Show dos Hereges

Por Alexandre Inagakiquinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

Stones no sábado, U2 na terça-feira. Mas, antes de um e de outro, que tal conferir os Hereges? A banda, capitaneada pelo meu camarada Fábio Costello (sósia oficial do Dan Stulbach e o homem por trás do excelente blog Ouvido Penico), faz um dos sons mais bacanas que já ouvi nos últimos tempos (como bem define o próprio grupo: “Rock faz as pessoas dançarem. Letras fazem pensar. Shows são catarse“). Mas, hey, você não precisa acreditar no que digo, basta conferir com os próprios ouvidos: baixe os arquivos mp3 de músicas como “A Praia” (a predileta da casa), “Balada Triste” ou “Alice“, e depois vá a um dos shows que os Hereges farão enquanto Mick Jagger e Bono Vox vagueiam por estas bandas. Sexta-feira, dia 17, eles estarão no Empório, em Ipanema, lá pelas 23 horas. E no domingo, dia 19, os Hereges farão finalmente seu primeiro show em Sampa City, na FunHouse (entrada a R$ 6, abertura da casa às 20 horas, show às 23:00). Parafraseando um antigo slogan da MTV brasileira em sua fase áurea: você ouviu aqui antes.

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P.S. 1: Moziel T. Monk atendeu à sugestão que dei nos comentários deste post e publicou em sua coluna na revista eletrônica O Busilis o artigo Aversão à Versão, em que relata suas impressões ao ouvir covers de Scorpions, Iron Maiden e Billy Idol transpostas para o português e gravadas em ritmo de… forró.
P.S. 2: Já está no ar mais uma coluna que escrevi para a Antena 1. Na semana que vem, se eu sobreviver às provações do rock n’ roll, falarei sobre os filmes indicados ao Oscar. A propósito, também entrou no ar mais um texto meu no Cracatoa Simplesmente Sumiu: “Amar Hemburresce“.
P.S. 3: Por falar em filmes, ao assistir ao documentário “A Marcha dos Pingüins”, que apesar das imagens fantásticas põe quase tudo a perder ao colocar na boca dos mesmos diálogos pomposos e verborrágicos lidos por atores franceses, lembrei da cena em que um pingüim filhote dorme e acaba morrendo soterrado pela neve. Pois bem: com o sono que me acometeu ao ver esse documentário, eu certamente teria ido pras cucuias também.
P.S. 4: O Gardenal.org está passando por reformas, estando sujeito a instabilidades aqui e acolá. Por isso não estranhe se posts e comentários sumirem de repente. A propósito, o RSS deste blog também não esteve funcionando nos últimos dias. Espero que os problemas sejam resolvidos em breve.
P.S. 5: Na gangorra da insônia, sou a mão sem linhas na palma.

Por aí

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Mensagem que uma amiga me enviou por SMS:
Comédias românticas são perigosas. Nos fazem acreditar em coisas que não existem“.
Corcordam? Discordam? Eu, que ando numa fase cínica cênica a respeito do assunto, tomo emprestada uma citação de Bukowski: “O amor só convém aos que não são capazes de suportar a pressão psíquica. Pois amar é nadar contra uma correnteza de mijo com dois barris cheios de merda amarrados nas costas“.

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p://www.youtube.com/?v=qfrXFeR0-bk” target=”_blank”>Clique aqui ou na imagem acima e confira a melhor cover já feita de “Total Eclipse of the Heart“, balada gravada em 1983 por Bonnie Tyler (definida pelo personagem de Bruce Willis no filme Vida Bandida como a “música mais romântica da história”). A versão, cometida pelo trio norueguês Hurra Torpedo com o auxílio de um freezer horizontal e alguns fogões velhos utilizados como instrumentos de percussão, leva o rock industrial às últimas (in)conseqüências. A destacar, ainda, a calça de cintura deveras baixa de um dos músicos.

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Momento Super Size Me: conferir na comunidade do Orkut “McDonald’s (Ex) McEscravos” as histórias indigestas, relatadas por supostos ex-funcionários da empresa, envolvendo fios de cabelo, carnes derrubadas no chão, moscas mortas e fluidos corporais. Literalmente: o que não mata engorda. (dica do Pensaletes 3.0).

