O Poder da Ignorância

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 04 de março de 2008

Inteligência combina com felicidade? Há tempos essa questão se debate no trapézio dos meus pensamentos. Por vezes penso que ignorar todas as engrenagens que movem as sujeiras deste mundo é condição imprescindível para ser feliz, e que o ideal é ser alienado feito um participante de Big Brother ou uma dançarina de axé, ignorando notícias sobre cartões corporativos, chacinas na África ou os embates entre judeus e palestinos, como se vivêssemos no mundo edulcorado de uma propaganda de margarina. Em outras ocasiões, lembro da ilusão dessas felicidades etéreas, tão fantasiosas quanto as risadas forçadas das claques de programas de TV. Mas enfim, tergiverso.

Bem, o caso é que me deparei com um livro com o provocador título de “O Poder da Ignorância”, que afirma, logo na sua capa: “Seja mais feliz, seguro, confiante e amado. Esqueça suas limitações. Aumente a sua ignorância e promova o bem-estar geral”. Achei excelente a provocação, inclusive porque tem tudo a ver com o nome deste blog (se pensar enlouquece, por que pensar?), e comecei a ler um volume que poderia despertar dúvidas acerca de sua verdadeira natureza. Trata-se de uma contundente sátira a toda a, hmm, “literatura” de auto-ajuda, ou é uma obra que fala sério ao batizar capítulos com títulos como “Da Ignorância Nasce a Confiança”, “Inspiração é 99% Ignorância e 1% Transpiração” e “Declare a Falência da Mente”? Mas enfim, o que pensar nestes tempos estranhos em que a nação mais poderosa do mundo é presidida por um consumado imbecil?

Partindo de uma ótima e instigante premissa, “O Poder da Ignorância”, que é atribuído a um guru da motivação “ignoracional” batizado com a alcunha de Vaguen, desenvolve a tese de seu título com historinhas e parábolas precisamente ilustrativas. Um exemplo: Harry Houdini, o maior mágico de todos os tempos, fez mais de 6 mil apresentações, deixando as platéias mesmerizadas com seus truques. Certa vez, após mais um show que deixou a multidão estática, um repórter foi até o seu camarim e perguntou como ele se sentia diante das platéias encantadas. Houdini virou-se lentamente, pousou sua garrafa de uísque na mesa e deu um murro bem no meio da cara do repórter. A moral? Piadas são engraçadas quando você as ouve pela primeira vez. Depois, haja risos amarelos! Imaginem, pois, como deve se sentir um comediante que ganha a vida contando as mesmas piadas por décadas. Ou atores, mágicos, contadores de histórias e palestrantes que fazem o mesmíssimo número vida afora. Muitos deles admitem, publicamente, que abominam suas platéias. Porém, seus fãs não sabem que é assim que esses intérpretes se sentem a seu respeito. Se soubessem disso, seriam privados da diversão. Conclusão: a ignorância é a chave para o riso.

Uma outra historinha edificante: há muitos anos, um garotinho chegou à conclusão de que, como a mais agradável de todas as suas atividades estudantis era representar nas peças do teatro da escola, valeria a pena concentrar seus esforços na tentativa de tornar-se um brilhante ator. Assim, ninguém se surpreendeu quando, ao acabar o colegial, ele foi cursar artes dramáticas na universidade. Quatro anos depois, aquele garoto tornou-se um jovem ator morando em Nova York, percorrendo todo o circuito de teatros comunitários, deixando cópias de seu currículo com todos os agentes e empresários do ramo e comparecendo a todos os shows da Broadway aos quais pudesse aparecer. Ele passou vários anos vivendo dessa maneira, fazendo bicos como figurante e se virando em trabalhos temporários, persistindo em seu objetivo.

Anos depois, esse homem confidenciou que uma das coisas que o fez teimar tanto em seu sonho foi saber que não possuía nenhuma habilidade superior à sua capacidade de representar. Por isso, mesmo quando não pôde pagar uma passagem aérea para assistir aos funerais de sua avó ou quando se viu obrigado a morar nas ruas por três meses, ele deixou que sua vontade esmorecesse. Nem mesmo quando um agente caça-talentos lhe disse: “Você é o ator mais inexpressivo que já conheci. Se você tentar entrar em contato comigo de novo, vou até onde você estiver e o mato. Lentamente”. Esse ator manteve vivo o seu sonho porque, bem lá no fundo, ele sabia que conseguiria concretizá-lo. Qual o seu nome? Terry Norton. Você não o conhece? Oras, ele é o subgerente de uma locadora de vídeo na esquina da rua da casa do autor do livro! :P

Se o tal ator se chamasse John Malkovich, você teria acabado de ler uma historinha inspiradora típica daqueles que são repassadas para o seu e-mail em attachments de Power Point, levando incautos a acreditar que basta ter determinação para que todos os seus sonhos tornem-se realidade. No entanto, milhões dessas histórias de fracasso passam incólumes às nossas caixas de e-mails, do mesmo modo que não ficamos sabendo do destino de todos os milhares de candidatos que foram reprovados em programas como American Idol ou O Aprendiz, porque esses casos de insucessos poderiam desanimar você em sua jornada. Moral da história: ignorar voluntariamente os fatos que não auxiliam você em seus objetivos é uma das mais poderosas ferramentas para que você adquira uma atitude onipotente. E aí vem a frase lapidar que sintetiza todo o conceito de “O Poder da Ignorância”: “Se você não sabe o que não é possível, então tudo é possível!”.

