A Rio+20 mudou alguma coisa na sua vida?
Por Alexandre Inagaki ≈ quinta-feira, 28 de junho de 2012
Muito se ouviu falar sobre a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, mais popularmente conhecida como Rio+20. 188 países foram oficialmente representados neste encontro, a fim de discutirem o futuro do planeta e quais medidas devem ser adotadas para assegurar um mundo capaz de garantir vida digna a todos os seus habitantes, com desenvolvimento sustentável e a busca pela erradicação da fome e da pobreza. Mas, além de reclamar que a Rio+20 não serviu para nada, será que a sociedade mostrou genuíno interesse e engajamento nessas discussões? E os jovens e futuros líderes que herdarão este planeta tão maltratado, o que têm a dizer sobre o assunto?
Quem aqui sabe ,Pra que exatamente serve o Rio + 20? Tempo para a resposta …..
— Sérgio Mallandro (@Mallandrosergio) June 19, 2012
eu vou esgana aquela professora querendo q a gente pesquise sobre a rio+20… coisa sem fundamento!
— Fernanda (@Fee_Quevedo) June 26, 2012
Meus professores falam de rio+20 da boca pra fora.. Pq se realmente se importassem com ele n poluiriam o mundo c esses papeis(provas e devr)
— Ana Beatriz(@anab_atalla) June 26, 2012
A sensação geral, após a redação final do documento “O Futuro que Queremos”, publicado no site oficial da conferência, foi de frustração. Segundo os coordenadores da Cúpula dos Povos, evento realizado em paralelo à Rio+20, o texto final da conferência das Nações Unidas foi um fracasso. E afirmaram, categoricamente:
A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global.
Não é de se estranhar essa sensação geral de decepção e desilusão. Afinal, o documento final não levou a medidas mais efetivas de combate à poluição e ao desmatamento, não propõe a criação de nenhum fundo a ser financiado pelos países mais ricos, arcando com ações de sustentabilidade mundo afora, e no geral recorre a palavras genéricas como “reconhecemos” ou “achamos”, sem implementação imediata de ações e práticas capazes de viabilizar um planeta com desenvolvimento realmente sustentável.
A Rio+20 é como atendimento de telemarketing: horas de discussão para ninguém resolver porra nenhuma.
— Denis (@DenisNagamine) June 26, 2012
Mas será que toda a mobilização em torno da Rio+20, e de eventos paralelos como a Rio+Social e a Cúpula dos Povos, que levaram cerca de 110 mil pessoas à cidade do Rio de Janeiro durante os dez dias da conferência, acabou em vão? Será que tudo não passou de um amontoado de discursos ineficazes, greenwashing e muito barulho por nada?
A Monsanto patrocinando a Rio+20 é tipo o capeta cuidando do bufê da santa ceia.
— Petiscos (@petiscos) June 2, 2012
No final da Rio+20 os lideres mundiais poderiam dar as mãos e cantar We Are The World usando roupas típicas de suas culturas. Seria manero.
— João Márcio (@joaomarcio) June 19, 2012
Rio+20: padrão da tomada brasileira quase inviabilizou o trabalho de vários jornalistas internacionais. #CBN
— Flávio Fachel (@flaviofachel) June 22, 2012
Jeffrey Sachs, economista da Universidade da Columbia, afirmou:
Os tratados não funcionaram. Não porque fossem ruins, mas porque não foram implementados. E nós precisamos prestar atenção nisso, porque os governos não vão nos tirar dessa bagunça. Esta é uma responsabilidade da sociedade, que pode levar seus governos a agir. Mas, se esperarmos por essas conferências multilaterais, essas reuniões da COP ano após ano, o que veremos pelas salas serão milhares de advogados e diplomatas apontando os dedos, e dizendo: ‘você primeiro, você primeiro, você primeiro’.
Complemento essa declaração de Sachs (que vi no excelente Globo News Especial sobre os bastidores da Rio+20) com as palavras de Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz de 2006 e criador do Graeem Bank, maior banco do microcrédito do mundo que já concedeu créditos para mais de 8 milhões de bengaleses, que considerou a Rio+20 um evento catalisador de inspirações e renovação de esperanças.
Eu, que estive no Rio assistindo às palestras da Rio+Social, creio que estes dez dias de discussões valeram principalmente pela oportunidade de reunir pessoas interessadas em debater ideias. É a partir de atritos que surgem as faíscas e fagulhas catalisadoras de novos projetos. Em um mundo cada vez mais individualista, foi bom encontrar gente pensando coletivamente, globalmente. Não dá, simplesmente, para esperar que governantes e corporações resolvam, com um passe de mágica, todos os problemas deste planeta. E aí resta fazer a pergunta inevitável: você está fazendo a sua parte?
P.S.: Gustavo Mini também esteve na Rio+Social e fez uma apresentação compartilhando suas impressões sobre o evento.
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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