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Cá estou, assinando no site da revista Rock Press a coluna “Sem Bússola”, na qual escreverei sobre minhas navegações imprecisas Web afora.
Em tempo: Rolling Stones? Eu vou. U2? Também. It’s only rock n’roll, but I like it!

Blog tour

Por Alexandre Inagakiquinta-feira, 02 de fevereiro de 2006

Lição de casa a todos que se interessam pelo universo dos blogs (você, por exemplo): conferir a matéria “Os blogs vão mudar seus negócios“, de Camila Guimarães e Eduardo Vieira, publicada na edição 860 da revista Exame. A matéria destaca o poder que os blogueiros possuem de externar queixas ou elogios a respeito dos produtos e serviços que consomem, criando uma nova dinâmica na relação entre empresas, fornecedores e clientes. Atentos à crescente importância dos blogueiros como formadores de opinião, diversas empresas, como General Motors, Microsoft e Sun Microsystems, têm incentivado executivos e funcionários a criarem seus próprios blogs, como um meio de maior aproximação entre corporações e consumidores.
O Brasil ainda engatinha nesta era dos “Blogs S.A.” São escassos os exemplos de blogs corporativos por estas bandas, e as poucas experiências já feitas de páginas patrocinadas, como o blog da mamãe Pampers, não duraram muito tempo no ar. Mas o fato é que as empresas não podem mais ignorar o poder de alcance e de reverberação de opiniões da blogosfera, assim como a capacidade de segmentação do público-alvo e a influência que um blogueiro pode ter sobre os seus leitores. Sobre o assunto, recomendo ainda uma visita à versão em PDF da revista Mundo Corporativo (que traz uma matéria sobre blogosfera) e os posts escritos por Fabio Cipriani e Fabio Seixas (seu Camiseteria representa o melhor exemplo atual de blog corporativo brasileiro).

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Gustavo de Almeida criou uma polêmica das boas ao republicar no blog Paralelos seu texto “Salvem Damien Rice da Língua Portuguesa“. Nada menos que 178 comentários, oscilando entre a concordância, a indignação e a perplexidade, foram deixados a respeito do desabafo que Mr. Almeida escreveu a respeito das escabrosas versões que Simone (a mesma que assassinou novamente John Lennon com “Então é Natal”) e a dupla Ana Carolina & Seu Jorge fizeram da belíssima música “Blower’s Daughter” de Damien Rice (veja aqui o clipe da música, tema do filme “Closer - Perto Demais”). Especialmente infeliz é a letra cunhada por Ana Carolina, que deu à composição original de Damião Arroz o título de um slogan velho da Coca-Cola (“É Isso Aí“), se bem que a cover cantada por Simone (com letra de Zélia Duncan) não é muito melhor.
Embora meu camarada Gustones adote uma postura convictamente crítica a respeito de versões para músicas estrangeiras, creio que o problema específico está com os tradutores/traidores da canção de Rice. Infelizmente “Blower’s Daughter” não teve a mesma sorte de “No Woman No Cry”, de Bob Marley, que na pena de Gilberto Gil tornou-se “Não Chore Mais“, ou de “It’s All Over Now, Baby Blue”, de Bob Dylan, transformada em “Negro Amor” por Caetano Veloso e Péricles Cavalcanti. Além do mais, quem já ouviu na rádio online da Trash 80′s versões em português como as cometidas por Vanusa para “I Will Survive”, Markinhos Moura para “Jealous Guy” (Bryan Ferry teria uma síncope se ouvisse “Ciúmes de Rapaz”), Sula Miranda para “Mr. Postman” (que se transformou em “Meu Caminhoneiro”) ou Ovelha para “Hotel California” sabe que crimes muito mais atrozes já foram cometidos na história da MPB…
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Albano Martins Ribeiro, também conhecido como Branco Leone, é o idealizador do Inteligência Ltda., site criado com o intuito de abrir espaço para a divulgação de escritores que, alijados do mercado editorial, decidiram arregaçar as mangas e bancar as edições de suas obras. Com a palavra, Albano Ribeiro: “Acredite no que faz, acredite no resultado de sua criação, cuide de sua arte como coisa séria. Pense nela como produto. Publique. Depois, mostre o resultado do seu trabalho aqui. E divulgue“. Além dos livros já divulgados pelo site e de textos que falam sobre o mercado editorial brasileiro, o site convida autores inéditos a participarem de um consórcio literário para a publicação de suas obras (conheça mais detalhes clicando aqui). Como diriam os punks: do it yourself!