O livro, publicado no Brasil pela editora Matrix, é uma saudável provocação que pode até ser levada a sério (em especial se lido ao som de coisas como a Dança do Créu), embora tenha feito com que eu desse risadas quase vexaminosas em público, em especial nos vagões do metrô onde li boa parte de suas páginas. Enquanto vejo se descolo um exemplar para ser sorteado aqui, confiram um vídeo promocional das mirabolantes palestras motivacionais ministradas pelo autor do livro, e cliquem aqui caso queiram adquiri-lo online.

* * * * *

P.S. 1: O embate entre Idelber Avelar e Pedro Doria catalisado por um post do colunista do Estadão intitulado “Israel, Palestina: como resolver?“, que deu origem ao artigo “100 palestinos mortos; comentário sobre algumas racionalizações do massacre”, de meu amigo Idelber, e que depois foi desdobrado em réplicas e tréplicas de ambos os lados, é de leitura obrigatória a todos que queiram ouvir opiniões divergentes (mas sempre bem articuladas) sobre um assunto de relevância inegável.

P.S. 2: Outro post para o qual chamo a atenção é “Notícias da Venezuela”, no qual Gravatai Merengue reproduz o e-mail de uma amiga sua que mora no país presidido por Hugo Chávez, reportando o estado de espírito por lá após a recente crise diplomática entre a Colômbia e o Equador, diretamente ligada às Farc.

P.S. 3: É um prazer ver Rosana Hermann apresentando o programa Atualíssima na Band.

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Comentários do Facebook

Comentários do Blog

  • Felipe

    O que é felicidade para voce?
    acho q essa é uma pergunta pertinente, eu viveria mais feliz se ignorasse tudo, mas nao acho q seria melhor. A verdade deve ser encarada de forma mais positiva.

  • Gilvana Souza

    Sempre observei o comportamento humano e já havia percebido que os que menos conhecem mais são felizes. O texto expressou muito bem o que tenho visto por aí. Parabéns pelo texto.

  • Fotodesign

    muitas vezes a ignorância é uma dádiva!!!

  • Batata

     Nossa….. encontrei seres humanos que também pensam fora da caixa….
     Já estava quase passando a acreditar que a ignorância tinha se tornado uma epidemia mundial…
     Adorei as críticas, e as sátiras que faz muito o meu gênero… Adoraria conhecer e aprender mais a respeito de gente como o criador deste blog, por me reconhecer em posts como este… mas acredito que existe algum modo de ser feliz e inteligente ao mesmo tempo… Talvez apenas com que a própria ignorância não venha a fazer interferência alguma, ou seja, como o ato de encarar o vazio existencial que pode ser adquirido por exemplo, ao se tornar ateu…. Tenho 15 anos e acabei de passar por isso….. Espero pensamentos e reflexões críticas, com apenas o uso da razão a respeito deste comentário

    -religiosos… vão falar sobre fé… ¬¬-

  • http://arhivknig.com/user/injefefaple/ Dominick Kanno

    I very happy to find this web site on bing, just what I was looking for : D as well saved to favorites .

  • Christiano

    Conforme dito abaixo, esse episódio dos Simpsons ( Crayon ) mostra CLARAMENTE que a ignorância é sinônimo de felicidade, e isso pode ser visto também na vida real. Em muitos casos ( principalmente no Brasil ), vemos que por muitas vezes, pessoas que ralam, trabalham pra cacete, dão duro e que são MENTALMENTE esclarecidas, muitas vezes não conseguem chegar longe o suficiente ou tão longe quanto merecem ou gostariam. Ao contrário, pessoas BURRAS, IGNORANTES e SEM-NOÇÃO ( Tatis Quebra-Barracos da vida, Mulheres-Melancias, Moranguinhos e Melões da vida, participantes de BBBs da vida,
    ” cantores ” de CRÉUS da vida, etc… ), mesmo com sua notória ignorância, conseguem ir longe e até enriquecer. Outro episódio dos Simpsons que mostra que a ignorância é uma
    ” bênção “, é o episódio onde Frank Grimes, um cara esforçado, competente e politicamente correto não consegue ir muito longe, ao contrário do seu colega de trabalho HOMER SIMPSON, que é um COMPLETO imbecil, se dá bem o tempo todo sem problemas. No Brasil ( que é o país do Jeitinho, da peixada, da padrinhagem e da camaradagem ), vemos o tempo todo gente sem-noção, que vive a vida na ” flauta “, afundados em sua alienação natural e ignorância, se dar bem, pois muitas vezes, são beneficiados por algo do que foi mencionado no último parêntese. Quantas pessoas boas estão desempregadas e quantos incompetentes profissionais estão trabalhando e ganhando dinheiro? Posso afirmar que são muitos! Já vi gente sem-noção, negligente e incompetente EMPREGADA e ao mesmo tempo, gente boa, interessada, bem-intencionada e competente sendo mandada embora. Se você visualizar a MAIORIA dos textos escritos por PARTICULARES na internet, você CERTAMENTE verá que erros ortográficos primários, grotescos e bôbos são cometidos a todo o instante. MUITO provavelmente, essa gente está empregada e ganhando dinheiro. Mas, pessoas adultas que mal sabem escrever, deveriam estar empregadas? Confesso que sobre o episódio do Crayon, no momento que o Homer se torna inteligente, eu me vi. Quando as pessoas estão gargalhando no cinema e ele não consegue achar graça, porque a piada era previsível, também me vi, porque passei por uma situação EXTREMAMENTE semelhante num cinema, pois, esse pessoal de Hollywood produz um humor para ignorantes, pois tudo é muito apelativo e previsível. Acho que ignorância é REALMENTE felicidade, pois no meu dia-a-dia, vejo que as pessoas que são mentalmente limitadas, são mais felizes justamente por lhe faltar o esclarecimento, que com o qual, é revelado um lado cinzento, sombrio da vida em si, juntamente com os fatos da mesma. Realmente, IGNORÂNCIA É FELICIDADE, SIM!!!

