César Cielo, um ouro solitário para este país de chorões

Por Alexandre Inagakisábado, 16 de agosto de 2008

Eu me lembro dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, quando o corredor braziliense Joaquim Cruz ganhou a medalha de ouro na prova dos 800 metros rasos. O país todo celebrou a conquista inédita, esquecendo do fato de que Joaquim, tal qual diversos outros atletas brasileiros, havia se tornado medalhista olímpico por sua própria conta e risco. A vitória de Cruz foi um triunfo pessoal, construído à base de muitos sacrifícios e treinamentos em Utah, EUA, custeados graças a uma bolsa oferecida por uma universidade local. Não me esqueço de que, um dia após a vitória de Joaquim Cruz, a Globo quis lhe presentear com uma casa própria, devidamente recusada pelo atleta, que prontamente questionou: “Por que não me deram uma casa no começo da minha carreira, quando eu realmente precisava de uma?”.

Os anos se passaram, mas há certas coisas que não mudam neste país. Quando um brasileiro vence, torna-se orgulho nacional e a conquista é compartilhada por toda uma nação. Porém, quando esse mesmo atleta sai de mãos abanando da disputa de um pódio, é tachado de “amarelão” e vira motivo de comentários genericamente depreciativos, bem ao estilo das piadas que há anos são feitas com Rubens Barrichello, duas vezes vice-campeão de Fórmula 1. Quando um brasileiro torna-se campeão, pouco importa que sua carreira tenha sido construída no exterior, como nos casos de Joaquim Cruz e César Cielo Filho, vencedor da prova dos 50 metros rasos nas piscinas de Pequim 2008 e que treina há anos na Universidade de Auburn, no Alabama. Afinal de contas, estes medalhistas representam “todo o nosso país”, certo?

Errado. O Brasil é um país de torcedores chorões que adoram reclamar do desempenho de nossos atletas, quando deveriam focar suas críticas em dirigentes incompetentes, ausência de políticas de planejamento a longo prazo e políticos que só aparecem quando surge um medalhista olímpico na tela da TV. Esse bando de reclamões consegue me deixar quase tão irritado quanto certas transmissões televisivas que botam câmeras nas casas de parentes de atletas e só conseguem flagrar declarações pífias de tias e avós lacrimejantes, um recurso tacanho que virou clichê insuportável.

Sim, eu fico emocionado quando revejo no YouTube o vídeo com o Hino Nacional Brasileiro sendo executado durante a cerimônia de premiação, embora eu não consiga me acostumar com a versão que é tocada atualmente, apenas com a primeira estrofe e os últimos versos, cortando-se todo o restante. E fiquei mais do que feliz com a conquista admirável de César Cielo, a primeira medalha de ouro de toda a história da natação brasileira. Mas que fique bem claro: como bem ressaltou Flávio Gomes, esse ouro “caiu do Cielo”. Não foi mérito do COB, da CBDA ou do Ministério dos Esportes, muito pelo contrário. Como bem destacou o pai do nadador na entrevista que concedeu à ESPN Brasil, essa vitória é um mérito muito maior da família de um atleta abnegado, que aos 21 anos abdicou de baladas e namoros a fim de se concentrar em treinamentos espartanos nos Estados Unidos, longe do país que hoje celebra uma vitória essencialmente pessoal.

Vale a pena lembrar que a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, que certamente custeou a ida de muitos dirigentes para Pequim, não pagou os ingressos para que a família de César Cielo Filho pudesse assistir à sua vitória. E que, como informa o blog de Mauro Cezar Pereira, o campeão dos 50 metros rasos perdeu o patrocínio dos Correios porque optou por treinar fora do Brasil. Agora que Cielo Filho é campeão olímpico, certamente choverão ofertas generosas de patrocínios. Contudo, é preciso recordar o tapa que Joaquim Cruz deu na cara de todos os pachecos patriotas em 1984: na hora em que os atletas mais precisam de apoio, dinheiro e condições para treinar, quem aparece para ajudá-los a pagar as contas?

* * * * *

P.S. 1: Lágrimas olímpicas foram o tema da primeira coluna que escrevi para o Yahoo Posts, intitulada “Pedras Preciosas da Ilusão”. Toda segunda-feira assinarei um texto inédito por .

P.S. 2: Já está no ar uma das melhores iniciativas surgidas na blogosfera brasileira nos últimos tempos: Lablogatórios, primeiro condomínio de blogs de ciência do país. Boa sorte a todos os envolvidos, em especial aos meus camaradas Carlos Hotta e Atila Iamarino!

P.S. 3: Fiz uma espécie de “crítica às críticas”, mas quando elas são engraçadas, tudo zen: bom humor é um álibi definitivo. Vide o blog Bronze Brasil 2008, que em seu post comentando o ouro de Cielo, escreveu: “O ouro não é propriamente uma vergonha, como a prata. É apenas uma forma de fechar os olhos para as dificuldades e falta de apoio ao esporte no nosso país. Prefiro pensar que Cielo nao foi bom o suficiente para mesclar a força e a lentidão necessárias para ficar com o bronze”.

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

Categorias:

Comentários do Facebook

Comentários do Blog

  • http://[email protected] SIMONE ALMEIDA

    VC E LINDO
    TI ADRO
    MUITO

  • http://[email protected] Larissa Rodrigues

    Pra mim você não apenas um vencedor entendo como é fiacar em cima de um bloco e esperar o sinal e quando caimos na água vc esquesse as pessoas do lado e acredita com você
    César você é um vencedor MELHOR DO MUNDO !

  • Janaína

    Cesar Cielo…
    Você sabe alguma coisa para ajudar nos esportes?Pratico basquete mais vo começa na natação…

  • cicero nascimento

    cesar voce é de mais continua senpre assim
    um abraço.

  • Gutemberg

    Sobre o texto e a condição do Cielo, concordo plenamente… apenas gostaria de complementar essa situação, expandindo a falta de planejamento, investimentos e seriedade para outros campos, como nas pesquisas médicas, por exemplo.
    Sou estudante de medicina e vejo a falta de programas de apoio, de incentivos, de investimentos nas pesquisas em nossas universidades públicas. É muito complicado ver e sentir que para alcançarmos o respeito no meio acadêmico, precisemos de estágios e aprovações fora do país, pois aqui no Brasil, além de muita “peixada”, ficamos nadando num oceano e o pior, sem um treinamento de natação prévio. E aí viramos íscas para tubarões.
    Além dos esportes, exportamos talentos em química, física, medicina, etc e depois, quando algum deles participa de alguma descoberta importante, o “Fantástico” faz a cobertura, como se o mérito fosse fruto do amadurecimento de nosso povo!
    Triste…

  • junior

    Eu fico muito triste em ver muitos nadadores no estado do Amapá não serem valorizados; eu sou nadador e sei como é, tenho muitos colegas que são nadadores e que tem talento, muitos que poderiam ser um Cesar Cielo na vida, não conseguem patrocínio, outros não tem apoio da família, eu não entendo, e isso não acontece só no Amapá não, acontece em vários estados brasileiros, eu vejo a luta de vários atletas para conseguir dinheiro, passagens, ajudas, etc. Isso poderia mudar se o governo do Brasil ajuda-se esses atletas. O Cesar Cielo é um ótimo nadador, mas existem milhares de nadadores espalhados pelo Brasil que são bons e poderiam brilhar também, se os governos ajudassem esses jovens o Brasil seria um país bem melhor de se viver. O governo brasileiro não ajuda nem o Cielo, e isso não acontece só na natação não, acontece também tênis, vôlei, basquete, e até no futebol. Eu queria ter uma forma de ajudar, mas infelizmente não posso…

  • http://gustavopamplona.blogspot.com/ Gustavo

    O pior é que se fosse no EUA, o cara estava milionário. Aqui no Brasil, ele nem aparece em comercial da madrugada.
    Atts.
    Gustavo

  • balblala

    4 > 2

  • Simone Fonseca Taveira

    De que cidade vc é?
    Eu sou de Belo Horizonte - MG

    R: Simone, eu nasci em Campinas, mas moro em São Paulo, SP.

  • Simone Fonseca Taveira

    O que está acontecendo com o Brasil???

  • http://cotidiano-hoje.blogspot.com Thiago

    Pô, o cara realmente mereceu a medalha… foi o Phelps da natação…
    De toda forma, o Brasil por não ter muita tradição nessa área, é normal a mídia fazer um tipo de alvoroço.
    http://canal-curiosidades.blogspot.com
    http://canal-carros.blogspot.com

  • Rogério Brasileiro

    O mais gozado de tudo isso é ver o pessoal aqui falando mal dos torcedores brasileiros.
    E vocês, são o quê? Marcianos?
    Brincadeira tem hora.
    E os torcedores brasileiros têm razão em reclamar mesmo, afinal de contas, o Brasil, fazendo uso do nosso suado dinheirinho, mandou a maior delegação para estas Olimpíadas, gastou uma nota violenta e as medalhas de ouro brasileiras são as mais caras, em comparação com as de outros países.
    Temos toda a razão quando reclamamos dos nossos chorões…

  • http://operiscopio.wordpress.com Eduardo

    Perfeito!
    Outra coisa ridícula é chamar de “heróis” os medalhistas. Os grandes atletas não são heróis; são profissionais que treinam duro e recebem incentivos. Temos que deixar de ser o país dos heróis para sermos o país que valoriza e paga para que seus atletas possam treinar.

