Entre o moderno e o eterno

Por Alexandre Inagakiquinta-feira, 24 de agosto de 2006

Entre o moderno e o eterno

Em seu famoso ensaio sobre a Modernidade, Baudelaire a definiu como sendo o transitório, o efêmero, todos os elementos que sejam condicionados pela época, pela moda, pelas paixões. Mas, para além da volatilidade que lhe é inerente, há também na Modernidade o fascínio fugidio das metamorfoses, dessa tensão constante entre tradição e mudança. O papel do artista estaria, pois, em extrair a beleza misteriosa da fugacidade moderna, a fim de destilar-lhe o que há de eterno.

Ok, mas o que é que as mulheres têm a ver com isso?

Vivemos uma era caótica. O walkman de ontem é o iPod de hoje, que amanhã já estará obsoleto. Pertencemos a gerações precocemente nostálgicas, que têm saudades da Turma do Balão Mágico, TV Pirata e a zebrinha do Fantástico simplesmente porque mal tiveram tempo de assimilar uma época que parece ter terminado precocemente, soterrada em meio a mudanças cada vez mais repentinas. Mas quem está na casa dos trinta anos até que teve sorte. Fico pensando nessa molecada que mal saiu das fraldas e já é condicionada a ter aulas de inglês, informática, japonês, natação e o que mais couber em suas agendas, a fim de se preparar para enfrentar os desafios profissionais nestes fucking times de downsizings e empowerments.

E se essa criança for do sexo feminino, sai de baixo. Haja 24 horas para a mulher que deseja construir uma carreira profissional, ter e criar filhos, controlar o próprio peso, encontrar um cara legal ou, na ausência dele, aprender a trocar pneus, ao mesmo tempo que lava pratos, retoca a maquiagem, cursa uma faculdade e curte a vida por aí. Sexo frágil é o escambau!

É bóbvio que nem todas as mulheres enquadram-se no perfil rascunhadamente traçado no parágrafo acima, vide as neoamélias, popozudas, marias-gasolina, mocinhas com a Síndrome de Cinderela que ainda sonham com o seu príncipe encantado (aquele mesmo que vira sapo logo após gozar) e executivas workaholics que acham que homens são todos iguais e não hesitariam em trocá-los por vibradores que também abram vidros de palmito.

Mas tergiverso, tergiverso. E eu, que sou apenas um rapaz latino-americano, percebo que é impossível definir todas as inquietações, idiossincrasias, trejeitos, nuances e sentimentos presentes no olhar feminino. Porque, diante do sorriso de uma mulher, sou subitamente remetido aos tempos em que eu era um garoto bobão repleto de espinhas e dúvidas existenciais por todos os lados (não que eu tenha melhorado muito desde então; tornei-me apenas um bobão mais experiente). Percebo, então, que neste curso inexorável da vida em que tudo fenece e morre, a eternidade está contida no tempestuoso céu dos olhos de uma mulher que talvez nunca mais reveja, descrita por Baudelaire como “efêmera beldade cujo olhar me fez nascer segunda vez“. Mas como haverei de reencontrá-la, se a perdi em meio ao tumultuado turbilhão das multidões da modernidade?

E cá estamos. Entre o moderno e o eterno, vejo homens e mulheres perambulando por aí, confusos nesta era pós-utopias, de ideologias incertas e instituições fragilizadas. E eu, que facilmente me perco em ruas, corredores, pensamentos e tergiversações, encerro esta discussão divagando sobre Orkut, aparelhos de GPS e outras facilidades pós-modernas que nos permitem vagar menos perdidos por este mundo e reencontrar velhos amigos. Chegará o dia em que os avanços tecnológicos, tão incensados pelos poetas da modernidade, enfim desatarão o nó dos labirintos que separam casais extraviados pelo alarido frenético das ruas?

* * * * *

P.S. 1: Este é um texto que escrevi originalmente para publicação no Kit Básico da Mulher Moderna, blog da minha amiga Renata Maneschy. A bela ilustração é de Guga Schultze.