  • http://incautosdoontem.blogspot.com Ulisses Adirt

    Toda essa história me faz lembrar tanto da “História de um Brâmane”, do Voltaire. rs

  • http://mesadesaloon.blogspot.com/ Rodrigo Galhano

    Belo post! E agora esse livro virou objeto de desejo

  • http://www.blogdohiroshi.com/2008/03/09/10-posts-que-voce-deveria-ler-essa-semana-5/ Blog do Hiroshi

    10 (+2) posts que você deveria ler essa semana #5
    No 10 posts que você deveria ler essa semana, dessa semana, eu fui escolhendo os posts que eu achava que deveriam entrar para a lista, e achei que eram 10, mas quando eu fui ver, eu tinha escolhido 12, então fazer o que? Nessa semana ficam sendo 12 m…

  • Dennis

    Lembrei de um episódio de Os Simpsons onde Homer descobre que tinha um crayon (lápis) enviado no seu cérebro através do nariz desde criança.
    Esse crayon era responsável pela sua burrice. Ao retirar o lápis ele se torna uma pessoa inteligente e ávida por conhecimento, no entanto, sente-se a cada dia mais infeliz (não consegue achar graça nos programas idiotas que assistia). A sua filha Lisa faz até um gráfico mostrando que a felicidade decai com o aumento do conhecimento.
    No fim, Homer decide recolocar o crayon e volta a ser o idiota de sempre, porém mais feliz.

  • Alexssandro Duarte

    Voce levantou uma questão interessante, os filmes (especialmente os americanos), livros, etc… só falam dos vencedores. Fico me perguntando sobre os fracassados ou pelo menos medianos.
    Em um mundo que cobra cada vez a necessidade de ser o melhor, cada vez mais se acumulam historias de perdedores e tenho certeza que esses são a maioria, do empresario que passa sua vida inteira entrando em negocios que abrem falencia, do jogador de futebol que só faz carreira em times da terceira divisão, do escritor que nunca consegue publicar seus livros ou quando consegue ninguem compra, os timidos que nunca encontram o amor, os fracassados são a maioria da população, o sucesso é a excessão.
    No fim o que vale mesmo é tentar, cair varias vezes e levantar sempre para cair de novo lá na frente

  • http://anacranes.wordpress.com Ana

    Esse é um tema que muito me atormenta!

    Costumo questionar se inteligência/ignorância é benção ou um infortúnio.

    É inqüestionável que a falta da capacidade de julgar a realidade torna as pessoas artificialmente felizes, ou no mínimo conformadas.

    Mas será que o quanto se fode por conta dessa ignorância compensa o preço dessa conformação?

    Vejo o exemplo nos meus pais que são pessoas “humildes” e sempre que eu reclamo de algo eles apontam a desgraça alheia como parâmetro de “estamos bem assim”. Enfim o que é felicidade? O que é estar bem? Dependendo do que se usar como parâmetro estamos todos ótimos! E nada precisa evoluir!

    E assim que descolar um volume pode me incluir! Creio que realmente deva ser super engraçado!

    Você leu ou viu o “Segredo”? Consegui ver 5 minutos depois quebrei a mídia! Pois seguindo está teoria, basta eu acreditar “realmente” que vou ganhar na megasena acumulada que o universo irá “conspirar” ao meu favor!

    Me poupe! Livros de auto ajuda só auto ajudam seus escritores. Isso quando ajudam!

    Lembro do Pequena Miss Sunshine e seu pai auto-ajudense fracassado. Esse é um dos paradoxos mais hilários que já vi!

    T+!

    Ana, esse tal de “O Segredo” é uma das maiores picaretagens que já foram cometidas em toda a história da humanidade. Mas enfim, creio que poucas vezes produtores de filmes perdem ao apostar na ignorância humana. Lamentavelmente.

  • http://tudoempauta.blogspot.com Alexandre Carvalho

    Esqueci de perguntar: Você vai à NewsCamp - http://newscamp.wordpress.com - amanhã, lá no Espaço Gafanhoto?

    Caro xará, não sei ainda. Ando com trabalhos acumulados o suficiente para ocupar meu final de semana inteiro. Mas tentarei aparecer lá.

  • http://tudoempauta.blogspot.com Alexandre Carvalho

    Oi, Inagaki!
    Obrigado pelo link para o Tudo em Pauta nos “Blogs da Semana”! Um abraço!

  • http://www.etcetceetc.blogspot.com Rodrigo Dias

    Assim não dá: todas as minhas idéias estão indo pro lixo porque sempre leio aqui que já teve gente querendo falar sobre o que eu queria. Ô saco.

    E o meu projeto de livro de auto-destruição? Como que fica? =D Aff, como sou ignorante. Melhor parar por aqui.

    Quanto custa esse livro? Quando eu terminar meu TCC quero tê-lo em mãos pra ler.

    Abraço e desculpa o comentário imbecil.

