Os casos de Flavia Souza e Ana Virgínia

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 05 de novembro de 2007

De link em link, acabo tomando conhecimento de histórias que, em tempos pré-blogs, dificilmente ficaria sabendo. Hoje, por exemplo, ao navegar pelo Querido Leitor, fiquei estarrecido com a história relatada por um e-mail que a Rosana Hermann recebeu de sua leitora Anelize Salvagni. Por meio dele, soube da história de Flavia Souza Belo, que no dia 6 de janeiro de 1998 desceu com seu irmão Fernando para ir nadar na piscina do prédio em que moravam, no bairro de Moema, em São Paulo. Os cabelos de Flavia, que na época tinha 10 anos de idade, foram sugados pelo ralo da piscina, e ela passou longos minutos debaixo d’água. Em conseqüência desse absurdo incidente, Flavia sofreu graves lesões em seu cérebro e permanece em estado de coma profundo até hoje.

Sua mãe, Odele Souza, criou um blog intitulado Flavia, Vivendo em Coma, com o objetivo de divulgar outros casos semelhantes de acidentes causados por ralos de piscinas. O blog é também um meio de protestar contra a lentidão da Justiça brasileira, que até hoje não puniu os (ir)responsáveis pelo danos afligidos a Flavia: os administradores do condomínio onde moravam e a empresa fabricante do ralo.
No espaço de comentários do Querido Leitor, o leitor Henrique citou um caso semelhante, mas que felizmente teve um final feliz: Jonatas Abbott, empresário que, enquanto trabalhava no salão de eventos de um hotel em Salvador, quase perdeu o seu filho, Gustavo, de 6 anos de idade. E mais uma vez por causa do ralo de uma piscina. Por sorte Gustavo, que teve o seu braço sugado até a altura do ombro pelo ralo, foi salvo por alguns hóspedes do hotel. Jonatas relatou todos os acontecimentos no post “Aos heróis que salvaram a vida do meu filho”.
Eu, que não sabia do risco que ralos mal regulados e mal instalados podem causar, descobri mais histórias dramáticas no blog da mãe de Flavia. Dentre elas a de um certo motel em São Paulo no qual duas mulheres, uma em 2001 e outra em 2005, já teriam morrido afogadas por causa da bomba de sucção do ralo da piscina de uma de suas suítes. Bem, o caso é que o tal motel permanece funcionando normalmente (e cobrando diárias nem um pouco prazerosas). É de se perguntar: que providências a Justiça brasileira tomou a fim de punir os culpados por uma negligência criminosa e, mais nonsense ainda, reincidente?
Ana Virgínia ao lado de seu filho Leonardo.Em paralelo, os familiares de Ana Virgínia Moraes Sardinha pedem auxílio à blogosfera para a divulgação o caso de uma brasileira detida em Portugal desde o dia 5 de julho, acusada de ter matado o próprio filho, Leonardo, de 6 anos. Entretanto, o caso é que Leonardo sofria de epilepsia. Ana teria prestado os primeiros socorros, sem sucesso, viu impotente o falecimento de seu filho e, desesperada, tentou suicídio. Após sair do hospital, foi mandada para a prisão e há severos indícios de que teria sofrido maus tratos na cadeia.
O vídeo a seguir, uma matéria exibida pela filial baiana da Rede Globo, mostra uma caminhada organizada por amigos e parentes de Ana Virgínia. E hoje, por iniciativa dos blogueiros Luma, Ronald e Luci Lacey, foi convocada uma blogagem coletiva com o intuito de divulgar o caso e a petição online que será encaminhada ao governo brasileiro.

Blogs não são “revolucionários” nem têm a pretensão de mudar o mundo. Mas é inegável constatar que eles democratizaram a difusão de informações. Se antigamente dependíamos de jornais e revistas para tentar saber o que acontecia ao nosso redor (e, com isso, ficávamos dependentes da seleção de notícias que era feita pelos gatekeepers), hoje somos nós que elaboramos nossas próprias pautas e decidimos sobre quais assuntos escrever. Os casos de Flavia Souza e Ana Virgínia, embora tenham sido relatados em veículos tradicionais, caem rapidamente no esquecimento por conta do turbilhão de novas manchetes que nos soterra a cada dia. Porém, os blogs possuem a capacidade de dar novas dimensões a notas breves de um jornal, e mostram que podem ser muito mais do que meros meios de monetização.

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

Categorias:

Tags:

Comentários do Blog

  • http://www.facebook.com/AiOS5 iPhone 5

    Fantastic blog, I am going to spend far more time reading about this topic

  • william

    Um texto interessante que contem o tema sucção.

    Escrito por Chuck Palahniuk

    Inspire.

    Inspire o máximo de ar que conseguir. Essa estória deve durar aproximadamente o tempo que você consegue segurar sua respiração, e um pouco mais. Então escute o mais rápido que puder.

    Um amigo meu aos 13 anos ouviu falar sobre “fio-terra”. Isso é quando alguém enfia um consolo na bunda. Estimule a próstata o suficiente, e os rumores dizem que você pode ter orgasmos explosivos sem usar as mãos. Nessa idade, esse amigo é um pequeno maníaco sexual. Ele está sempre buscando uma melhor forma de gozar. Ele sai para comprar uma cenoura e lubrificante. Para conduzir uma pesquisa particular. Ele então imagina como seria a cena no caixa do supermercado, a solitária cenoura e o lubrificante percorrendo pela esteira o caminho até o atendente no caixa. Todos os clientes esperando na fila, observando. Todos vendo a grande noite que ele preparou.

    Então, esse amigo compra leite, ovos, açúcar e uma cenoura, todos os ingredientes para um bolo de cenoura. E vaselina.

    Como se ele fosse para casa enfiar um bolo de cenoura no rabo.

    Em casa, ele corta a ponta da cenoura com um alicate. Ele a lubrifica e desce seu traseiro por ela. Então, nada. Nenhum orgasmo. Nada acontece, exceto pela dor.

    Então, esse garoto, a mãe dele grita dizendo que é a hora da janta. Ela diz para descer, naquele momento.

    Ele remove a cenoura e coloca a coisa pegajosa e imunda no meio das roupas sujas debaixo da cama.

    Depois do jantar, ele procura pela cenoura, e não está mais lá. Todas as suas roupas sujas, enquanto ele jantava, foram recolhidas por sua mãe para lavá-las. Não havia como ela não encontrar a cenoura, cuidadosamente esculpida com uma faca da cozinha, ainda lustrosa de lubrificante e fedorenta.

    Esse amigo meu, ele espera por meses na surdina, esperando que seus pais o confrontem. E eles nunca fazem isso. Nunca. Mesmo agora que ele cresceu, aquela cenoura invisível aparece em toda ceia de Natal, em toda festa de aniversário. Em toda caça de ovos de páscoa com seus filhos, os netos de seus pais, aquela cenoura fantasma paira por sobre todos eles. Isso é algo vergonhoso demais para dar um nome.

