[S
p a m Z i n e]
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: 04 de março de 2001
: são paulo, goiânia, campinas, niterói, curitiba
Celso
Viáfora e Vicente Barreto compuseram uma música intitulada "A Cara do
Brasil", que faz o seguinte questionamento: "Na verdade, o Brasil o
que será? (...) / Brasil Mauro Silva, Dunga e Zinho/ Que empata em zero
a zero e é campeão/ ou o Brasil que parou pelo caminho/ Zico, Sócrates,
Júnior e Falcão?".
Pois
bem, quando vi que a Imperatriz Leopoldinense consagrou-se tricampeã
com aquele desfile chocho mas "tecnicamente perfeito", a analogia
voltou à mente: qual é a cara do Brasil? O carnaval que esporra
criatividade nos enredos de Joãosinho Trinta e na bateria vibrante da
Viradouro, de se ouvir (literalmente) de joelhos? Ou o desfile que não
empolga mas ganha campeonatos, como foi o realizado pela carnavalesca
da Imperatriz Rosa Magalhães, a Carlos Alberto Parreira do samba?
Pfuf. E
quando vejo gente festejando o Grammy de Melhor Álbum de World
Music concedido ao João Gilberto, fico me perguntando: por que a vibração,
cara pálida? Na prática, sofremos um rebaixamento: em 1964 o mesmo João
recebera o Grammy de Melhor Álbum do Ano com o disco "Getz/Gilberto".
Comemorar um prêmio por uma categoria tão periférica e confusa como
a World Music me fez lembrar dos melancólicos torcedores do Fluminense,
"vibrando" com a taça do Campeonato Brasileiro da 3a. Divisão.
Não
sei quanto a vocês, mas eu não costumo me rejubilar com esse tipo de
migalha. Se eu for me ufanar do meu país, será pelo prêmio Lawrence
Olivier de Melhor Produção de Dança que a coreógrafa Deborah Colker
ganhou em Londres, e não pela esmola dos norte-americanos para com o
pai da bossa nova. E, do mesmo modo que me acostumei a não me satisfazer
com pouco, tampouco pude comemorar a Copa de 1994 ganha de maneira tão frustrante.
Aquele grito sufocado na garganta em 1982 até que foi liberado na Era
Dunga, mas de maneira tão chocha quanto as piadinhas que contam no Oscar;
ou seja, com alegria brochada. Como a dos espectadores do Sambódromo,
assistindo ao carnaval de resultados da Imperatriz.
***
Espero
que vocês, assinantes do Spam Zine, devorem nossa edição 005 com o prazer
de ver um Zico cobrando faltas, um Guga quebrando saques, um Joãosinho
Trinta comandando desfiles. Para tanto, conto com a preciosa ajuda do
Carlos Eduardo, a.k.a. CarlãO, poeta e prosador de mão cheia vindo de
Goiânia, que está estreando nesta edição junto com a Priscilla Ramos,
estudante de Artes Plásticas e sonhadora nas horas vagas ou não. Mas
espere!!! Na aquisição desta edição, você também recebe completamente
de graça: as catarses de Suzi Hong, as digressões musicais de Alexandre
Carvalho, os conselhos de AL-Chaer e os diálogos espertos de Ricardo
Sabbag, o co-editor mais sumido que Milli Vanilli, Magda Cotrofe
e Jordy juntos. Além, é claro, das participações especiais de leitores
mais do que especiais.
Aos
que aguardaram ansiosamente por uma semana inteira pelo novo capítulo
da novela do Mateus Potumati, um aviso: ele resolveu torturá-los por
mais sete dias de angustiante espera. Mas não se preocupem, se mr. Potumati
não mandar a próxima parte até a semana que vem, prometo torturá-lo
enclausurando-o em uma sala hermeticamente fechada, ao som do Bonde
do Tigrão. Ou ele fura os próprios tímpanos, ou escreverá em quinze
minutos o próximo capítulo. E ai dele se o texto não ficar bom: a trilha
sonora será Kenny G.
***
Spam Zine agradece a preferência, e deseja-lhes boa viagem.
1.
Leide
parou na esquina e me chamou. Atravessei a calçada aparando no rosto
o primeiro pingo de chuva daquele sábado causticante e beijei-lhe
a boca. Ela me abraçou deixou cair a bolsa no chão me olhou nos olhos
agachou-se pegou a bolsa juntou os dedos da mão direita e desferiu
um violento soco no meu nariz. As mesmas jovens que saíam do Colégio
Júlio XXIII e que haviam ficado extasiadas com o beijo abaixaram os
olhos e zuniram com aquele passinho idiota e rápido. Leide apenas
sorriu e disse isso é para você aprender a não sumir mais dos meus
sonhos.
2.
Olavo
pigarreou e olhou o microfone. Não devia ter fumado antes da palestra.
O jogo de luz estava perfeito mas com certeza veriam seu tique nervoso
de levantar a sobrancelha e rosquear o pescoço como se a camisa o
estivesse apertando. Porras pensou. Olhou para a platéia e distinguiu
seus superiores na última fila. Caso sua demonstração não convencesse
os clientes rua. Começou então boa noite senhoras e senhores. Tossiu.