    Fala, Rodrigo! O livro custa R$ 29,90 no site da Editora Matrix. Quanto à sua idéia de um livro de autodestruição, parece ser bastante promissor. Seria baseado na biografia de algum homem-bomba? :crazy:

  • http://www.lauravive.blogspot.com laura

    ah! a ignorância… bem que eu queria ser um tanto ignorante, os olhos abertos doem mais.
    teu blog faz eu sentir o meu tão pequenino.
    Vc tem uma capacidade incrível em informar com charme e inteligência, não adianta ler estes livros, viu?
    Bjs
    laura

    Laura, olhos abertos machucam, mas de olhos fechados a possibilidade da gente ser atingido por algo que não vê (inclusive porque opta por tapar a vista para certas coisas que jamais podem ser ignorados) é muito maior. Um beijabraço e obrigado pelas suas leituras!

  • http://megalopolis-blog.com Fabiane

    Me lembrou o livro “Minutos de Estupidez”, do Henrique Szklo, da editora Ópera Bufa. Se o encontrar por aí, leia.

    Diga-se de passagem, o Szklo mantinha um blog bem bacana. Ou melhor dizendo, a mãe do Szklo: http://blogdasarah.zip.net/.

  • http://pixinxa.blogspot.com/ carlos

    Como dizia o Flávio Gikovate:
    “A formula da felicidade é: Saúde, Ignorância e chupar jabuticaba do pé!”
    E eu concordo!
    ;)

  • Felipe

    Vc me assusta Inagaki!!

    hehe…

    Mto bom…

    Massss…tudo q li..e mto bem escrito…eh q o cara faz uma “satira” neh??

    N entendi…direito

    Felipe, como nas melhores sátiras que já li, “O Poder da Ignorância” é uma tão bem redigida que pode ser levada a sério por leitores com menos senso de crítica.

  • http://anny-linhaozzy.blogspot.com/ Anny

    Acabei de ver Rosana no Atualíssima. Pena que vi só o último bloco. Adorei o que vi.
    Presença marcante, comentarios inteligentes e irônicos muito bons.
    Agora sobre o livro “O Poder da Ignorância” deve ter feito você rir muito, como me faz rir(só posso) do Supermercado G Barbosa trocar todas as pratateleiras de livros decentes por uma única de ‘livros de autoajuda’. Não acreditei quando vi. Merece uma foto. Não tenho máquina. Alguém podia dar mostrar esta bizarrice pelo amor de Deus!

    Disse bem, Anny. Ver a Rosana Hermann na TV é um poço de sanidade no deserto de mediocridade da televisão aberta brasileira. Sobre a prateleira de livros… Bem, num supermercado, onde literatura importa menos do que potenciais de venda, isso não me surpreendeu nem um pouco, infelizmente.

  • http://mothern.blogspot.com Ju Sampaio

    Hahahahaha, também fiquei com vontade de ler! (Como o editor é o mesmo do meu livro, vou escrever pra ele perguntando se rola de liberar um exemplar pra você sortear por aqui.)

    Valeu, Ju! Já consegui um exemplar do livro e em breve divulgarei uma promoção para o sorteio dele. ;)

  • Te

    Faz sentido. Tem um episódio dos Simpsons em que o Homer descobre, através de uma tomografia, que tem um crayon cravado no cérebro, que ele enfiou no nariz quando criança. Depois que retiram o crayon ele fica inteligente, mas isso não foi uma coisa boa pra ele: a inteligência faz com que ele seja rejeitado pela sociedade. Fica tão mal que procura os médicos que o operaram e pede que enfiem de novo um crayon no cérebro, ficando burro novamente e voltando a ser aceito por todos.
    Essa abordagem da bênção da ignorância seria algo como atravessar um abismo com os olhos vendados. Pode funcionar pra uns mesmo.
    Fugas da realidade para conseguir viver me lembra aquele filme “Don Juan de Marco”.

    Te, outra excelente lembrança essa do episódio dos Simpsons. Aliás, o fato de um desenho de tão alta qualidade quanto os Simpsons manter-se tanto tempo no ar mostra que, apesar dos pesares, ainda existem oásis de esperanças nestes tempos contemporâneos.

  • uiu

    Adorei o site. Deveriamos mesmo colocar o link do seu site nas apresentações de .ppt e faze-lo como corrente! hehe
    Excelente mesmo, cheguei aqui e presenciei um dos melhores que já li!
    Parabéns!

    William, valeu pelo exagerado elogio. Um dia eu chego lá. Não sei aonde, mas chego! :) Aquelabraço!

  • http://iara-alencar.blogspot.com Iara Alencar

    Detesto estes livros de auto-ajuda, esses discursinhos “confie em voce que vc pode tudo”;

  • http://beatle.zip.net Dani

    Eu também sempre me pego pensando que minha vida seria mais simples se eu ignorasse certas coisas. Penso, logo, enlouqueço. :D

    Eu não tenho dúvida de que a ignorância é mesmo uma bênção, como dizem por aí. Não no sentido de sermos alienados nem insensíveis, mas como auto-preservação.
    A Ailin Aleixo (http://mulherhonesta.sites.uol.com.br/) tem um texto legal sobre isso, chamado “Só os idiotas são felizes”. Ela utilizou o termo “idiota” mas acho que o conceito é o mesmo.

  • jonas

    Inagaki san..hehe

    Sempre passo por aqui,mas nao comento nada faz um bom tempo.

    Me identifiquei muito com o que foi escrito sobre ignorancia mas queria colocar um outro pto tb.

