[S p a m  Z i n e]
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    : 04 de fevereiro de 2001
    : são paulo, curitiba, recife, rio de janeiro, goiânia
 
::: e d i t o r i a l
::: Alexandre Inagaki <[email protected]>
 
Spam, originalmente, é a marca de um apresuntado enlatado fabricado nos Estados Unidos. Dizem até que é gostoso, não sei. Mas o fato é que o termo Spam ganhou nova conotação com a era da informática. Por meio da coluna da Cora Rónai em "O Globo", vim a saber que tudo começou quando o grupo de humoristas ingleses Monty Python usou a palavra em uma esquete sobre um bando de vikings que, sentados na mesa de um bar, pediam repetida e desajeitadamente por mais e mais "spam".
 
Pois é, deu no que deu. E hoje, spam serve para definir todo e-lixo que entulha nossos computadores. Como propagandas não solicitadas de sites, lendas urbanas sobre roubos de órgãos ou hambúrgueres feitos de carne de minhoca, e, principalmente, correntes que nos ameaçam com coisas terríveis se não forem passadas para a frente, como uma nova reprise de "O Pestinha" no SBT ou uma foto do ACM em pêlo chupando Chicabon.
 
Pois nós, do Spam Zine, queremos dar um novo sentido a este termo. E pedimos licença para invadir semanalmente sua telinha com alguns kbytes de jornalismo alternativo e literatura interativa. Pois queremos representar uma opção viável aos shoppings virtuais que transformaram a Internet num imenso outdoor. Seria muita pretensão nossa dizer que almejamos mudar esse estado de coisas, mas estamos imbuídos da arrogância típica dos jovens, como uma banda de garagem que almeja mudar toda a história do rock n'roll.
 
E se atualmente os fanzines eletrônicos proliferam-se Internet afora feito Gremlins molhados, prometemos não deixar que o tédio, esta ameaça bocejante, abocanhe outras tardes de domingo. Disputaremos sua atenção com o Silvio Santos, o macarrão da mama e o futevôlei na praia, munidos com nosso arsenal de frases engraçadinhas, citações pop, poesia, lirismo e aquela saudável dose de nonsense aprovada (raspando) pelos controles de doping do COI.
 
Bem-vindo, pois, ao mundo de Spam Zine. Mas, antes de mais nada, queremos que você nos ajude. Escreva para nós: envie propostas indecentes, comentários anarquistas, textos para as seções, declarações de amor, piadas infames e sugestões maionésicas para [email protected], ou contate diretamente os nossos colaboradores. Com isso, você estará ajudando com nossa campanha "por um e-zine melhor" (de preferência, sem playbacks ou garrafas d'água). A partir de nosso próximo número, publicaremos as melhores e piores cartas, (in)devidamente comentadas pelos editores.
 
Ah, é claro. Se você gostar de nós, não se esqueça de espalhar e divulgar o nosso endereço por aí. Mas sempre lembrando aos seus amiguinhos e inimiguinhos que, para receber o Spam Zine, é preciso visitar nossa página <http://www.spamzine.cjb.net> e enviar o pedido de assinatura. Somos um Spam do bem. ;-)
 
Agora, é com você. Siga em frente, e boa viagem.
 
 
::: Programa de Milhagem "Desculpa, Amor, é que..."
::: Marcela Marques <[email protected]>

Pensando nas centenas de horas que já perdi brigando, chorando, batendo o telefone na cara do outro, por causa dos malditos atrasos e furadas, resolvi, como uma boa executiva de marketing, fazer do problema oportunidade, e desenvolvi esse sistema de milhagem de pisadas na bola do namorado, onde, como em todo sistema de milhagem, você acumula pontos e tem direito a prêmios.