Tomou um gole d'água e engasgou grosseiramente. Tossiu tosse forte
e indesejada e incontrolada. Tropeçou no microfone que estatelou na
primeira fila no colo da Sra. Leila esposa do grande Ladislau Modeff
que era o principal cliente da sua empresa. Ela gritou levantando
os braços que seguravam um computador tipo notebook que voou pelos
ares indo se espatifar nos pés do garçom que recolhia copos e garrafas
de água descartáveis. Com o susto, a bandeja caiu na cabeça de um
executivo que eu nem me lembro quem era mas estava de terno branco
que apanhado de surpresa levantou-se e esbarrou no painel de luzes
deixando o recinto totalmente às escuras. Olavo recuperado da sua
crise olhou para cima e nada vendo gritou estou cego!! Tateou o ar
esqueceu-se que estava no palco e estatelou-se aos pés da primeira
fila sendo pisoteado imediatamente e perdendo seu relógio Casio Data
Bank com memória para 100 telefones. Nesse momento alguém fez confusão
(?) e chamou a Rota que pensou ser um assalto nível cinco destacando
8 viaturas e 1 furgão anti-seqüestro que em poucos minutos passaram
a fazer barulho na avenida lá embaixo. O vidro de incêndio fôra quebrado
e já despontavam 2 carros-pipa e 4 ambulâncias na esquina de cima
perto das Lojas Americanas. Os telefones foram cortados houve um início
de tiroteio e o corpo do Olavo foi atirado do décimo andar.
3.
Eu
fiquei assim desde a minha saída dos Beatles. De nada adiantou pagar
cervejas para o Caetano durante o verão de 67 em Londres. As letras
que eu dei para ele ele não soube pôr no papel e deu pro Roberto Carlos
gravar. Ainda bem que eu não disse o meu nome verdadeiro. Depois numa
série de desencontros fui procurar mar em Goiânia. Não achei mas fiquei
encantado com as fotos do Araguaia e com as cocotinhas do Edíficio
Acaiaca. Tomei vários ônibus suburbanos e me apaixonei pela Avenida
Tocantins. Nessa época as fotos do meu passado faziam sucesso e fui
ficando numa de dizer que era eu mesmo apesar de já estar duvidando.
Também aquele negócio de pequi e peixe-na-telha já estavam no meu
sangue. Contei várias vezes a história do homem-de-uma-cabeça-só mas
ninguém entendia. Claro. Não tinham cabeça nenhuma e quando conseguiam
achar a própria boca enfiavam um roliúdi sem filtro dentro dela. O
tempo foi passando e o pessoal perguntava por que eu não envelhecia
e eu dizia era porque já estava velho o bastante e eles riam e me
convidavam para mais um churrasco de apartamento. Foi numa noite de
outubro quase achando que deveria comprar uma televisão é que resolvi
me casar. Afinal de contas eu precisava dar trabalho para alguém.
::: P a p o - A r a n h a
::: O
guia moderno da cantada virtual. Quer achar a tampa da sua panela?
Envie uma cantada criativa para [email protected].
A melhor da semana você confere agora.
Psicografia
de Edgar Allan Poe
Embora
possa jactar-me de poder manter um desempenho aceitável para bom na prática
imemorial de fazer gametas se combinarem, gostaria de encontrar uma Jezebel
dando sopa para enfrentarmos juntos a metafísica da criação, discutir
as origens e a ontologia da substância e, ao espoucar das primeiras pipocas
em meu fogão sujo à gás, especularmos sobre a inestética transcendental
de Baudrillard e conjecturarmos sobre a existência das mônadas leibnizianas...
A cara-metade ansiada ardentemente deverá saber cozinhar muito bem e lavar
minhas meias sem pestanejar, e ao mesmo tempo achar que tudo vale a pena
se a alma não é pequena. Deve saber recitar o Baghvad-Gita de trás para
diante e gostar de teatro Nô japonês. Deve ter visitado um dia a Ilha
da Páscoa e já ter comido um sanduíche de pão com ovo na Central do Brasil
ou traçado o Angu do Gomes, sem que isso lhe tenha deixado seqüelas graves.
Deve, finalmente, ter assistido ao seriado ‘Friends’ na BBC e achar que,
apesar disso, o amor existe e é lindo.
:::
Brisa do Mar, Noites de Chuva e Gritos do 20º Andar
::: Suzi Hong <[email protected]>
Minha grande amiga Leila Woolf, sofria de depressão até o dia de
sua morte – 9 de fevereiro de 2001, aos 26 anos. Segundo o laudo médico,
a causa mortis foi ataque cardíaco, ou tristeza incontrolável súbita,
segundo pessoas próximas de Leila, including me.
Os leitores da edição 003 do [S p a m Z i n e] puderam ler um pouco a
respeito de Leila e sua morte despercebida e, no mínimo, incomum (aos
que não receberam a referida edição, por favor, enviem djá um e-mail para
[email protected] solicitando uma
cópia).
Considerando os incontáveis pedidos de assinantes deste conceituado e-zine,
enviados dos quatro cantos do mundo, solicitando mais detalhes da vida
de Leila e dados para obter os seus diários publicados, e somando-se o
fato de que eu era a melhor amiga e confidente ímpar de Leila, fui tomada
de um impulso odioso, quase um dever moral e afetivo, de expor mais e
mais os ossos de sua vida, com entrelinhas recheadas de “quem avisa, amigo
é” ou “a vida como ela é”. [Bah, a primeira parte deste parágrafo é descaradamente
enganosa – por favor, façam uma colunista feliz e enviem seus comentários,
críticas, pragas, spams, whatever para o e-mail ali em cima, do ladinho
do meu nome.]
