Meu sonho com o Apocalipse
Por Alexandre Inagaki ≈ sábado, 04 de maio de 2013
Sonhei que estava num barzinho no terraço de um prédio parecido com o Copan, no centro paulistano, com amigos entretido num típico papo de boteco. Houve uma hora, porém, em que notei uma movimentação incomum no céu. “Deve ser tempestade”, disse um amigo. Não era.
A impressão que dava é de que alguém estava fazendo street art no céu, com grafites no mesmo estilo daqueles feitos por Osgemeos. Só que os desenhos se mexiam, e começaram a tomar a forma de homens montados em cavalos. Quando notamos que aqueles vultos estavam se aproximando, alguém deu um berro de alerta:
- São os cavaleiros do Apocalipse!!!
Eles estavam rodeados pelo que pareciam ser grafites de aracnídeos, que começaram a se mover mais rapidamente, descendo até o solo e apagando tudo que estava à sua frente - pessoas, carros, construções -, como se o planeta Terra e tudo que há nele não passasse de um rascunho de desenho num papel.
Todos no terraço entraram em pânico desabalado, com exceção do Steve Carell, que estava conosco e pediu uma dose extra de conhaque, dizendo que a ocasião era ótima pra se embebedar de vez. Alguém comentou que havia um abrigo atômico um andar acima. Atarantados e sem saber direito o que fazer, subimos correndo até lá.
Quando chegamos, vimos um helicóptero que tinha acabado de aterrissar, trazendo o Presidente do Brasil e vários congressistas. Eles saíram correndo até o bunker, trancando a porta e nos deixando do lado de fora. Estranhamos a atitude do Presidente, que desacelerou seus passos e acabou ficando conosco. Mas não foi por solidariedade com a gente, explicou ele:
- Desviaram verbas da construção desse abrigo. Não há comida nem ar condicionado lá, eles terão uma morte horrível aí dentro.
Enquanto aguardávamos pelo momento de sermos sumariamente apagados pelos grafites do Apocalipse, tentei assobiar a introdução de “Patience”, dos Guns’n'Roses. Foi um fiasco, afinal de contas nem fiu fiu consigo assobiar. Meu último pensamento, antes de despertar do sonho, foi: “Deveria ter aprendido a assobiar direito antes de morrer.”
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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