sempre “fumaram o cachimbo da paz”, e podemos ler vários relatos de experiências com plantas alucinógenas (como exemplo, o escritor Carlos Castañeda, que escreveu sobre sua iniciação junto aos índios do centro e do norte do México). Sei também que o Guru Bob Marley combinou muito bem os ritmos do reggae e da marijuana. Mas a maconha é um degrau na escada das drogas pesadas. E, mesmo sendo mais fácil descer desta escada do primeiro degrau, a maioria prefere seguir subindo: cocaína, ácido... depois, a queda.
 
Falando em cocaína, sempre lembro-me de um depoimento de uma mãe, numa palestra sobre drogas. A mãe contou aquela história clássica: três filhos, um de 17, outra de 15 e o caçula de 13 anos. O mais velho se viciou em cocaína, levado por um amigo da escola; a mãe notou na época a mudança de comportamento do filho, mas achou que era “coisas da idade” (eu já passei por esta idade, mas felizmente, naquela época, meus amigos da escola e eu só éramos viciados em punheta e futebol – nenhum de nós se recuperou até hoje...).
 
Com a mudança de comportamento do filho mais velho, algumas jóias da mãe começaram a “sumir”, juntamente com algumas cédulas das carteiras dos pais; muitas empregadas domésticas foram despedidas injustamente em função destes “sumiços”... Quando as jóias raras e valiosas já não existiam mais, e quando as carteiras passaram a ser “mais bem guardadas”, o filho mais velho ficou sabendo pelo traficante que, se ele “conseguisse” mais um adepto, teria 9 meses grátis de droga (tem explicação os “9 meses”: é porque você está “gerando” um novo consumidor...); então, o filho mais velho “levou” a irmã ao consumo, que por sua vez, levou o irmão caçula à droga. Moral da história: a mãe estava com os seus três filhos em tratamento de desintoxicação. Até que esta mãe “deu sorte” dos filhos não partirem para “delitos” mais pesados. Talvez, pela idade deles, não sei.
 
Vi uma matéria num telejornal, sobre LSD. Um psiquiatra falando que, quimicamente o LSD não vicia, mas "numa única experiência" pode deixar seqüelas irreversíveis no cérebro. Você teria coragem de experimentar? Eu não. E o Maradona? Com o uso da cocaína, só lhe sobrou 35% de seu coração. Você se arriscaria? Eu "tô fora"!
 
Droga é uma droga! Cuidado, principalmente, com as de três letrinhas. Tem duas aí na praça que conhecemos muito bem, mas que têm, com o poder do dinheiro, com o poder dos interesses escusos, com o apoio da mídia, viciado esta nação: ACM e FHC. Merecíamos nós todos irmos para uma fazenda de recuperação de eleitores drogados, para ver se abandonamos esta maneira viciada de eleger os políticos. Tratamento este, difícil e muito longo.
 
Para finalizar, vai um recado para a minha filha, Laura, que completa 9 anos agora em fevereiro (ela é do dia 29, chique, né?):
 
- Laura, “diga NÃO às drogas”. Não coma muito chocolate, nem tome muita coca-cola. Engorda. Mas se um dia você estiver apaixonada, e o seu amado lhe trouxer uma barra de chocolate da Godiva, e se estiver chovendo, e fazendo aquele friozinho gostoso, e se estiver tocando ao fundo um solo de sax... aceite.
 
O amor alucina.
 
 
:::  A c h a d o s  e  P e r d i d o s
::: Celebridades, professores, colegas de escola, amigos de infância... Escreva para [email protected] dando-nos pistas sobre os desaparecidos, ou dizendo quem você deseja reencontrar.
 