P.S. 2: O poema de Baudelaire que cito en passant é “A Uma Passante”. Três diferentes versões deste soneto para o português estão disponíveis neste texto de Maria Amelia Ferreira sobre traduções.

P.S. 3: Convite aos meus leitores goianienses: participar do lançamento de Partitura, primeiro livro solo de meu camarada AL-Chaer, poeta, engenheiro civil, professor universitário, colaborador do Spam Zine e pai da Laura (não necessariamente nesta ordem). Partitura será lançado nesta quinta-feira, dia 31, a partir das 20h, no Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro (Rua 3, esquina com 9, Centro).

P.S. 4: Acabei de saber da incrível história de plágio envolvendo o blog Querido Leitor, da Rosana Hermann, e um certo colunista chamado Miltinho Cunha, que escreve no jornal O Estado, de Florianópolis. Pois bem: este “jornalista” surrupia há mais de um ano excertos de posts publicados pela Rosana, plagiando-os na maior desfaçatez. Saiba mais sobre este estarrecedor caso de copy-and-paste nas matérias do Comunique-se e Blue Bus, e leia a crônica “Plágio: o que será que será?”, que Rosana Hermann escreveu sobre o assunto, no Blônicas.

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Comentários do Blog

  • http://www.espinhasecravos.com.br espinhas

    Amei este texto!!! esta de parabens por este lindo texto, Gostei tambem o modelo deste seu site

  • RUTH CAROLINE ALVES

    QUERO SABER MAIS SOBRE ESTA BOLINHA NUNCA USEI MAS QUERO USAR PARA VER O QUE ACONTECE DEVE SER OTIMA ADORO COISAS DIFERENTE OBR.BBEIJINHOSSSS

  • Debora

    Mesmo após tantos comentários inteligentes, cismei em deixar o meu…!
    Primeiro: adorei o nome do blog, as frases, o tom da sua linguagem. Moderno (!).
    Segundo: seu texto é sensacional. Moderno no sentido mais dolorido e essencial da palavra, terno… A busca pelos verdadeiros encontros na sociedade que cultua e vive o efêmero, mesmo que ele não nos sirva, mesmo que não seja o que desejamos… seguimos e seguimos pois sabemos que temos que seguir… Procurando os pares perdidos, acho que todos estamos. Uns têm consciência, outros (deixe-me ser dogmática) tapam o sol com a peneira. E vivem a mesma ânsia de querer alguém, sair desta vida ensandecida de obrigações, e simplesmente ser…
    Acho que os labirintos que separam os casais extraviados são a beleza da vida e da solidão, causam ansiedade e até uma certa dor, mas são o que inspiram textos belos como este.
    Parabéns.

  • http://genero-cinematografico.blogspot.com/ Cynthia

    …apesar de ser um blog “famoso” é a primeira vez que venho.adorei.vim por recomendação da querida Alê do Lágrimas Lavadas.
    penso nisso o tempo todo:que pensar (muito)enlouquece.
    abçs

  • http://bloggete.blogspot.com Ângela

    ai, Ina. eu as vezes odeio ser mulé. muderna. mothern. mãe. profissional que ganha bem, dois ex maridos, unhas feitas, cabelo bem cortado, com blog, com namorado, com ressacas, com reuniões, dermatologista caro. tem dia que cansa. ontem matei tudo e fui ver o sabor da melancia. e fui para casa do namorado.

  • http://josealbertofarias.blogspot.com José Alberto Farias

    Um texto primoroso. Para ler e guardar.