Mas lembrei que Leila Woolf foi cremada após uma discreta cerimônia no
Crematório Vila Alpina (o único numa cidade com mais de 15 milhões de
habitantes, São Paulo), e que eu mesma me encarreguei, sob vaias, ameaças
de morte, medidas judiciais da família e o catzo, de jogar seus ossos
em pó no meio de um marzão verde, verde, verde. Tudo porque numa das incontáveis
madrugadas em que íamos ao La Cave tomar Los Vascos (belíssimo vinho tinto)
até cair, Leila segurou minhas mãos com a firmeza única daqueles que sabem
ter uma vida fodida, fazendo-me jurar que EU jogaria suas cinzas em alto-mar,
com o sol a pino.
Sem ossos, não serei mais capaz de contar os detalhes da vida de Leila.
Não agora, quando tudo está ainda tão nebuloso em minha memória e seu
perfume ainda impregna minhas mãos.
Só que o impulso odioso de dizer alguma coisa ficou me perturbando a semana
inteira. Odioso porque fazia tempo que não parava para pensar em como
a vida é fugidia, tal qual a pena em Forrest Gump flanando sem destino
certo. Odioso porque, no fundo, sei que Leila morreu de depressão não
tratada, porque a tonta disfarçava o problema com mais e mais trabalho,
dinheiro, promoções, casinhos descompromissados, ódio e amor ao seu ex-namorado
pero no ex-amor, e visitas compulsivas ao shopping center, onde gastava
alguns milhares de reais em bolsas, sapatos, CDs que nunca teria tempo
de ouvir e livros e livros de Direito. Odioso porque eu mesma tomo antidepressivos
e tenho vontade de sumir do mundo muitas vezes durante as noites mal dormidas.
Odioso porque poderia ser eu morrendo e não Leila, ou outros milhões e
milhões de pessoas que sofrem do mal e não sabem, ou até saibam, mas disfarçam,
não procuram ajuda e erguem seus frágeis castelos sobre pés de barro.
Impulso nojento, porque, quando a maldita chega, eu não consigo levantar
da cama por dias, choro até meus olhos ficarem maior que meu rosto, não
sei escrever, falar, tomar banho, comer, usar o telefone. Não tenho tesão
pra nada, só forças pra caminhar até a porta do quarto e girar a chave.
E fico querendo que o mundo acabe em uma puta festança, comigo sendo destaque
do carro abre-alas da Escola de Samba “Fim do Mundo, Até Que Enfim!”.
[Se algum leitor apresentar, pelo menos, três desses sintomas, por mais
de três semanas, pelo amor de Deus, procure por ajuda médica.]
E tudo que se vislumbra é breu e desesperança. Da janela do meu apê, Maria
Callas me chama para assistir a Carmem em sessão exclusiva. Por vezes,
é Clarice Lispector que me chama pra fumar um cigarrinho e conversar sobre
as dores de escrever, de viver. E por outras, sou eu que vou até a sacada
do meu apê e fico esbravejando contra Deus, o destino e a porra da serotonina.
Quando penso que é chegada a hora de jogar a toalha e pendurar as chuteiras,
normalmente um milagre acontece. Eu subtraio todas as forças que me restam
no dedinho do meu pé esquerdo e, como um clarão, surge em minha mente
o telefone do meu psiquiatra. Em transe, lembro como é que se usa o telefone
e ligo e choro, choro, choro, aprendo a me dar colo, e a voz grave do
meu médico me acalma. Se não é o médico, é o pobre coitado do meu namorado
que recebe ligações minhas, e a voz de travesseiro dele me faz dormir
e ter sonhos de quando eu era criança, quando viver ainda não era estar
num enorme campo de batalha, sozinha, armada de amor e não sei mais do
quê exatamente, e protegida pelo escudo de tudo que não se corrompeu em
mim, por enquanto. Nossos sonhos bons deveriam ser reais e realidade deveria
ser os nossos pesadelos que acabam quando os que amamos nos acordam.
[Suzi Hong está de licença médica não remunerada
e com a auto-estima beirando o centro do mundo. Doações dos Laboratórios
Wyeth-Whitehall Ltda. de duas caixas de Efexor 75mg. por mês, colo, cafunés,
DOCs, troca de figurinhas e palavras meigas serão muito bem vindas.]
:::
D i á l o g o s I n e s q u e c í v e i s
Cena de "Desconstruindo
Harry", de Woody Allen: Harry desce um elevador até o inferno... Detalhe:
a descida já começa no 5o andar.
(dinnnn-donnnnn)
- 5o andar: trombadinhas de metrô, pedintes e críticos literários...
- 6o andar: extremistas da direita, assassinos seriais e advogados que
aparecem na TV...
- 7o andar: a mídia (desculpe, este andar está totalmente lotado).
- 8o andar: criminosos de guerra, evangelistas de TV e enfermeiras.
- Térreo: desçam todos, por favor.