MARIANA FERREIRA PROCURA: Por onde andará meu mestre maior, Alias Menithor? Longe é um lugar que não existe.  Deve andar brincando nos campos de São José... Com o tempo vou cada vez mais seguindo seus conselhos. Ou estarão seus conselhos cada vez mais me seguindo? Ele, e o inseparável Barbosa the Blues, companheiros de grama. Aliás, Alias, "sem grama não dá"! Ainda bem que você teve a generosidade de me deixar seus poemas. Enfim, "não me importa se esse tal de Amanhã / for nunca mais ou mais ainda /porque mesmo sem querer de repente /  a coisa mais linda / acontece".
 
RENATA PARPOLOV PROCURA: um ex-aluno de inglês seu chamado Almir Meinerz, que também gostava de The Verve, era do sul, trabalhava na Sadia mas depois mudou de firma e saiu do curso também. Ele estudava na Extinta Unidade Lapa, é loiro, de olhos claros, bonito, e tinha uma voz linda, principalmente falando alemão. Chamou-a de Mein Liebe Teacher uma vez. Se alguém achar, diga pra ele que Renata estava apaixonada e que tanto precisa como quer dizer isso pra ele urgentemente.
 
RENATA PARPOLOV TAMBÉM PROCURA: o álbum da banda "A Gota Suspensa", precursora do Metrô. Quem tiver por favor entre em contato comigo: [email protected]!!!
 
NICOLE LIMA PROCURA: alguma coisa pra escrever que não seja sobre o seu próprio umbigo, letras de música ou considerações filosóficas sobre a espécie humana. Contribuições em dinheiro serão bem vindas.
 
ACHAMOS!!!
 
IAN BLACK: Meu camarada Alexandre Inagaki e eu estávamos sentados numa mesa do Habib's, esperando o show do Mudhoney começar. Daí que eu vejo uma garota loira com bengala na mão. Inagaki vê minha cara de besta olhando para a garota, e pergunta: o que aconteceu? Só pode ser ela, só pode ser ela. Sim, era ela! A garota cega que vimos no show do R.E.M., e que, pelo que me informaram, estava também no show do Morrissey (e chegou a ficar no palco com o ex-líder dos Smiths). Procuramos por ela na edição 002 do Spam Zine, e creio que ela é uma habitué de shows legais...
 
 
::: S o n h o  d a  S e m a n a
::: Crônicas & egotrips do inconsciente. Envie sua interpretação do sonho da semana ou mande suas viagens oníricas para: [email protected].
 
Panacéias
Priscilla Ramos da Silva <[email protected]

Recentemente recebi um email com um teste, supostamente "feito pelo Dalai Lama". Como todos sabem, os monges budistas devem ser capazes de renunciar a família, amigos, mulheres e dinheiro, pois nada deve atrapalhar um sacerdote que almeja ao conhecimento universal. Mas Dalai Lama, o próprio, conseguiu arranjar um tempinho, entre uma leitura filosófica e outra, só para elaborar uma corrente. Nela havia um teste que revelaria enfim a verdadeira personalidade de cada um (Aliás, ninguém conhece o seu verdadeiro eu. Apenas os testes têm o poder de nos revelar a verdade, irmãos).

Primeiro é preciso fazer um pedido. Depois, é necessário responder a algumas questões, tendo o cuidado de fazê-lo com honestidade.

O resultado foi surpreendente. Fiquei sabendo, entre outras coisas, que coloco o dinheiro em primeiro lugar, e a carreira em último. Um tanto enigmático, pois nunca sonhei ser assaltante ou joguei na loteria. Mas o melhor ainda estava por vir: após responder às questões: 1) qual é seu número favorito; e, 2) qual o seu dia da semana favorito, fiquei sabendo que, para que minha graça fosse alcançada, eu teria que passar a mensagem para apenas uma pessoa, e que meu desejo seria realizado na sexta-feira. Achei ótimo, pois já era sexta-feira mesmo, e, tendo o prazo de validade vencido, eu não precisaria mandar a mensagem para mais ninguém.

Às vezes, não há como escapar à tentação de recorrer a soluções milagrosas: é mais fácil acreditar na mágica das simpatias, correntes do Dalai Lama e panacéias dos mais variados tipos. Machado de Assis imortalizou o emplastro Brás Cubas, remédio hipotético que possibilitaria a cura de todos os males. E meu inconsciente, para não ficar atrás, elaborou um sonho com o mesmo tema.