  • Cleoni Meneghetti

    Ola
    è a primeira vez que eu acesso seu blog, muito legal mesmo….. vou voltar sempre………….
    Valeu

  • http://fenosefenotipos.zip.net aluisio martins

    Acordei dentro de um bolha. Nada confortável esse sentimento de angústia e onde estou? Moderninade que nos deixa frágeis e distantes. Por vezes pensei em ser hippie. Mas creio que tem muita gente perdida que carece de ajuda. Inclusive, eu nesse mundo caótico para quem ainda sonha com a perplexidade que inaugura a vida. Parabéns. Abs, Aluisio

  • Tânia Voigt

    Olá…
    Tive um impulso irresistivel de querer contactar com vc quando li seu texto “Pequeno tratado sobre a mortalidade do amor” - formatado pelo Jesus Prado.
    E foi através dele que obtive o seu blog. Adorei seu texto. Ele é agil, moderno e retrata de uma forma bem realista a morte do amor.
    Tive um texto esta semana tb formatado pelo Jesus Prado “Termo de ajustamento de conduta entre casais”. Gostaria que me desse sua opinião sobre o texto. Seria possível.
    Como fazer?
    Se me der um e-mail posso enviá-lo.
    Aguardo sua resposta.
    Bjs,
    Tânia Voigt

  • http://ubbibr.fotolog.com/gethightonight/ Iza

    A modernidade tem suas vantagens, mas preferia ter nascido nos 70 ou 80… acho que era tudo mais saudável do que hj.

  • http://foradesintaxe.zip.net Fernando

    os kits femininos têm agora bolinhas de sex shop q explodem dentro da vagina durante o ato sexual, naum acreditei qdo fiquei sabendo.

  • http://www.marion.zip.net Marion

    OI Alexandre! Amanhã, 31/08, será o Blog Day ( http://www.blogday.org) e vou escrever sobre o seu blog! Gostei do seu espaço!
    Até mais!

  • http://decarapralua.zip.net Susan

    Falar de modernidade é difícil,não? Estamos inseridas nela, não temos distanciamento suficiente para encará-la e nunca teremos, não é? Por isto é modernidade…rs… Mas, dá pra falar de mulher…rs… Ainda não sei quem sofre mais com os tempos modernos, mas sei o quanto tá sendo difícil se encaixar neste contexto de fragilidade, voracidade e expectativas… Muitas vezes me perco completamente…
    Bom Dia!
    Bjs.
    Susan

  • http://bluemoon-tina.blogspot.com Tina

    Parafraseando…” Ah!!! se todos fossem iguais a você, que maravilha viver… e ser mulher!
    Obrigada e um beijo!

  • http://lilianeferrari.blogspot.com Lili

    adooorei! virei leitora!!enlouquecida!! rs
    vou te linkar no blog day!! ok?

  • http://www.simplesassim.org Ana Paula

    Cê vai participar do Dia do Blog (blog day), né? 31 de agosto!

  • http://tudo-ao-mesmo-tempo-agora.blogspot.com/ Elis

    Bravíssimo! Teu blog merecia não só uma citação, mas a edição inteira da revista. Uma delícia só! Abraço.

  • Dyla

    Amei o texto… inteligente e bem escrito.
    Muito lindo! Ganhei minha semana.

  • http://mercyzidane.blogspot.com João Ricardo da Silva

    tá na hora de atualizar, porra

  • http://- Társis

    Alê, vou te falar uma coisa - desencana.
    Vamos pensar uma coisa, o princípio que a vida é cíclica.
    Toda essa zona, essa confusão mental, tecnológica, sentimental, ideológica que putaquepariliza a vida as pessoas uma hora vai acabar.
    Em vez de modernidade, abra os olhos (sem trocadinhos) para o Futurismo. Não somos o modernismo, somos o futurismo, aquele, do maluco do Marinetti.
    Agora esse lance de amar as mulheres é coisa nossa, de velho mesmo, da nossa geração. O resto é Futurismo.
    Pq em tempos de orgulho gay, sinto uma falta fudida do Jesse Valadão. Coisa de de gaúcho.
    Falem o que quiser, podem zoar mas parada gay é coisa de paulista.
    Como eu sempre disse: Tiazinha de Paulista é o Zorro.
    Viva as mulheres! Sem plástica, sem botox!