:::
L i s t a s A b o b r o l
Top
5 Discos Para Levar a Uma Ilha Deserta (Internacionais)
"The
Best of The Doors" (1986)
Eu tinha 15 anos quando caiu em minhas mãos uma Bizz que trazia uma
resenha do José Augusto Lemos sobre este.álbum duplo. A resenha descrevia
o começo da "Break on through", faixa que abre o disco. Ela falava sobre
a batida de jazz, solando até entrar o baixo propulsor (que o Ray Manzarek
tocava com uma das mãos) e em seguida a voz: "You know the day destroys
the night/ Night divides the day/ Tried to run, tried to hide/ Break on
through to the other side". Fiquei tão bem impressionado com a resenha,
falando da combinação de um pianista clássico com um guitarrista flamenco,
um baterista de jazz e a presença marcante de um poeta barítono, que pedi
o disco para a minha mãe, sem nunca ter escutado nada da banda. Quando ouvi
pela primeira vez, peguei todos os meus discos de novela e da Madonna e
vendi para uma banca de jornal a preço de banana. Mesmo tendo comprado todas
as obras dos Doors em CD, mantenho esta coletânea dupla como meu álbum preferido.
É um dos poucos vinis que conservo, e quero ser enterrado com ele. Não se
fazem mais críticos da Bizz como antigamente.
"Miles and Coltrane"
É o que o be-bop lançou de mais vibrante. É o tipo de disco que inspirava
Jack Kerouac em seu ritmo frenético de palavras. Dois gigantes do jazz,
suando a camisa, impulsionados pela bateria alucinada de Jimmy Cobb. É para
ouvir em uma festa, e elevar o tesão às alturas. Não recomendo ouvir no
carro, porque você vai querer testar os limites da caranga e acabar com
algum poste da cidade. É adrenalina na veia. A indicação certa para quem
quer dar seu primeiro passo no universo sonoro do jazz. Ah, outra dica:
Depois compre o "Ballads", do John Coltrane, e desarme a mais inflexível
das garotas. É tiro e queda.
"The Beatles" (1968)
Não há tarefa mais difícil que indicar um disco preferido entre os
dos Beatles. Por isto, sempre cito o que mais me emociona no momento. E,
no momento, o Álbum Branco é o que rola no meu som, logo de manhã, para
começar bem os sábados. É até covardia, falar de um disco que tem "Helter
Skelter", "Happiness is a warm gun", "Dear Prudence", "I will", "Julia",
"While my guitar gently weeps" (com Eric Clapton), "Yer Blues" e tantas
outras. Na verdade, os Beatles não deveriam ser inclusos em listas de melhores.
Como eu disse, é covardia.
"Innervisions" - Stevie Wonder (1973)
Tenho ouvido muita música negra, muito funk e soul. Entre os discos
que eu tenho, destaco uma coletânea matadora do Marvin Gaye e um duplo do
Curtis Mayfield, que comprei recentemente na loja do Sérgio, pagando a bagatela
de R$ 16. Depois ele não sabe por que a loja não vai para a frente. Para
se ter uma idéia, os progressivos, que ninguém compra, têm uma estante própria
na loja, em um local de destaque. Mas, enfim, lista também é momento, o
que aponta minha preferência e meu entusiasmo para os discos do Stevie Wonder,
entre os quais destaco o "Innervisions" (mas poderia ser o "Sign, Sealed,
Delivered" ou o "Songs from the key of life", sem perder nada em qualidade
e inspiração). Este meu atual preferido tem "Higher Ground", "Living for
the city", "Golden Lady" (que obra-prima!) e uma balada de abalar o mais
durão dos entregadores da Granero, "All is fair in love". Vale começar por
este disco, para logo se animar a comprar outras pérolas do Stevie Maravilha.
E ir encostando aquele CD que você tem do Jamiroquai num cantinho sujo da
estante.
"Astral Weeks" - Van Morrison (1968)
Quando o Pablo, o amigo de um amigo, me recomendou esse disco, não levei
tanto em consideração, porque o cara tem uns rompantes de entusiasmo altamente
suspeitos. Mas quando conheci este álbum, fiquei louco com o folk misturado
com rhythm-and-blues desse cara, com a delicadeza e, ao mesmo tempo, a crueza
dos arranjos. É um disco para muitos momentos, para se ouvir numa viagem
de carro, ou quando já chegar ao seu destino, vendo a chuva lá fora e pensando
na mulher que um dia você teve. Recomendo este disco a todo mundo. Ouça
quando estiver sozinho ou com ela no colo. Não é para colocar numa festa,
no meio do agito. É para um momento de paz, para se deixar levar. Ponto
para o Pablo.
::: R á
p i d a s R a s t e i r a s
"Espiritualmente sou uma tchutchuca, mas esteticamente sou uma cachorra".
(CÍNTIA ASSIS, apresentadora de TV, na Revista da Folha, flagrada em um
denso instante de digressão sociológica sobre o papel da mulher dentro do
movimento funk)
"Adoro
ser chamado de gostoso na hora da transa".
(RODRIGO
FARO, um desses atores globais, sintetizando suas instigantes opiniões sobre
sexualidade humana e egocentrismo)
"Você
já viu rico inventar palavra? Ele manda trazer pronta do exterior. Fitness
center, hairdresser, personal trainer, home banking... Inventar palavra
ou sentido é coisa de pobre e classe-média. Logo, de jornalista".
(ARTHUR
DAPIEVE, sempre ele, comentando o surgimento de novos termos como "popozuda",
que costumam surgir a reboque de modismos populares como o funk carioca,
a maquiavélica resposta ao pagode paulistano e ao axé soteropolitano
- sim, fizemos por merecer. =þ)
O
chocolate, que tem, ao longo dos tempos, levado muita gente ao consumo
excessivo e à dependência, ainda não entrou na lista dos narcóticos.