ACÚMULO DE PONTUAÇÃO

- PARA CADA 5 MINUTOS QUE ELE PASSAR DA HORA QUE FICOU DE APARECER - 1 ponto. A partir de 30 minutos, 2 pontos. Se completar uma hora (60 minutos) de atraso, bônus de 10 pontos e continua rodando, na razão de 2 pontos para cada 5 minutos. Se virar o dia (após a meia-noite), 100 pontos de bônus. Se o desgraçado não der nem um telefonema para dizer que está vivo, multiplique todos os pontos adquiridos por dois.
 
- PARA CADA 10 MINUTOS QUE ELE PASSAR DA HORA QUE FICOU DE TELEFONAR - 1 ponto. A partir de 30 minutos, 2 pontos. Se você ligar primeiro, 10 pontos de bônus. Se você ligar primeiro e ele não atender, ou atender e disser "olha-não-tô-podendo-falar-agora-porque-você-não-espera-eu-ligar" e desligar na sua cara, 50 pontos de bônus.
 
BÔNUS EXTRAS

- Atraso ou furada se você estava esperando pronta, maquiada e perfumada - 50 pontos.
- Atraso ou furada provocam crise de choro em você - 50 pontos.
- Atraso ou furada provocam enxaqueca - 100 pontos.
- Atraso ou furada provocam necessidade desesperadora de fumar - 10 pontos por cigarro fumado.
- Atraso ou furada para festa da sua família - 50 pontos.

DESCONTOS DE PONTUAÇÃO

- Atraso ou furada comprovadamente por motivos profissionais (certifique-se de todas as maneiras possíveis) - 10 pontos.
- Atraso ou furada comprovadamente por acidente de trânsito, atropelamento, morte ou doença na família (certifique-se de todas as maneiras possíveis) - 20 pontos.
- Se ele chegar visivelmente muito triste, cansado ou abatido, pedindo: "não brigue comigo não, quero carinho, tive um dia horrível hoje" - 50 pontos.
- se ele chegar com flores - 75 pontos.
- se ele chamar de surpresa pra jantar fora - 100 pontos.
- se ele chegar com muito tesão - 200 pontos.

PREMIAÇÃO

500 PONTOS - Ele tem que te levar para jantar - VOCÊ escolhe o restaurante.
750 PONTOS - Ele tem que te levar para jantar E para dançar depois.
1000 PONTOS - Fim de semana fora - VOCÊ escolhe o lugar.
1250 PONTOS - Fim de semana em Fernando de Noronha - ELE paga.
1500 PONTOS - Dão a você o direito de se negar, por 3 vezes, a ir na casa dos pais dele.
2000 PONTOS - Um bebê.
 
 
::: P a p o - A r a n h a
::: O guia moderno da cantada virtual. Quer achar a tampa da sua panela? Envie uma cantada criativa para [email protected]. A melhor da semana você confere agora.
 
::  20 años después
::  Eduardo Sumares <[email protected]>
 
Digníssimas Senhoritas,

Permita-me a indiscrição de relatar-lhes um pouco de minha conturbada relação com os seres de sua espécie.

Fui iniciado, ainda aos 4 anos de idade, quando minha coleguinha Eliza, que brincava ao meu lado no tanque de areia da creche, atacada por súbito e incontrolável surto de libído infantil, cravou seus dentinhos de leite em meus lábios ainda leitosos - a memória de seu hálito de bala Juquinha me faz escravo dessas pegajosas guloseimas até os presentes dias.

Um prelúdio deveras promissor, interrompido durante a adolescência por crônicos ataques de timidez provinciana.

Hoje, homem feito, senhor de meu destino e minhas notas promissórias, vejo-me incumbido de elevar a relação entre vós fêmeas e mim ao patamar que esta tivera outrora. Lamentavelmente tenho minha tarefa dificultada pela mediocridade endêmica que assola o meio feminino. Estou farto de popozudas, não me venham com loirasburras, tirem-me daqui os tetóides siliconados. A única coisa que procuro é uma mulher.
 