  • gisele

    Dizem que a fidelidade é uma característica marcante entre os casais de pingüins. Só rola divórcio em casos de má reprodução. Queria muito achar um, mas acho que a foca-leopardo comeu justamente o meu.
    Nem me fale em possíveis casais perdidos por aí.

  • jean franco

    Ola,
    demais o teu blog, serah q eu poderia te incomodar e pedir umas informacoes para dar um jeito no meu blog??..obrigado viu…
    http://www.avidapontocom.blogspot.com

  • http://andreaperetti.blog.uol.com.br/ Andrea Peretti

    Oi, conheci teu blog neste domingo, ao acaso, e que sorte eu dei. Amei este texto, só um profundo conhecedor e (admirador) da alma feminina pra escrevê-lo. Virei tua fã! (Coloquei no meu blog um link pra este texto, desculpa se não pedi licença, qualquer coisa griiite). Bjs

  • http://esquizophonia.idearios.com.br Klo

    Ina,
    nunca existirá alarido frenético suficiente nas ruas para extraviar casais que se amam…
    Chame-me de neo-cinderela se quiser, mas prefiro morrer acreditando que o amor não é efemero ou transitório. Se ele se tornou transitório é porque nunca foi amor.

  • http://cabecademaracana.zip.net rosa

    Ina, se me escutas, grita

  • CARMEN LIZ

    O teu blog é “acceso directo” no meu comp. Rosanna eu conhecí por causa dos plagios do Miltinho.Si…!
    Nem sempre é para mal.Para mi foi o vehículo para conhecer ela.Publicidade de graça.Vc nao precisa mais elogios.Se sabe excelente.
    Carmen
    Rep. Dominicana

  • http://mundoteen10.blogspot.com moara

    ei rsrs
    q blogger…massa
    eu queria que vc publicasse meu blogger(si possível)
    conheci teu blog pela revista época…
    vlw.
    vai lá e comenta
    mundoteen10.blogspot.com

  • http://www.lsdgazetamundocão.blogspot.com Ane BRasil

    Ufa, foi de tirar o fôlego.
    Aliás, nós, trintões (Tô chegando lá, falta 1 ano) estamos funcionando como ela entre gerações e tempos que parecem muuuuuito distantes.
    Outro dia, o povo ria da minha cara qdo eu comprei vinis.
    Ora bolas, hoje em da a turma escuta música saída de caixinhas de fósforo onde cabem sei lá eu quantos megabites.
    Coisas da modernidade, coisas da modernidade.
    Sei lá o que será do futuro dessa galera nascida nos anos 90 sob a égide da efemeridade.
    E pobre das mulheres nascidas então.
    Nós, trintonas, já fomos educadas pra sermos profissionais competentes, andarmos sempre bonitas e arrumadas, sermos donas de casa competente, boas esposas e - se sobrar um tempo - mães dedicadas e amorosas…
    Não é à toa que nosso ícone primeiro, nossa heroína na infância, foi a mulher maravilha… ah, q falta faz aquele cinto!
    Sorte e saúde pra todos!

  • Carla

    Ina,
    o que é uma neoamélia? Será que eu sou uma neoamélia? É pecado gostar de ser neoamélia?
    (a pergunta mais importante é a primeira.)
    Não li todos os comentários, só a sua resposta ao último: EU TENHO TRAUMA DO ZEN E AS MOTOCICLETAS SEM MANUTENÇÃO.
    Te conto a história no fim do mês. Bjos.

  • http://prascabecas.blogspot.com Cláudio Costa

    Fugacidade, efemiridade, obsolescência programada: e a gente correndo que nem cachorro atrás do próprio rabo buscando uma completude que nunca se alcança!