Nem a coca-cola. A obesidade já está sendo considerada a doença do
terceiro milênio e o chocolate e a coca-cola têm contribuído para
isto.
Outro
dia, comprando uma carteira de Camel, li: “O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE:
FUMAR PODE CAUSAR IMPOTÊNCIA SEXUAL”. Imediatamente, falei para a
balconista, com aquele sorrisinho árabe e sedutor: “- Dá pra trocar
por um que provoca infarto do coração?” Não estou querendo fazer apologia
ao cigarro. Não é isto. Estou até tentando parar de fumar (depois
de amanhã vai fazer dois dias que não fumo). Mas há uma perseguição
desigual aos fumantes, enquanto que os avisos para conter o consumo
excessivo do álcool ainda estão muito tímidos. Parece que só não devemos
beber quando formos dirigir: “SE BEBER, NÃO DIRIJA. SE DIRIGIR, NÃO
BEBA”. O máximo que vemos é, nos rótulos das garrafas de cerveja,
a frase: "APRECIE COM MODERAÇÃO." Muito subjetiva esta frase. Também,
você não vê escrito assim: "O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: NÃO BEBA
NA PRESENÇA DE CRIANÇAS." Pois deveria.
Desde
a criação do Plano Real, a indústria que mais cresceu em faturamento
foi a do segmento de bebidas alcoólicas: a “cachaça” lidera as estatísticas,
seguida da cerveja. Outra estatística: 99% dos espancamentos de mulheres
são feitos por homens alcoolizados (o que nos faz concluir que 1%
dos espancamentos são verdadeiramente merecidos, mas este não é o
assunto desta matéria... só para lembrar um ditado islâmico: “quando
você bate numa mulher, você pode não saber o motivo, mas ela sabe!”).
Drogas.
Ou você tá fora, ou está dentro e assume as conseqüências. Sei que
os indígenas sempre “fumaram o cachimbo da paz”, e podemos ler vários
relatos de experiências com plantas alucinógenas (como exemplo, o
escritor Carlos Castañeda, que escreveu sobre sua iniciação junto
aos índios do centro e do norte do México). Sei também que o Guru
Bob Marley combinou muito bem os ritmos do reggae e da marijuana.
Mas a maconha é um degrau na escada das drogas pesadas. E, mesmo sendo
mais fácil descer desta escada do primeiro degrau, a maioria prefere
seguir subindo: cocaína, ácido... depois, a queda.
Falando
em cocaína, sempre lembro-me de um depoimento de uma mãe, numa palestra
sobre drogas. A mãe contou aquela história clássica: três filhos,
um de 17, outra de 15 e o caçula de 13 anos. O mais velho se viciou
em cocaína, levado por um amigo da escola; a mãe notou na época a
mudança de comportamento do filho, mas achou que era “coisas da idade”
(eu já passei por esta idade, mas felizmente, naquela época, meus
amigos da escola e eu só éramos viciados em punheta e futebol – nenhum
de nós se recuperou até hoje...).
Com
a mudança de comportamento do filho mais velho, algumas jóias da mãe
começaram a “sumir”, juntamente com algumas cédulas das carteiras
dos pais; muitas empregadas domésticas foram despedidas injustamente
em função destes “sumiços”... Quando as jóias raras e valiosas já
não existiam mais, e quando as carteiras passaram a ser “mais bem
guardadas”, o filho mais velho ficou sabendo pelo traficante que,
se ele “conseguisse” mais um adepto, teria 9 meses grátis de droga
(tem explicação os “9 meses”: é porque você está “gerando” um novo
consumidor...); então, o filho mais velho “levou” a irmã ao consumo,
que por sua vez, levou o irmão caçula à droga. Moral da história:
a mãe estava com os seus três filhos em tratamento de desintoxicação.
Até que esta mãe “deu sorte” dos filhos não partirem para “delitos”
mais pesados. Talvez, pela idade deles, não sei.
Vi uma matéria
num telejornal, sobre LSD. Um psiquiatra falando que, quimicamente
o LSD não vicia, mas "numa única experiência" pode deixar seqüelas
irreversíveis no cérebro. Você teria coragem de experimentar? Eu
não. E o Maradona? Com o uso da cocaína, só lhe sobrou 35% de
seu coração. Você se arriscaria? Eu "tô fora"!
Droga
é uma droga! Cuidado, principalmente, com as de três letrinhas.
Tem duas aí na praça que conhecemos muito bem, mas que têm, com
o poder do dinheiro, com o poder dos interesses escusos, com o apoio
da mídia, viciado esta nação: ACM e FHC. Merecíamos nós todos irmos
para uma fazenda de recuperação de eleitores drogados, para ver
se abandonamos esta maneira viciada de eleger os políticos. Tratamento
este, difícil e muito longo.
Para
finalizar, vai um recado para a minha filha, Laura, que completa 9
anos agora em fevereiro (ela é do dia 29, chique, né?):
-
Laura, “diga NÃO às drogas”. Não coma muito chocolate, nem tome
muita coca-cola. Engorda. Mas se um dia você estiver apaixonada, e
o seu amado lhe trouxer uma barra de chocolate da Godiva, e se estiver
chovendo, e fazendo aquele friozinho gostoso, e se estiver tocando
ao fundo um solo de sax... aceite.