    As pessoas na França possuem uma expressão: “sagacidade de escadas.” Em francês: esprit de l’escalier. Representa aquele momento em que você encontra a resposta, mas é tarde demais. Digamos que você está numa festa e alguém o insulta. Você precisa dizer algo. Então sob pressão, com todos olhando, você diz algo estúpido. Mas no momento em que sai da festa….

    Enquanto você desce as escadas, então - mágica. Você pensa na coisa mais perfeita que poderia ter dito. A réplica mais avassaladora.

    Esse é o espírito da escada.

    O problema é que até mesmo os franceses não possuem uma expressão para as coisas estúpidas que você diz sob pressão. Essas coisas estúpidas e desesperadas que você pensa ou faz.

    Alguns atos são baixos demais para receberem um nome. Baixos demais para serem discutidos.

    Agora que me recordo, os especialistas em psicologia dos jovens, os conselheiros escolares, dizem que a maioria dos casos de suicídio adolescente eram garotos se estrangulando enquanto se masturbavam. Seus pais o encontravam, uma toalha enrolada em volta do pescoço, a toalha amarrada no suporte de cabides do armário, o garoto morto. Esperma por toda a parte. É claro que os pais limpavam tudo. Colocavam calças no garoto. Faziam parecer… melhor. Ao menos, intencional. Um caso comum de triste suicídio adolescente.

    Outro amigo meu, um garoto da escola, seu irmão mais velho na Marinha dizia como os caras do Oriente Médio se masturbavam de forma diferente do que fazemos por aqui. Esse irmão tinha desembarcado num desses países cheios de camelos, na qual o mercado público vendia o que pareciam abridores de carta chiques. Cada uma dessas coisas é apenas um fino cabo de latão ou prata polida, do comprimento aproximado de sua mão, com uma grande ponta numa das extremidades, ou uma esfera de metal ou uma dessas empunhaduras como as de espadas. Esse irmão da Marinha dizia que os árabes ficavam de pau duro e inseriam esse cabo de metal dentro e por toda a extremidade de seus paus. Eles então batiam punheta com o cabo dentro, e isso os faziam gozar melhor. De forma mais intensa.

    Esse irmão mais velho viajava pelo mundo, mandando frases em francês. Frases em russo. Dicas de punhetagem.

    Depois disso, o irmão mais novo, um dia ele não aparece na escola. Naquela noite, ele liga pedindo para eu pegar seus deveres de casa pelas próximas semanas. Porque ele está no hospital.

    Ele tem que compartilhar um quarto com velhos que estiveram operando as entranhas. Ele diz que todos compartilham a mesma televisão. Que a única coisa para dar privacidade é uma cortina. Seus pais não o vem visitar. No telefone, ele diz como os pais dele queriam matar o irmão mais velho da Marinha.

    Pelo telefone, o garoto diz que, no dia anterior, ele estava meio chapado. Em casa, no seu quarto, ele deitou-se na cama. Ele estava acendendo uma vela e folheando algumas revistas pornográficas antigas, preparando-se para bater uma. Isso foi depois que ele recebeu as notícias de seu irmão marinheiro. Aquela dica de como os árabes se masturbam. O garoto olha ao redor procurando por algo que possa servir. Uma caneta é grande demais. Um lápis, grande demais e áspero. Mas escorrendo pelo canto da vela havia um fino filete de vela derretida que poderia servir. Com as pontas dos dedos, o garoto descola o filete da vela. Ele o enrola na palma de suas mãos. Longo, e liso, e fino.

    Chapado e com tesão, ele enfia lá dentro, mais e mais fundo por dentro do canal urinário de seu pau. Com uma boa parte da cera ainda para fora, ele começa o trabalho.

    Até mesmo nesse momento ele reconhece que esses árabes eram caras muito espertos. Eles reinventaram totalmente a punheta. Deitado totalmente na cama, as coisas estão ficando tão boas que o garoto nem observa a filete de cera. Ele está quase gozando quando percebe que a cera não está mais lá.

    O fino filete de cera entrou. Bem lá no fundo. Tão fundo que ele nem consegue sentir a cera dentro de seu pau.

    Das escadas, sua mãe grita dizendo que é a hora da janta. Ela diz para ele descer naquele momento. O garoto da cenoura e o garoto da cera eram pessoas diferentes, mas viviam basicamente a mesma vida.

    Depois do jantar, as entranhas do garoto começam a doer. É cera, então ele imagina que ela vá derreter dentro dele e ele poderá mijar para fora. Agora suas costas doem. Seus rins. Ele não consegue ficar ereto corretamente.

    O garoto falando pelo telefone do seu quarto de hospital, no fundo pode-se ouvir campainhas, pessoas gritando. Game shows.

    Os raios-X mostram a verdade, algo longo e fino, dobrado dentro de sua bexiga. Esse longo e fino V dentro dele está coletando todos os minerais no seu mijo. Está ficando maior e mais expesso, coletando cristais de cálcio, está batendo lá dentro, rasgando a frágil parede interna de sua bexiga, bloqueando a urina. Seus rins estão cheios. O pouco que sai de seu pau é vermelho de sangue.

    O garoto e seus pais, a família inteira, olhando aquela chapa de raio-X com o médico e as enfermeiras ali, um grande V de cera brilhando na chapa para todos verem, ele deve falar a verdade. Sobre o jeito que os árabes se masturbam. Sobre o que o seu irmão mais velho da Marinha escreveu.

    No telefone, nesse momento, ele começa a chorar.

    Eles pagam pela operação na bexiga com o dinheiro da poupança para sua faculdade. Um erro estúpido, e agora ele nunca mais será um advogado.

    Enfiando coisas dentro de você. Enfiando-se dentro de coisas. Uma vela no seu pau ou seu pescoço num nó, sabíamos que não poderia acabar em problemas.

    O que me fez ter problemas, eu chamava de Pesca Submarina. Isso era bater punheta embaixo d’água, sentando no fundo da piscina dos meus pais. Pegando fôlego, eu afundava até o fundo da piscina e tirava meu calção. Eu sentava no fundo por dois, três, quatro minutos.

    Só de bater punheta eu tinha conseguido uma enorme capacidade pulmonar. Se eu tivesse a casa só para mim, eu faria isso a tarde toda. Depois que eu gozava, meu esperma ficava boiando em grandes e gordas gotas.

    Depois disso eram mais alguns mergulhos, para apanhar todas. Para pegar todas e colocá-las em uma toalha. Por isso chamava de Pesca Submarina. Mesmo com o cloro, havia a minha irmã para se preocupar. Ou, Cristo, minha mãe.

    Esse era meu maior medo: minha irmã adolescente e virgem, pensando que estava ficando gorda e dando a luz a um bebê retardado de duas cabeças. As duas parecendo-se comigo. Eu, o pai e o tio. No fim, são as coisas nais quais você não se preocupa que te pegam.

    A melhor parte da Pesca Submarina era o duto da bomba do filtro. A melhor parte era ficar pelado e sentar nela.