  • Tex

    Copiado do site da Igreja do Santos dos Ultimos Dias:
    “Mulher Ideal como Esposa. A mulher ideal é fiel ao seu companheiro, tem alegria em confortá-lo “com palavras consoladoras, com espírito de mansidão” (D&C 25:5). Ela é humilde ao reconhecer que sua vida é guiada e abençoada pelo Senhor e pelo sacerdócio de seu esposo, trata-o com respeito e busca ressaltar suas qualidades, e em seu inter-relacionamento não existe dificuldade com as palavras “obrigada”, “perdão” e “por favor”.
    Eles oram e estudam juntos, e muitas vezes envolvem-se em ternas conversas sobre metas e filhos; ela ouve seus conselhos e busca seu apoio, procurando fortalecer diariamente o amor que os conduziu ao altar.
    A mulher ideal está disposta a sacrificar-se em prol do progresso profissional de seu esposo porque entende que ele é o provedor do lar e sente-se feliz com o estilo de vida que ele lhe proporciona.
    Ela está ciente das responsabilidades de seu marido, sabe quais são as suas metas, motivao em seu trabalho profissional e apóia-o em seus chamados na Igreja.”
    Isso me fez pensar.Se eu fosse casado com a Gisele Bundchen será que eu teria coragem de pedir pra ela ficar em casa e cuidar dos afazeres domésticos enquanto eu batalho por um salario de mil e poucos reais.
    Olha o link —->
    http://www.lds.org.br/brz_mn_show.asp?v_section=5&v_codi=11&v_mask=AKLPORDART

  • http://zoanation.blogspot.com Joni

    Lendo seu blog, percebo que a internet está precisando de mais escritores tão competentes assim. A maior parte do espaço cibernético pode ser considerada um “depósito de lixo”. Mas o seu blog nos faz pensar que a internet ainda tem jeito. Valeu pelo primoroso texto.

  • Lyla

    um dos melhores textos que jah li na internet.
    parabens, como sempre…
    bjoss

  • http://www.peoplejorn.blogspot.com Keyla Teodósio

    Olá, mais uma vez estou aqui a me deliciar com seus textos. Também parafraseando Baudelaire, digo: “cada um com suas quimeras”- neste deserto abrasador que chamam a vida.
    Deu vontade de sorrir pra ti, só pra ver sua feição…kkkk
    Ah, adorei a tirada dada no comentário anterior.
    Beijos

  • Lilde

    Delícia de texto, principalmente depois de um cansativo dia em que fiquei me equilibrando entre todas as funções descritas e não consegui finalizar nenhuma. Um abraço.

  • http://jccbalaperdida.blogspot.com Julio Cesar Corrêa

    Não concordo que o mundo atual esteja exigindo mais das mulheres. Ele está exigindo de todos. Mas concordo que as relações hoje estão cada vez mais problemáticas.
    gd ab

  • Dani

    Esse seu texto me remete à letra de índios “dessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi”. É o retrato dessa nostalgia precoce que aflige a nós, trintões.
    Quanto ao plágio, desde que comecei a ler blogs (e desisti de ter o meu próprio ao ver que havia gente munito mais competente que eu para escrever), infelizmente não foi o primeiro e não será o último. A tecnologia faz com que seja muito fácil copiar um texto, e já que a ética anda em baixa (alguém aqui ouviu a pérola do Paulo Betti?), só temos a lamentar.
    Bjs

  • http://meninaprodigio.blogspot.com Menina-Prodígio

    Como mulher, digo: OBRIGADA. Você nos ama. E sabe dizer isso.
    Como leitora, pergunto: onde eu clico pra que os centavinhos pinguem na sua conta e um dia você possa viver de escrever txtos que nos façam refletir em tardes amazonenses de chuva?

  • http://www.crisemcrise.blogspot.com/ Cris

    É Ina, o tempo passa na mesma velocidade que há três décadas atrás, mas são tantas novidades, tantas tarefas, tantas inovações que duas coisas acontecem: não conseguimos digerir todas essas mudanças e também não temos tempo para fazer tudo o que gostaríamos… As marias-gasolina e as executivas workaholics tem vantagem: elas se limitam e assim acabam se preocupando muito menos do que as mulheres faz tudo. É lógico que isso não é melhor, é só mais cômodo…
    Beijocas
    PS: Quando tomaremos outras cervejas?