  • http://www.allguitartabs.com/ Amanda

    “… a fim de se concentrar em treinamentos espartanos nos Estados Unidos, longe do país que hoje celebra uma vitória essencialmente pessoal.”
    nossa, isso causou um aperto no peito por saber que é verdade…

  • Mauro Vilela

    Concordo com quase tudo que disse, discordo do fato de você não ver tentativas do Ministérios dos Esportes em investir em nossos atletas, é impossível tirar um défict de décadas de abandono completo e nem tem como investir um montante como Austrália e Reino Unido investem nos últimos anos. Porém hoje há uma política de criação de centros especializados nos estados. Aqui no Espírito Santo que nunca teve vocação alguma para esporte, a não ser execução humana onde somos líderes no país, hoje abriga um centro olímpico de ginástica rítimica. É emocionante esse esporte? Talvez não. Trouxe medalha Olímpica? Não. Mas esteve na final que contava com oito países e os EUA não estavam lá. O que quero dizer é que hoje há políticas públicas para o esporte. O esforço do Pan foi nesse sentido também, todo país que abrigou Panamericanos apresentou melhor rendimento na Olimpíada subsequente, menos o Brasil. Nossos atletas são amarelões? Não sei. Mas o complexo de vira-lata permeia a cultura brasileira há séculos. Não é algo fácil de superar.
    O próprio Ministério dos Esportes identificou a necessidade de maior participação de psicólogos na equipe olímpica, o número reduzido até hoje se deve ao fato de no Brasil o treinador também crê realizar a função de psicólogo e motivador da equipe.
    Facilmente entendível numa sociedade pragmática que sempre desvalorizou o profissionalismo e a descentralização de decisões.

    R: Ótimas ponderações, Mauro. Valeu pelo comentário!

  • http://pensaremburrece.wordpress.com Társis

    Alê, tá na hora de tu parar de ver eventos esportivos pela Globo.

    Em tempo: estou a fim de comprar um estrelão. Será que um dia eu ganho uma medalha de ouro para o Brasil neste futebol de botão? Abs!

    R: Társis, o problema é que a maioria dos grandes eventos esportivos tem os direitos televisivos adquiridos pela Globo. E mesmo em TV por assinatura, foi a SporTV que transmitiu a maior parte dos eventos, com os mesmos vícios da matriz global. Em tempo: se pebolim virar esporte olímpico, um dia ainda hei de representar nosso país!

  • Haddammann

    Isto porque vc não viu o que acontece com os cientistas que se formam no Brasil, esperando PESQUISAR como o que a profissão requer. Veja a carta aberta de Tsallis à Sociedade Brasileira de Física.
    Isto porque insistimos em aceitar o tipo de “educação” que as escolas são obrigadas dar na grade dos alunos.
    Isto tudo tem a ver com esse preciosíssimo vídeo aqui:Zeitgeist III - Por trás dos panos, ñ se preocupe [Parte 5]. Só para ter noção; os vídeos dessa série só não saem do youtube porque as pessoas que o assistem e o postam são de um grau de instrução capaz de fazer a Internet funcionar a qualquer instante; e são plenas em compromisso com o autêntico bem-estar humano.

  • http://www.icommercepage.com/artigos_variados.php?id=1218408285&page=2 icommercepage

    Joaquim Cruz virou mito e nunca mais voltou para a terrinha, casou com uma americana, continua por lá até hoje. Foi bem lembrado, os milhôes de dólares que a tv investe para comprar os direitos de transmissão, é muito maior que o investimento que se faz no atleta;

  • Laise

    A-D-O-R-E-I!
    E concordo plenamente com cada uma das suas palavras. O Brasil é um país que só investe quando o retorno já veio. Quer esportistas criados. E é por isso que, apesar de ser contra a hegemonia política americana, pago pau para a conscientização de esporte que eles têm. Talvez seja por isso que muitos dos atletas brasileiros só se tornam conhecidos nossos depois de serem consagrados. O que é uma pena.
    Mandou bem!

  • http://www.cinefiloeu.com Vulgo Dudu

    Em um país com um star system estabelecido, ávido por celebridades instantâneas, era óbvio o que aconteceria após a vitória de Cielo - que teve que abdicar de sua vida perto da família e dos amigos. Ao invés de novas piscinas, novos nadadores ou novos patrocínios, lá está Cielo e companhia (e aqui não importa a cor da medalha) fazendo o circuitão global: Faustão, Altas Horas, Estrelas, Vídeo Show, Jô Soares e, não me espantarei nada se semana que vem arrumarem um quadro para ele no Zorra Total.
    Seria ber melhor, ao invés de um star system, termos um sport system
    Abs.

  • http://sites-interessantes.blogspot.com/ thiago

    O cara é praticamente um peixe.
    Explosão d+.
    Tomara que continue assim para London 2012
    Experimente nosso Blog (Funciona como Página Inicial)
    Realmente prático, leve e seguro!
    http://sites-interessantes.blogspot.com

  • http://www.jjcabeleireiros.com.br/blog.html Alexandre Brendim

    Concordo com tudo que você disse, mas o que mais me irrita são os políticos tomarem para si, os poucos méritos conseguidos por atletas que jogam fora, sem apoio nenhum das confederações e governantes.
    É uma pena, pois deveríamos estar em pé de igualdade com EUA e China, mas disputamos colocações com a Jamaica…

  • Alexis

    Enquanto isso, recordo a recepção, de estrela de cinema, dada a uma certa cafetina, traficante, prostituta, chantagista, deportada dos EUA depois de curtir uns anos por lá vendo o sol nascer quadrado. Já está posando nua para revistas masculinas, dando entrevistas em programas como o do Amaury e até foi convidada para rodar um filme.
    Engano quem diz que a vitória é do Brasil ou de um brasileiro. O mérito é unicamente do rapaz e de sua família e de mais ninguém.

  • gabriel

    gostei muito da sua atuaçao um cara
    batalhador que conseguiu vencer todos os obstaculos pra chegar aonde vc estar hoje falou

  • Cintia

    Hoje, li o que Cielo teve a dizer a próprio favor e lembrei deste post.
    Passo apenas para compartilhar, o artigo em que Cielo critica a CBDA: http://esporte.uol.com.br/natacao/ultimas/2008/09/02/ult77u2053.jhtm
    E o artigo em que o presidente da CBDA dá um de João-sem-braço: http://esporte.uol.com.br/natacao/ultimas/2008/09/02/ult77u2055.jhtm

  • http://www.tangamandapiorulez.com Jayminho The Letterman

    Enquanto tivermos a “turminha Galvao Bueno” será assim.Um ufanismo totalmente desnecessario.E uma censura quase beirando uma caça as bruxas,pois quem nao narra ou comenta esmurrando a mesa de tanto torcer para o Brasil é logo descartado do “emprego”.Enquanto isso o Sr Carlos Arthur Nuzman e o Sr Agnelo Queiroz,respectivamente presidente do Cob e Ministro do Eporte,com o projeto do Pan e Olinpiadas aqui na terrinha está com o bolso q nao deve caber mais verdinha.

  • http://www.maislegal.com salvio

    Excelente post. Falou tudo!
    Só lembram dos atletas depois que eles ganham e se esquecem do árduo período de treinamento.
    O Tiago Pereira que ficou em quarto lugar ninguem da mídia fala.
    E assim segue a mídia brasileira…

  • Patrick dos Santos Mendes

    Eu quando eu parei de fronte a uma televisão para assistir aos jogos olímpicos, eu sinto pena e vergonha por constatar a falta de condições dos atletas brasileiros em enfrentar os atletas de outros países mais ricos, e sempre fico pensando, “Por que afinal de contas eles foram para as olímpiadas”, será que é para cumprir o que o Barão de Compertain (Pessoa que criou os jogos Olímpicos modernos)que uma vez disse a máxima frase que é “O importante é competir”. Esta certo que devemos cobrar o Presidente, Deputados, Senadores e o COB por mais investimentos no Esporte. Más se não cobrarmos os Atletas pelas vitórias, vamos cobrar de quem ???. Está máxima “O Importante é competir” não existe mais nos dias de hoje. Se não dá para trazer a medalha de ouro para o Brasil é melhor nem ir as olímpiadas, é melhor desistir de praticar esporte e ir Trabalhar, para conseguir dinheiro para pagar as contas, como todo mundo faz.

  • aruana

    muito bem; “PARABÉNS”César gostaria muito de te conhecer, vc é o eroi do “BRASSIL” o primeiro e o unico homen a ganhar medahla de ouro!

  • http://www.visaopanoramica.com Arthurius Maximus

    Sem mencionar o camarada do judô. Aquele que perdeu o bronze e chorou muito (lembra?)

