Fotos, vídeos e memes que provam que teve muita Copa sim

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 14 de julho de 2014

Foi a Copa da sabedoria, foi a Copa da insensatez, foi a Copa da crença, foi a Copa da incredulidade, foi a Copa da luz, a Copa das trevas.

Foi a Copa da zueira, dos estádios superfaturados, dos problemas de infraestrutura, das presepadas da FIFA, da repressão desmedida aos protestos. Mas também foi a Copa da diversidade saborosa de sotaques estrangeiros, do clima geral de confraternização, da alegria genuína capaz de se sobrepor às divergências.

Foi a Copa de todas as fantasias. Foi a Copa dos iogurtes gregos, do holandês fantasiado fazendo B.O., do solitário Super Mário, dos Mujicas uruguaios, dos Valderramas colombianos, dos Chapolins mexicanos.






Foi a Copa do ÔÔÔÔEEEEAAAA, da festa de abertura com brócolis dançantes, da Cláudia Leitte fazendo cosplay de galinha pintadinha, do exoesqueleto que quase ninguém conseguiu ver ao vivo, da enxurrada de memes que povoaram as redes sociais.

Foi a Copa do hino nacional cantado à capela em plenos pulmões. Foi a Copa do gol contra do Marcelo, da cavada de pênalti do Fred e da ajudinha camarada do juiz japonês. Foi a Copa do massacre holandês em cima da Espanha e da cabeçada antológica de Van Persie, da Costa Rica, belíssima e poderosíssima liderando o Grupo da Morte, da torcida japonesa limpando arquibancadas, das reações empolgadas do mexicano Miguel Herrera, da volta de Mick Jagger pé frio, dos alemães curtindo praia e cantando o hino do Bahia.

Foi a Copa das vaias à Dilma, da entrevista com o sósia do Felipão, da repressão desmedida a protestos pacíficos, do Datena de cueca na TV, da polêmica da foto dos cadeirantes em pé, dos chilenos invadindo o Maracanã, do assédio lamentável dos gringos, das narrações empolgadas do argentino Fantino.

Foi a Copa dos bandeirinhas protagonizando alguns dos melhores vídeos da competição.

Foi a Copa da festa globalizada das torcidas, dos jornalistas estrangeiros encantados com o Brasil, de repórteres brasileiros beijados na rua, do Tinder ajudando na confraternização das nações.


Foi a Copa em que o Fuleco desapareceu da festa de abertura, foi flagrado tendo muita Copa sim e só reapareceu no encerramento de mãos dadas com Ivete Sangalo.

Foi a Copa da mordida de Suárez, do abraço de David Luiz em James Rodríguez, do recorde de gols de Klose, das defesas incríveis de Ochoa, Tim Howard, Navas, Enyeama, Neuer. Foi a Copa do Podolski brasileiro, do Robinho fora da Copa e dentro do álbum de figurinhas, das piadas associando Fred a um cone. Foi a Copa de Robben, de Benzema, de Mascherano, de Alejandro Sabella, de Joachim Löw, de Kroos, de Müller, de Schweinsteiger, de Götze.

Foi a Copa da vértebra fraturada de Neymar, do ataque de nervos mais efetivo que o ataque da Seleção, das #hashtagspatrocinadas, do “Brasil, decime qué se siente”, do torcedor brasileiro mais triste de todos os tempos da última semana, do “apagão de seis minutos”, da carta da Dona Lúcia, de uma geração de crianças aprendendo que nem sempre haverá quem jogue por elas. Foi a Copa do 7×1. Foi a Copa do 7×1. Foi a Copa do 7×1, do 7×1, do 7×1, do 7×1, do 7×1.

Foi a melhor das Copas, foi a pior das Copas. Tivemos tudo diante de nós, tivemos nada diante de nós. E agora, iremos todos ao Paraíso ou diretamente no sentido oposto?

* * *

P.S. 1: O Brasil é um país que sabe fazer grandes festas, mas que ainda tateia quando o assunto é garantir que protestos pacíficos possam ser feitos sem que haja repressão policial violenta. É importante estar atento e forte: a Anistia Internacional fez um balanço parcial de algumas das arbitrariedades cometidas em nome da Copa e estimula todos a assinarem uma petição a favor do direito de protestar de maneira pacífica.

P.S. 2: Agradeço a Charles Dickens, autor de Um Conto de Duas Cidades, obra com um dos melhores começos de livros de todos os tempos.

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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