    Faz um bom tempo que sou chamado de pessimista qdo pedem a minha opiniao.Nao me considero pessimista mas sim realista.Segue um exemplo.

    Um colega meu teve a brilhante ideia de importar mandioca para Inglaterra!!Ele me liga contando a brilhante ideia e perguntando se eu nao gostaria de partipar.Logo disse a ele que depende,pois nao seria tao simples assim.Teriamos que levantar um estudo se isso realmente vingaria na terra do chah e em caso positivo teriamos que pensar em como importar e comecei a citar varias coisas que deveriamos pensar sobre…fui chamado de pessimista!!

    P.S. 1) E ateh meio engracada a historia,pois nem todo dia surge uma idea de se importar mandioca para Inglaterra.

    P.S 2 )Desculpa a falta de acentuacao,pois moro no exterior.

    Mandiocas para a Inglaterra? Jonas, creio que eu também seria tachado de “pessimista” se fosse chamado pelo seu amigo para fazer as minhas ponderações sobre a idéia. B) Quanto à falta de acentuação, não se apoquente com isso. Às vezes sou obrigado a dar razão ao Monteiro Lobato, que defendia a sumária abolição dos acentos e sinais gráficos da língua portuguesa, e inclusive publicou livros adotando essa gramática “alternativa”.

  • http://incendioacidental.blogspot.com Pablo Pamplona

    Eu bem que gostaria de exercer melhor minha ignorância… pensar menos quando ao lado de uma garota que gosto, esquecer os problemas modernos, foder com a tal da crise existencialista.
    Sim, a ignorância é uma benção. Mas eu falar isso já atesta um conhecimento importante e logo se torna contradição. Será que ler um livro pode me fazer menos inteligente? Não seria o efeito inverso? Droga, pare com essas perguntas idiotas, Pablo!!!

  • http://www.euforiamelancolica.blogspot.com Marcos Costa Melo

    Vou falar apenas por mim: por anos me dediquei a uma exaustiva carreira acadêmica, dentro e fora das salas de aula, lendo ávidamente textos muito densos e discutindo - vá lá - as “grandes questões da humanidade”.
    A coisa chegou num ponto que eu não conseguia assitir um programa qualquer de TV sem xingar o tempo todo…hehe
    Tive que mudar. Não me tornei um ignorante (não dava mais…hehe), mas a constatação que praticamente todos ao meu redor, que levavam suas vidas sem grandes aprofundamentos, pareciam muito mais “felizes”, fez com que eu me tornasse mais relaxado.
    abs
    ps. Cris escreveu acima que “a ignorância é uma bênção”, já dizia um sábio amigo dela. Bom, tenho uma biografia aqui em casa que diz que quem falou isso foi o John Lennon.

  • http://diariodelaxitocina.blogspot.com Cíntia

    Pois é Alexandre,

    Quando pensei que uó fosse ter que escutar reggaeton de celular do pessoal do no metrô, você apresenta essa dança do créu que, daqui a pouco vao estar usando em torturas de guerra.(belo exemplo da teoria do livro, provavelmente eu era mais feliz quando ignorava a existência desse, ahn, estilo musical).

    A minha mae costumava dizer para nós quando éramos pequenos que o problema nao era ser ignorante (isso todos somos em maior ou menor grau), o problema era querer continuar na ignorância, ou nao reconhecê-la. Concordo com ela. Ou seja, aí também está a mistura ignorância+orgulho que me parece bem perigosa.

    Apesar de tudo isso, + do reggaeton e da dança do créu, acho que esse é o tipo de ignorância que menos me preocupa. Me preocupa bem mais a ignorância que leva as pessoas a se divertirem com a desgraça alheia, a assistir programas como existia o do Ratinho (nao sei se ainda existe). Porque me dá a impressao de que é um dos caminhos para a deshumanizaçao, e porque é sinal que tem alguma coisa muito séria faltando em termos de valores.

    Se todo mundo decidisse agora gostar só de reggaeton e da dança do créu seria muuito triste para mim, mas ainda é muito mais ver como nossa ignorância nos torna cada vez mais manipuláveis em termos de política, por exemplo.

    E, mudando de assunto mas nem tanto, muito bons os textos que você indicou com as discussoes sobre o conflito Israel-Palestina e com a situaçao da Colômbia, obrigada por me ajudar a sair um pouquinho do mar de ignorância onde eu andava nesses dois assuntos (no caso Israel-Palestina era por puro desconcerto de nao saber nem o que pensar).

    Bom chega de falar. Valeu pela dose de inquietude do dia.

    Abraço

    Cíntia, nada como sabedoria de mãe. :D Sobre o processo paulatino de desumanização, o sadismo de certos reality shows e os programas jornalísticos que exploram com requintes quase necrófilos notícias sobre assassinatos ou vexames públicos dados por celebridades mostram que vivemos, sim, uma era de crise de valores. Me preocupa muito ver pessoas que parecem ter orgulho em afirmar que não se interessam por notícias internacionais ou sobre a política brasileira. É um paradoxo: graças à internet, nunca tivemos tantas condições de nos informar sobre tudo quanto é tipo de assunto. E no entanto, o que mais se vê são internautas recorrendo ao Google procurando por pornografia ou fotos de acidentes aéreos.

  • http://www.contosbregas.zip.net Thiago de Góes

    As pessoas, por exemplo, costumam supervalorizar a memória e subestimar o esquecimento, quando na verdade são dois lados da mesma moeda.

    Ignorância e sabedoria são conceitos relativos e complementares, que podem inclusive serem confundidos.