 
::: D i á l o g o s  I n e s q u e c í v e i s
 
- Ouçam! Sentem o cheiro de alguma coisa?
(Ray, personagem de Bill Murray, em Os Caça-Fantasmas)
 
 
::: L i s t a s  A b o b r o l
::: Assine djá: [email protected]
 
:: Top 5 reações quando minha irmã mais nova (17) disse que estava grávida:
:: Lola Felix<[email protected]>
 
- Meu pai ao ser informado pelo meu irmão: "Mas adolescentes ficam grávidas todas as noites! ... Ei gente, comprei um frango de três quilos!!!"
     
- Minha mãe, uns 20 minutos depois: "Mas pelo menos tira os piercings, né filha? Grávida tem que ter boa aparência".
    
- Eu, meio espantada com a calma do pessoal: "Você deveria ter deixado ela trazer aquela gatinha siamês aqui pra casa, pai".
    
- Meu pai, quando meu irmão começou a fazer misterinho sobre qual filha dele estaria grávida: "A Lola não foi, ela é meio devagar, né?"
    
- O pai, de novo: "Ana Paula, abre a porta aiiií (ela tava trancada no banheiro)... Vamos conversar, filha... Quem foi?"
 
 
::: Saudades do A-Ha: a que ponto chegamos
::: Luiz Fernando Padilha<[email protected]>
 
Estou com saudades do A-Ha.
 
Isso mesmo! Vocês se lembram do A-Ha? Quem não lembraria? O grupo era um trio de rapazes daqueles que, apesar de toda a pinta de baitola que tinham, causavam frêmitos na menininhas, além de emplacar sucessos como "Take On Me", "Hunting High And Low" e "You Are The One", tendo se apresentado pela primeira vez no Brasil em março de 89, na Praça da Apoteose. Pois é, vejam vocês, estou com saudades daqueles caras...
 
Fiquem tranqüilos: isso não é uma apologia ao A-Ha. Manifestei esta "bizarra" nostalgia porque, noutro dia, ao remexer minha velha pilha de discos (de que eu não fazia uso há mais de um ano por pura e sincera preguiça), fiz uma descoberta - quase arqueológica - dos três primeiros álbuns da referida banda, e acabei botando-os para tocar, curtindo um A-Ha por algumas horas (porra, e não é que eu ainda me lembrava das letras?).
 
E também não sou fanático por A-Ha, embora o show deles tenha sido um dos primeiros a que assisti. A minha idade de 25 anos, ou seja, com a minha adolescência entre 1988 e 1994, deixa-me numa ingrata posição, pois não vivi os anos 70 e fui muito jovem para década de 80, mas também fiquei muito velho para a década de 90, e acho que, por causa disso e de forma inconsciente, "peguei emprestado", desde os 14 anos, a parte inicial da década passada, ficando assim fã de bandas como The Cure, The Smiths, Echo & The Bunnymen, The Fall, B52's, Front 242, Police, Harry, Picassos Falsos, Violeta de Outono, Iron Maiden, Slayer, Anthrax e muitos outros, inclusive, dentro do possível, indo posteriormente a alguns dos seus shows.
 
Diante das bandas acima, é claro que o A-Ha era uma merdinha, um cocozinho de banda, mas eu me pergunto: comparando com o que se toca hoje em dia, SERÁ QUE ELES ERAM TÃO RUINS?
 
O A-Ha fez parte de um grupo que poderia ser chamado de "molhadores de calcinhas" ou "xodós das menininhas", categoria esta que é muito ampla, pois dela poderiam fazer parte o Menudo (...p.q.pariu!), mas também, ao menos em certa fase da carreira, os Beatles (?!). Será que o fato de eles terem sido um "xodó" os torna assim tão execráveis, ou isso é apenas um efeito criado pela mídia? Será que os Beatles poderiam ser considerados ruins, farofas? Francamente, por causa dessa exploração da mídia, acho que nem o A-Ha poderia ser considerado assim tão ruim, se comparado com os cagalhões sonoros que depois surgiram, e que ainda hoje bóiam por aí, tais como: New Kids On The Block, Skid Row, Backstreet Boys, Claudinho e Buchecha.
 
