Nada a Declarar

Tenho admiração profunda por pessoas transgressoras e verdadeiras. Gustavo Acioli é assim, além de ser um corajoso artista. Deixai que os oprimidos tenham suas expressões por eles mesmos, andamos cansados de pseudos tudo, inclusive de “lideres”.
Abraços e parabéns pelo seu blog,
Ricardo Aguieiras
[email protected]
http://dividindoatubaina.wordpress.com/

R: Obrigado pelo comentário e pela visita, Ricardo. Um abraço!

Olha, não sei se entendi bem sua postura diante do filme, mas não gosto do clichê “todo mundo reclama e não faz porra nenhuma” nem da cara de indignada da mocinha que acha quase absurdo o fato de o pensamento do rapaz não levar ninguém a lugar nenhum. Afinal, a que lugar querem chegar? E quem deve conduzir?
O que resta, nesses tempos, a não ser cceticismo e cinismo? Pergunto isso porque luto diariamente para me tornar a mais crua das pessoas. E se luto por isso, é porque ainda sou muito eufórica com as dores do mundo. Mas e daí? E vão me falar em mudar? Mudar o quê? Como? E por quê? Quem quer mudança social? Ninguém. A mudança que buscam é baseada no “umbiguismo” a que se refere Pedro Jansen. Quando o narrador diz que mesmo o marxismo virou ópio, dá pra discordar? mas não me entenda mal! Minha reclamação aqui é só porque gostei do post.

R: Nádia, o filme não procura responder a nenhuma questão; simplesmente a joga na nossa cara, expondo-a de um modo provocativo e instigante. E aposta na capacidade de que você, e cada um de seus espectadores, esboce alguma reação que não seja a de procurar por respostas mastigadas. E, em vez de ficar reclamando, eu procuro fazer minha parte, Nádia. Seja divulgando em meu blog trabalhos como o desse curta de Gustavo Acioli, seja incentivando leitores e outros blogueiros a ajudarem os desabrigados em Santa Catarina, seja fazendo outras atividades em minha vida pessoal. E devo lhe dizer que, se em seu círculo de amigos e conhecidos simplesmente ninguém anseia por mudança social, há alguma coisa errada com eles. Ou com você. IMHO, torna-se cético e/ou cínico quem se deixa levar. Um abraço!

Poucos são os que conseguem ser “tumores malignos” nesse nosso meio antibiótico”.
Vejo seu blog pela primeira vez e vou virar freguês (peço perdão pela rima, a vocês).

R: Valeu, Matheus. Servimos bem pra servir sempre!

Download videos do youtube e musicas do mp3tube e de outros sites

http://www.forinside.com

100% gratis

Este curta é realmente sensacional, assistir já a alguns anos atrás, vou deixar o link do site do diretor http://www.acioli.com, lá tem um outro ótimo curta com título Mora na Filosofia este constrói uma desconcertante parábola sobre o Brasil.

R: Obrigado pelo feedback, Magno. Já havia divulgado o link do Acioli logo na primeira linha do meu post.

Minha avó está aqui do meu lado, acho melhor adiar o curta para daqui a alguns minutos! hehehe

Mas fiquei interessadíssima, até porque o cinema, mesmo como a linguagem riquíssima que é, cai na mesmice há tempos, e é sempre bom ver algum personagem que fala um pouco mais do que muitos querem ouvir.

Ah, ainda em tempo, gostaria de agradecer pela inclusão do meu blog na listinha dos blogs da semana. Fiquei super feliz, obrigada!

Beijos!

R: Nathália, não carece de agradecimento. Blog bom merece ser divulgado. :D Um beijo, e não deixe de assistir ao curta!

acho que ficar sem fazer realmente porra nenhuma mudaria muita coisa, mas veja bem, fazer nada é diferente de fazer o mesmo.Fazer nada significa recusa, negação, abandono.Não abandonar a vida, abandonar aquilo que a impede de ser boa.Dizer não para o mercado, para a politica, para o trabalho, para a gentileza cinica que não responde aquilo que deveria.Se bastante gente começasse a fazer porra nenhuma de verdade, aqueles que dependem dessa merda de sempre começariam a ficar preocupados.

R: Rico, taí. Não concordo com tudo que você escreveu, mas não posso deixar de dizer que você levantou uns bons argumentos pra gente ficar pensando.

Meu computador não está rodando nada do youtube há uns dias já e não sei o porquê (deve ser algum vírus), e fico frustrada por não poder assistir. Este trecho que você colocou está retumbando. Muitas verdades mesmo.