  • http://www.avoltadamulhermorena.blogspot.com Ana Libório

    Passo sempre por aqui pra me deliciar com seus escritos…às vezes comento, às vezes não, mas sempre leio…e adoro!
    Beijo!

    Valeu, Ana. Beijabraço pra ti!

  • Cris

    A ignorância é uma benção, já dizia um sábio amigo meu.

  • http://senhoritarosa.wordpress.com senhorita rosa

    Ina,

    Eu sempre quis ler um livro que se chama ‘Como me tornei estúpido’, do Martin Page, acho que deve ser inspirador. Veio na bienal, o cara, se não me engano na edição retrasada. Se o ler, me conte.

    Pena que a gente não aprende a ignorância. Isso é que é duro em se saber das coisas… talvez até role um auto-engano por um tempinho, mas quando cai a ficha é pior.

    E eu realmente acredito que os ignorantes são mais felizes. Mas não temos como alcança-los, infelizmente.

    Aproveitemos pois os quesitos/áreas nos quais somos totalmente ignorantes para exercitar a felicidade. :*)
    Sempre há alguma coisa em que somos especialmente ruins.

    Bom restinho de quarta.

    Srta. Rosa, o seu é o terceiro comentário deste post que cita “Como Ser Estúpido”. É livro que, de fato, está há tempos na lista de leituras a serem feitas num futuro a médio prazo. B) De resto, concordo contigo: há muitos quesitos nos quais sou especialmente ruim. Administração de tempo pessoal, por exemplo. Pena (ou não) que não sou ignorante a ponto de desconhecer o quanto isso me fode. XX(

  • Alexandre Felix

    Pois é Alexandre…
    Isso tudo me faz lembrar do saudoso Raul Seixas:
    “Pena não ser burro … Não sofria tanto …”
    [ ]s

  • http://malandricus.blogspot.com Anarcoplayba

    Eu decidi me recolher à minha insignificância há algum tempo… mas como meu último post teve a ver com isso, vim fazer spam.

    http://malandricus.blogspot.com/2008/02/que-eu-sou-descendente-de-italianos.html

    As a rule of thumb, ser inteligente é melhor que ser burro.

    Obviamente existem as exceções: quem não pensa não se angustia, e angústia é uma coisa, objetivamente, ruim.

    Porém, em geral e na big picture, ser inteligente apresenta inúmeros benefícios, desde fazer uma boa faculdade e, assim, ter um potencial de realização financeira consideravelmente maior, até não trancar a chave dentro do carro toda terça-feira.

    A vida de um idiota é mais dura, mas ainda tem seus benefícios. Deixar a gravata cair na sopa é azar, bater o carro é uma fatalidade, enfiar um canudo de refrigerante no nariz enquanto está numa lanchonete é distração, etc.

    Muito já se disse a respeito da inteligência, da busca pelo saber, do esforço consciente em direção a uma vida mais iluminada.

    Igualmente bem defendida, a ignorância tem uma legião de apóstolos. Arautos da simplicidade, entusiastas felicidade despreocupada, elogiadores da loucura.

    Pouco se disse, porém, da única condição mental que é, de fato, uma grande dor.

    A semi-imbecilidade.

    (continua)

  • Mariângela de POA

    Não sei se ignorância combina com felicidade mas as vezes combina muito bem com tranquilidade. Quando enfrentei longos períodos de doenças graves envolvendo alguns queridos pois infelizmente não foi só o marido podia observar,nos corredores de hospitais,nas salas de quimioterapia e radioterapia que as pessoas que ignoravam seu real estado,algumas por decisão,outras por serem muito humildes,pobres mesmo,sem acesso a informação,possuiam uma tranquilidade e esperança que eu já não tinha mais pois mergulhava a fundo no assunto não só para conhecer mas para explorar todas as possibilidades. Tive vantagens e desvantagens não sendo ignorante mas sofri muito mais também. Ainda não descobri um ponto de equilíbrio mas ainda opto pela não ignorância, até!

    Mariângela, também prefiro a não-ignorância. Sobre a tranqüilidade, creio que se estivesse em uma situação tão limítrofe como uma doença terminal, gostaria de ter ciência do meu estado. Estranho como às vezes parecemos só valorizar devidamente a vida quando tem os dias contados, não?

  • http://ideiasnajanela.blogspot.com Kandy

    Quando vejo aquelas pessoas felizes mas miseráveis ouvindo pagode, dançando e comendo churrasco de segunda quase em cima do asfalto porque a favela não cabe mais onde está, me pergunto como elas conseguem rir, se divertir, namorar, ficar em paz. Até me lembrar de que elas não têm a mesma consciência que eu, não têm paradigmas, mas limitações que, provavelmente, não sabem (a ignorância novamente) que podem superar. Sob esse aspecto, são felizes por serem ignorantes. Entretanto, ao olharem para fora e terem contato com outros mundos, embora ainda continuem ignorantes, podem sentir-se frustradas ou injustiçadas e, momentaneamente, tristes. A ignorância é mesmo uma benção para quem quer viver despreocupado. Feliz ou infelizmente, eu não consigo viver calminha e tranqüila como se os problemas do mundo não fossem meus. Os ignorantes podem deixar de ser felizes e ignorantes, mas nós, conscientes que somos de nossa ignorância (porque quanto mais sabemos que não sabemos nada, mais ignorantes nos tornamos e mais queremos saber), não conseguimos a mesma coisa. Eu não me arrependo da escolha…
    Saudades de comentar aqui! Bjos

    Kandy, muito bom revê-la por aqui, com seus comentários irretocáveis como sempre. Um beijabraço!