O
amor alucina.
::: A
c h a d o s e P e r d i d o s
:::
Celebridades, professores, colegas de escola, amigos de infância... Escreva
para [email protected] dando-nos pistas sobre
os desaparecidos, ou dizendo quem você deseja reencontrar.
MARIANA FERREIRA PROCURA:
Por onde andará meu mestre maior, Alias Menithor? Longe é um lugar que
não existe. Deve andar brincando nos campos de São José... Com
o tempo vou cada vez mais seguindo seus conselhos. Ou estarão seus
conselhos cada vez mais me seguindo? Ele, e o inseparável Barbosa the
Blues, companheiros de grama. Aliás, Alias, "sem grama não dá"! Ainda
bem que você teve a generosidade de me deixar seus poemas. Enfim,
"não me importa se esse tal de Amanhã / for nunca mais ou mais ainda
/porque mesmo sem querer de repente / a coisa mais linda / acontece".
RENATA PARPOLOV
PROCURA: um ex-aluno de inglês seu chamado Almir Meinerz, que
também gostava de The Verve, era do sul, trabalhava na Sadia mas depois
mudou de firma e saiu do curso também. Ele estudava na Extinta Unidade
Lapa, é loiro, de olhos claros, bonito, e tinha uma voz linda, principalmente
falando alemão. Chamou-a de Mein Liebe Teacher uma vez. Se alguém achar,
diga pra ele que Renata estava apaixonada e que tanto precisa como
quer dizer isso pra ele urgentemente.
RENATA PARPOLOV
TAMBÉM PROCURA: o álbum da banda "A Gota Suspensa", precursora do Metrô.
Quem tiver por favor entre em contato comigo: [email protected]!!!
NICOLE LIMA PROCURA:
alguma coisa pra escrever que não seja sobre o seu próprio umbigo, letras
de música ou considerações filosóficas sobre a espécie humana. Contribuições
em dinheiro serão bem vindas.
ACHAMOS!!!
IAN BLACK: Meu
camarada Alexandre Inagaki e eu estávamos sentados numa mesa do Habib's,
esperando o show do Mudhoney começar. Daí que eu vejo uma garota loira
com bengala na mão. Inagaki vê minha cara de besta olhando para a garota,
e pergunta: o que aconteceu? Só pode ser ela, só pode ser ela. Sim,
era ela! A garota cega que vimos no show do R.E.M., e que, pelo que
me informaram, estava também no show do Morrissey (e chegou a ficar
no palco com o ex-líder dos Smiths). Procuramos por ela na edição 002
do Spam Zine, e creio que ela é uma habitué de shows legais...
:::
S o n h o d a S e m a n a
:::
Crônicas & egotrips do inconsciente. Envie sua interpretação do sonho
da semana ou mande suas viagens oníricas para: [email protected].
Recentemente
recebi um email com um teste, supostamente "feito pelo Dalai Lama". Como
todos sabem, os monges budistas devem ser capazes de renunciar a família,
amigos, mulheres e dinheiro, pois nada deve atrapalhar um sacerdote que
almeja ao conhecimento universal. Mas Dalai Lama, o próprio, conseguiu
arranjar um tempinho, entre uma leitura filosófica e outra, só para elaborar
uma corrente. Nela havia um teste que revelaria enfim a verdadeira personalidade
de cada um (Aliás, ninguém conhece o seu verdadeiro eu. Apenas os testes
têm o poder de nos revelar a verdade, irmãos).
Primeiro
é preciso fazer um pedido. Depois, é necessário responder a algumas questões,
tendo o cuidado de fazê-lo com honestidade.
O
resultado foi surpreendente. Fiquei sabendo, entre outras coisas, que
coloco o dinheiro em primeiro lugar, e a carreira em último. Um tanto
enigmático, pois nunca sonhei ser assaltante ou joguei na loteria. Mas
o melhor ainda estava por vir: após responder às questões: 1) qual é seu
número favorito; e, 2) qual o seu dia da semana favorito, fiquei sabendo
que, para que minha graça fosse alcançada, eu teria que passar a mensagem
para apenas uma pessoa, e que meu desejo seria realizado na sexta-feira.
Achei ótimo, pois já era sexta-feira mesmo, e, tendo o prazo de validade
vencido, eu não precisaria mandar a mensagem para mais ninguém.
Às
vezes, não há como escapar à tentação de recorrer a soluções milagrosas:
é mais fácil acreditar na mágica das simpatias, correntes do Dalai Lama
e panacéias dos mais variados tipos. Machado de Assis imortalizou o emplastro
Brás Cubas, remédio hipotético que possibilitaria a cura de todos os males.
E meu inconsciente, para não ficar atrás, elaborou um sonho com o mesmo
tema.
Basicamente,
Alan Kardec (sim, ele mesmo) tinha escrito um livro, no qual dizia que
quem comesse uma "pasta" que ele havia inventado (receita original dele),
conseguiria maior evolução espiritual. Eu estava em casa comendo a tal
pasta, cuja consistência era um pouco mais líquida que a da pasta de amendoim,
e cuja cor era bege-cor-de-casca-de-ovo. O gosto era ruim, parecia areia.