Basicamente, Alan Kardec (sim, ele mesmo) tinha escrito um livro, no qual dizia que quem comesse uma "pasta" que ele havia inventado (receita original dele), conseguiria maior evolução espiritual. Eu estava em casa comendo a tal pasta, cuja consistência era um pouco mais líquida que a da pasta de amendoim, e cuja cor era bege-cor-de-casca-de-ovo. O gosto era ruim, parecia areia. Não que eu já tenha provado areia, mas foi a sensação que eu tive. De repente, eu estava tomando banho dentro da geladeira (ah, normal), e pedia para alguém pegar o sabonete no meu quarto. Corta.

Agora eu precisava de um pouco mais da pasta milagrosa, e, quando fui comprar, descobri que tratava-se de um produto falso, feito à base de casca de ovo de codorna. Flagrei o falsificador na casa da minha própria vó, sentado no chão com um saco de mais de 5 kg de casca de ovo de codorna moída, tentando ludibriar pessoas inocentes! Quanta decepção. O mundo precisava saber que a pasta de Alan Kardec era uma fraude! Saí na rua, e contei tudo ao primeiro mané que avistei. Só então descobri que eu era a última a saber da verdade!

 
::: N a v e g a r  I m p r e c i s o
 
Enloucrescendo
http://www.enloucrescendo.cjb.net
AY CARAMBA!!! E-magazine de Ian Black, nosso colaborador, agora em sua edição 3. Acredite em tudo enquanto estiver aqui: egotrips e teorias e amores platônicos e outras firulas literárias, nas palavras dos colunistas e das poesias e contos e especiais.
 
O Mestre do Brega
http://www.reidobrega.hpg.com.br
FEITICEIRA!!! Site dedicado à vida e obra do mestre da música brega brasileira Carlos Alexandre. Relembre aqui clássicos como "Não Marco Encontro por Telefone", "Mulher Igual à Minha Só em Outra Geração" ("Se vamos ao cinema/ E o filme é de amargar/ Ela diz que o filme é bom, ela diz que o filme é bom/ E me manda estudar") e "Já Troquei Você por Outra" ("Já troquei você por outra/E não estou arrependido/Porque a outra é livre/ E você tem um marido!").
 
 
::: Feliz Aniversário (uma idéia para um curta)
::: Ricardo Sabbag <[email protected]>
 