    Pois é, para que ele fosse a Pequim, teve que fazer diversos empréstimos porque ninguém (nem o COB) queria pagar sua passagem. Agora volta, duro, sem medalhas e ainda com uma dívida enorme para agar. Como um cara pode se preparar assim?

    Como eu disse num artigo meu recentemente, é o “Pão e Circo” desses políticos nojentos.

    R: Pois é, Arthurius. Tem gente que pensa que atletas são todos feito os jogadores de futebol que recebem salários milionários, e fazem cobranças como se judocas, corredores, iatistas ou ginastas possuíssem as mesmas condições privilegiadas para treinar e viver exclusivamente de suas práticas esportivas…

  • http://brasilidade.wordpress.com/ Shibumi

    MUITO bão…
    Gostei do blog e muito mais do que escreveu…

  • Nelson

    O Gabeira quando retornou do exílio, numa de suas auto-críticas, dizia que que havia lutado por um povo que não havia pedido a ele que lutasse. Falar de sentimento de povo(qual povo) em assuntos que não são especialidade, pode acaretar equívocos.
    E.T: Porque me ufano de meu país com lagrimas nos olhos, lembra jacarés….

  • A Gabs

    Concordo plenamente e por isso quero fala de uma iniciativa da Samsung que vi no blog olimpico do Judão,chamado Atleta Medalha Azul cujo o objetivo é dar apoio a atletas que estão no inicio da carreira e não tem como se manter sozinhos,um exemplo é a carateca(acho que é assim que escreve =P)Priscila Xavier de 14 anos. E eles estão com uma campanha pela blogosfera,onde cada blog que comenta o projeto ganha uma quantidade de pontos que sera revertida em material esportivo e doado a esses atletas. Esse projeto é da Samsung e do Unicef pelo que entendi.
    O link do blog que explica direitinho é esse http://judao.com.br/blogs /olimpiadas/
    e o link do projeto é esse http://www.samsung.com.br/esportes/.

    Muito se falou da falta de apoio dos atletas no Brasil e agora que surgiu uma oportunidade da gente os ajudar,acredito que temos que fazer a nossa parte e a blogosfera é um meio incrivel de atingir muitas pessoas.

  • http://www.rstri.com Zandormaz

    Pois gostaria de comentar o oposto: O nosso time de volei tem todo o apoio em termos de patrocínio, do Banco do BRasil por exemplo, mas eu particularmente não me sinto a vontade prá torcer por eles porque me lembro das filas intermináveis que enfrento toda a vez que preciso fazer algum pagamento numa agencia do Banco do Brasil.
    Ao invés de gastarem fortunas com patrocinio esportivo desses medalhões do vôlei, não seria o caso de patrocinarem atletas pobres que tem dificulkdades em treinarem ou se desemvolverem por falta de recursos? Ainda: Não seria o caso o Banco do Brasil investir primeiro em melhorar o atendimento nas agências por esse Brasil afora ?

    R: Zandormaz, o Banco do Brasil já investe milhões anualmente em publicidade; como qualquer instituição do seu porte, diga-se de passagem. Prefiro que essa verba que já é destinada seja utilizada com patrocínios esportivos ou com projetos educacionais como os diversos centros culturais que o BB mantém em várias capitais brasileiras, que inclusive valorizam o próprio patrimônio do banco e a sua imagem institucional, do que com propagandas anódinas de TV. O Banco do Brasil, ademais, patrocina as seleções brasileiras desde suas categorias de base, ajudando também a custear o centro de treinamento de vôlei em Saquarema, no Rio de Janeiro. Um exemplo para todos os demais esportes olímpicos, em especial a natação, que ainda não têm um CT de formação de atletas e treinadores. De resto, não creio que seja o caso de misturar as bolas aqui e confundir investimentos com publicidade com os bobviamente necessários gastos com melhoras no atendimento de agências. Eu particulamente evito entrar em qualquer agência do Banco do Brasil (ou de qualquer outro banco, aliás, inclusive aqueles que não gastam um centavo sequer patrocinando esportes), pagando todas as minhas contas via netbanking.

  • http://www.internety.com Monalise Marques dos Santos

    eu acho vc parecido com o meu primo Denison!!!ah!por que vc é um grande atleta?

  • http://www.babadoogro.blogspot.com Yuri Kauss

    Você disse tudo o que eu queria dizer.
    Sensacional.

    Tive que linkar seu post diretamente. Espero que não se importe.

    R: Yuri, teje à vontade. Aquelabraço!

  • http://criticacosntrutiva.wordpress.com Wallace

    É Alexandre, vc está inconvenientemente certo!

  • http://Euteamo Fabiula

    Eu sou a sua fã eu só assisto vc e quanto vc joga eu torso por vc …..
    Eu te amo antes de ue morre eu vou de ver eu vou ser dua ta amor

  • Alexssandro Duarte

    Camarada, você tirou a boca da minha palavra como já dizia uma velha piada a lá Trapalhões.

    É mais ou menos isto que tenho falado para os que criticam o desempenho olímpico do Brasil, parece que a memoria de todo mundo é apagada, há apenas oito anos nossos compatriotas não ganharam nenhuma medalha de ouro e em olimpíadas passadas também foram poucas e é fácil saber porque, medalhas olímpicas são ganhas por atletas de ponta formados durante anos deste a infância com grande apoio financeiro na maioria esmagadora dos casos, já os nossos contam com poucos investimentos e incentivos, muito mais fruto de sacrifícios familiares e pessoais para treinarem.

    Também fico comovido ao ver nossos atletas no pódio, mas me comovo também com gente que vai e perde a primeira classificatória, acho que fazem o que podem, ninguém se torna um atleta em tempo integral sem abdicar a uma vida mais confortável, alguns vão ganhar, mas a maioria vai perder, faz parte da vida.

    Muita gente critica por exemplo o Hipolito, o melhor ginasta de solo da atualidade, por ter perdido, mas quem viu sua exibição sabe que ele fez o melhor que podia e cometeu um pequeno erro no final, perdeu a medalha, mas quem já ouviu falar de um grande ginasta brasileiro anos atras ? Que tradição tinahmos nesse esporte até que se investiu um pouco mais , inclusive se contratando tecnicos estrangeiros de paises com mais tradição ? Acho que le não nerece criticas tão duras de gente que nem sabe o que é ginstica olimpica.

  • http://rostinhosbonitos.blogspot.com NÃO SOMOS APENAS ROSTINHOS BON…..

    Alexandre,
    Achamos essa questão bastante espinhosa, sobretudo num país em que a concretização de alguns direitos mais do que fundamentais não se dá….
    É óbvio que o patrocínio aos esportes é algo desejável, mas não sei até que ponto isso deva ser imposto como um ônus governamental!
    Adorâmos você e o seu bom-senso.
    Beijocas

    R: Investir em esportes é investir em saúde, lazer e bem-estar. E, sinceramente, não vejo como a implementação de uma política séria de fomento aos esportes, em especial em escolas e faculdades, dando aos jovens brasileiros novas alternativas viáveis de ascensão social e financeira, com investimentos na formação de mais e melhores atletas e treinadores, pode ser considerada como “ônus”.

  • Andrea

    Oi.
    Assisti ao video dele recebendo a medalha e claro que me emocionei tambem.
    Mas ao ve-lo chorando, imaginei o quanto esse rapaz nao deve ter passado para chegar ate’ la’. E tudo sem o menor apoio do Brasil. Pelo contrario, ne’? O Correios saiu fora porque ele nao estava treinando aqui. Sinceramente, se eu fosse ele, nao concorreria pelo Brasil nao! Levaria a camisa e a bandeira do pais que me apoia. E’ ridiculo ele passar tanto perrengue sozinho e o “Brasil” levar a medalha!

    R: Pois é, Andrea. Na matéria escrita por Amanda Romanelli para o Estadão deste domingo, dia 24/8, o pai de César Cielo desabafa: “Quando César decidiu treinar nos Estados Unidos, o pagamento que ele recebia da CBDA foi suspenso. A CBDA queria que ele ficasse no Brasil”. E no parágrafo final, ele ainda revela: “Veio uma ameaça de suspensão do pagamento quando dissemos que o César não iria comparecer a uma solenidade com o presidente Lula no Palácio do Planalto”. Ou seja, por causa de compromissos que prejudicariam o calendário de treinamentos do nadador, o repasse de cerca de R$ 8 mil mensais pagos pelo Ministério dos Esportes esteve em risco. É brincadeira, hein?

  • http://pensaremburrece.wordpress.com Társis Salvatore

    Achei essa Olimpíada particularmente uma merda. Em todos os sentidos. Desde a escolha da sede pseudo-comunista, até a performance do Nuzman, que roubou só um pouquinho e mereceu um bronze! No mais é aquela velha história de país monoesportista dos infernos. Ainda acho que “participação política à distância”, “educação no gelo” e “levantamento de CREU” deviam ser esportes olímpicos, para podermos disputar o OURO decentemente! Ou não!

