Livros digitais e a solidão compartilhada de Quintana (publieditorial)
Por Alexandre Inagaki ≈ terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Há muitos e muitos anos, em uma galáxia distante, pessoas usavam um estranho aparelho intitulado telefone de disco. As novas gerações, habituadas com smartphones, certamente ficariam perplexas em descobrir que houve um tempo no qual aparelhos telefônicos tinham fios, serviam unicamente para fazer ligações e obrigavam seus usuários a enfiarem seus dedos em discos numerados a fim de efetuar chamadas.
Lembrando de como os aparelhos telefônicos evoluíram a ponto de se transformarem em engenhocas tecnológicas que só faltam fazer cafuné em nossas orelhas, fiquei matutando: qual será o futuro do livro, esse estranho gadget analógico que não precisa ter a bateria recarregada? Quando aceitei o convite para ser um dos embaixadores do Submarino Digital Club, plataforma de e-books recém-lançada no Brasil, um dos motivos foi exatamente este. Habituado há anos com a leitura dos bons e velhos livros impressos, será que um dia me entrosarei com e-books a ponto de um dia cogitar trocar toda a minha biblioteca tradicional por cópias digitalizadas, do mesmo modo que renunciei a quase toda a minha coleção de mais de quatrocentos CDs em nome da praticidade dos arquivos Mp3?
O Submarino Digital Club, além de vender e-books, é uma rede social na qual você cria um perfil, encontra e reencontra amigos, compartilha anotações sobre as leituras que está fazendo e participa de grupos de discussões sobre autores, obras e literatura em geral. Eu, por exemplo, aproveitei o fato de que o e-book de “Elite da Tropa 2″ está sendo disponibilizado gratuitamente para baixar o aplicativo, experimentar os recursos da plataforma e discutir o livro em um dos grupos de discussões do site.
Ainda é cedo para avaliar se e-books serão capazes de substituir os livros impressos. Mas, como bom curioso que sou, continuarei experimentando os recursos do Submarino Digital Club, na torcida de que o aplicativo para iPad seja lançado em breve. Enquanto isso, você pode me adicionar por lá e acompanhar o perfil no Twitter e a página no Facebook desta rede social “powered by Copia”.
P.S. 1: O título deste post foi inspirado por uma frase de Mário Quintana, bastante apropriada para uma plataforma que transforma a experiência pessoal de uma leitura em algo mais social: “O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.”
P.S. 2: Ainda sobre o assunto, você já pesquisou a biblioteca digital do Domínio Público, que disponibiliza gratuitamente obras na forma de textos, sons, imagens e vídeos, todos em domínio público ou com a sua divulgação devidamente autorizada?
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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