Não que eu já tenha provado areia, mas foi a sensação que eu tive. De
repente, eu estava tomando banho dentro da geladeira (ah, normal), e pedia
para alguém pegar o sabonete no meu quarto. Corta.
Agora
eu precisava de um pouco mais da pasta milagrosa, e, quando fui comprar,
descobri que tratava-se de um produto falso, feito à base de casca de
ovo de codorna. Flagrei o falsificador na casa da minha própria vó, sentado
no chão com um saco de mais de 5 kg de casca de ovo de codorna moída,
tentando ludibriar pessoas inocentes! Quanta decepção. O mundo precisava
saber que a pasta de Alan Kardec era uma fraude! Saí na rua, e contei tudo
ao primeiro mané que avistei. Só então descobri que eu era a última a
saber da verdade!
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N a v e g a r I m p r e c i s o
Enloucrescendo
AY CARAMBA!!!
E-magazine de Ian Black, nosso colaborador, agora em sua edição 3. Acredite
em tudo enquanto estiver aqui: egotrips e teorias e amores platônicos e
outras firulas literárias, nas palavras dos colunistas e das poesias e contos
e especiais.
O Mestre
do Brega
FEITICEIRA!!!
Site dedicado à vida e obra do mestre da música brega brasileira Carlos
Alexandre. Relembre aqui clássicos como "Não Marco Encontro por Telefone",
"Mulher Igual à Minha Só em Outra Geração" ("Se vamos ao cinema/ E o
filme é de amargar/ Ela diz que o filme é bom, ela diz que o filme é bom/
E me manda estudar") e "Já Troquei Você por Outra" ("Já troquei
você por outra/E não estou arrependido/Porque a outra é livre/ E você tem
um marido!").
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Feliz Aniversário (uma idéia para um curta)
- Cara, se ele descobre
isso, você sabe, tamos fudidos!
- Eu sei, cara.
Mas agora é a única hora pra fazer isso!
- Ele saiu, né?
- Saiu. Foi com
a mulher e as filhas em algum lugar aí.
- O pessoal tava
falando que ia ter coisa.
- Coisa?
- É. Alguma coisa
com ele.
- Alguma coisa com
ele?
- É. Hoje.
- Hoje, é?
- Cê tá surdo, meu?
- Não, porra. Mas
a coisa não era agora.
- Sei lá, meu.
- Pronto. Quebrei
o sistema. Agora é só acertar a senha.
- É... a senha.
- Claro que você
sabe a senha, né?
- É que...
- Caralho, cara!
Eu disse que você tinha que saber a senha!
- Eu, eu, eu...
acho que era alguma data.
- Porra de data,
cara! Cê tinha que saber disso.
- Peraí, eu sei,
deixa eu lembrar.
- Merda! Se ele
pega a gente... se ele souber que a gente fez isso, cara, nós tamos FUDIDOS!
- Lembrei! Lembrei!!
Era o aniversário dele!
- E eu sei lá quando
é a porra do aniversário dele?
- É um dia que,
com certeza, a gente vai ter que 'tar por perto babando ovo.
- Tá, tá, no dia
a gente compra flores e bombons pra ele. Agora diz o dia.
- Ele é o tipo do
cara que faz questão que todo mundo puxe o saco dele no dia do aniversário,
entende?
- Tá, tá, o dia,
meu, o dia...
- É sério. Lembra
do Silveira, que cobria lá a área do bairro fundo? Pois é. Diz que ele
não foi num dos aniversários do chefe. Amanheceu com a boca cheia de formiga.
- Porra de exagero...
Por causa de um aniversário?
- Pois é. Dizem
que o cara é aficcionado por isso.
- Tá bom, tá bom.
E o dia??
- Eu lembro que
é no último dia do mês.
- Ai, caceta, 31...
- Não, não... era
mês que termina em 30.
- Ô merda, por que
não fala de uma vez?
- ...
- Só falta dizer
que tem porra de diferença de ano bissexto, o caralho a quatro.
- Não, é 30, 30
mesmo.
- Caceta. 30. Faltam
mais dois números. E na terceira tentativa errada a porra trava.
- Peraí, peraí.
Eu tô lembrando. Era no fim do ano.
- Fim do ano? Quando
é isso? Dezembro?
- Não, não, era
antes disso... Tipo... depois do segundo semestre.
- Ô merda! Cê tinha
que saber disso, meu!
- Calma, calma.
É, é SETEMBRO! Põe aí... 30 zero nove. Vai lá.
- Três, zero, zero,
nove.
- E aí?
- Espera... ...
merda! Travou! Não é essa a senha!
- Ai, então, então
é Outubro. Com certeza. Vai fundo. Dessa vez não tem erro.
- Porra de aniversário.
Vai lá. Três. Zero. Um... ai... Zero.
- ...
- PUTAQUEPARIU!
Mais uma e a porra trava!
- Então, espera,
espera.
- Espera o caralho.
Ou a gente faz isso ou a gente morre! Agora é tarde...
- É novembro.
- Novembro?
- Só pode ser novembro.
- Olha, cara...
Se não for novembro...
- Se não for eu
saio de cueca daqui até a rua.
- Pelo amor de Deus,
que seja a porra de novembro o mês.
- Vai por mim.
- Três... zero.
Porra. Um. ... tem certeza, cara?
- Agora já foi,
meu. Põe o um aí e reza.
- Merda... um...
- Abriu.
- É. Abriu.