  • Patrícia Köhler

    Ô japaraguaio que me mesmeriza sempre… que puxa…
    Certa madrugada insone, uns três anos atrás, eu estava tão angustiada que escrevi sobre (oh, clichê!) a ironia de se sentir solitária habitando a cidade mais populosa da América Latina (e a quarta do mundo, salvo engano).
    De lá pra cá, pouco mudou em relação a este sentimento. A vertiginosidade das relações, aliada à ingestão diária de toneladas de informações, por mais paradoxal que pareça, me deixam sempre com a sensação de tabula rasa…
    Sei lá, viajei… :P
    Beijos, Ina.

  • lizete da silva

    adoro seu blog

  • Cristina Lima

    Oi, não sei como seu link caiu no meu teclado … gostei muito do seu texto, sua fluência verbal traz uma leveza especial. Certamente eu o acompanharei (qdo tiver tempo). Você demonstra bons conhecimentos do mundo feminino contemporâneo. Que tal falar um pouco do, às vezes, também complicado mundo masculino dos poetas.
    Já que estou no dasabafo , vou aproveitar: como seduzo um poeta que só quer amizade?
    Grande beijo
    Cristina Lima
    PS.: Acho vc no orkut?

  • Jonas

    Ah, e obrigado pela inclusão ali nos blogs da semana.. embora atice muito a minha timidez crônica, hehe.

  • Jonas

    Nossa, não estava sabendo desse caso do cara d’O Estado. Bem, O Estado é tipo um JB de Florianópolis - um jornal com uma história bacana e muito antiga que entrou na decadência e de lá não sai mais. Claro que guardando as devidas proporções; hoje em dia é um jornal péssimo, cheio de erros (eu tenho guardada uma página em que é incrível o número de erros), que não paga salário ou paga atrasado. E ninguém mais lê. Por isso não me surpreende a cara de pau do plagiário.

  • Samuel Delgado

    Achei o texto lindo e muito pertinente (até imprimi).
    Realmente as pessoas estão mais “nostalgicas”, lembro de um artigo de um sociólogo falando sobre este fenômeno que não acontece somente aqui, mas no mundo todo (adultos de 30 anos assistem cartoon network), será que é um efeito da pós modernidade?
    Seria interessante Inagaki-san, falar um pouco das relações amorosas no mundo moderno, o que está cada mais deteriorada, já que as posições perante à sociedade, tanto da mulher quanto do homem estão mudando.
    E isso aí Pensar Enlouquece!
    (nessecito de remédios de tarja preta)rsrsr
    Samu-san

  • http://www.aomirante.com Nelson Moraes

    Ina, assim como o comentário do bomber lá embaixo errou feio o nome do livro do Pirsig, vai ver ele usou “sofrível” pra dizer que o post o fez sofrer de inveja. De repente o cara te elogiou e você nem percebeu, ó ingrato! :-)

  • Margot Abirato

    Oi Inagaki, excelente e lindo texto. Vi-me ali descrita, com toda confusão e malabarismo que uma mulher nos dias de hoje enfrenta. Eu mesma sinto certa nostalgia por um tempo que nunca foi meu, de mais tranqüilidade, de papéis mais bem definidos. Navego entre carreira, família, filho, obrigações domésticas e, on the top of it, sem ninguém pra dar uma mão, já que as famílias encontram-se muito longe e aqui não há dindim que dure tendo as regalias brasileiras de mão-de-obra doméstica. Não é mole. Aliás, aviso aos navegantes tupiniquins, essa lenga-lenga de homem europeu emancipado é o maior engodo. Antes um menos emancipado e ajuda doméstica paga.
    Sobre a tal nostalgia, claro, talvez seja mesmo um exagero. Mas eu me pergunto se hoje dia, apesar de todas as facilidades internéticas e eletrônicas, se realmente tem-se mais tempo. Tempo para mim esvai-se, some. Não há débito direto em conta que dê conta de me arrumar uma sobra.
    PS> vi o caso do plágio e caí de queixo. Gente cara-de-pau nesse mundo é o que não falta
    Beijo.