And the Oscar goes to…

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 01 de fevereiro de 2006

Será que um drama sobre dois cowboys homossexuais que sofrem ao viver o amor que não ousa dizer seu nome ganhará o Oscar de melhor filme na conservadora América de Bush Júnior? A julgar pelo seu histórico de premiações, sem dúvida nenhuma. Afinal de contas, “O Segredo de Brokeback Mountain” já recebeu o Globo de Ouro de melhor drama, o Leão de Ouro de Veneza e os principais prêmios dos sindicatos de diretores e produtores de Hollywood. Além disso, é a produção com maior número de indicações (oito) ao Oscar 2006: melhor filme, ator, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, trilha sonora, diretor (Ang Lee), roteiro adaptado (Larry McMurtry & Diana Ossana) e fotografia (Rodrigo Prieto).

Na disputa com “O Segredo de Brokeback Mountain”, estão no páreo “Boa Noite e Boa Sorte” (6 indicações), dirigido por George Clooney, “Crash - No Limite” (6 indicações), de Paul Haggis, “Capote” (5 indicações), de Bennett Miller, e “Munique” (5 indicações), de Steven Spielberg. As cinco produções que competem ao Oscar 2006 de melhor filme também foram indicadas para a estatueta de melhor direção, fato que não se repetia desde 1982, quando “Carruagens de Fogo”, “Reds”, “Atlantic City”, “Caçadores da Arca Perdida” e “Num Lago Dourado” foram os finalistas de ambas as categorias. Spielberg, nome em comum nas indicações de 1982 e 2006, disputa pela sexta vez o Oscar de melhor diretor, sendo que já levou a estatueta duas vezes, por “A Lista de Schindler” (1993) e “O Resgate do Soldado Ryan” (1998). Não creio, porém, que ele seja capaz de tirar a premiação das mãos do taiwanês Ang Lee, indicado anteriormente por “O Tigre e o Dragão” (2000). Continue Lendo

Orkut, dor-de-cotovelo e música sertanerd: conheça Ewerton Assunção

Por Alexandre Inagakidomingo, 29 de janeiro de 2006

Volta e meia a Internet cria celebridades instantâneas, que desfrutam de seus 15 bytes de fama e depois somem na memória volátil da rede. Gizele Silveira (a “Madonna capixaba”), Fabíula Rodrigues (a “Darlene de Brasília”), Neisa Pantera e Ruth Lemos são alguns dos exemplos mais conhecidos de figuras que se tornaram notabilizadas por citações em blogs, sites e e-mails, para serem esquecidas pouco depois. Pois bem, a nova personalidade mais famosa de todos os tempos da última semana na Web brasileira é o cantor paranaense Everton Adroal, 24, melhor conhecido através de seu nome artístico, Ewerton Assunção.

Com a rapidez com que informações são disseminadas no ciberespaço, em menos de duas semanas os internautas brasileiros ouviram, divertiram-se e reencaminharam para os amigos o arquivo mp3 de uma singela balada intitulada “Vou te Excluir do Meu Orkut“, possível marco de um novo gênero musical, o “sertanerd”. Os créditos de seu efusivo sucesso virtual vão para a letra, que transpõe para o universo das canções de dor-de-cotovelo (vulgo “músicas de corno”) termos informáticos, vide o seu refrão:

Eu vou te deletar, te excluir do meu orkut

Eu vou te bloquear no MSN

Não me mande mais scraps nem e-mail Power Point

Me exclua também e adicione ele

Contudo, Ewerton pretende ser mais do que uma celebridade instantânea e logo esquecida. Para escapar da alcunha de “one-hit wonder“, possui um repertório próprio com possíveis hits potenciais como www.com.muitoamor e Coração de Silicone. Será que o intrépido curitibano conseguirá repetir no Brasil os feitos de grupos como Arctic Monkeys e Clap Your Hands Say Yeah, que usaram a Internet como meio de divulgação de suas músicas e lançaram seus álbuns de estréia com grande sucesso? Em entrevista exclusiva para este blog, Mr. Assunção conta como surgiu a inspiração para a letra de “Vou te Excluir do Meu Orkut”, revela que já foi procurado por uma grande gravadora e fala de sua breve participação em “Ídolos“, versão brasileira do programa “American Idol” que será exibida a partir de março no SBT.