  • http://ariett.blogspot.com Ariett

    O outro comentário é sobre o poder da ignorância. Ontem, assistindo “Queridos Amigos”, vendo a (eterna) Buba chorando porque o marido foi embora, fiquei pensando que talvez ela pudesse ser feliz para sempre se ficasse na ignorância sobre os casos e puladas de cerca do marido. É ou não é?

    Hmm. Taí um bom exemplo que poderia ser perfeitamente aplicado ao livro do Voguen. Embora a felicidade “para sempre” da Buba fosse sustentada por uma premissa ilusória, não? (mas sei que você pode argumentar: se ela nunca souber da ilusão…)

  • http://ariett.blogspot.com Ariett

    Dois coisas eu quero comentar sobre o assunto. Primeiro, dizer que pensei sobre a auto-ajuda na semana passada, quando vi uma palestra sobre um cara que subiu o Aconcágua e proclamava a importância do planejamento e da força de vontade. Mas o mesmo cara citou o Mozart Catão, que morreu no Aconcágua. Será que ele nunca parou pra pensar que o Mozart Catão também planejou e também tinha muita vontade de escalar e chegar no cume? Só que isso não significou sucesso para ele, certo? Ou seja, o tal planejamento e a tal força de vontade são importantes, mas não são elas que definem sucesso ou fracasso. O resultado é randômico e independe de qualquer outro fator (pelo menos, é o que eu acho).

    Ariett, creio que sucesso é um conceito que depende de muitos fatores, e sorte é um deles, quiçá um dos mais imprescindíveis. É como dizia o Nelson Rodrigues, você precisa de sorte até mesmo pra chupar um Chicabon. Afinal de contas, vai que você está passeando no meio da rua com o picolé na mão e escorrega numa casca de banana ou tropeça num vão de calçada? :P Sucesso é uma conjugação de muitos fatores.

  • http://www.espelhando.com.br Thiago

    Excelente post, excelente mesmo! Eu sempre pensei no assunto.. mas preciso pensar, e enlouquecer.

    O livro e o post poderiam ser resumidos em uma frase.. um ditado populaR: ‘o que os olhos não vêem o coração não sente’.

    abraço!

    Thiago, uma síntese realmente precisa. Ditados podem até ser clichês, mas estes não se tornariam clichês se não fossem baseados em fatos que a gente constata no dia-a-dia…

  • http://engavetado.blogspot.com Paula Clarice

    Adorei! Se conseguir fazer o sorteio, eu vou querer participar!! hahaha!!

    Paula, te prepare então: vai rolar um concurso cultural em breve com direito a um exemplar do “Poder da Ignorância”. Semana que vem divulgo as regras. ;)

  • Geovana

    Oi, sou eu do finado “Dona Casmurra”.
    Pois que eu gostei muito desta “dica de livro” e também que você aprecia a Rosana, hehe.
    Ah, eu estou fazendo Letras na Unicamp, também me decepcionei com a grade de Teoria Literária etc., acho mesmo que é a coisa mais comum dos ingressantes de Letras. Mas, enfim, eu aprendi a gostar da idéia de ser professora :)
    Abraço!

    Geovana, boa sorte pra ti! Eu nunca tive vocação pra ser professor, até porque não herdei minhas raízes nipônicas e Paciência jamais foi o forte da casa. Mas olhe, bacana que você está cursando Letras na Unicamp; em comparação com a FFLCH, é uma facul bem mais aberta a atividades de escrita criativa. Aquelabraço!

  • http://blogdohiroshi.com Daniel Morine Martins da Silva

    Gostei da idéia, a teoria é mesmo muito interessante e faz sentido. Muitas das coisas que fazemos, ou tentamos fazer, se nos fosse dito que era impossível, será que conseguiríamos? Tentaríamos com o mesmo afinco?

  • http://www.insanidade.virtual.zip.net vivis

    Só os idiotas são felizes

  • http://www.postmania.org Evandro

    Brilhante a idéia desse livro! Sabe que ao descrever a vida do tal ator eu estava já esperando algum nome de peso e… nada! Fantástico. Só que dá para ser ignorante mesmo sendo um leitor voraz, é só não entender nada do que foi escrito :)

    Evandro, o autor de “O Poder da Ignorância” relata que fez árduas pesquisas para ser um Mestre na área. Por vários anos, dedicou-se a compilar todos os livros, artigos de revistas e jornais e ensaios sobre o assunto. Depois, formou uma gigantesca pilha de materiais impressos e… não os leu. Relata: “A cada tópico cujo conteúdo eu deixava de absorver, minha ignorância aumentava. E apenas tendo uma ligeira noção da quantidade de informação que circula pelo mundo afora (sem ler absolutamente nada) é que podemos começar a perceber quão ignorantes nós realmente somos”.

  • http://fumacaninja.blogspot.com Gabriel Mendes

    Inagaki, por culpa sua vou ter que gastar mais dinheiro com livros este mês do que gostaria. O problema deste livro, como já foi dito aqui, é algumas pessoas se sucumbirem a ignorância depois de perceberem o quanto a alienação nos dá tranqüilidade. O pior que já tive essa experiência, quando decidi nas minhas últimas férias ficar sem ler jornais ou não me preocupar com problemas de pessoas próximas. Estava em paz, mas me questionava se toda essa paz valia a pena.
    Prefiro as frases do mestre Millôr: “O dinheiro não traz felicidade. A burrice traz.”