O que me apavora nesta história é que até uma farofa norueguesa da década de 80 como o A-Ha consegue ser melhor que um monte de bostas atuais por aí, independentemente de estilo e público-alvo: do mais "popular" (É o Tchan), do mais "playboyzinho" (Backstreet Boys), ao mais "refinado" (Zeca Baleiro), a doença é a mesma, só mudando os sintomas. Salvo algumas exceções, é tudo a mesma merda. A crise está também na música, e em todos os níveis: parece até que a fonte dos acordes secou, ou que o nível baixou simplesmente pela falta de cérebro em geral...
 
Temos que fazer alguma coisa, não podemos ceder a essa mediocridade toda. O que sugiro aqui vale principalmente para o pessoal da dita Generation X (que nasceu entre 1964 e 1976): nada é pior do que o que vemos hoje em dia, mas não lembrem somente dos anos 70. Não deixem que eles empurrem a década de 80 pra debaixo do tapete. Já repararam que a mídia adora falar dos anos 60 e 70? Parece que as coisas ou são feitas para uns neo-ripongas, ou para o pessoal "alternativo", ou para aqueles coroas estagnários que até hoje pedem pra tocar "Andança". Não temos nada a ver com isso, na verdade, nem vivemos essa época. Só os anos 80 é que são realmente nossos, sendo provavelmente a década que mais tem a ver com nossa infância ou adolescência, não apenas na música, mas também em outras coisas: Atari, Trapalhões, Patrulha Estelar, Pica-Pau, Pantera Cor-de-Rosa, e "Curtindo a Vida Adoidado" (o filme).
 
Não somos uma geração perdida, que não teve ídolos. Não mesmo, se comparada com essa nova geração. Se por acaso não fizemos nenhuma revolução é porque não nos era conveniente, pois o capitalismo (e/ou o socialismo para alguns) exercia relativamente bem o seu papel. Rejeite qualquer ataque que a mídia fizer a nossa auto-estima: eu, por exemplo, não daria nada pra ter 18 anos hoje em dia.
 
1980 já foi há quase vinte anos, em breve, será a nossa vez de sermos os "velhos", os "coroas". Por isso, vamos transformar o que foi da nossa época no novo "clássico".
 
CAMERON, o amigão do FERRIS.
 
 
::: F o l l o w  t h e  L i t t l e  B a l l
::: translation by Ricardo Sabbag<[email protected]>
 
Eu Só Quero Um Xodó/ I Just Want a Flirtation
(Dominguinhos, Anastácia)
 
Que falta eu sinto de um bem
How much I miss a good
Que falta me faz um xodó
How much miss makes me a flirtation
Mas como eu não tenho ninguém
However, as I've got nobody
Eu levo a vida assim tão só
I keep living that much lonely
 
Eu só quero um amor
I just want one love
Que acabe o meu sofrer
That finishes my suffering
Um xodó pra mim
A flirtation to me
Do meu jeito assim
Of my way, like this
E alegre o meu viver
And put happyness into my living
 
 
::: R á p i d a s  R a s t e i r a s
 
"Adoro a Bahia, aquele misticismo, aquela negraiada. Na praia, tá todo mundo gordo e com celulite, mas feliz".
(Luana Piovani, apresentadora de TV e antropóloga nas horas vagas)
 
"Don't tell me to wait while I let an audience fuckin' waiting outside!"
(Britney Spears, musa pop em mais uma versão Herbert Richers do Brasil)
 
 
::: m*achos
::: Nicole Lima<[email protected]>
 
Texto para ser lido apenas por homens e mulheres machos.
 