  • Andrea

    Muito bom. A vitoria e’ so’ dele e de quem o acompanhou e apoiou durante todo esse tempo de treinamento. E’ ridiculo o “patriotismo” e orgulho que afloram nessas horas.
    PS: “Brasiliense” se escreve com “s”, ne’? Ops

  • Fabrícia Knupp

    Muito bom o texto. Sem dúvida nenhuma o mérito é todo do Cielo e da familia… Realmente é uma vergonha que depois de tanto sacrificio aparecam um monte de empresas com tamanha boa vontade em patrocinar… O Brasil é mesmo um país sem vergonha!!!! Sucesso a esses atletas que com esforço próprio chegam tão longe…

  • http://ImageVisionDesign Mônica

    Adorei este texto!!! Recheado de verdades que a gente teima em esquecer…

    Qdo falou em hino nacional (q eu tb não acostumo com essa versão de competições internacionais), eu lembrei logo de uma final da Liga de Vôlei, se não estou enganada… ou foi a Liga Mundial, ou foi na Olimpíada passada, não me recordo tão bem… o que ficou na mente foi a imagem e o som de todos os jogadores cantando o hino nacional inteiro, sem cortes, com todas as suas forças, mesmo depois da música já ter parado!!

    Foi uma das apresentações do hino que mais me emocionou, e, vamos combinar, ver nosso hino tocar bonitinho por aí emociona até quem não tem mais fé alguma neste país…

    R: Pois é, Mônica. Também gosto de ouvir o hino nacional na íntegra, e não nessa versão condensada.

  • http://www.curiosando.com.br Rodrigo Piva

    Parabéns! Concordo com seu belíssimo texto!
    E essa demagogia dos dirigentes do COB, Ministério, etc em insistir trazer a Olimpíada de 2016 para o Rio de Janeiro é lamentável. Vai ser um mar de desvio de verba quando deveriam se preocupar antes disso em colocar quadras e professores de educação física capacitados. Hoje somente 11% das escolas públicas possuem quadras. Enfim. Parabéns pelo artigo!
    Abraços

  • Cético

    A mídia brasileira tem uma parcela de culpa na sempre decepção do Brasil em olimpíadas.
    Quando o Tiago Pereira encheu o peito de medalhas ganhas no Pan americano 2007 eu comentei com algumas pessoas num barzinho o seguinte: Na próxima olimpíada ele no máximo pode ganhar uma medalha de bronze.
    O maior sonho de um atleta é medalha olímpica, depois vêm os campeonatos mundiais, copa do mundo disto e daquilo, Meetings de atletismo, pan-americano e outros torneios menos cotados.
    Mas quem se importa com pan americano? Para este torneio os EUA mandam seus atletas de 2ª e 3ª categoria. Daí os atletas brasileiros se enchem de medalhas e se acham o máximo.
    A mídia tupiniquim comandada pelo grupo Globo põe na cabeça do povo que nossos atletas já são os maiorais e que vão rebentar nas olimpíadas.
    Lembro-me que nos anos 90 teve um pan americano daí o Robson Caetano ganhou os 100 metros rasos.
    Sabe qual foi a manchete de um jornal brasileiro? “Robson Caetano é o homem mais veloz das Américas”.
    Ora, ora, ora no mesmo período o grande Carl Lewis (este sim, é um super atleta) tinha o recorde olímpico e estava participando de um Meeting acho que na Suíça. O corredor americano estava ganhando milhares de dólares na Europa. É bem melhor do que correr num torneio de pouco prestígio mundial.
    Um grande atleta quer muito dinheiro e muito prestígio.
    Quando falaram no Maradona jogar no Palmeiras o mesmo falou que se jogasse no Brasil cairia no ostracismo.
    Quando em 1994 a pousuda Hortência foi campeã mundial de basquete pensou que ia rebentar na próxima olimpíada. Caiu diante dos EUA na olimpíada de Atlanta.
    Antes da olimpíada de Atenas a Daiane dos Santos ganhou medalhas em campeonatos mundiais, dizem que ela inventou até pulo triplo a la parafuso e não sei o que mais. Em Atenas o Brasil todo comandado pelo Galvão Bueno jogou toda a responsabilidade para a coitada que nem de bronze ganhou.
    Agora foi a vez da Jade e Hipólito que por serem campeões mundiais acharam que em Pequim ia chover medalhas.
    Os dirigentes brasileiros tem que botar na cabeça dos nossos atletas que a cobiça por uma medalha olímpica é bem maior que uma medalha num campeonato mundial, copa do mundo, pan-americano etc.
    Numa olimpíada temos toda a mídia esportiva do planeta mostrando a cara dos atletas para bilhões de pessoas verem, lembrando que o Bush (o homem mais poderoso do planeta) foi ver de perto a cara de seus atletas.
    Alguém aqui se lembra onde foi o último campeonato mundial de judô e quem foi ouro, prata e bronze? Claro que não! Mas, todos aqui sabem (e vão se lembrar por um bom tempo) que na olimpíada de Pequim Michael Phelps ganhou 8 medalhas de ouro na natação, nos 100 metros rasos masculino deu ouro e prata para 2 jamaicanos e nos 100 metros feminino deu três jamaicanas.

  • http://www.fgsolutions.com.br Gabriel Carlini Vieira

    Parabéns pelo post, na realidade, a blogosfera deveria fazer uma disseminação muito maior do que a já existente. É uma vergonha um país como o Brasil, ter 6 medalhas somente em uma olimpíada. Esse problema de falta de incentivo do Governo no esporte, começa pela falta de Investimento da Educação primária. Sobre a mídia televisiva de canal aberto ( Globo ), nem comento também, pois em nenhum momento falam da falta de investimento.
    Um abraço

  • http://cantodovladimir.zip.net Vladimir

    Inagaki,
    Muito bom texto, o melhor que li até agora sobre o assunto! Sou otimista e espero que o COB aprenda com os resultados pífios e faça um trabalho mais de base e menos de oba-oba.
    Abraços, Vladimir

  • http://www.athena18.blogspot.com Cláudia

    Respondendo à resposta XD: Sim, eu vi. Vi também o desempenho pífio do basquete. Se bem que quando eu treinava, meus ídolos brasileiros eram os mesmos que você citou, mas infelizmente já estavam se aposentando no momento em fui apresentada ao basquete. Atualmente, vejo seleções como a lituana, argentina, americana ( claro!) e pasme: chinesa unidas pelo esporte e não pelo estrelismo e concluo: não dá pra pensar em basquete ( e nem futebol ) brasileiro como se pensava antes… Mas, fazer o quê?

    R: Cláudia, aí a gente é obrigado a dar crédito ao pessoal do vôlei, incluindo dirigentes e técnicos, que souberam fazer com que os principais atletas que representam a Seleção tenham mantido o espírito de grupo (Ricardinhos à parte) e a motivação. E, no caso da seleção de futebol, embora haja n motivos para se descer a lenha no presidente da CBF, em especial pela escolha infeliz do atual treinador, ao menos um mérito eu preciso reconhecer: Ricardo Teixeira fez muito bem ao fazer com que os futebolistas ficassem hospedados na Vila Olímpica, ao lado dos demais atletas, ao invés de deixá-los n’algum hotel de luxo, como já aconteceu em outras Olimpíadas.

  • http://www.alexandresena.jor.br Alexandre Sena

    O que me deixou incomodado foram os confetes jogados em torno do Thiago Pereira, que virou “o nadador da Globo”, por causa das medalhas obtidas no Pan. Ninguém falava do César Cielo. Quero ver quantas empresas vão querer colar agora (e só agora) sua imagem ao do nadador paulista do interiorrrr, coisa que dificilmente ele conseguiria se ainda estivesse no início da carreira em Santa Bárbara d’Oeste.

  • http://novasm.blogspot.com Carlos d’Andréa

    Inagaki, no site dos Correios há nota celebrando o patrocínio dado pela estatal ao Cielo: http://www.correios.com.br/servicos/mostra_noticias.cfm?noticia_codigo=17975&tiponot_codigo=34
    Será que o patrocínio foi mesmo suspenso e o Correios assumiu tamanha cara de pau?
    A história parece mal contada. abs carlos

    R: Carlos, seria muita ingenuidade alguém achar que os Correios, devido ao patrocínio que dão à CBDA (que repassa parte dessa verba aos nadadores), não tentariam capitalizar a conquista de César Cielo Filho. É como se a Olympikus, que fornece uniformes ao COB, também começasse a alardear que é “co-patrocinadora” do Cielo (embora ele tenha usado aquele maiô LZR Racer da Speedo). Menos mal que o pessoal da Olympikus não tem a mesma cara de pau da CBDA e dos Correios. Mas nada ilustra tão bem essa história “mal contada” do que a nota que o Carlo Carcani Filho, que escreve no jornal Diário do Povo de Campinas, publicou em seu blog a respeito do pessoal oportunista que adora aparecer nessas horas:

    O “apoio” a Cielo

    O clima esquentou na volta de César Cielo ao Brasil. Coaracy Nunes, presidente da CBDA, queria que ele usasse apenas um uniforme com a marca dos Correios nas entrevistas, mas Xuxa, ex-nadador e empresário do campeão olímpico, bateu o pé e exigiu que Cielo usasse camiseta e boné que também tivessem a marca da Samsung, outro patrocinador importante.

