Cinco resoluções de ano novo que deveriam viralizar em 2014
Por Ana Carolina Moreno ≈ terça-feira, 28 de janeiro de 2014
O fim do primeiro mês do ano é um bom termômetro do que vamos viver até o fim do último mês? Não sei, talvez ele valha como um primeiro balanço daquela noite mágica em que você prometeu ser uma pessoa melhor e mais feliz. Caso você já tenha esquecido (ou quebrado) suas resoluções na Virada, sinta-se à vontade para adotar uma (ou todas) dessas resoluções de ano novo que deveriam viralizar em 2014 e enquanto existirem computadores pelo mundo ligados em rede:
1) Não dar confete pra toda e qualquer polêmica boba
A mina de ouro dos blogueiros, comentaristas, colunistas e exibicionistas medíocres é a polêmica. O público-alvo da polêmica vazia parece mais rentável que o da Black Friday. Milhares de pessoas passam os dias em seus perfis compartilhando links para textos ou vídeos com alguma opinião inflamatória, escrevendo extensos editoriais contra essa opinião, debatendo nos comentários com amigos, inimigos, desafetos e até completos desconhecidos para extravazar toda a sua indignação contra… Contra o quê, mesmo?
Algum molequinho de 12 anos que posta um vídeo sobre que tipo de mulher é pra casar? Alguma namoradazinha de um babaquinha que o traiu com o professor com gosto duvidável de vinho e foi flagrada? Uma blogueira praticamente anônima que leva a babá nas viagens? Algum colunistazinho até ontem completamente desconhecido que joga frases clichês agressivas contra os adversários ideológicos e agora, graças aos viciados em indignação, já é mais famoso que o rei da polêmica partidária?
O “clique da indignação”, como bem batizou a Juliana do Think Olga, não ajuda sociedade nenhuma a evoluir. E, pior, só dá força a quem você detesta. Chegou a hora de todos aprenderem a escolher suas batalhas online.
2) Debater sim, respeitar mais ainda
Uma regra que passei a seguir para aprender a não perder tempo com as polêmicas é: só abrir o teclado quando eu tenho algo novo a aportar. Em assuntos complexos, o truque é primeiro ler e aprender sobre ele. Depois, formar sua opinião. Só então vale a pena se pronunciar. Economiza também saber se sentir contemplado com o que os outros já escreveram. Muitas vezes RT não é endosso, como já deixamos bem claro. Mas em geral é, sim.
Mas, se você realmente quer dar o seu pitaco, procure evitar despejar todo aquele “carinho da torcida” e, principalmente, não chute cachorro morto, porque é covardia. Como a Jill Filipovic, do The Guardian, explicou o assunto melhor do que eu, fiquem com o texto dela.
3) Abandonar pelo menos dois desses 12 hábitos
Ler uma opinião ridiculamente polêmica e sair por cima já é difícil, imagina largar o vício nas redes sociais? Ninguém aqui neste blog espera que viremos monges 2.0. Mas esse texto do The Telegraph listou 12 sinais de que você parou de usar a internet e passou a ser usado por ela. Usar o celular na privada ou dormir com ele embaixo do travesseiro estão na lista. Quantos desses hábitos você cultiva? Consegue abandonar um ou dois deles?
4) Aproveitar o lado bom da tecnologia
Deixar de ser massa de manobra dos caçadores de cliques, parar de acumular tretas online e se libertar do domínio do telefone não serve apenas para deixar sua vida mais chata. Apesar de vida ser curta, todo dia você terá um meme, uma polêmica e um tema inspirador de trocadilhos à sua espera no Twitter. Não precisa tuitar como se não houvesse amanhã. Enquanto isso, aproveite para curtir uma noite offline apenas pensando na vida, como sugere o Contardo Calligaris. Ou descobrir de que maneira a tecnologia pode ajudar a sua vida a ficar mais legal e criativa, e não apenas mais recheada de distrações, como mostra este texto do Pedro Burgos no Oene.
5) Dividir sua timeline nas categorias “amigos” e “colegas”
Fortaleça suas amizades verdadeiras e preocupe-se menos com sua quantidade de contatos nas redes! Sabe por quê? Porque é impossível ter tantos amigos, independente do que o Facebook te diga. Esse estudo da Finlândia mostra que suas amizades reais (mesmo as mantidas virtualmente) sempre serão um número constante. Veja bem, o problema não é você ser chato ou as pessoas serem falsas. É simplesmente impossível ter tempo para nutrir tantas amizades.
Ana Carolina Moreno
Ana Carolina Moreno (1982) é graduada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (2006), com especialização em Edição em Jornalismo pela Universidade da Coruña (2009). Já trabalhou em jornais, revistas e sites de notícias no Brasil e na Espanha, além de ter experiência como correspondente internacional na Argentina, Cabo Verde, Chile, França, Suécia e Turquia.
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