Por definição machismo é: Qualidade, ação ou modos de macho; macheza. Temos então o Macho: 1. Animal do sexo masculino. 2. Homem (física e sexualmente). 3. valentão 4.dobradura de pano em pregas 5.Peça da dobradiça que encaixa na outra. 6. colchete que se encaixa no outro.7. Instrumento para concavar a madeira. 8. Molde de barro empregado na fabricação de peças ocas 9. Grilhão. 10. Amante, amásio. 11. Masculino. 12. Diz-se dos animais que tem o mesmo nome para ambos os sexos. 14. Forte, robusto; másculo.
 
Um macho é qualquer coisa que se assemelhe a um desses instrumentos muito utilizados para se socar limão.
 
Disseram-me que meus quadros eram femininos. Isso de certa forma me perturbou (o que é ser feminino?), logo EU que cortei os cabelos curtos, que uso roupas largas, que odeio o estereótipo "mulher loira gostosa"... mas eles são femininos, tons quentes, curvas sinuosas, felinos, se há corpos ou faces são sempre de uma mulher. Normalmente eu fotografo mulheres.
 
... fotografar homens, meu próximo projeto, fazer algo diferente, exercitar meu olhar. Saio pelas ruas e ponho-me a fotografá-los com os olhos, alguns percebem que os observo e baixam o olhar encabulados, homens não estão acostumados a serem olhados. Homens em sua maioria são criaturas cinzas, não saem às ruas para serem vistos ou devorados com os olhos. Há homens de todos os tipos, homens gordos e magros exibem suas barrigas com altivez, homens quase sem cabelo, homens quase sem vaidade, homens que trabalham limpando as ruas, quase homens. Homens sem poder. Há homens velhos, avós, pais corujas, há meninos que mal podem esperar para serem logo homens, que de tão ansiosos lhes explodem as espinhas na cara. Há os que são muito altos e andam com a cabeça baixa, meio curvados, homens altos parecem ser mais humildes. Há os muito baixos, que andam saltitantes e de cabeça erguida, como se desafiassem o mundo com seus narizes arrebitados. Homens que bebem cerveja, vinho, aguardente, há os que misturam whisky com coca-cola.
 
Homens têm alguns pontos quase sempre comuns, sem os homens não haveria as corridas de fórmula um, jogos de futebol (apesar de torcedora fanática do flamengo eu admito que devo isso aos homens), bares com balcões de fórmica azul e mesas de bilhar, não haveria maquininhas caça-níquel, nem engraxates, nem calças jeans com lycra, meias de nylon, bikini fio dental, desenho do He-Man, adolescentes anoréxicas, lingerie, omelete (iguaria certamente inventada por um homem)...
 
Homens escrevem a maioria das músicas, homens fotografam as mulheres, desenham roupas, homens constróem casas, fazem churrasco, inventam programas de computador, homens fazem filmes de ação, homens fazem macarrão com queijo, homens consertam chuveiros e exercem cargos importantes na administração pública, homens vendem capas para telefones celulares, homens escrevem a maioria dos livros, puxam extensões elétricas, homens são fortes, homens têm ombros largos, homens arrotam depois de comer, homens não choram.
 
Homens deveriam chorar, nem que fosse escondidos no cinema e parar de palitar os dentes na mesa. Um homem deveria ter a coragem necessária pra resolver pelo menos 1/3 do seu lado mulher.
 

:::  A c h a d o s  e  P e r d i d o s
::: Celebridades, professores, colegas de escola, amigos de infância... Escreva para [email protected] dando-nos pistas sobre os desaparecidos, ou dizendo quem você deseja reencontrar.
 
SUZI HONG PROCURA: Márcio di Francesco, meu primeiro namorado. Conheci-o no ano de 1983, no Colégio de Santa Inês, em São Paulo. Começamos a namorar na 3ª série e tudo terminou quando eu e minha melhor amiga, Patrícia, propusemos que Márcio namorasse nós duas, mas ele não topou o inocente ménage à trois. Márcio nasceu em 1974, era repetente, tinha cabelos castanhos claros, em caracóis, e olhos verdes. Sob a luz do sol, seus cabelos ficavam loiros, e seus olhos, azuis. Andávamos de mãos dadas durante o recreio e dividíamos o lanche e a Jiny. Numa tarde de sol, ele me deu um beijo na bochecha e saiu correndo.
 