    O relacionamento entre o cartola e o campeão não é dos melhores já há algum tempo. Para se dedicar aos treinos como um profissional deve fazer, Cielo pediu para não vir dos Estados Unidos ao Brasil para participar de um evento com a presença do presidente Lula. Coaracy não gostou e deu o troco em Pequim. Ele “não conseguiu” ingressos para os pais do nadador, conforme prometido.

    Ainda bem que Olimpíada não tem a prova do “melhor cartola”. O representante da CBDA não passaria da primeira eliminatória.

  • http://www.brogui.com Caio - Brogui.com

    Texto perfeito, vou falar mais o que ?
    Parabens Ina.
    Abs

  • http://tocaaquela.blogspot.com/ Ulisses

    “Crítica Às Críticas”. Foi exatamente isto que eu coloquei nos destaques do meu blog. Questionei e muito a postura de “blogueiros de vanguarda” que veneram posições em ranking esquecendo de todo um árduo trabalho em volta de cada um dos 277 atletas que foram para Pequim, cada um à sua maneira, mas todos com a intenção de fazer o melhor representando o país.

  • Caroline Teixeira

    Oi Alexandre
    Vale lembrar que nao podemos culpar apenas os dirigentes e o governo pela fata de apoio no esporte. Falta tambem incentivo da propria sociedade. As universidades, escolas e empresas privadas podem e deveriam ajudar os atletas, nao somente com incentivos financeiros, mas com educacao no caso das universidades. O Cielo tinha bolsa de estudos nos EUA, la’ o esporte esta diretamente ligado a educacao. O governo brasileiro tem varios programas de incentivo ao esporte, mas a verba que sobra da robalheira acaba sendo dirigida para setores mais precarios da nossa sociedade, como a saude. Nao estou defendendo o governo, mas canso de escutar brasileiros sempre culpando quem esta acima e nao fazendo NADA e nem ajudando para mudar a situacao do nosso pais.
    Abracos

    R: Caroline, obrigado pelas suas importantes e relevantes observações. Você tem total razão no que diz!

  • Fábio Camolesi

    Bom dia alexandre, sou de Piracicaba, interior de SP, gostei do texto e da linha critica que você leva, gostaria de ressaltar aquilo que você indiretamente disse, como acontece aqui em “Pira”, o prefeito atual não da nenhum apoio a esportes ou atividades que tiram as crianças da rua, investindo assim em pontes e asfalto, em vez também de investir em transporte coletivo para diminuir o trafego de carros.
    adorei o texto e começarei a acessar o blog. e te faço um convite, sou direto de um jornal, cuja tiragem é de 4.000 exemplares e com 2.500 assinantes, leva uma leitura boa, sempre com criticas e opiniões, gostaria de pedir a autorização para “roubar” alguns textos seus.. para publicação, o jornal como disse é montado mais para formação do que informação.
    Caso ouver interesse entre em contato comigo no e-mail [email protected]

    R: Olá Fábio, mais tarde te mando um e-mail. Por enquanto, valeu pelo interesse e pelas observações. Aquelabraço!

  • http://rostinhosbonitos.blogspot.com NÃO SOMOS APENAS ROSTINHOS BONIT…

    Concordamos plenamente!
    Há que se pensar um pouco antes de nos deixarmos levar pelo discurso fácil.
    Beijoca

  • http://holococos.sjdr.com.br/ Henrique Cintra

    O melhor de ler seu post é saber que eu não sou o único que acha absurdo tanto estardalhaço em cima alguns 3 esportes coletivos onde metade dos brasileiros sabe o nome de uns 50 “atletas” e os verdadeiros atletas de todas as modalidades “mais olímpicas” são esquecidos.

    No final do ano a maioria dos brasileiros se lembrará mais do ouro que o Brasil não ganhou no futebol do que o ouro conquistado na natação ou o perdido no judô, no salto com vara, na vela…

  • Borta

    “Graças a Deus consegui um ótimo resultado. Agora quero trazer outra medalha e conquistar o ouro nos 50 metros”, disse o atleta, entre lágrimas. “Quero agradecer a todos que me ajudaram, principalmente ao Pinheiros e aos Correios. Foi muito bom trazer essa medalha para o Brasil.” - Cesar Cielo

    fonte: http://www.estadao.com.br/esportes/pequim2008/not_esp223461,0.shtm

    Sua font (o Blog) cita Ricardo Prado como a fonte. Talvez ele tenha se confundido…

    R: Borta, atribuo essa declaração a um esforço de relações públicas. Pois o único papel que os Correios possuíram na conquista do César Cielo Filho foi um repasse de verbas que a CBDA deu a quatro atletas considerados “de elite”: César Cielo, Thiago Pereira, Kaio Márcio e Nicholas dos Santos. O único patrocínio pessoal que Cielo tinha, ao menos até agora, era da Samsung. Vale a pena ainda citar um desabafo feito pelo pai de César Cielo momentos após a conquista da primeira medalha dele, publicado no Best Swimming, melhor site especializado em natação do Brasil:

    “Meu filho não é resultado de projeto ou programa algum. NInguém ajudou ele para chegar onde está. Ele é resultado de meu esforço e da mãe dele. Não vou aceitar ninguém tirando proveito deste resultado”. Isto são apenas parte do que o revoltado pai falou.

    A grande revolta é o fato de Cielo ter tido seu patrocínio dos Correios suspenso por ele treinar nos Estados Unidos. Além disso, a família teve de refinanciar o carro em São Paulo para poder arcar com as despesas da viagem para poder assistir a competição em Beijing. Ontem para ver seu filho ser medalha de bronze, o pai teve de pagar 1.000 dólares pelo ingresso.

    O Comitê Olímpico Brasileiro já respondeu ao pai do atleta através de uma nota oficial se isentando de que não haviam ingressos disponíveis. Entretanto, o pai de Cielo viu diversas famílias de nadadores internacionais com credenciais providenciadas pelos respectivos comitês olímpicos nacionais.

  • aninha

    E na hora em que ele estava prestes a sair do Cubo, um celular rodou de mão em mão até chegar na orelha dele. E o repórter comentou: “Deve ser alguma ligação importante”. E eu pensei comigo: “Os pais dele estão lá. Ou é o Lula, ou a Nike”.

    R: Aninha, foi o Lula. Mas podia ser pior. Eu me lembro bem daquele ex-ministro dos Esportes, Agnelo não sei das quantas. Um tremendo papagaio de pirata, que aparecia em tudo quanto era pódio para tentar capitalizar as medalhas dos atletas brasileiros no Pan.

  • http://f4lh4critic4.wordpress.org Rodrigo

    Grande Ina! sempre quando se espressa fica dificil de refurtar, parece que sabe o que penso, hehehe
    falando no cielo e em com ele fez sozinho seu caminho me lembrou do guga em 2004, que não aceitou usar a roupa do patrocinador do COB, obviamente por ter já seu patrocinador e que sempre foi o único a ajudar financeiramente. resultado: ele não foi.
    enquanto continuar essa cartolagem que pensa mais em ganhar dinheiro ao invés de ter um pouquinho de orgulho pelo país, coisa que eles exigem dos atletas que vivem com um salário miséria, quem sabe nós teremos um ínicio de boa base para as olimpiadas.
    sinceramente, eu espero que NUNCA o brasil sedie uma olimpiadas enauqnto for essa porcaria de organização, pq vamos passar vergonha.
    aliás, eu espero que o futebol masculino perca por um simples motivo> só assim para o brasileiro dar valor a outros esportes.
    aliás, vai ter muitas reclamções se o bernadinho não ganhar… engraçado que depois de 7 anos ganhando quase tudo, uma hora tende a se ter uma ou outra baixa. é questão de esperar o mal momento passar.
    eu senti muito orgulho do cielo e dos outros, mas nada do brasil. fiquei feliz por ele, emocionado por ele e espero que nos eua ele continue com treinos para que se torne cada vez mais campeão.
    ver ele nadando me dá uma nostalgia de quando eu nadava e até participava de campeonatos juniores… hj nem tenho pique pra atravessar a piscina direto =(
    aquele abraço

    R: Só uma correção, Rodrigo: na verdade o Kuerten disputou sim as Olimpíadas de 2004, graças a uma concessão do seu patrocinador pessoal. Mas foi bem lembrado esse exemplo, para ilustrar o fato de que, na competição mais importante de todas, às vezes um atleta é obrigado a deixar de prestigiar seus patrocinadores mais fiéis por causa dos interesses das confederações.

  • http://www.interney.net/blogs/locutorio/ simone

    é tão verdade tudo isso que você escreveu. as vitórias, poucas, são pessoais. e o desempenho geral, fraco, representa a falta de infra e de uma política séria para preparar atletas. quer exemplo maior do que a seleção feminina de futebol? o quanto elas tiveram de lutar pra conseguir treinar?
    Beijo!