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Há quanto tempo foi feita a gravação de “Vou te Excluir do Meu Orkut”? Você tem idéia de como a sua canção foi parar na rede e tornou-se tão conhecida nas últimas semanas?

Criei a letra da música em outubro de 2005. Gravei-a logo em seguida, pra ver como ficaria e também pra não esquecer da letra. Depois, mostrei o resultado para os meus amigos. Um deles enviou para alguém, que enviou para outro alguém e assim por diante, até que um deles criou uma comunidade, que tem nome um pouco diferente do título da música (nota: a comunidade “Eu Vou te Deletar do Meu Orkut“, criada em 28 de dezembro de 2005, passou de 750 para mais de 2.500 membros em apenas 3 dias).

De onde veio a inspiração para a música?

A história aconteceu quando eu ainda trabalhava de atendente de telemarketing. Dois colegas de trabalho, o Thiago e a Fran, começaram a ter algumas briguinhas. Como sempre nos comunicávamos por instant messenger, o Thiago acabou bloqueando a Fran. Logo em seguida ela o excluiu do Orkut, e assim por diante. Os dois fizeram até uma aposta para ver quem é que desbloquearia primeiro o outro do MSN. A parte da música que fala de Power Point surgiu porque eu sempre recebia um monte de e-mails assim deles mas nunca os abria. Já o trecho que fala do ex-namorado é pura ficção…

Até pouco tempo atrás, antes do seu estouro na Internet, você recebia pedidos por intermédio do seu site e enviava seus CDs gratuitamente a quem os solicitasse. Agora que o número de pedidos aumentou, você pretende pôr seu álbum à venda? Já foi procurado por alguma gravadora?

Quando eu oferecia meu CD independente na Web, estava pensando em achar um patrocínio. Mas recebi nesta semana um e-mail da gravadora EMI, e quem sabe pode dar certo de eu gravar meu álbum com eles?

Você já teve que excluir alguém do Orkut ou bloqueá-lo no MSN?

Não, eu não excluí ninguém ainda (risos)! Mas bloquear às vezes tem que bloquear, quando o cara é muito chato ou quando quer cobrar alguma dívida (risos)!

Você deve estar consciente de que boa parte desse hype virtual surgiu porque muitos acham a sua música engraçada. Incomoda o fato de sua canção ter estourado por causa desse lado involuntariamente cômico?

Isso eu quero esclarecer. Eu não fiquei chateado, adorei saber que todos acharam minha música engraçada. Minha intenção inicial é de que fosse uma música romântica, mas beleza, a vida é assim mesmo.

O filão do “sertanerd” voltará a ser explorado com canções do tipo “Não Comente Mais em Meu Blog” ou “Downloads da Paixão”?

Boa dica, “Downloads da Paixão” pode virar hit (risos)! Na verdade, se surgir a inspiração de uma nova letra, com certeza eu vou fazer sim.

Você participou recentemente do processo de seleção de “Ídolos” mas foi “deletado” pelos jurados, apesar de ter feito sucesso na fila de candidatos com sua canção do Orkut. Qual foi a justificativa dada?

Não me apresentaram justificativa, apenas falaram: “não foi desta vez, ano que vem você tenta de novo”.

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P.S. 1: Confira aqui e aqui dois vídeos caseiros com a música de Ewerton como trilha sonora.

P.S. 2: Rodney Dy, cantor que fez relativo sucesso com o “Funk da Pamonha“, também buscou inspiração na rede virtual de relacionamentos para suas composições. Confira, pois, “Música do Orkut“, dos singelos versos “Eu hoje vou fazer uma prece/ Eu espero que você me escute/ Eu quero ser convidado pra entrar no seu Orkut“.

P.S. 3: Posts relacionados: All your memes are belong to us e Ruth Lemos, Gary Brolsma e Adolar Gangorra.

Onde estão os Wallys musicais?

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Clique aqui para visualizar a fotomontagem de Tatto Araújo em tamanho maior.