Sobre ajudar e a polêmica toda que vi esta semana (que achei descabida diante da situação): foi a primeira vez que ajudei pessoas distantes de mim (já alfabetizei adultos voluntariamente na minha ex faculdade de Letras, resgato animais de rua, são causas às quais já estou mais habituada) e acho que o que me moveu a fazer isso foi saber que já enfrentei situação semelhante.
Ontem fiz mais de uma viagem de carro para levar roupas e mantimentos, com a minha mãe, a um posto de arrecadação bem próximo à nossa casa.
Sabe, quem recebe roupas e comida estando na situação deles, certamente ficará eternamente agradecido. Eu não entendo (juro, não entra mesmo na minha cabeça) que alguém ensine aos seus alunos numa faculdade de comunicação, como disse nossa amiga Luciana, que a imprensa está agindo errado e que não é bom ajudar. Um professor destes deveria sumir do mundo, isso sim.
E quem engole estas palavras e as assimila e passa adiante, não pode fazer valer o título do que está cursando.
Não importa quem errou, não interessa que o governo é é rico e pode estar escondendo coisas. Não é ao governo que estamos mandando roupas, mas à população, que passou por algo muito trágico. Minha mãe falou tudo ontem no carro, quando eu disse que estava acontecendo esta “polêmica” - “Nossa, Patrícia, jura que tem gente achando isso? Mas quando passamos por enchentes aqui anos atrás (passamos por duas onde perdemos tudo, absolutamente tudo, porque a água subiu muito rápido e não tivemos tempo de pensar muito, nem fotos conseguimos salvar) ninguém do governo apareceu aqui pra nos ajudar. Nem um colchão, nada. Imagina o quanto ficaríamos felizes com pessoas aparecendo aqui e nos trazendo roupas e comida, pra enfrentar ao menos os primeiros dias?”.
E não foi preciso mais uma palavra sequer.
Enfim, precisava desabafar. Vou colocar isso no meu blog, que é onde eu deveria me ater, talvez, mas não consigo. =P

R: Patrícia, de minha parte eu juro que não entendo porque há pessoas que se incomodam ao ver iniciativas públicas que visam ajudar pessoas que passam por necessidades. Ou que desmerecem os sofrimentos de quem está em Santa Catarina dizendo que há estados mais pobres que necessitam de mais ajuda. Então devo deixar de fazer minhas doações a creches em São Paulo e passar a enviar alimentos e roupas ao pessoal em Bangladesh ou Etiópia? Eu não me pauto no que a imprensa diz e tampouco ligo para o que está estampado na capa da Veja ou do Estadão, ouço mais o apelo de um amigo, um parente ou um leitor deste blog. Mas enfim, creio que certas pessoas, se não querem ajudar, deveriam manter-se em silêncio em vez de entoar as mesmas reclamações inócuas de sempre.

Às vezes eu penso que a mediocridade é um mal necessário ou nem mal é, virou mal por causa do tom pejorativo que se deu à palavra “médio”. Mas seria necessária para estabelecer um tom, uma base para ser alterada, enfrentada, apreendida etc. Mas talvez isso seja papo de preguiçoso, porque no fundo a vontade é de não gostar mesmo de certas coisas, e este artífico de achar necessário talvez seja um modo de aceitação.
Enfim, muito a declarar (não poderia faltar a piada infame), porque também as coisas não são assim tão simples.
Enfim, quando puder vou prestigiar este recorte trazido por ti (e que ótimo haver o roteiro disponível).
Abraço, Ina.

R: Não diria que a conotação negativa reside no adjetivo “médio”, e sim na palavra “mediano”, definida pelo Houaiss da seguinte maneira: “nem muito bom nem muito mau; medíocre”. Mas, João, esse tópico que você levantou me fez pensar em qual seria o “problema” (ressaltando-se as aspas) de alguém que não almeja mais do que ser um cidadão dentro da média da sociedade…

Muito bom o seu texto e muito boa a indicação.. procurando saber mais sobre o curta… abraços

Gustavo Acioli é 1000 valeu

Um pouco assustador.

Muito bom esse trecho do filme que você colocou aí. Reflete bem a realidade do nosso amado país.

O filme parece ser um pouco antigo neah, 2003. Talvez nessa época as pessoas sentissem vergonha de ser brasileiras somente aos 30 anos. Hoje eu tenho 19 e já estou criando esse tipo de sentimento em relação ao Brasil. Mas ainda tenho esperança de que com toda essa troca de informação de qualidade que acontece na internet as pessoas comecem a tentar melhorar o nosso país.

Vou procurar esse filme, ou pelo menos ler o roteiro dele. ^^

R: Leo-Kun, é sério que você considera que uma produção de 2003 é antiga? As coisas não mudam tão rapidamente assim, e fico imaginando o que você deve achar de filmes feitos nos anos 40 ou 50! De resto, você notou que o curta está na íntegra no YouTube, e que o P.S. 1 deste post informa o link para o texto na íntegra da produção? Um abraço.

“as falas que volta e meia são desmentidas logo em seguida”… muito bem construído e desconstruído o texto.

sobre pseudo-seguranças, inagaki, dê uma lidinha aqui nesse texto:

“Estabilidade. Isso existe? Quanto custa?”

http://blogtalk-cristiana.blogspot.com/2006/08/estabilidade-isso-existe-quanto-custa.html

R: “Por que corremos tanto atrás da estabilidade enquanto ela não está nem aí pra gente?”. Perfeito, Cris. É isso mesmo.

arrogante ou não, eu concordo bastante com esta fala. Crescemos com a cobrança eterna de que não podemos falhar. Aliás, este trecho sobre a mediocridade veio a calhar num momento em que estou jogando para o alto uma (pseudo?) segurança para me jogar no que eu acredito. E tomar essa decisão não é fácil. Agora vou assistir! Valeu pela dica.

R: Lalai, também ando imerso num impasse pessoal a respeito dessas pseudo-seguranças…