  • http://www.athena18.blogspot.com Cláudia

    Primeiramente, gostaria de parabenizá-lo pela qualidade do blog, realmente excelente!
    Concordo com o que disse. O único esporte valorizado por aqui é o futebol ( masculino, diga-se de passagem; o feminino só é visto nas olimpíadas e raramente comentado pela imprensa em algum outro evento). Estava até conversando com o meu pai no dia da vitória do Cielo e ele me disse: ” Você ouviu alguém soltando fogos? Comemorando a vitória pioneira na natação em uma olimpíada? Aposto que se o Corinthians tivesse empatado com o Bragantino, a gente mal poderia dormir pelo barulho”.
    Não quero aqui criticar quem curte futebol. Mas acho que está na hora da galera rever seus conceitos e passar a conhecer outras modalidades esportivas tão interessantes quanto ele.

    Se nem o próprio povo se interessa por outros horizontes, as políticas permanecerão iguais por um bom tempo… Se bem que eu já não acredito na política brasileira há mto, mto tempo.

    Viva ao basquete!

    R: Cláudia, por falar em basquete, que papelão a dos atletas da NBA que deixaram de lado o Pré-Olímpico de Basquete e renunciaram a representar nossa seleção, hein? Enquanto isso, Kobe Bryant, LeBron James e outras estrelas dos EUA estão disputando as Olimpíadas sem ter apelado para o álibi de contusões suspeitas às vésperas da competição… Uma pena. A mesma Seleção que já teve nomes como Oscar Schmidt, Amauri Passos e Ubiratan merecia ser melhor representada.

  • Cissa

    Já passa da hora de dirigentes como o Coaracy Nunes da CBDA e seu besteirol sem fim serem afastados e substituídos por gente de visão. Se a oportunidade existe, ela tem que ser aproveitada. Não fosse essa arrogância e ignorância senil de senhores como o Coaracy, teríamos muitos mais medalhistas nas piscinas de Pequim. Eu mesma já treinei em Auburn, e uma das grandes vontades de David Marsh - treinador que montou essa magnífica fábrica de recordistas mundiais e campeões olímpicos que é a universidade de Auburn - era ter um nadador brasileiro em sua equipe. Alguns por medo preferiam ir à universidades com equipes inferiores pois lá haviam outros brasileiros, mas outros simplesmente não poderiam ir só com uma bolsa parcial, bolsa essa que poderia ser complementada com ajuda da CBDA, mas não é. E hoje poderíamos ter muitos outros com medalha e com seus talentos verdadeiramente desenvolvidos. Não o temos, por falta de visão, egoísmo, incompetência, e arrogância. Um viva para Cielo e a melhor decisão que tomou em sua vida, que foi treinar em Auburn.

    R: Cissa, obrigado pelo testemunho de alguém que já passou pela mesma experiência de César Cielo, de treinar em Auburn, e conhece bem a diferença abissal entre preparar-se em um país sem um centro permanente de treinamentos, e em um local com infra-estrutura talhada para o desenvolvimento e aprimoração constante de atletas e técnicos.

  • http://sociophobia.wordpress.com M.K.

    Post perfeito. É realmente triste a realidade dos atletas no Brasil, um país no qual não há incentivo nenhum ao esporte.

  • http://www.portalcab.com/esportes/olimpiadas/blog-bronze-brasil-2008.php PortalCab.com

    No bronze o Brasil é ouro!
    Conheça o melhor blog humorístico sobre as olimpí­adas de Pequim. Nele, seus criadores tentam exaltar de maneira sarcástica a tentativa do Brasil de quebrar o recorde de 9 medalhas de bronze conquistadas em 1996 em Atlanta. =)

  • http://focozero.blogspot.com Marcio

    Inagaki,

    concordava em muito com o que você falou até ouvir um comentário do ex-nadador Ricardo Prado, que é agora comentarista de natação da ESPN. Ele falou mais ou menos que o esporte brasileiro (mais especificamente a natação) nunca recebeu tanto dinheiro do governo, que os atletas não são mais os coitadinhos que gostam de pintar, tiveram estrutura pra treinar e têm culpa sim dos maus resultados.
    É o caso da ginástica, por exemplo. Tem estrutura, tem bons treinadores, tem até bons atletas. Estrutura essa bancada em grande parte com o dinheiro público, o nosso dinheiro. Mas esses atletas falharam, assim como os do judô, que eram favoritos.
    Acho que falta muita estrutura pro esporte brasileiro, ainda mais se quisermos brincar de ser potência olímpica. Mas também já passou da hora de acharmos sempre os atletas os pobrezinhos que lutam contra todas as condições adversas. Não é bem assim…
    O Cielo treina fora do Brasil porque tem uma bolsa de uma universidade. Mas vários outros nadadores com resultados pífios treinam no Brasil e com bastante infra-estrutura, bancada pelo dinheiro do contribuinte. Como não vamos exigir, no mínimo, que representem o Brasil decentemente?!

    Um abraço e até a próxima!

    R: Marcio, um dos maiores problemas dos esportes olímpicos no Brasil está na pouca quantidade de praticantes de modalidades como natação e ginástica, em comparação com países como China e Estados Unidos, onde milhares de atletas praticam outros esportes que não sejam unicamente futebol. Se é verdade que há atletas que não são mais “coitadinhos” (embora vale a pena recordar das situações adversas pelas quais passam representantes olímpicos de esportes como taekwondo e judô, que já citei nas respostas a outros comentários), por outro lado é importante lembrar, por exemplo, que a seleção permamente de ginástica olímpica será dissolvida após estas Olimpíadas, e que se o Brasil continuar pensando a curto prazo jamais colherá resultados que não sejam trazidos por talentos individuais, como um Guga Kuerten ou uma Hortência, que surgem ocasionalmente. Seria bom se todo esporte olímpico tivesse a estrutura do nosso vôlei, que precisou passar por dois vice-campeonatos olímpicos e investimentos contínuos, que passaram pela construção de um CT permanente no Rio de Janeiro, para tornar-se o mais vitorioso do mundo.

  • http://www.updatebox.blogspot.com Geraldo

    Quando a tv informou que Cesar Cielo treinou nos Estados Unidos, não fiquei muito surpreso: afinal, quantos profissionais e atletas bem sucedidos não vão treinar e serem contratados no exterior e voltam com fama e dinheiro? E depois vem o orgulho besta nacional, como se eles ganharam tudo o que têm as custas do apoio brasileiro.
    São bem raros os casos de quem conseguiu ajuda e sucesso trabalhando *só* dentro do Brasil.

    Agora, quando vem uma medalha olimpíca, dizem que é mais uma “vitória do povo brasileiro”, como se a medalha nem pretencesse ao atleta…

  • Vitor

    Alexandre, eu discuti isso com os meu amigos esse final de semana. Sei como é dificil ter o apoio de um patrocinador ou do governo quando você é apenas um desconhecido. Fui nadador também, e fui morar fora como o Cielo para tentar uma olimpiada. Com certeza os clubes e confederações brasileiros têm que investir mais em seus atletas, afinal sem eles, os clubes não seriam nada. Sim, falta muito planejamento e muita estrutura para que o Brasil pare de aplaudir os outros e realmente comece a competir nas olimpiadas. Não sei porque o Rio de Janeiro se inscreve para sediar uma olimpiada, para ficarmos cada vez mais revoltados com a incompetência dos dirigentes e ainda ficarmos mais revoltados com as obras super faturadas?. Tá mais do que certo o Cielo treinar nos Estados Unidos e acho que os atletas que têm condições de fazer isso que façam mesmo, quantos mais atletas o Brasil perder, maior vai ser o tapa na cara desses dirigentes incompetentes.

    R: Vitor, foi bom você ter citado os clubes, lugares fundamentais para a disseminação das práticas esportivas e revelação de novos talentos. O Brasil jamais será uma potência olímpica enquanto não souber valorizar a importância tanto de clubes quanto de universidades na formação de atletas e treinadores.

  • http://www.brunogodoi.com/blog Bruno Godoi

    Somente quem já tentou praticar esporte além do amadorismo no Brasil sabe o sabor amargo que é conquistar algo em um país que só sabe criticar.

    Já vi por várias vezes equipes boas não participarem de Jogos Regionais no interior paulista simplesmente por não serem o bastante boas para serem campeãs.

    O brasileiro e seu “jeitinho” entendem (em sua maioria) que vitória é o ouro, mas se esquecem que em um mundo de 200 milhões de habitantes, 250 representam uma nação, e mais 10 mil representam praticamente todas as nações do mundo. Estar lá é uma vitória, principalmente em um país onde atleta é super heroi, já que governo não ajuda, iniciativa privada só quer campeões, e professores lutam para tentar tornar pedras brutas de diamante, em algo de valor.

    Choro junto com o Cielo, mais por saber a dor que é chegar numa conquista sem apoio, do que realmente pela conquista.

  • http://www.lidiely.com.br/ Nanda

    Excelente texto! PARABÉNS pelo raciocío!

  • Pedro

    Inagaki, as confederações brasileiras de desporto, não podem pagar os ingressos dos familiares dos atletas. Eu espero que isso nunca aconteça, ou, aí sim, seriamos alvo de chacota mundial.