    Como os franceses dizem, Quem não gosta de ter seu cú chupado? Mesmo assim, num minuto você é só um garoto batendo uma, e no outro nunca mais será um advogado.

    Num minuto eu estou no fundo da piscina e o céu é um azul claro e ondulado, aparecendo através de dois metros e meio de água sobre minha cabeça. Silêncio total exceto pelas batidas do coração que escuto em meu ouvido. Meu calção amarelo-listrado preso em volta do meu pescoço por segurança, só em caso de algum amigo, um vizinho, alguém que apareça e pergunte porque faltei aos treinos de futebol. O constante chupar da saída de água me envolve enquanto delicio minha bunda magra e branquela naquela sensação.

    Num momento eu tenho ar o suficiente e meu pau está na minha mão. Meus pais estão no trabalho e minha irmão no balé. Ninguém estará em casa por horas.

    Minhas mãos começam a punhetar, e eu paro. Eu subo para pegar mais ar. Afundo e sento no fundo.

    Faço isso de novo, e de novo.

    Deve ser por isso que garotas querem sentar na sua cara. A sucção é como dar uma cagada que nunca acaba. Meu pau duro e meu cú sendo chupado, eu não preciso de mais ar. O bater do meu coração nos ouvidos, eu fico no fundo até as brilhantes estrelas de luz começarem a surgir nos meus olhos. Minhas pernas esticadas, a batata das pernas esfregando-se contra o fundo. Meus dedos do pé ficando azul, meus dedos ficando enrugados por estar tanto tempo na água.

    E então acontece. As gotas gordas de gozo aparecem. É nesse momento que preciso de mais ar. Mas quando tento sair do fundo, não consigo. Não consigo colocar meus pés abaixo de mim. Minha bunda está presa.

    Médicos de plantão de emergência podem confirmar que todo ano cerca de 150 pessoas ficam presas dessa forma, sugadas pelo duto do filtro de piscina. Fique com o cabelo preso, ou o traseiro, e você vai se afogar. Todo o ano, muita gente fica. A maioria na Flórida.

    As pessoas simplesmente não falam sobre isso. Nem mesmo os franceses falam sobre tudo. Colocando um joelho no fundo, colocando um pé abaixo de mim, eu empurro contra o fundo. Estou saindo, não mais sentado no fundo da piscina, mas não estou chegando para fora da água também.

    Ainda nadando, mexendo meus dois braços, eu devo estar na metade do caminho para a superfície mas não estou indo mais longe que isso. O bater do meu coração no meu ouvido fica mais alto e mais forte.

    As brilhantes fagulhas de luz passam pelos meus olhos, e eu olho para trás… mas não faz sentido. Uma corda espessa, algum tipo de cobra, branco-azulada e cheia de veias, saiu do duto da piscina e está segurando minha bunda. Algumas das veias estão sangrando, sangue vermelho que aparenta ser preto debaixo da água, que sai por pequenos cortes na pálida pele da cobra. O sangue começa a sumir na água, e dentro da pele fina e branco-azulada da cobra é possível ver pedaços de alguma refeição semi-digerida.

    Só há uma explicação. Algum horrível monstro marinho, uma serpente do mar, algo que nunca viu a luz do dia, estava se escondendo no fundo escuro do duto da piscina, só esperando para me comer.

    Então… eu chuto a coisa, chuto a pele enrugada e escorregadia cheia de veias, e parece que mais está saindo do duto. Deve ser do tamanho da minha perna nesse momento, mas ainda segurando firme no meu cú. Com outro chute, estou a centímetros de conseguir respirar. Ainda sentido a cobra presa no meu traseiro, estou bem próximo de escapar.

    Dentro da cobra, é possível ver milho e amendoins. E dá pra ver uma brilhante esfera laranja. É um daqueles tipos de vitamina que meu pai me força a tomar, para poder ganhar massa. Para conseguir a bolsa como jogador de futebol. Com ferro e ácidos graxos Ômega 3.

    Ver essa pílula foi o que me salvou a vida.

    Não é uma cobra. É meu intestino grosso e meu cólon sendo puxados para fora de mim. O que os médicos chamam de prolapso de reto. São minhas entranhas sendo sugadas pelo duto.

    Os médicos de plantão de emergência podem confirmar que uma bomba de piscina pode puxar 300 litros de água por minuto. Isso corresponde a 180 quilos de pressão. O grande problema é que somos todos interconectados por dentro. Seu traseiro é apenas o término da sua boca. Se eu deixasse, a bomba continuaria a puxar minhas entranhas até que chegasse na minha língua. Imagine dar uma cagada de 180 quilos e você vai perceber como isso pode acontecer.

    O que eu posso dizer é que suas entranhas não sentem tanta dor. Não da forma que sua pele sente dor. As coisas que você digere, os médicos chamam de matéria fecal. No meio disso tudo está o suco gástrico, com pedaços de milho, amendoins e ervilhas.

    Essa sopa de sangue, milho, merda, esperma e amendoim flutua ao meu redor. Mesmo com minhas entranhas saindo pelo meu traseiro, eu tentando segurar o que restou, mesmo assim, minha vontade é de colocar meu calção de alguma forma.

    Deus proíba que meus pais vejam meu pau.

    Com uma mão seguro a saída do meu rabo, com a outra mão puxo o calção amarelo-listrado do meu pescoço. Mesmo assim, é impossível puxar de volta.

    Se você quer sentir como seria tocar seus intestinos, compre um camisinha feita com intestino de carneiro. Pegue uma e desenrole. Encha de manteiga de amendoim. Lubrifique e coloque debaixo d’água. Então tente rasgá-la. Tente partir em duas. É firme e ao mesmo tempo macia. É tão escorregadia que não dá para segurar.

    Uma camisinha dessas é feita do bom e velho intestino.

    Você então vê contra o que eu lutava.

    Se eu largo, sai tudo.

    Se eu nado para a superfície, sai tudo.

    Se eu não nadar, me afogo.

    É escolher entre morrer agora, e morrer em um minuto.

    O que meus pais vão encontrar depois do trabalho é um feto grande e pelado, todo curvado. Mergulhado na árgua turva da piscina de casa. Preso ao fundo por uma larga corda de veias e entranhas retorcidas. O oposto do garoto que se estrangula enquanto bate uma. Esse é o bebê que trouxeram para casa do hospital há 13 anos. Esse é o garoto que esperavam conseguir uma bolsa de jogador de futebol e eventualmente um mestrado. Que cuidaria deles quando estivessem velhinhos. Seus sonhos e esperanças. Flutuando aqui, pelado e morto. Em volta dele, gotas gordas de esperma.

    Ou isso, ou meus pais me encontrariam enrolado numa toalha encharcada de sangue, morto entre a piscina e o telefone da cozinha, os restos destroçados das minhas entranhas para fora do meu calção amarelo-listrado.

    Algo sobre o qual nem os franceses falam.

    Aquele irmão mais velho na Marinha, ele ensinou uma outra expressão bacana. Uma expressão russa. Do jeito que nós falamos “Preciso disso como preciso de um buraco na cabeça…,” os russos dizem, “Preciso disso como preciso de dentes no meu cú……

    Mne eto nado kak zuby v zadnitse.