- Cara, se ele descobre isso, você sabe, tamos fudidos!
- Eu sei, cara. Mas agora é a única hora pra fazer isso!
- Ele saiu, né?
- Saiu. Foi com a mulher e as filhas em algum lugar aí.
- O pessoal tava falando que ia ter coisa.
- Coisa?
- É. Alguma coisa com ele.
- Alguma coisa com ele?
- É. Hoje.
- Hoje, é?
- Cê tá surdo, meu?
- Não, porra. Mas a coisa não era agora.
- Sei lá, meu.
- Pronto. Quebrei o sistema. Agora é só acertar a senha.
- É... a senha.
- Claro que você sabe a senha, né?
- É que...
- Caralho, cara! Eu disse que você tinha que saber a senha!
- Eu, eu, eu... acho que era alguma data.
- Porra de data, cara! Cê tinha que saber disso.
- Peraí, eu sei, deixa eu lembrar.
- Merda! Se ele pega a gente... se ele souber que a gente fez isso, cara, nós tamos FUDIDOS!
- Lembrei! Lembrei!! Era o aniversário dele!
- E eu sei lá quando é a porra do aniversário dele?
- É um dia que, com certeza, a gente vai ter que 'tar por perto babando ovo.
- Tá, tá, no dia a gente compra flores e bombons pra ele. Agora diz o dia.
- Ele é o tipo do cara que faz questão que todo mundo puxe o saco dele no dia do aniversário, entende?
- Tá, tá, o dia, meu, o dia...
- É sério. Lembra do Silveira, que cobria lá a área do bairro fundo? Pois é. Diz que ele não foi num dos aniversários do chefe. Amanheceu com a boca cheia de formiga.
- Porra de exagero... Por causa de um aniversário?
- Pois é. Dizem que o cara é aficcionado por isso.
- Tá bom, tá bom. E o dia??
- Eu lembro que é no último dia do mês.
- Ai, caceta, 31...
- Não, não... era mês que termina em 30.
- Ô merda, por que não fala de uma vez?
- ...
- Só falta dizer que tem porra de diferença de ano bissexto, o caralho a quatro.
- Não, é 30, 30 mesmo.
- Caceta. 30. Faltam mais dois números. E na terceira tentativa errada a porra trava.
- Peraí, peraí. Eu tô lembrando. Era no fim do ano.
- Fim do ano? Quando é isso? Dezembro?
- Não, não, era antes disso... Tipo... depois do segundo semestre.
- Ô merda! Cê tinha que saber disso, meu!
- Calma, calma. É, é SETEMBRO! Põe aí... 30 zero nove. Vai lá.
- Três, zero, zero, nove.
- E aí?
- Espera... ... merda! Travou! Não é essa a senha!
- Ai, então, então é Outubro. Com certeza. Vai fundo. Dessa vez não tem erro.
- Porra de aniversário. Vai lá. Três. Zero. Um... ai... Zero.
- ...
- PUTAQUEPARIU! Mais uma e a porra trava!
- Então, espera, espera.
- Espera o caralho. Ou a gente faz isso ou a gente morre! Agora é tarde...
- É novembro.
- Novembro?
- Só pode ser novembro.
- Olha, cara... Se não for novembro...
- Se não for eu saio de cueca daqui até a rua.
- Pelo amor de Deus, que seja a porra de novembro o mês.
- Vai por mim.
- Três... zero. Porra. Um. ... tem certeza, cara?
- Agora já foi, meu. Põe o um aí e reza.
- Merda... um...
- Abriu.
- É. Abriu.
- Tá tudo aí?
- Parece que tá.
- Nunca vi coisa tão linda.
- É. Mas tem alguma coisa errada aí.
- Que coisa errada o quê, meu? Tá tudo aí, ó! Te disse que sabia a senha!
- Não. Sério. Que dia é hoje?
- Sei lá... terça-feira.
- É, é terça-feira... Mas que dia do mês?
- Novembro.
- Não, idiota. Eu sei que o mês é novembro. Tô perguntado o dia! Um, dois, dez, essas merdas...
- Peraí... Sábado foi dia 27, eu tava na minha sogra...
- E domingo era o jogo do Coringão.
- Então... se sábado era 27, domingo era 28...
- E segunda era 29.
- Então hoje é...
- CARALHO!
 
 
::: F a l a  q u e  E u  t e  E s c u t o
::: Mande suas críticas, sugestões e comentários  engraçadinhos para <[email protected]>. Aqui, trechos comentados de correspondências recebidas na última semana.
 
"Meninos, coisa mais deliciosa o papo platônico, digo, o papo eletrônico do amor platônico... Ainda que anônima como um monte de leitores (escancaradamente platônica), não deu pra ficar quieta. Não que haja opinião a acrescentar nessa dança linda de opiniões tão mais complementares do que contrapostas. Mas é que o que é bonito a gente faz fiu-fiu... e eis o meu! ;o) O amor platônico é lindo, e é pouco, e é desdobrável, e pode ser um desastre quando desdobrado, e dá medo, e é medo também, e é perfeito, e é vazio, e delicioso, é narcisista e cinderélico, e mais um monte de coisas ditas por todos, e não ditas também. É isso, e não é nada disso: quero é dizer a vcs que me deliciei com o papo, com os amores, príncipes e (é, né?) sapos, e se já era caidinha pelo Spam Zine, apaixonei de vez. Parabéns! Tem mais? ;o)"
Lilian Wing
 
OS EDITORES: Cara Lilian, o Spam Zine retribui a sua declaração de amor com uma piscadela de olho e um sorriso nada platônicos. Servimos bem para servir sempre. =) Um abraço, A.I.
 