  • http://www.magnoliasantafe_2.blogger.com.br nathy

    Genial este post!
    Realmente a modernidade e sua efemerida assusta, especialmente no que diz respeito as relações que estão cada vez mais descartáveis.
    Fora o individualismo que se istalou na vida das pessoas e o consumismo desenfreado muitas vezes utilizado como um paleativo para nossas carências atemporais e de tempos remotos.
    Para acompanhar estas mudança eu criei umas Descontruções de fábulas..risos. Ao menos tento acompanhar esssas tranformações todas, criando novo horizontes.
    Não sei se resolve, mas me rende boas risadas
    Quem sabe quando vc ler este comentário tudo tenha mudado em nossas vidas tb??

  • http://www.pingacombambu.blogspot.com marie.

    Olá! Sabe, perdi as contas de quantas vezes perguntei-me sobre o rumo que levaremos daqui em diante, com tudo correndo tão depressa e tão sozinho que a nem sequer a ajuda vem do vizinho: compra-se em livrarias pilhas de livro de auto-ajuda refletindo o que chamamos de sociedade, mas que não passa de cada um por si e sabe-lá-quem por todos. E, fazendo parte de toda esse sistema da “autosuficiência”, me deparo com a minha profunda necessidade de estar perto. Não acho que eu seja a única (nem você, mais um apenas) a sentir-me um pouco desajustada à neo-cultura de portas fechadas e poucos bom-dias.
    Sobre o plágio, só tenho a lamentar a falta de caráter. Mas, acho que o pessoal perdeu aquele mínimo de vergonha na cara que ainda carregávamos conosco por todos esses anos. Uma pena.
    Mantenho meu posicionamento: ou faz sozinho ou pega de alguém. Acabou aquela coisa de “construir junto” ou só eu sinto que perdemos a nossa capacidade de trocar?
    “Bem longe, tarde, além, “jamais” provavelmente!
    Não sabes aonde vou, eu não sei aonde vais,
    Tu que eu teria amado – e o sabias demais!”
    é. jamais, provavelmente.
    Beijos (esperando aquele e-mail, rá.)
    ;*

  • http://www.fogonasentranhas.wordpress.com Gabi

    Cristo…
    Que belo texto.
    Vc me conhece de outros carnavais, sabe que sou capaz de passar horas, dias (e já o fiz!) filosofando sobre…e a conclusão foi que não cheguei a lugar algum e resposta está justamente aí: anátema. É preciso aceitar que não existe resposta para certas perguntas e acabou.
    Um grande filósofo japaraguaio, queridíssimo amigo meu costuma dizer que pensar enlouquece..portanto o negócio é viver e sentir, sem tentar achar muita explicação para a coisa toda.
    Eu ainda acho que em meio a esse turbilhão de informações e exigências que o mundo cria a cada segundo a paz está em voltar ao básico.
    É preciso ser seletivo e se perguntar constantemente: Eu PRECISO disso?
    Acho que essa pergunta responde a muitas questões levantadas no texto.
    Beijo, te love you.

  • http://megalopolis.blogarium.net Fabiane

    Chegará o dia em que os avanços tecnológicos, tão incensados pelos poetas da modernidade, enfim desatarão o nó dos labirintos que separam casais extraviados pelo alarido frenético das ruas?
    O MSN caiu logo após eu ter cortado um papo interessante… Ser nerd é f*&$#@…

  • http://www.frankamente.blogspot.com lucia carvalho

    ina,
    me perdi.
    foi voce que escreveu esse deslumbrante texto?
    se foi, parabéns.
    apenas isso.
    parabéns.
    Sou o culpado por todos os textos publicados neste blog, Lucia. :)

  • http://terapiazero.blogspot.com anna v.