    Essas histórias de como animais presos em armadilhas roem a própria perna fora, bem, qualquer coiote poderá te confirmar que algumas mordidas são melhores que morrer.

    Droga… mesmo se você for russo, um dia vai querer esses dentes.

    Senão, o que você pode fazer é se curvar todo. Você coloca um cotovelo por baixo do joelho e puxa essa perna para o seu rosto. Você morde e rói seu próprio cú. Se você ficar sem ar você consegue roer qualquer coisa para poder respirar de novo.

    Não é algo que seja bom contar a uma garota no primeiro encontro. Não se você espera por um beijinho de despedida. Se eu contasse como é o gosto, vocês não comeriam mais frutos do mar.

    É difícil dizer o que enojaria mais meus pais: como entrei nessa situação, ou como me salvei. Depois do hospital, minha mãe dizia, “Você não sabia o que estava fazendo, querido. Você estava em choque.” E ela teve que aprender a cozinhar ovos pochê.

    Todas aquelas pessoas enojadas ou sentindo pena de mim….

    Precisava disso como precisaria de dentes no cú.

    Hoje em dia, as pessoas sempre me dizem que eu sou magrinho demais. As pessoas em jantares ficam quietas ou bravas quando não como o cozido que fizeram. Cozidos podem me matar. Presuntadas. Qualquer coisa que fique mais que algumas horas dentro de mim, sai ainda como comida. Feijões caseiros ou atum, eu levanto e encontro aquilo intacto na privada.

    Depois que você passa por uma lavagem estomacal super-radical como essa, você não digere carne tão bem. A maioria das pessoas tem um metro e meio de intestino grosso. Eu tenho sorte de ainda ter meus quinze centímetros. Então nunca consegui minha bolsa de jogador de futebol. Nunca consegui meu mestrado. Meus dois amigos, o da cera e o da cenoura, eles cresceram, ficaram grandes, mas eu nunca pesei mais do que pesava aos 13 anos.

    Outro problema foi que meus pais pagaram muita grana naquela piscina. No fim meu pai teve que falar para o cara da limpeza da piscina que era um cachorro. O cachorro da família caiu e se afogou. O corpo sugado pelo duto. Mesmo depois que o cara da limpeza abriu o filtro e removeu um tubo pegajoso, um pedaço molhado de intestino com uma grande vitamina laranja dentro, mesmo assim meu pai dizia, “Aquela p#%%@ daquele cachorro era maluco.”

    Mesmo do meu quarto no segundo andar, podia ouvir meu pai falar, “Não dava para deixar aquele cachorro sozinho por um segundo….”

    E então a menstruação da minha irmã atrasou.

    Mesmo depois que trocaram a água da piscina, depois que vendemos a casa e mudamos para outro estado, depois do aborto da minha irmã, mesmo depois de tudo isso meus pais nunca mencionaram mais isso novamente.

    Nunca.

    Essa é a nossa cenoura invisível.

    Você. Agora você pode respirar.

    Eu ainda não.

  • http://www.megafonealado.blogspot.com Data Vênia

    Bela iniciativa.
    Também vou colocar uma mensagem no meu blog.
    Abraços a todos!
    DV

  • Diego

    Esse post me lembrou um caso famoso ocorrido num clube de Porto Alegre (circa 1980, acho), quando um negão tentou satisfazer-se enfiando o pau na saída de água e ficou preso. Tiveram que quebrar a piscina pra tirá-lo, acho que inchou. Mas lembro como se fosse ontem da foto do coitado tirada em plongée estampada no LIBÉRATION (eu morava com meus pais na França na época), e de ser apresentado ao conceito de MICO MONUMENTAL (o popular KING KONG) numa era pré-internet.

  • http://holococos.sjdr.com.br Henrique Cintra

    O irmão de um amigo que morava comigo em uma república morreu eletrocutado em uma piscina, em uma festa do Jockey Club. Postei no meu blog, na época, em http://holococos.sjdr.com.br/index.php/2004/04/por-que-somos-subdesenvolvidos/

    Putz. Henrique, fiquei embasbacado com essa história que beira o absurdo.

  • http://www.dedalus-atlas.blogspot.com Stephen Dedalus

    Caro Alexandre, eu já disse que não quero polemizar (nem gastar seu tempo), mas - sempre há um mas - acho que vejo o papel do blog de forma um pouco diferente de você. O blog não precisa necessariamente ser jornalístico (ou difusor de informações, úteis ou não): por seu caráter individual, e seu tom de “quase-diário”, o blog pode ser mais íntimo e idiossincrático, e buscar trazer à tona fatos que não sejam tão relevantes jornalisticamente, mas que pareçam relevantes na visão individual do blogueiro (sendo, nesse caso, mais um difusor de idéias). Olhar uma notícia sobre canecas como mais relevante do que uma sobre um acidente pode ser verdade para um jornal, mas não necessariamente para um blog. De qualquer modo, obrigado pelo “puxão de orelha”: críticas (construtivas ou não) são sempre bem-vindas. E como diz um outro blog - “1001 gatos de Schrodinger” - “a mídia tradicional envia mensagens, blogs iniciam conversações”: obrigado (mesmo!) pela conversa.

    Caro Stephen, é óbvio que blogs não necessitam ter cunho jornalístico. Temos total liberdade de pauta para escrever sobre o que bem desejarmos, e meu blog é uma prova disso: você encontra posts sobre os mais diversos assuntos por aqui. Mas é lógico que quando aparecem temas que merecem ser reverberados, falo em tom mais sério quando necessário. Só não entendo o que estas tergiversações têm a ver com seus comentários anteriores, já que fogem do que foi discutido antes, com uma conversa iniciada a partir de uma observação equivocada de sua parte. De qualquer modo, valeu pelo papo, Stephen. Um abraço!

  • http://www.dedalus-atlas.blogspot.com Stephen Dedalus

    Caro Alexandre, não quero polemizar nem deixar impressões erradas: não desdenho do sofrimento de ninguém, more onde morar. Só acho que quem mora em Moema sempre vai ter muito mais visibilidade e recursos que quem mora na Amazônia. Para achar os casos de escalpelamento na Amazônia basta escrever no Google, por exemplo, umas poucas palavras (por exemplo, Amazônia, acidentes, barcos) e ver o que sai como, por exemplo, http://www.rederecord.com.br/programas/domingoespetacular/conteudo_ver.asp?c=23
    Do ponto de vista da pessoa que sofre a dor, não há dor mais nobre ou menos nobre, mas pode haver sim mais ou menos atenção por parte da mídia e, portanto, mais solidariedade alheia. O caso dos mortos no acidente da TAM é bem característico: a imprensa fez uma enorme divulgação, com fotos e dossiês (tem até verbete na Wikipedia), como se as vítimas fossem heróis - e não eram, eram vítimas, iguais às vítimas do acidente de trem no Rio que aconteceu pouco depois (http://ultimas-noticias.org/2007/08/30/fotos-do-acidente-de-trem-no-rio-8-pessoas-morreram/), que praticamente não mereceram espaço na imprensa (pelo menos a de São Paulo, onde assino dois jornais). De qualquer modo, pela sua resposta ao meu comentário eu fico com uma dúvida: mostrar que existe essa diferença de tratamento (que me parece clara) é errado?