    Gabriel, invariavelmente o Millôr diz as coisas que eu gostaria de falar, só que com o poder de síntese que ainda preciso dominar. :D

  • Fio da Navalha

    Não sei o conteúdo dos livros aqui comentados. Não sei se a idéia central do livro é passar a idéia de que a ignorância vale à pena ou estimular o leitor a lidar melhor com a atuação do homem na Terra sem entrar em desespero. Apenas sei que quanto mais sabemos de nós, mais felizes somos. Este é o ponto principal. O outro é que tornar-se ignorante é fuga dos problemas reais do mundo, o que nos levaria a uma patologia psicológica. Vamos enfrentrar a realidade e cumprir o nosso compromisso no mundo, da melhor forma que pudermos, de acordo com as nossas consciências …

  • Andrea

    Oi.
    Como sempre, voce arrasou. Vou te falar.. esse aqui e’ “O” blog!
    Ainda nao li o livro e nem assisti ao video, mas sua introducao foi o suficiente para eu saber que concordo plenamente com a materia.
    Cada dia mais eu me identifico com o nome desse blog, ao invez de achar que a errada sou eu, a conclusao que me resta e’ acreditar que pensar enlouquece. To ate’ querendo colocar essa frase no meu msn!!
    Logo no inicio esse post me fez lembrar de um livro que gostei muuuuito: “I moved you your cheese”. Nao estou no Brasil ha’ algum tempo entao nao sei se foi lancado ai’ em portugues. Deve ter sido, ja’ que o ‘original’, “Who moved my cheese?”, que causou essa versao esculachada, foi um baita sucesso no mundo inteiro.
    Enfim, I moved your cheese virou meu livro preferido, e acho isso o cumulo da minha exasperacao. E estou vendo que se eu ler esse “Poder da Ignorancia” vou virar adepta. Medo.

    Obrigado, Andrea! Ah, o livro que você citou foi publicado por aqui com o título de “Eu Mexi no Seu Queijo”, pela editora Bertrand Brasil. Em tempo: pensar enlouquece sim. Mas quem disse que a loucura é necessariamente ruim? Como disse Akira Kurosawa, “neste mundo louco, loucos são os sãos”. ;)

  • Rogerio Lustosa

    Concordo: nestes tempos do neoliberalismo pensar dói, ser feliz é ser um imbecil, em q. se pese que toda regra tem seu cara diferente. A propósito, sugiro que leiam: Como me tornei estúpido. Nao! Nao é livro de auto ajuda, e nem ajuda ninguém a ser feliz de forma estúpida, como nos dias de hoje. CUidado! Quem lê tal livro se incomoda, quer mudar mundo, assumir a sua condiçao trágica que nos cobra ser menos individualista…

  • http://www.verbeatblogs.org/biajoni Biajoni

    ina, desculpe te corrigir, mas o correto é O PODER DA IGNORÃÇA.
    :^)

    Ops. Foi mal aê, Bia. Desculpaí por quaisquer herros! ;)

  • http://attu.typepad.com/universo_anarquico tina oiticica harris

    Estas pessoas nesta onda estão na linha reacionária do Forrest Gump, onde quem não pensa, porque não pode, no caso do Forrest, é mais feliz.
    Prefiro minha angst. Obrigada pelo post, sempre elegante, Alexandre Inagaki.

  • http://blogdopedrox.wordpress.com/ Pedrox

    Sensacional. Já quero o livro. Se rolar sorteio me inclua nele. :)

  • http://eumaciladabino.blogspot.com/ pedro

    “Quando a ignorância é felicidade, é loucura ser sábio.” Thomas Gray

  • josi

    opa
    Grande inagaki,o fato de se achar ignorante a respeito de coisas que pretendemos fazer e não conseguimos, pode também fazer desenvolver outras habilidades as quais não percebemos que somos capazes.Essas supostas habilidades, quando acontecem, transformam nossas vidas de uma forma muito mais intensa do que quando queremos fazer coisas que achamos que é possivel para todos menos para si mesmo.
    abraço.

  • http://interesse.wordpress.com Gabriel Ferreira

    Não é o próprio livro da Sabedoria, na Bíblia, que nos adverte: “Porque no acúmulo de sabedoria, acumula-se tristeza, e quem aumenta a ciência, aumenta a dor”(Eclesiastes, 1,18)?

    Há também o ótimo livro de Martin Page - um dos bons novos escritores franceses -, “Como me tornei estúpido”, do qual fiz uma modesta resenha, e que também glosa esse mote.

    Grande abraço, Ina.

    Gabriel, mais do que oportuna lembrança do romance de Martin Page! Eis outra leitura recomendadíssima para os tempos atuais.

  • http://www.incompreendidoeinconstante Denni§

    Eita será que é por isso que a Sol (BBB ) tá axu q ninguém lembra dela, eu só lembro por causa da maldita versão dela pra música do michael jackson que grudou na minha cabeça como super cola. Ih! O que eu dizia mesmo? Ah, agora eu sei pq ela ria tanto e tudo estava ótimo pra ela.
    Ah, incrível o seu blog Alexandre, eu nunca tinha entrado nele mais agora confesso que serei um leitor assíduo, ah serei mesmo.

  • http://maroma.wordpress.com/ Marília

    Nos tempos de hoje, piriga algum “ingnorante” pegar o livro e levar os conselhos so pé da letra!
    Valeu pela dica!

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
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