"Olá! Sou estudante de jornalismo, assisti a entrevista de vocês no Enfoque e me interessei, gostaria sim de participar e mandar minhas opiniões".
Vanessa Souza
 
OS EDITORES: Vanessa, que bom que você gostou da nossa proposta. Só peço desculpas pelos olheiras que eu estava mostrando naquela entrevista. Culpa de pouco sono e tarefas matutinas, forgive. :-) Beijos, R.S.
 
COMENTÁRIO DO COMENTÁRIO: Para quem não sabe, dois dos membros da intrépida trupe do Spam Zine, os curitibanos Ricardo Sabbag e Luiz Andrioli, foram entrevistados pelo programa Enfoque da TV Educativa do Paraná a respeito do e-zine. Imaginem a cara de sono dos dois depois de terem sido entrevistados pouco depois de retornarem, às 06:30, da festa de formatura do curso de Jornalismo. E depois, eu é quem sou chamado pela ni de "Olheiras Ambulantes", tsc tsc. Amplexos bocejantes, A.I.
 
 
::: C r é d i t o s  F i n a i s
 
Direção:
Alexandre Inagaki <[email protected]>
Ricardo Sabbag <[email protected]>
 
Elenco (em ordem alfabética):
AL-Chaer <[email protected]>
Alexandre Carvalho <[email protected]>
Carlos Eduardo <[email protected]>
Ian Black <[email protected]>
Jack the Ripper <[email protected]>
Nicole Lima <[email protected]>
Priscilla Ramos da Silva <[email protected]
Suzi Hong <[email protected]>
 
Agradecimentos a: Koushiro "Izzy" Izumi, autor de um site não-oficial sobre o filme "Cronicamente Inviável" <http://cronicamenteinviavel.vila.bol.com.br>, e Monique Paiva, responsável por um informativo semanal sobre bandas independentes <[email protected]>, leitores que andam espalhando nosso spam joiado por aí. Valeu pela força!!!
 
Spam Zine é um fanzine distribuído gratuitamente por e-mail todos os domingos. Para assinar o Spam Zine, visite http://www.spamzine.cjb.net (a casa é modesta, mas é limpinha). Envio de colaborações, edições anteriores, cancelamento de assinaturas, críticas anárquicas, dúvidas existenciais e/ou mensagens de amor? Escreva: [email protected]
 
 
::: P. S.
 
1) Li nos jornais que o Maluf foi prestar solidariedade ao seu inimigo-mor (desde os tempos da Faculdade de Engenharia da USP), Mário Covas, cujo estado de saúde é gravíssimo. Será que foi puta demagogia ou um gesto sincero? Fico com a primeira opção. Infelizmente, tudo leva a crer que só por um ato divino ele irá passar por mais essa. Será que o Maluf irá ao velório (toc, toc, toc - bati três vezes na madeira) do Covas? Acho que sim, só pra ter certeza de que ele se foi mesmo. Capaz até dele (o Maluf) dissimular algumas lágrimas. Argh! (Hong)
 
2) Filhadaputagem faz um bem danado, quando utilizado em dosagens moderadas. (Black)
 
3) Sampleando a idéia que meu amigo Augusto Sales do Falaê (http://www.falae.com.br) teve, eis a minha seleção pessoal de "frases notáveis de emails que recebo" desta semana:
 
. "O mundo é movido a porra e música". - Lola Félix
. "No carnaval saí fantasiada de mim mesma. Estava irreconhecível". - Liú Mélisande
. "- Enxugar é com 'x' ou 'ch"? - É com toalha". - AL-Chaer
 
Pelo clipping, (Inagaki)