    Stephen, errado é você insinuar que blogs não prestaram a mesma solidariedade às garotas na Amazônia do mesmo modo que fizeram com o caso da Flavia por meras questões geográficas. Se algum familiar que more lá criar um blog pedindo apoio para uma causa similar, certamente contará com a mobilização da blogosfera, do mesmo modo que uma jornalista residente em Macapá recebeu o apoio de centenas de outros blogs no Brasil inteiro por ocasião do movimento Xô Sarney. Hoje em dia qualquer cidadão que tenha acesso a um computador tem voz ativa na rede e pode contar com os blogs para reverberar suas causas. O blog da mãe da Flavia, tivesse sido escrito por alguém que residisse em Tocantins, Espírito Santo ou Roraima, contaria com a mesma divulgação que recebeu. É óbvio, aliás, que não há nenhum problema em mostrar “diferenças de tratamento” desde que elas efetivamente existam. No caso citado, não foi o que aconteceu, e creio que seu comentário anterior foi, no mínimo, infeliz. Menos mal que desta vez você citou um caso muito mais relevante do que as canecas do Starbucks, e que realmente merece ser destacado. Um abraço.

  • http://www.dedalus-atlas.blogspot.com Stephen Dedalus

    Caro Alexandre, é fácil se solidarizar com alguém que mora num prédio em Moema. Mas essa história de lesões sérias por cabelo preso eu já vi contada sobre garotas em barcos na Amazônia (o cabelo se prende na hélice), e nunca vi muita solidariedade sobre isso…
    De qualquer forma, fica aqui a minha solidariedade com a democratização da difusão de informações - minha contribução é com a notícia sobre o que acontece com as canecas do Starbucks, divulgada na Folha de São Paulo deste domingo, dia 11 de novembro, e que achei muito interessante (há um post no meu blog sobre isso) por mostrar quem é o brasileiro de verdade. Um abraço!

    Stephen, considero ser um pensamento no mínimo extremamente infeliz sugerir que o fato de Flavia Souza morar em Moema desqualifica de alguma maneira o sofrimento de sua família, os méritos do blog criado por sua mãe ou os blogs que, especialmente em Portugal, têm ajudado a divulgar a causa defendida por Odele Souza. Solidariedade desconhece fronteiras, e os textos que escrevi falando dos casos da jornalista amapaense Alcinéa Cavalcante ou da campanha mundial Free Burma, mostram isso. Uma das funções dos blogs é essa: ajudar a reverberar casos que não ganharam espaço na mídia, independendo de limites geográficos. Aliás, seu comentário seria muito mais útil, caro Stephen, se você o aproveitasse para noticiar algum caso similar de alguma família na Amazônia aproveitando os recursos da internet para buscar apoio à sua causa, como fez a Alcinéa com sua campanha “Xô Sarney”, em vez de permanecer em silêncio passivo. Eu, que sou leitor de blogs como o do acreano Altino Machado, não encontrei por lá nenhum caso parecido.

  • http://flickr.com/photos/am2m Amanda

    eu tb nao sabia disso… é assustador…

  • http://www.lksites.com Links & Sites - Seleção dos Melhores Sites do Brasil -

    L i n k s & S i t e s
    Seleção dos melhores Sites do Brasil!
    http://www.lksites.com

    Parabéns pelo seu Blog!!!

    - Link Atualizado. Ok!

    Você continua fazendo parte da maior e melhor
    seleção de Sites do País!!! - Só Sites Premiados -
    Selecionado pela nossa equipe, você está entre
    os melhores e mais prestigiados Sites do Brasil!

    O seu link encontra-se no item:

    ” CANAL 3 ” => Blog = Letra P

    - Os links encontram-se rigorosamente
    em ordem alfabética -

    Pegue nosso selo em:
    http://www.lksites.com/selo

    * Aproveite e insira também nossa “Janelinha”.
    Veja como => http://www.lksites.com/janelinha/janelinha.shtml

    Seus visitantes irão adorar!!!

    Um abraço,
    Dário Dutra

    http://www.lksites.com/
    …………………………………………………………..

  • http://tampablog.blogspot.com Tampa

    Eae ..

    fiz um post relacionado ao Pensar Enlouquece..
    vejá lá:

    http://www.tampablog.blogspot.com

    abçs

    Putz, ficou ótimo o meu Publiciblog. Valeu pela lembrança! :D

  • http://www.jonnyken.com/infoblog Jonny

    Quando eu estava lendo seu texto na hora me veio o caso do “motel de SP”…
    Mas eu não sabia que tinha acontecido 2x lá… impunidade é f…

  • http://www.ana-fernandes.blogspot.com Ana Fernandes

    Já tinha visto em algum blog sobre essa moça da piscina e da lentidão da nossa justiça.
    Isso é lamentável, cara.
    Eu fico “meio” impressionada com essas histórias pq pode acontecer com qualquer um. Comigo.
    Ainda bem que essas famílias tem força.

  • http://beezzblog.blogspot.com Beezz

    Obrigado pelo Vosso empenho neste caso já que todos juntos fazemos a força. vamos continuar a ajudar a FLÁVIA.
    Abraços do Beezz

  • http://www.ocabulosodestino.net Israel Barros

    Se a midia tradicional resolveu não tratar esse assunto foi por prudência e ao meu ver é uma boa atitude a ser tomada.

    Realmente é um fato dramatico e como tal nos conduz a uma analise emotiva e parcial.

    Nos temos que ficar atentos as denuncias gravíssimas de violação dos Direitos Fundamentais da pessoa por parte das autoridades (sejam de onde for).

    Pelo qu’eu li não existe como dizer s’ele foi realmente torturada ou se ja tinha chegado com seqüelas da tentativa de suicídio. Por isso eu digo prudência pessoal, prudência.