- Tá tudo aí?
- Parece que tá.
- Nunca vi coisa
tão linda.
- É. Mas tem alguma
coisa errada aí.
- Que coisa errada
o quê, meu? Tá tudo aí, ó! Te disse que sabia a senha!
- Não. Sério. Que
dia é hoje?
- Sei lá... terça-feira.
- É, é terça-feira...
Mas que dia do mês?
- Novembro.
- Não, idiota. Eu
sei que o mês é novembro. Tô perguntado o dia! Um, dois, dez, essas merdas...
- Peraí... Sábado
foi dia 27, eu tava na minha sogra...
- E domingo era
o jogo do Coringão.
- Então... se sábado
era 27, domingo era 28...
- E segunda era
29.
- Então hoje é...
- CARALHO!
:::
F a l a q u e E u t e E s c u t o
::: Mande
suas críticas, sugestões e comentários engraçadinhos para <[email protected]>. Aqui, trechos comentados
de correspondências recebidas na última semana.
"Meninos,
coisa mais deliciosa o papo platônico, digo, o papo eletrônico do amor platônico...
Ainda que anônima como um monte de leitores (escancaradamente platônica),
não deu pra ficar quieta. Não que haja opinião a acrescentar nessa dança
linda de opiniões tão mais complementares do que contrapostas. Mas é que
o que é bonito a gente faz fiu-fiu... e eis o meu! ;o) O amor platônico
é lindo, e é pouco, e é desdobrável, e pode ser um desastre quando desdobrado,
e dá medo, e é medo também, e é perfeito, e é vazio, e delicioso, é narcisista
e cinderélico, e mais um monte de coisas ditas por todos, e não ditas também.
É isso, e não é nada disso: quero é dizer a vcs que me deliciei com o papo,
com os amores, príncipes e (é, né?) sapos, e se já era caidinha pelo Spam
Zine, apaixonei de vez. Parabéns! Tem mais? ;o)"
Lilian Wing
OS
EDITORES: Cara Lilian, o Spam Zine retribui a sua declaração de amor com
uma piscadela de olho e um sorriso nada platônicos. Servimos bem para servir
sempre. =) Um abraço, A.I.
"Olá!
Sou estudante de jornalismo, assisti a entrevista de vocês no Enfoque e
me interessei, gostaria sim de participar e mandar minhas opiniões".
Vanessa
Souza
OS
EDITORES: Vanessa, que bom que você gostou da nossa proposta. Só peço
desculpas pelos olheiras que eu estava mostrando naquela entrevista. Culpa
de pouco sono e tarefas matutinas, forgive. :-) Beijos, R.S.
COMENTÁRIO
DO COMENTÁRIO: Para quem não sabe, dois dos membros da intrépida trupe
do Spam Zine, os curitibanos Ricardo Sabbag e Luiz Andrioli, foram entrevistados
pelo programa Enfoque da TV Educativa do Paraná a respeito do e-zine.
Imaginem a cara de sono dos dois depois de terem sido entrevistados pouco
depois de retornarem, às 06:30, da festa de formatura do curso de Jornalismo.
E depois, eu é quem sou chamado pela ni de "Olheiras Ambulantes",
tsc tsc. Amplexos bocejantes, A.I.
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C r é d i t o s F i n a i s
Direção:
Elenco
(em ordem alfabética):
Agradecimentos
a: Koushiro "Izzy" Izumi, autor de um site não-oficial sobre o filme "Cronicamente
Inviável" <http://cronicamenteinviavel.vila.bol.com.br>,
e Monique Paiva, responsável por um informativo semanal sobre bandas independentes
<[email protected]>,
leitores que andam espalhando nosso spam joiado por aí. Valeu pela força!!!
Spam
Zine é um fanzine distribuído gratuitamente por e-mail todos os domingos.
Para assinar o Spam Zine, visite http://www.spamzine.cjb.net (a casa é modesta,
mas é limpinha). Envio de colaborações, edições anteriores, cancelamento
de assinaturas, críticas anárquicas, dúvidas existenciais e/ou mensagens
de amor? Escreva: [email protected].
:::
P. S.
1) Li nos jornais
que o Maluf foi prestar solidariedade ao seu inimigo-mor (desde os tempos
da Faculdade de Engenharia da USP), Mário Covas, cujo estado de saúde
é gravíssimo. Será que foi puta demagogia ou um gesto sincero? Fico com
a primeira opção. Infelizmente, tudo leva a crer que só por um ato divino
ele irá passar por mais essa. Será que o Maluf irá ao velório (toc, toc,
toc - bati três vezes na madeira) do Covas? Acho que sim, só pra ter certeza
de que ele se foi mesmo. Capaz até dele (o Maluf) dissimular algumas lágrimas.
Argh! (Hong)
2) Filhadaputagem
faz um bem danado, quando utilizado em dosagens moderadas. (Black)
3) Sampleando a
idéia que meu amigo Augusto Sales do Falaê (http://www.falae.com.br) teve, eis a minha
seleção pessoal de "frases notáveis de emails que recebo" desta semana:
. "O mundo é movido
a porra e música". - Lola Félix
. "No carnaval saí
fantasiada de mim mesma. Estava irreconhecível". - Liú Mélisande
. "- Enxugar é com
'x' ou 'ch"? - É com toalha". - AL-Chaer
Pelo clipping, (Inagaki)