    Às vezes a gente gosta de pensar que agora, no nosso tempo, os problemas são maiores do que antes. Acho que para nos sentirmos mais, sei lá, importantes, competentes — ou vítimas maiores do que os antepassados. Mas é tudo purpurina, superfície. O nosso cotidiano é diferente do dos nossos avós (mais rápido, sem dúvida), mas as Questões (com “Q”) são praticamente as mesmas. Por isso eu não me preocupo com os Às vezes a gente gosta de pensar que agora, no nosso tempo, os problemas são maiores do que antes. Acho que para nos sentirmos mais, sei lá, importantes, competentes — ou vítimas maiores do que os antepassados. Mas é tudo purpurina, superfície. O nosso cotidiano é diferente do dos nossos avós (mais rápido, sem dúvida), mas as Questões (com “Q”) são praticamente as mesmas. Por isso eu não me preocupo com os <20 anos. Vão se virar tão bem quanto.
    Enfim, sempre legais os teus textos, hein.
    Abraço.

  • HILL

    Cara, você viajou…mas viajou bonito, hehehe. Como diria Maria Alice Vergueiro, isso tudo é um grande radar. Abraço

  • http://www.ideiasmutantes.com.br Muta

    Meu amigo… Se vc descobrir a tecnologia que une os separados, reencontra os perdidos e coloca em linha os olhos que deviam sempre se olhar, me avise…
    To precisando de um também…

  • http://prosaico20mg.blogspot.com Celinho

    Concordo com o Capedonte, certos problemas nunca mudam e acho que essa sensaçao de nostalgia da zebrinha, da tv pirata e tudo mais nao é por nao termos curtido o suficiente..na verdade tudo o que foi bom da a sensaçao de nao ter sido o suficiente.
    Claro que tudo passa mais rapido, mas acho que por sabermos disso, aproveitamos mais o momento…nem todos, com certeza.E graças exatamente à modernidade, temos muito mais possibilidade de reviver esse passado do que os nossos pais e avos,o que ajuda a formar essa Geraçao de Duas Epocas..
    Abraço!

  • http://back.wordpress.com Capedonte

    Não esquente… mesmo com todos os iPods, pílulas contra a depressão e contra a brochassão, ainda continuaremos com os mesmos problemas dos que Homero, Nero, Dante e Nietzsche enfrentaram. Não serão os avanços e loucuras da modernindade que irão solucionar esses puta problemas existenciais que temos. Aquilo que uma pílula resolve aqui, o conservante do seu MacDonalds gera um problema ali. E nós, perdidos como sempre…
    Ah! Quanto às mulheres, que dizer senão que elas parecem de mentira? Convivo com uma dessas que controla a balança, ama, trabalha com uma competência extrema e ainda acha tempo pra dormir!
    Em meio ao caos da modernidade ainda bem que nós temos as mulheres…

  • http://bloggente.blogspot.com Yvonne

    Ina, essa necessidade de estarmos sempre um passo além do momento em que vivemos ainda vai nos levar à loucura. O que me causa perplexidade é que quanto mais informados somos, mais solitários ficamos. Como de hábito, um excelente texto. Beijocas
    Yvonne, creio que a grande questão contemporânea está em como filtrar o dilúvio de informações que nos chega por meio de jornais, revistas, sites e canais de TV por assinatura, esse excesso de dados que nos bombardeia e atordoa os sentidos.

  • Han

    é, você tá perdido mesmo, esse texto tá sofrível de se ler… recomendo que leia “A Metafísica e a arte da manutenção de motocicletas” e esqueça tudo isso.
    Caro [email protected], pelo jeito não sou o único perdido por aqui, uma vez que o título correto do livro que provavelmente você sequer folheou é “Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas”. Penso que você poderia seguir sua própria recomendação, lendo o excelente livro de Robert M. Pirsig. Mas olhe, vou lhe dar o serviço mastigadinho, ok? Clique aqui para ter acesso ao original do livro que, reitero para que você não se esqueça do título correto na próxima vez que quiser citá-lo para parecer mais inteligente, é “Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas”. Um abraço e seja feliz.

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.
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