(fdp), a nova série da HBO
Por Alexandre Inagaki ≈ domingo, 26 de agosto de 2012
Poucos são os ofícios mais ingratos que o de árbitro de futebol, uma profissão na qual receber xingamentos e ofensas é algo tão cotidiano quanto beber um copo d’água. Atividade mais esculachada que essa, ao que me consta só as de atendente de telemarketing, entregador de folhetos e olhe lá. Mas dá pra ser mais vilipendiado ainda: você poderia ser a mãe de um juiz de futebol.
Taí uma ideia que me surpreende por ainda não ter sido realizada antes: no país do futebol, creio que (fdp) é a primeira produção dramatúrgica que tem um árbitro como protagonista. O nome deste novo seriado da HBO que estreia no domingo, dia 26, remete obviamente à sigla do xingamento catártico destinado aos rebentos de progenitoras habituadas a cobrar por suas práticas sexuais. Ou às incautas mulheres que deram a luz a filhos que optaram por seguir uma atividade que é bem exercida justamente quando ninguém presta atenção nela. Afinal, boa arbitragem de um jogo é aquela que passa desapercebida, sem pênaltis mal marcados, expulsões injustas ou partidas sem tretas e porradarias comendo soltas ao fim de 90 minutos.
(fdp), série que conta com a direção geral de Adriano Civita, tem Eucir de Souza no papel de Juarez Gomes da Silva, um árbitro que alimenta o grande sonho é apitar uma final de Copa do Mundo, mas cuja vida pessoal passa por tormentas e emoções como crise no casamento após uma traição, a disputa pela guarda do filho, um caso com uma bandeirinha gostosa, propostas de suborno e a expectativa por apitar jogos da Copa Libertadores. Para narrar essa saga, (fdp) conta com nomes de respeito em sua ficha técnica, como o escritor José Roberto Torero (autor de “O Chalaça”) como roteirista, Kátia Lund (co-diretora de “Cidade de Deus”) na equipe de diretores, um elenco com atores como Paulo Tiefenthaler (de “Larica Total”) e Saulo Vasconcelos e participações especiais de personalidades como Juca Kfouri, Ana Paula Oliveira, Rivelino e Neymar.
Com tanta gente boa envolvida, boto fé na qualidade desta nova produção da HBO Brasil, especialmente pela aposta em trazer um novo olhar sob o futebol, a mais importante das coisas desimportantes deste mundo. E, a fim de divulgar a série, sua página no Facebook lançou um aplicativo no qual as cinco pessoas que juntarem mais pontos xingando o juiz ganharão um jogo de futebol de mesa.
Saiba, porém, que há outra maneira de ganhar esse prêmio, concorrendo a 1 mini pebolim que foi destinado para este blog: preencha o formulário abaixo. O resultado sairá na segunda-feira que vem. :)
Em tempo: se você perdeu o episódio de estreia exibido no domingo, 26 (leia a crítica da Folha de S. Paulo), confira no site oficial de (fdp) todos os dias e horários das reprises da nova produção da HBO.
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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