    R: Pedro, não era necessário custear ingressos. O COB havia se comprometido em fornecer credenciais aos familiares dos atletas, tal qual outros comitês fizeram com parentes de seus nadadores. No entanto, sequer isso providenciou. Provavelmente, havia muito dirigente que “precisava” mais dessas credenciais…

  • http://joaogrando.wordpress.com joao~grando

    A verdade é que ninguém é santo, para variar. Porque, como bem apontou num comentário a Leila, as políticas de países totalitários são bem questionáveis. E por fim o quadro de medalhas vira uma disputa desarmada da potência de cada país. Mas antes isso que uma guerra de verdade. E antes o Brasil entrasse nessa disputa, mesmo com este interesse, que a conseqüência seria boa para o esporte e consequentemente para a sociedade (até porque temos bons exemplos como tu apontaste).
    E falando em sociedade, esse tipo de torcida é também um pouco um reflexo de cada um: sempre defendi o Rubinho também e acho engraçado quem o chama de covarde por ter obedecido à equipe e vai lá toda segunda-feira e faz o mesmo em seu emprego.

    Quem não batalha não sabe como é difícil batalhar.

    Mas este é um problema como todos os outros que o Brasil tem. Na cultura é a mesma coisa, as pessoas ficam se importando se um filme vai ou não concorrer ao Oscar!
    E para este tipo de análise, hoje em dia me dá mais desprezo que raiva. O Hypólito, mesmo que tivesse vencido, ia ser malhado igual: tem muita gente que fala “as irmãs Hypólitos”, aliás, é a primeira coisa que a maioria das pessoas comenta. Esse tipo de pessoa tem de pegar o controle remoto, grudar no sofá e ficar no campeonato brasileiro ou novela, que será feliz e nós não temos nada com isso.
    Porque há também quem se importe, quem acompanhe, quem valoriza os resultados – é só vermos os comentários deste seu post. Então acho que não podemos nos basear pelos maus exemplos. E as coisas já melhoraram (não podemos ficar satisfeitos, claro, mas, tanto em cultura quanto em esporte, por mais que muitas vezes seja conseqüência de isenções fiscais e outros interesses, as coisas melhoraram muito (pensemos no desempenho do Brasil e no cinema nacional de umas décadas para cá) e o sistema tem de ser esse mesmo para funcionar, um jogo de interesse, porque os interesses nobres e só nobres são raros).

    É que desde a independência se vem tentando firma um Brasil idealizado, e nesse caminho surgiu o Brasil de verdade. E este Brasil é difícil corrigir. Porque é muito próprio, e portanto precisa de políticas originais, próprias para ele.
    Mas paro por aqui, para isso continuar sendo um comentário ao que escreveste.
    Farei um post eu dessa fuga do assunto que estava por se iniciar e o monte de coisas que me veio à cabeça devido ao que li e pensei, pois o assunto (e o problema) é longo.

    “Grando” abraço.
    João Grando

    R: Caro João, obrigado pelo seu comentário-post. É um prazer ver idéias sendo discutidas em meu espaço virtual. Teje à vontade para expor suas reflexões por aqui!

  • http://www.dantaspinto.blogspot.com flávio dantas

    adorei o blog!
    podemos nos linkar????

    R: Flávio, link não se troca. É concedido espontaneamente, como eu sempre faço cada vez que encontro algum blog que mereça ser melhor divulgado.

  • http://ladyrasta.wordpress.com Flavia

    Bom, pra não ficar só concordando, queria só ressaltar umas coisinhas:
    a)é o fim mesmo ver autoridades e emissoras de televisão faturando em cima da vitória dos atletas, mormente quando não moveram uma palha para isso;
    b) a vitória do Cielo (e de outros atletas nas outras olimpíadas, com os recursos escassos de que dispunham) só mostra que temos “material de qualidade” que, inseridos numa política esportiva decente, faria maravilhas - e todos sabem que esporte é uma das armas contra violência e falta de conceitos ético-morais (molecada que pratica esporte é diferente da molecada que não os pratica, não tem jeito);
    c)o conceito de herói aqui no Brasil é meio equivocado, eu acho. Herói é aquele que cumpre a sua missão independente das vicissitudes - estas aliás moldariam o seu caráter. Então, além de alguns não entenderem que “derrotas” fazem parte da vida daqueles que enfrentam disputas, há ainda o desrespeito à memória e uma supervalorização do “aqui-agora” - o cara que ganhou uma medalha num torneio olímpico tem que ser respeitado ainda que nunca mais faça mais nada. Pensando bem, estamos num país (ou sociedade) que valoriza muito pouco a sabedoria encontrada nos mais velhos…
    Por fim: adorei o texto das “Lágrimas”, aquela música além de tudo é linda - aliás, já ouviu com a Teresa Cristina cantando? é o máximo.
    beijos!

    R: Concordo com suas observações, Flavia. E quanto à Teresa Cristina, eu ouvi o álbum de regravações que ela fez do Paulinho da Viola. Muito bom, mas a versão original de “Quando Bate Uma Saudade” permanece sendo a definitiva. Um beijo!

  • http://maroma.wordpress.com/ Marília

    Excelente post e comparação com Joaquim Cruz!

  • http://alfarrabium.blogspot.com Giane

    Oi, Alexandre!!!

    Vou usar do título de um livro de um certo escritor nacional - que mora no exterior e parte das estórias de seus livros também se passam no exterior:
    “O vencedor está só”.
    No caso dos esportistas (e outros batalhadores) em nosso país, literalmente falando.

    Beijos mil e toda segunda já tenho leitura cativa no Yahoo Posts!

    R: Giane, sem desmerecer a frase citada por você, não creio que haja maior solidão do que aquele que chegou a sentir na alma o gosto da vitória, mas acabou por vê-la desvanecer no horizonte. O rosto do Diego Hypólito pouco após sua queda na prova do solo em Pequim talvez seja uma das mais expressivas imagens que já vi em minha vida… Um beijo e até segunda! ;)

  • http://heresialoira.com Juliana

    Oi Inagaki. Eu também achei muito sem graça transmitirem diretamente da casa de Cielo. E a avó dele (claro que por estar eufórica e não saber o que dizer) ainda mandou beijos para o Galvão, dizendo que ele sempre apoiou seu neto. Aquilo sim foi de chorar! E outra, os comentaristas achando a coisa mais linda a “quebra de protocolo” dos colegas de Cielo comemorando a vitória no local inapropriado. “Quebra de protocolo” foi um eufemismo para bagunça e desorganização! Eu achei o máximo a vitória dele e creio que toda a equipe também, mas eles precisavam mesmo invadir aquela área restrita para parabenizar o colega?

    R: Juliana, embora seja quebra de protocolos, penso que nesse caso específico houve uma boa justificativa. Depois de tantas críticas acerca do comportamento dos brasileiros, ao menos com relação ao modo como nós expressamos nossas alegrias eu não me queixo. Muito pelo contrário, creio que o mundo inteiro seria muito mais feliz se externasse seus júbilos da mesma maneira que a gente faz. :D

  • Cintia

    Concordo plenamente com você.
    É muito fácil ser torcedor de 4 em 4 anos. A maioria das pessoas e principalmente a mídia não conseguem raciocinar (ou nem tentam) que há muito investimento e planejamento por trás do excelente desempenho dos chineses e americanos, por exemplo.

    Aliás, acredito que esse planejamento dos chineses para chegarem onde chegaram vem de mais de 2 ciclos olímpicos.

    De qualquer maneira, esperei ansiosamente por ver César Cielo cair na água. Ver aquele momento emocionante não me tirou pedaço, me deixou igualmente emocionada. Mas entendo o que você quer dizer a respeito da mídia. Chego a achar injusto que não mostrem o outro lado da história: o treinamento, as dificuldades, o “paitrocínio” e tudo mais.

    R: Cintia, eu fiquei bastante emocionado com a vitória de César, e em especial no momento do pódio, em que ele foi aplaudido pelas arquibancadas do Cubo D’Água por não conseguir refrear suas lágrimas durante a execução do nosso Hino. Mas não pude deixar meu senso crítico de lado…

  • http://euachoquefoiassim.blogspot.com/ josue mendonca

    sempre fico emocionado quando vejo alguém realizar um sonho após tanto esforço…
    espero que sirva de exemplo para muitos brasileiros..
    apesar de uma campanha tão medíocre do Brasil nessas olimpíadas, isso não tira o brilho daqueles que passaram anos lutando por uma conquista feito essa