  • http://yehudabenelin.blogspot.com/ iosif

    Acidentes em piscina são muito frequentes e nunca divulgados,afogamentos de crianças infelizmente a maioria.
    è a falta da presença de salva vida uma das grandes causas, excesso de confiança dos pais na habilidade dos filhos outra,o caso do ralo é problema de manutenção, absurdo
    abraço

  • http://palavrasarticuladas.blogspot.com Lusófona

    Cá em Portugal as pessoas estão muito solidárias com o caso da Flávia, a divulgação está em massa, esperamos com isso, que a justiça brasileira seja justa e cumpra com a sua função que é fazer também a lei ser cumprida independente quem seja os réus(multinacionais ou não, ricos e poderosos ou não). Esperamos também que o caso da Virginia, pouco divulgado em Portugal seja também solucionado, sendo ela culpada ou não.
    Parabéns Alexandre e a todos os blogueiros, pois o mundo virtual tomou proporções pouco imagináveis e hoje é uma realidade da qual não existe fronteiras, se a justiça não ajuda e não protege o seu povo, nós mesmo, cidadãos do mundo podemos lutar por nós próprios. A democratização de informações, a divulgação e a solidariedade mútua poderá mudar o mundo sim, e pra muito melhor
    Abraços

  • http://blogdoronald.blogspot.com Ronald

    Os blogs, a cada dia que passa, se torna uma fonte confiável de informação pois, nos melhores, as postagens vem apoiadas por uma série de dados (links) que a mídia tradicional não diz.
    Um grande abraço e, para mim, é mais que uma honra ter meu espaço citado neste que é um dos melhores do Brasil.
    Abraços

  • http://www.almacigana.blogspot.com Grace Olsson

    Esse caso da Flávia, eu tomei conhceimento e fiquei estarrecida. Mas das outras pessoas envolvendo ralos de piscinas, não. MAs o de Ana Virgínia, sim. E creio que nós blogueiros não sabemos, de todo, a força que nossos simples posts têm. E não podemos deixar o caso cair no esquecimento.Dias felizes.

  • http://violada_mas_nao_vencida.blogs.sapo.pt/59949.html Alexandra Caracol

    Meu nome é Alexandra Caracol e sou angolana vivendo em Portugal, escritora e professora.
    Adorei este blogue e a forma como são tratados aqui assuntos sérios e de interesse público.
    Só quem se sentiu violado, de alguma forma, nos seus sentimentos e desprotegido em vez de acarinhado nos momentos de desespero é que pode realmente compreender o caso de Flavia e de muitos outros casos idênticos ou até diferentes, mas que geram sofrimento às vítimas e suas famílias.
    Sinto-me sensibilizada com o que aconteceu a Flavia e muito triste com a falta de apoios da justiça brasileira para este caso, pois este é uma representação de tantos outros casos desesperados que necessitam de ajuda e que ficam esquecidos nas gavetas das entidades que realmente poderiam ajudar a minimizar o sofrimento decorrente destas situações drásticas.
    Parabéns pela solidariedade.

  • http://querem_me_enlouquecer.blogger.com.br Claudia Draper

    Não sabia que ralos de psicinas podiam fazer isso. Nossa! Assustador! Lembrei até que dia desses, no último feriadão pra ser exata, estava na piscina do hotel com meu esposo e ele foi pra debaixo do escorrego da piscina pra ver se a água que caia servia para massagem. O pé dele, foi “sugado” pela bomba que fica embaixo. Por sorte, não era tão forte e ele tirou com facilidade. Mas e se pega uma criança ali? O escorrego da piscina é pequeno e só é recomendado para crianças até 12 anos. Meninos de 3 ou 4 anos, descem por ali.

  • http://dona-redonda.blogspot.com redonda

    Sou portuguesa e moro no Porto. Espero que a divulgação neste e em outros blogs possa ajudar a que haja uma decisão judicial mais rápida que ajude a Flávia!

  • http://www.eu-estou-aki-blogspot.com elsa nyny

    Olá!!!
    Fico muito contente de ver publicado aqui um post sobre a Flávia, ´todos seremos sempre poucos para lutar contra as injustiças!
    Todos juntos ser´+a mais fácil!
    Elsa Nyny - Portuigal

  • Carla_RJ

    Muito bom o Post! Os blogueiros estão de parabéns. Parabéns Luci e Luma!
    :)

  • http://aromasdeportugal.blogspot.com Mário Relvas

    Olá a todos,
    venho aqui prestar a minha solidariedade com a Odele e com a nossa Flavia.
    Desde que aqui em Portugal, unidos pela blogosfera, tomámos contacto com esta triste realidade, logo nos colocámos ao lado delas.
    Desejo que o Brasil, País Irmão, trate este assunto com olhos de ver.
    A justiça não é apenas uma palavra, são actos de seriedade e competência!
    Olhem bem este caso, a Flavia lá… e a Odele sem ver JUSTIÇA!
    A SOLIDARIEDADE NÃO PODE SER UMA PALAVRA VÂ!
    Abraços de Braga - Portugal

  • http://osinodaaldeia.blogspot.com Jorge Guedes

    Há meses que em Portugal, conhecido o caso da Flavinha, muitos bloguistas têm expressado a sua solidariedade com a famíla e a revolta que sentem pela morosidade da justiça brasileira em dar prossecução aos legítimos anseios de que à Flávia sejam concedidos, rapidamente, os montantes indemnizatórios peticionados.
    Apelo assim, neste blogue, a que os brasileiros sejam solidários com este caso que nem sequer sequer será único, pois tenho tido conhecimento de que outros se têm arrastado pela morosidade da justiça.
    Que esta família, enfim, tão atingida, possa no mínimo sentir orgulho na justiça do seu país.
    Um abraço desde Lisboa-Portugal.
    Jorge G.

  • http://www.morroida.com.br Fabião Morróida

    quando vai ser esta blogagem coletiva?

    Rolou no mesmo dia em que publiquei este post, cumpadi. De qualquer forma, sempre é tempo de divulgar casos como estes. Aquele abraço!

  • http://www.ditoassim.blogger.com.br jayme

    Pois é, Inagaki, e eu acho que esse processo de pulverização/democratização da informação está apenas engatinhando.

  • http://blog.fernandaweber.com Fernanda Weber

    Oi Alexandre,

    Indiquei o seu blog para o “Thinking Blogger Award”, que é um award que os bloggers do mundo inteiro estão fazendo entre eles.

    EStá tudo explicado no post que fiz sobre isso ontem!!

    Espero que goste! : )

    Abraços,
    Fernanda.

    Olá Fernanda, já escrevi um post sobre esse prêmio em maio deste ano: O “meme” do Thinking Blogger Awards. De qualquer modo, obrigado pela citação. Um abraço! =)

  • http://www.linoresende.com.br/blog Lino

    Realmente, blogs não são revolucionários, mas estão se tornando,mais e mais, meios de ótima informação, veiculando o que a mídia, por várias razões, acaba não divulgando.

  • http://das.ins.zip.net Cássia Valéria

    Alexandre,
    Já conheço seu blog a algum tempo e sempre gostei muito da sua forma de informar, enfim, blogar.
    Hoje para minha surpresa vejo esse excelente post sobre a nossa querida Odele e a Flavinha.
    Esse descaso que temos acompanhado nos traz indignação e dor, mas tbém uma grande admiração pela força com a qual a Odele luta e não se cala!
    Parabéns pela iniciativa em expor esse caso e tantos outros.
    Beijos,
    Val

    Val, embora blogueiros não devam se sentir compelidos a fazer nada que não lhes apeteça, creio que uma das principais funções de um blog é a de ajudar a veicular casos que, por um motivo e outro, não estão sob os holofotes midiáticos e necessitam de maior divulgação. Beijos!