ALEXANDRE INAGAKI & IAN BLACK PROCURAM: a Bolete que nunca sorria.
 
IAN BLACK PROCURA: a professora Célia Cristina de Almeida, que deu aula para mim na quarta série. Sei que ela morava no Jd. Umarizal, era loira, de olhos azuis e sorriso lindo.
 
RICARDO SABBAG PROCURA: minha coleguinha Bia, que estudou comigo na segunda série do primário no escola Stella Maris. A gente tinha aula com a professora Luzia, e eu disputava seu coração com o almofadinha Guilherme.
 
 
::: diálogo
::: AL-Chaer<[email protected]>
 
chega uma hora
que meus olhos
são minhas
                 únicas palavras
eles falam
na sua pele branca
eles me contam
as imagens que
eu quero guardar
                          para sonhar depois

chega uma hora
que meus olhos
são minhas
                 únicas mãos
eles tocam
no calor de seu corpo
vestindo seus pêlos
de arrepios que
eu quero guardar
                          para lembrar sempre

naquela hora
meus olhos
                  me anteciparam
e interromperam
as palavras
    todas elas desnecessárias
eu só queria
escutar
           o silêncio brilhando
           ao ver você

nestas horas
meus olhos
                 me traem
                 e me delatam
não falo nada
meus olhos
                 são minha
                 única voz

e sei
você ouviu tudo
e tanto
          que mesmo calada
          me respondeu
aceitando
levar meu olhar
                colado em você
 
 
::: S o n h o  d a  S e m a n a
::: Crônicas & egotrips do inconsciente. Envie sua interpretação do sonho da semana ou mande suas viagens oníricas para: [email protected].
 
:: Meu Sonho com Pelé
:: Suzi Hong<[email protected]>
 
Estava eu sentada na primeira fila de uma sala de shows vagabunda, cheirando a mofo, assistindo a um show do, pasmem, Zezé de Camargo e Luciano. O estranho é que o Luciano (o carequinha da dupla) nem deu as caras no tal show, com uma iluminação horrorosa e uma sonoplastia digna de causar um enfarte no João Gilberto. Quando, após alguma meia hora de show no mais puro estilo MTV Unplugged, as luzes se acendem e uma funcionária mal humorada da casa de show de horrores anuncia o fim do espetáculo, visto que a quota mínima de ingressos necessários para a apresentação da dupla não havia sido atingida. Somente, neste momento, eu me dou conta, ao olhar para trás da platéia que menos de um terço dos assentos desconfortáveis e caindo aos pedaços estava ocupado.

Logo percebi a tristeza profunda, daquela de amolecer os corações mais duros, do Zezé de Camargo, que ainda resmungou: Pô, fala pra gerente, minha amiga da fase mais áurea de minha carreira, que o show tem que continuar...

E não é que para surpresa de todos os presentes, a tal da gerente sai de uma porta lateral e repentinamente luzes de discoteca, jatos de gelo seco e garçonetes gostosas surgem do nada? A tal da gerente (similar à Sheila Melo, vestida num tailleur elegantérrimo) declara iniciada a grande festa? GRANDE FESTA? Oh, my God, o que será que isso significava?

Virei-me para a garçonete para pegar um coquetel de manga e adivinhem, hahaha, eis que vejo o Pelé sentado logo ao meu lado, vestindo uma camiseta do Santos Futebol Clube e calças jeans. Diante da minha cara de pasmo cor de vela, não é que o Rei do Futebol olha fundo nos meus olhos e diz, mostrando todos os seus dentes num puta sorriso: Tudo bem menina, pode me abraçar, pedir colo e contar-me todos os seus problemas.

Eu, na minha ingenuidade pueril, recosto minha cabeça no peito fofinho do Rei Pelé e, confesso, enrubescida: Meu problema é minha gastrite.