Há cerca de dois meses, circulou pela Internet uma campanha publicitária da gravadora Virgin, intitulada “Exercise Your Music Muscles“, em que cada elemento da propaganda remetia a algum cantor ou grupo musical. Não foram poucos os incautas (eu incluído) que gastaram horas tentando descobrir todas as bandas escondidas na fotomontagem. Diante da tremenda repercussão entre os internautas, não tardou para que surgissem as versões brasileiras dessa brincadeira. A primeira, publicada na coluna de Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo, pode ser visualizada neste post do Brainstorm#9 (que é, diga-se de passagem, um dos finalistas do concurso internacional Battle of the Ad Blogs).

Pois bem, a revista Flashback também entrou na brincadeira, e em grande estilo. A edição 10, que está nas bancas, traz uma sensacional ilustração de Tato Araújo repleta de Wallys musicais prontos para serem decifrados; para ser mais exato, são 49 grupos e cantores brasileiros. Clique aqui para visualizar a ilustração em tamanho maior, e participe da promoção da Flashback: o primeiro leitor a encontrar todas as bandas e mandar a resposta para [email protected] ganhará uma coleção com quatro DVDs da publicação (a solução será publicada no site da revista no dia 5 de março). E prepare-se para gastar algumas horas de sua vida entretido com mais esta brincadeira…

De volta com nossa programação normal

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 25 de janeiro de 2006

A despeito das politicagens e das balas perdidas, dos juros altos e do despertador nas manhãs de segunda, das manchetes de jornais e das porradas que o mundo continuamente nos dá no estômago da alma, a cada novo ano que surge reencontro sorrisos e pequenos milagres ao meu redor que me fazem constatar, com convicção teimosamente firme, que a vida é doce e cheia de possibilidades.

Eu sei que fazer um balanço de 2005 quase no final do primeiro mês de 2006 é algo que soa tão anacrônico como se a pauta do próximo Globo Repórter fosse uma reportagem sobre ioiôs e bambolês, mas o fato é que meu timing é péssimo, a ponto de eu costumeiramente cumprimentar meus amigos por seus aniversários muito depois de as formigas terem levado a última migalha do bolo. Nos estertores de 2005, uma das resoluções bestas de fim de ano que fiz foi esta: independer do Orkut para lembrar dos aniversários de meus camaradas. Não posso me levar a sério: outra de minhas resoluções é passar a atualizar o blog com maior constância, ho ho ho! Mas enfim, que se foda a descontextualização temporal, até porque uma das melhores coisas de se manter um blog é a liberdade de escrever desvencilhado de pautas.

Neste primeiro post de 2006, não posso deixar de olhar para o retrovisor e saudar 2005, esse ano do caralho em que conheci novos lugares e pessoas, amei, desamei, levei muita porrada, também dei as minhas, fiz novos amigos de infância e não perdi nenhum, fiquei mais próximo de minha família, escrevi para diversas publicações bacanas, mantive minha conta bancária longe do vermelho, ganhei a maior parte das batalhas que travei e, enfim, vivi uma porção de momentos absolutamente sensacionais, que carregarei no bojo de minhas lembranças até o dia em que não estarei mais por aqui.

Cada dia é um novo parágrafo ansioso por ser escrito, cada nova manhã que testemunho me dá vontade de dizer para o sol: agora que você nasceu, não tem mais como se esconder. E que bom, que bom que seja assim.

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Embora tenha abandonado o blog, a ponto de ter sido citado por meu colega Alex Castro em um post sobre a morte da “Velha Guarda” blogosférica (estou tão velho assim?), passei as últimas semanas fazendo pequenas participações em lugares bacanas com os seguintes textos:

- “A Eterna Arapuca” no pra lá de cool Cracatoa Simplesmente Sumiu;

- “Top 5 Filmes de 2005” em minha coluna de cinema no site da Antena 1.

- “O Primeiro Texto a Gente Nunca Esquece” no Alma em Punho da minha amiga Roberta de Felippe;

- “Pombos Urbanos” na edição 2 da revista Cortante, capitaneada por meu colega de Gardenal Flávio.

Ah, também estou nas bancas de jornais, assinando uma matéria sobre Neil Gaiman na edição 10 da revista Flashback, e participo como um dos 92 votantes da lista de melhores do ano organizada pelo Scream & Yell (minha relação de prediletas de 2005 está aqui).

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2006 será o melhor ano de nossas vidas.

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.