  • http://mamaonaroda.blogspot.com Catraca

    O.o
    Nem na piscina nadar a gente consegue ir despreocupado hoje em dia, pelo jeito. Indignante, sério, se não emputecente. O pior é ver que essa negligência não vem de gente com pouco dinheiro…
    Mais um ponto para os blogs.

  • http://www.benderblog.com Bender

    Ina, na verdade eu acho que o diferencial é o Google q permite acesso ao conteúdo dos blogs.

    O Gzão ajuda a organizar a web e facilita que encontremos de tudo.

    Concordo em parte contigo, Bender. O Google auxilia na localização de determinados conteúdos, mas creio que blogs possuem o papel fundamental de filtrar as informações, apurá-las e separar o que é hoax do que efetivamente necessita ser divulgado. Esse é um trabalho que o Google ainda é incapaz de fazer.

  • Raquel de Meneses

    Alexandre, que surpresa boa ler a notícia da Ana Virgínia no teu blog. Entre as centenas de e-mails que recebemos diariamente, em que mais da metade são mentiras, fica difícil convencer que essa triste história é verdadeira e pedir que assinem a petição.

    Eu agradeço em nome dos amigos que tenho em comum com a Ana Virgínia. Muito obrigada. E quem mais ler isso, assine a petição. Não é perda de tempo.

    Raquel, aproveito seu comentário para reiterar que este é o link para a petição online em favor de Ana Virgínia: http://www.petitiononline.com/sardinha/petition.html. Um abraço.

  • http://blog.rwf.com.br Renata Pacheco

    Essa história de ralo de piscina é realmente um absurdo. Aconteceu com meu sobrinho, de 4 anos. Estávamos todos brincando na piscina quando ele, perto da beirada, começou a chorar. Só quando o puxamos que vimos que ele estava sendo sugado pelo ralo, ficou com o corpo todo roxo e arranhado, da barriga até o pezinho…
    Vendo essas outras histórias mais trágicas, fico até feliz que nada de mal tenha acontecido ao Rafael.
    Mas será que as empresas não podem pensar em nada diferente, evitando esse risco???

    Renata, fico estarrecido por ter descoberto, ao publicar este post, o grande número de pessoas que já testemunharam acidentes com ralos de piscinas ou tiveram conhecidos que passaram por esse tipo de risco. Provém daí a importância de reverberar iniciativas como o blog da Odele Souza.

  • http://www.literatus.blogspot.com Andrea

    Nossa que histórias mais tristes!
    Vou repassar para os amigos o feed, Alexandre.
    Blogs podem nem ser revolucionários, como você escreveu, mas muitas vezes podem fazer diferença.
    abrs querido
    Andrea

  • http://www.samba-choro.com.br Eugenia Rodrigues

    Alexandre, aqui no Rio tem vários casos sobre isso. Um deles aconteceu com o irmão de uma amiga minha, um ADULTO - imagine só a força do ralo. Foi num clube aqui do Rio.

    Eugenia, embora já tenha tomado conhecimento de vários casos similares ao acidente que vitimou a Flavia, é surpreendente saber que tantas pessoas passaram por situações parecidas; fica aqui o alerta. Um abraço!

  • http://luzdeluma.blogspot.com Luma

    A blogosfera acaba cumprindo um papel que deveria ser feito por representantes do Ministério Público.
    Ina, o Caso da Flávia, tomei conhecimento já faz um tempo e infelizmente quando o pleito é indenizatório, não cabe a sociedade julgar a não ser as partes envolvidas. Quanto ao defeito do ralo, o condôminio e a família deveriam entrar com uma ação conjunta. Quanto maior o volume de casos relatados maior agilidade terá o processo. Muitas vezes a justiça é morosa porque o cidadão não tem acesso à ela através de um bom advogado. Ou o advogado requisitado não cumpre qualificações para a empreitada.
    Sobre o caso Ana Virgínia temos boas novas! Postei lá no “Luz” ou então veja aqui - http://www.nelsonpelegrino.com.br/noticias_ed.aspx?pI=55
    Obrigada pela divulgação.
    Beijus

    Obrigado por trazer a boa nova de que o deputado federal Nelson Pelegrino irá intervir em favor da Ana Virgínia, Luma, e também pelos esclarecimentos que talvez sejam úteis para a família da Flávia. []‘s!

  • http://fiquelouco.blogspot.com Guilherme Grunewald (LESHRAC)

    Acho que o que eu gostaria de falar já ficou claro no comentário do Tiagón e resposta, sobre o cuidado com as informações, e a busca por uma certa credibilidade nesse universo de blogs, ou logo logo os “patos do cocadaboa” vão passar a ser os próprios blogueiros… :)

    Fortuna!

  • Mariângela de POA

    Eu também não lembro de ter lido a respeito destes casos deprimentes pois quase não assisto TV(dissestes que talvez nem tenha sido mostrado na TV..). Neste país de tantas notícias ruins e impunidade grassando de forma geral,se a gente escuta logo deleta pois tem nova notícia ruim a caminho,infelizmente..Quanto a blogosfera,eu adoro! Sou apenas leitora pois não tenho blog nem nada mas já se tornou um dos meus meios prediletos de buscar informação e entretenimento. Ainda acho que tem muita porcaria pois diariamente abro um ou outro que não conhecia e nunca mais volto porém tem uns cinco que visito diariamente(o teu,Milton Ribeiro,Carpinejar,Chucrute com Salsicha,a Fal) e que muito aprecio. Sou leitora assídua destes que citei e que me passam muita credibilidade,beijo!

    PS. não quero desmerecer os outros, é apenas a minha opinião e são blogs com os quais me identifico.

    Mariângela, na verdade o que eu disse é que não soube desses casos por intermédio da TV. O vídeo do YouTube prova que ao menos o caso da Ana Virgínia ganhou repercussão na televisão local. Um beijabraço!

  • http://anderssauro.com Anderssauro

    Se eu falar que mesmo quase nunca comentando, me inspiro em vc pra escrever tu acredita? :D

    Ótimo post!

    abraço

    Valeu pela referência, Ander. Um abraço!

  • http://jccbalaperdida.blogspot.com JULIO CESAR CORREA

    Blogs são uma ferramenta incrível. Pena que eles ainda são utilizados de forma pouco inteligente, digamos, subutilizados e casos como este são minoria. E olha que eu tenho um blog.
    abração

  • Te

    Já comentei isso no blog do Idelber Avelar: esse caso tem alguma semelhança com o caso Madeleine, com a polícia portuguesa pondo os pais na suspeita de terem matado a filha. Não seria oportuno questionar a investigação da polícia e a ação da justiça portuguesa?

  • http://gabrielaz.blogspot.com Gabriela

    O potencial dos blogs é ilimitado. Eles abrem espaço para notícias hiperlocalizadas, que cubram segmentos hiperespecificos (como no blog para relatar casos de ralos de piscina), enfim, assuntos que de outra forma não teriam como ser discutidos.

  • http://cafedodom.blogspot.com Dom

    Apesar de morar em Salvador, não tomei conhecimento do fato. Certamente os responsáveis devem ser enquadrados por homicídio culposo, por suas negligências.