E então, o Pelé me pega pelos ombros, segura delicadamente o meu queixo erguendo o meu rosto, e olhando sério e preocupado para minha cara de criança chorona, e resignado, limita-se a dizer a frase mais emblemática e maravilhosa de todos os tempos: A GASTRITE É UMA DOR NA ALMA.

FIM. Meu namorado conseguiu, após três tentativas fracassadas, acordar-me do meu sono profundo. E já eram quase duas horas da tarde...
 
 
::: N a v e g a r  I m p r e c i s o
 
A (Outra) Paixão Secreta de Simony
http://www.tantofaz.net/articulos/2000-06/ursinho/default.asp
Bomba!! Anamaria Boschi, colunista do tantofaz.net, elucida a erótica mensagem de amor oculta em "Ursinho Pimpão", clássico da Turma do Balão Mágico.
 
O Lado Mãe Dinah de Morrissey
http://members.home.net/veganmozfan
Dinamite!! Esta página revela: Morrissey previu com anos de antecedência o trágico desastre que matou a Princesa Diana! Confira aqui todas as pistas e indícios que o ex-vocalista dos Smiths havia deixado nas capas e letras da banda.
 
 
::: Sandy, Britney e o mito da boa virgem
::: Ricardo Sabbag <[email protected]>
 
Ou fui eu que mudei ou os tempos mudaram. Não. É só a continuação do ciclo da vida. Agora a moda é ser virgem!? Gosh...
 
Lembro de quando eu tinha meus 10 ou 11 anos e ficava assistindo no SBT aquele filme chamado O Último Americano Virgem, sobre o sujeitinho que amava e fazia tudo pela mina que liberara o tesouro para o bonitão da escola. Ela jamais liberaria para ele, muito embora eu não tenha visto a continuação da pérola.
 
Outro 'crássico' do gênero era A primeira transa de Jonathan, onde o polaquinho sofria horrores pra conquistar a mocréia protagonista até conseguir fazer o que devia ser feito. O legal desses filmes é que todos giravam em torno do mesmo tema: a perda da virgindade. Era o mito daquela geração.
 
Eu cresci em um ambiente em que ser virgem não era exatamente a maior das qualidades. Tá, acho que no caso dos homens, isso NUNCA deve ter existido, a menos em se tratando dos alunos do Seminário. E meu parco conhecimento do universo feminino sempre me fez saber que mesmo a elas, virgindade não era coisa para ser levada acima dos 17 anos.
 
Agora temos aí duas modelos da castidade, alardeando aos quatro ventos as vantagens do comportamento puritano. QUALÉ? Quero dizer, não me importo que duas mocinhas resolvam proteger suas, er... "preciosidades". Mas falar disso como se você a primeira virtude do homem? Assim não pode, assim não dá. Imaginem os senhores leitores quantas meninotas no alto de seus 13 a 15 anos estão se resguardando em nome do modelito proposto pelas misses Sandy e Britney. A primeira, forçada pela mão firme (ops!) do papai Xororó. A segunda, ditada pelo conservadorismo ianque. Qualquer que seja, vai ter muita gente vivendo em alta tensão segurando o chamado da natureza porque as celebridades assim o fazem.
 
Imagine se isso realmente se tornasse um valor social. Desses 'impostos' pelos (argh!) meios de comunicação de massa. Daí, os filmes da Sessão da Tarde iriam se chamar algo como O Primeiro Americano Virgem, em que o protagonista recusaria solenemente noites de lascívia com supermodelos; ou O último sarrinho de Jonathan, em que Jonathan, um maluquete forrobodeiro que adora 'papar' incautas, resolve, depois de quase engravidar a filha do vizinho, seguir a cartilha da decência e passa a catequizar sua 'gangue' de sarristas.
 
Que sem graça.
 
Pessoalmente, não acredito que as duas mocinhas não tenham sido possuídas sequer pelo espírito santo. Pra mim isso é só cartaz. Marketing. Pano pra manga. Acho que elas já deram, sim.
 