  • http://anny-linhaozzy.blogspot.com/ Anna

    Rapaz! Parece que estou fora do mundo. Moro aqui e não vi nada disso.Moro bemmm longe do centro é verdade. Com tanta notícia ruim, deixei de ver tv. Se não tivesse lido seu blog, não sabia.
    Qualquer movimentação de blog, conte comigo.
    Abraço.

    Anna, não vi nenhum desses casos na TV. Assim como você, tomei conhecimento dos fatos por intermédio da blogosfera.

  • http://paremomundo.wordpress.com Evandro

    Alexandre, ótimo post, principalmente pelo que escreveu sobre blogs!
    Realmente, nada de revoluções, só que a forma como os assuntos são tratados, como é o caso, com profundidade, questionando, mostrando e ainda dando liberdade para opiniões, é revolucionário! E a forma como bons textos se espalham ou voltam a ser tema acabam por martelar a informação sem cair em esquecimento, o que é tão comum.
    Abraço e parabéns!

  • http://www.flaviavivendoemcoma.blogspot.com Odele Souza

    Alexandre,
    Muito obrigada por incluir-se entre as pessoas que estão tomando conhecimento e divulgando o caso de minha filha Flavia, um exemplo gritante da MOROSIDADE de nossa justiça e da IMPUNIDADE.

    NOVE ANOS esperando por uma indenização que permita à Flavia ter os cuidados de que necessita para continuar vivendo com um mínimo de dignidade e qualidade de vida, é aviltante.

    Um abraço.

    Parabéns e muita força em sua luta, Odele. Um abraço a você e outro à sua filha.

  • http://www.verbeat.org/blogs/bereteando tiagón

    fazendo uma brincadeira sem qualquer graça, digo que se tivesse recebido por e-mail as notícias sobre os riscos dos ralos de piscina acharia que era hoax, categoria lenda urbana. mas, olhando desse viés, dá pra aproveitar e usar o post como case da dita ‘credibilidade’ da blogosfera. passou a ‘ser verdade’ a partir do teu post, não é? não pelo post em si, mas pelo autor, por quem escreve. e veio a somar-se aos que já haviam por aí - talvez com diferentes alcances, mas a mesma ‘autoridade’. blog, suporte de expressão do individuo, descentraliza a distribuição e a repercussão da informação e são a ferramenta de comunicação surgida nas últimas décadas. não à toa o mundo (blogueiro) falou sincronizadamente de Burma e de meio-ambiente há poucas semanas.

    e disseste muito bem no que tange à ‘duração’ da informação, em comparação à grande mídia. antes de ser um prolongamento, é a medida da informação é que muda. citando de cabeça a frase sem lembrar do autor (diretor de uma rede americana), “Nós achavamos que a notícia havia terminado depois que o jornal da manhã era impresso. Descobrimos que agora, na verdade, é quando ela começa”. o uso do twitter para disparar notícias cada vez mais curtas e breves não deixa de ser um sinal de adequação.

    belo e reflexivo post! abraço!

    Grande Tiagón, creio que credibilidade é algo que precisa ser conquistado a cada novo post. Do mesmo modo que blogs nos Estados Unidos colocaram Dan Rather, âncora da rede CBS com mais de 40 anos de carreira, na parede, praticamente forçando seu pedido de demissão, um blogueiro só será levado a sério se apurar os dados que publica em seus posts com o máximo de cuidado. Nesse ponto, não diferencio minhas atividades de blogueiro com as minhas atividades de jornalista: no caso específico deste blog, procuro apurar cada informação em várias fontes diferentes, e encho meus posts com links que possibilitam a cada leitor recriar os passos que dei para a redação final de meus textos. Afinal de contas, se blogs tiveram a capacidade de derrubar um Dan Rather, imagine o que não poderiam fazer com este incauto que vos escreve. =)

    Um aspecto fascinante da blogosfera é essa capacidade de se auto-pautar. Ninguém precisa se limitar a escrever sobre um único assunto, escorar-se no que a mídia fala, ocultar suas próprias opiniões. Posto sobre o que me interessa, sem deadlines ou leads a obedecer. Melhor ainda: recebo feedbacks quase imediatos sobre o que escrevo, tenho minhas idéias arejadas pelos comentários de cada post, sou corrigido pelos meus leitores, tenho meus posts enriquecidos pelas mais diversas visões. Vivemos tempos instigantes, caro Tiagón. B)

  • http://attu.typepad.com/universo_anarquico/ tina oiticica harris

    Cada post seu contém tanta informação que junto os pedaços para formar idéias do Brasil e do mundo. Nunca ouvi falar em problemas de ralos, só da obrigatoriedade de redes por cima das piscinas quando não estão em uso.
    Mais tarde voltarei para recolher os dados do caso da brasileira em Portugal. Meu blog tem uma certa freqüência de portugueses.
    Mais importante é frisar que teu Pensar Enlouquece, Pense Nisso atinge um público numeroso, dos que te lêem e dos que ouviram falar. Quero dizer que aprecio seu combate cibernético por causas justas.

    Ecco, é vero. Admito que às vezes exagero na quantidade de links e informações. Mas enfim, é o meu estilo de escrever. :-/ Sobre o caso Ana Virgínia, recomendo que você também leia os posts do Idelber Avelar e da Paula Lee, caso você queira mais informações. Um abraço.

  • http://www.chuckpalahniuk.net/books/haunted/guts.php Chuck Palahniuk

    Piscinas são perigosas.
    Acidentes SEMPRE acontecem.
    Isso é trágico e não desejo isso a ninguém.

    O conto linkado inclui uma história sobre esse mesmo assunto. Do mesmo autor do “clube da luta”.

    ATENÇÃO: não recomendado para estômago fraco, mas é um ótimo texto mesmo assim.

  • http://www.blogueiraeu.blogspot.com Anelize

    Olá, Alexandre!
    Obrigada pela visita ao blog e por divulgar o caso “Flavia”. Acredito que alguém da blogosfera, que possa ajudar a Odele ou mesmo os familiares de Ana Virgínia, vai acabar tomando conhecimento dessas situações. E quem sabe, elas serão devidamente resolvidas.

  • http://apoiofraterno.wordpress.com/ Mário

    Bem lembrado, Alexandre. Os blogues tem esta vitalidade que a imprensa não possui e caracterizam-se, muitas vezes, por atividades solidárias como aquela que hoje ocorre em favor de Ana Virginia.

  • http://www.verbeat.org/blogs/stuckinsac Leila

    Eu tambem nao tinha a menor ideia sobre esse problema, ate’ que eu vi uma reportagem ha’ poucos meses atras na TV americana - a menina foi sugada sentada, e perdeu uma parte do seu intestino. Ela sobreviveu, passou por cirurgias, mas vai ter sempre um problema serio de saude para o resto da vida.
    Mais uma coisa para os pais se preocuparem! Afe.

Comentários do Facebook

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Jé plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantêm este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.

Parceiros