Aliás, por que diabos estamos falando sobre isso? Por que discutir a vida sexual alheia? Não sei. Acho que é porque me surgiu um temor esses dias. De que meninas, mulheres e velhas iriam abdicar do sexo em nome dos valores da boa conduta. O que seria de nós, homens, então? O onanismo tomando conta dos homens de classe média. Prostitutas como artigo de luxo de grandes cidades. Oof, livremo-nos disso.
 
Vamos largar mão do mito da virgindade. Vamos fazer de conta que o legal mesmo é se perder em noites (e tardes, dias, manhãs) de luxúria. Vamos fazer como nossos pais e ir a festivais de rock em que o sexo rolava solto e a liberdade tinha que ser posta em prática, como que se a ideologia não bastasse no campo das idéias. Topam? Women on top...
 
However, como diria alguém muito querida, "ninguém sobrevive a um bom arreto". O certo é que vamos mesmo continuar a busca por nossos parceiros longevos ou breves, fazendo aquilo que nos cabe fazer por ensinamento bíblico. Crescei-vos e multiplicai-vos. Amém.
 
 
::: C r é d i t o s  F i n a i s
 
Direção:
Alexandre Inagaki <[email protected]>
Ricardo Sabbag <[email protected]>
Ian Black <[email protected]>
 
Elenco (em ordem alfabética):
AL-Chaer <[email protected]>
Eduardo Sumares <[email protected]>
Lola Felix <[email protected]>
Luiz Fernando Padilha <[email protected]>
Marcela Marques <[email protected]>
Nicole Lima <[email protected]>
Suzi Hong <[email protected]>
 
Agradecimentos:
Alexandre Versignassi, pela divulgação, e Alcides Jiwni Kim<[email protected]>, pela criação do logotipo.
 
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::: P. S.
 
1) Mais uma da série Rock in Rio. Essa estava em um cartaz segurado por um anônimo: "POR UMA CERVEJA MELHOR". Só porque ele não gosta de chopp Schincariol... (Sabbag)
 
2) No Rio, tinha um jornal similar ao Notícias Populares aqui de São Paulo. Na capa, o jornal estampava uma notícia que é forte concorrente a figurar na lista de melhores primeiras capas do ano: "Incêndio no estúdio da Xuxa é praga do Eurico (Miranda)". (Black)
 
3) Falando em Notícias Populares, o jornal, que era publicado pelo Grupo Folha, deixou de circular no sábado, dia 20. O NP, como era melhor conhecido pelos leitores paulistanos, foi um jornal conhecido pela criatividade sensacionalista de suas manchetes. Exemplo histórico foi a chamada publicada quando Sérgio Ricardo quebrou o violão durante um dos festivais de MPB da Record: "Violada em pleno auditório". Também marcantes foram as lendas urbanas criadas pelos repórteres, como as histórias da Loira Fantasma e do Bebê Diabo. Sem hipocrisias, o NP foi um diário que atendeu à sede de informação dos menos privilegiados com criatividade e coerência, despindo-se da pretensa neutralidade dos jornais ditos "sérios". (Inagaki)
 
4) Hoje, às três da madruga, assisti no Orbital (Sampa City, Augusta, 2849) ao futuro do rock tupiniquim: o grupo gaúcho Bidê ou Balde. Os caras (liderados pelo carismático Carlinhos e pela nnngata Vivi) levantaram toda a galera mesmo sem ter nenhuma música executada (ainda) nas rádios paulistanas, guardando na manga uma seqüência arrasadora de hits em potencial, a começar por "E Por Que Não?" e "Melissa", já estouradas no Sul. O que a Abril Music está esperando para lançar o álbum da banda nacionalmente? Precisamos de um pouco de música decente nas FMs para variar. (Inagaki)
 
5) Como estou dirigindo? Escreva: [email protected]. (Inagaki)