  • http://biguaetania.zip.net Tânia Biguá

    Lágrimas de alegria

    O Cubo D’Água de Pequim ficou mais cheio no dia 15 de agosto de 2008. Também, não era pra menos. As lágrimas do nadador brasileiro César Cielo se misturaram à água tratada, clorada e suada, de tantas braçadas vitoriosas. Que gosto tem essa água? -Responde Cielo! Sei que vais descrever esse gosto um dia. Mas nunca vamos saboreá-lo.
    Esse gosto que experimentaste ao cair na real, ao se ver campeão, desabando em um choro contido, que queria ficar como água represada, mas não ficou, porque emoção tem que transbordar.
    Como foi bom chorar contigo, quando viste o teu resultado na piscina. Como foi bom continuar chorando na hora em que te emocionaste com o Hino Nacional.
    Esse gosto eu experimentei junto contigo. Ah vitória, como tu és boa! Ah lágrimas de ouro! Como é bom poder chorar um choro alegre, de felicidade plena, que coroa um esforço grandioso e praticamente solitário. Horas e horas na piscina, pra lá e pra cá, para em tão poucos segundos poder estufar o peito e dizer: tudo valeu a pena!
    Cielo, hoje o que mais quero, é expressar minha gratidão. As lágrimas de alegria que derramei também tem gosto de vitória, por um Brasil, que se esforça para ser grande aos olhos do mundo. Através de ti demos um salto gigante e dourado. Um caminho iluminado pela energia de um tempo recorde: vinte e um segundos e trinta centésimos, que valem para uma eternidade.
    A Natação, o Esporte, o País e sua gente nunca mais serão os mesmos, simplesmente porque tu não desististe e confiaste em Deus. Que esse favor de Deus sobre tua vida nunca cesse, para que continues brilhando na piscina, e engrandecendo nossas vidas.
    César Cielo, benditos são teu pai e tua mãe. Bendito és tu entre as nações que lutaram pelo ouro, mas tiveram que se render ao teu triunfo e deixar essa medalha contigo.
    Parabéns, César Cielo pelo dia 15, pela medalha, pelo recorde, pelas lágrimas, pela alegria que proporcionaste a um país que carece tanto de heróis!
    Tânia Biguá é jornalista e missionária da Convenção Batista Maranhense
    [email protected]
    http://biguaetania.zip.net

    R: Hmm. Nada contra o seu texto que você reproduziu aqui no meu blog, Tânia, mas não pude deixar de me lembrar de Bertolt Brecht, que escreveu: “Triste do país que necessita de heróis”.

  • http://www.celsodossi.blogspot.com Celso Dossi

    E o telefonema do Lula pro Cielo?
    Deveria ter vestido a Marísa Letícia de Mulher-Maravilha Nadadora e mandar ela dar tchauzinho.

  • http://www.deixe-a-menina.blogspot.com Menina Gi

    Esse nacionalismo brasileiro deveria vir nas horas de eleições e não em eventos esportivos. Apesar de ser dos poucos momentos onde brasileiro sente orgulho de seu país é comum ignorar esforço e demonstração de paixão pelo que faz. Porque ser atleta em um país como o Brasil é demonstração de muito amor ao que se faz.

    R: Concordo contigo, Gi. Gosto muito da efervescência cívica que surge nas épocas de eleição, embora infelizmente nem sempre esse orgulho acabe por ser devidamente canalizado na hora de cada um decidir o seu voto…

  • http://www.verbeat.org/blogs/stuckinsac Leila

    Apesar de concordar com suas críticas à falta de estrutura para o esporte no Brasil, eu acho que um atleta que se destaca mundialmente tem algo muito especial que é individual em essência - o talento nato e a disciplina de trabalho que o levaram a esse nível. Em esportes invididuais como a natação, o mérito sempre é acima de tudo do atleta (ou, por extensão, da família que o incentivou a nadar desde pequeno e viajou para todas as competições, etc). E numa Olimpíada, é esse atleta que escolhe a bandeira pela qual ele vai competir. Cielo parece ter representado o Brasil com gosto e orgulho, apesar de tudo. Assim como atletas americanos, que moram e treinam nos EUA, acabam se naturalizando em outros países para ter oportunidade de serem selecionados e ganharem medalhas (vide Kristy Coventry, americana que representa o Zimbabwe e é heroína naquele país).

    No mais, é preciso reconhecer que muitos dos países que se destacam nos esportes têm alguns mecanismos perversos para obter seus resultados, como os países totalitários. Os EUA também têm um lado negativo em sua privatização absoluta do esporte, em que times de basquete, baseball e futebol americano são propriedade de um empresário, e se der na telha do cara mudar o time para outra cidade diferente, mudar o time de nome inclusive, ele vai e faz. Danem-se os torcedores.

    Nas universidades, o investimento em esporte é tão alto que os técnicos ganham dez vezes mais que presidentes das universidades ou os melhores professores. Atletas que são péssimos alunos ganham vaga enquanto jovens que estudaram a vida inteira para conseguir uma boa universidade não são aceitos. In any case, universidade nos EUA está se tornando cada vez mais um artigo de luxo; é muita gente pagando muito, muito caro, para dar essa infraestrutura ao esporte. Não sei se isso jamais seria possível no Brasil.

    R: Leila, excelentes as suas ponderações. Sobre seu primeiro parágrafo, ressalto que o talento nato é imprescindível para o sucesso em alto nível, mas não podemos deixar de lado o papel dos avanços tecnológicos que permitem, por exemplo, que uma análise fisiológica de cada atleta oriente determinados esportistas a se especializarem em uma e outra prova ou modalidade. Graças a esses novos recursos, médicos também conseguem prever quando um atleta está a ponto de sofrer uma fadiga muscular, prevenindo-os de contusões e prolongando suas carreiras; video o caso da nadadora americana Dara Torres, que aos 41 anos em uma forma física ganhou várias medalhas nesta competição. Aliando-se o fator genético às condições que somente altos investimentos em tecnologia, infra-estrutura e formação de novos treinadores, médicos e atletas são capazes de propiciar, é assim que super-atletas como Michael Phelps surgem em maior profusão e não pela força do acaso. Sobre a “privatização dos esportes”, isso não ocorre somente nos EUA. Um exemplo: o futebol inglês, no qual times como Chelsea, Manchester United e Manchester City foram adquiridos por empresários, em alguns casos com o objetivo não-declarado de lavar dinheiro (vide o caso de russos como o oligarca Boris Berezovsky, que também já injetou dólares no Brasil por intermédio da mal-explicada parceria MSI/Corinthians). Quanto ao exemplo americano, também não creio que ele possa ou deva ser aplicado no Brasil nos mesmos moldes, mas exemplos como os desenvolvimentos que países como Austrália, Coréia do Sul e França obtiveram nas últimas décadas em seus desempenhos olímpicos mostram que outras alternativas existem e são mais do que bem-vindas.

  • http://rostinhosbonitos.blogspot.com NÃO SOMOS APENAS…

    Adoramos a sua visita ao “Rostinhos Bonitos”…volte sempre!
    Beijocas

  • Diego Goes

    Inagaki,
    acabei de ler um texto falando que hoje à noite o Pânico na TV irá “homenagear” os atletas brasileiros que já voltaram para casa. Dão uma camiseta que está escrito na frente “China: Eu Fui” e nas costas “à passeio”.

    http://noticias.uol.com.br/ooops/ultnot/2008/08/16/ult2548u578.jhtm

    Chega a ser até um desrespeito isso…
    Acho que até para o humor corrosivo precisamos de limites - se é que alguém em sã consciência considera esta atitude humorística.
    Abraços!

    R: Diego, depois que a Rosana Hermann deixou de roteirizar o “Pânico na TV” eu nem assisto mais o programa. Não sou a favor de definir limites para o humor; penso que o mais adequado julgamento está com o público. Que, não à toa, tem preferido assistir a programas como o CQC.

  • http://casadocacete.blogspot.com Aline T. H.

    Ina, concordo com você. A vitória é dele e da família, por todos os sacrifícios que fizeram pra chegar lá. Com o ‘bando’ de dirigentes que temos por aqui, só esses casos de dedicação total e solitária acabam conseguindo suas vitórias. Me emocionei por ele mesmo quando o vi - é claro que também me emociono com o hino e a bandeira, mas principalmente porque mostra um compatriota que, como tantos Josés e Joãos, lutou com tudo pra chegar onde queria, e não pela ‘maravilhosa delegação’ e seus ‘guias’. O orgulho está no feito dele. Mas a tristeza está em pensar que só o vêem agora, com o ouro no peito, e não enquanto lutava que nem um doido pra chegar lá… Um belo tapa com luva de pelica cairia muito bem. Beijo!

    R: Pois é, Aline. Acho o fim da picada ver gente exigindo medalhas de atletas, sem sequer se informar sobre as condições de vida deles. Vide o caso de Eduardo Santos, judoca brasileiro que sequer aparecia entre os favoritos e ficou a apenas uma luta da medalha de bronze. Quantos sabem que Eduardo Santos não tinha sequer R$ 1 mil para fazer o exame para conseguir sua faixa preta? É muito fácil e cômodo cobrar medalhas quando os torcedores sequer buscam se informar a respeito das reais condições da maior parte da delegação que está representando o Brasil nas Olimpíadas.

  • http://pensamentoscirculares.blogspot.com Carlos

    Alexandre, faço suas as minhas palavras. Concordo com tudo que escreveste. Também não gosto de ver nossos compatriotas desmerecendo os nossos atletas que, sem apoio e com dificuldades não chegaram ao ápice olímpico, enquanto poderiam canalizar toda essa revolta contra as políticas esportivas do nosso país, ou até mesmo a parlamentares que usam nosso dinheiro público da maneira mais lamentável possível.

    R: É o grande defeito dos brasileiros, Carlos: expressam sua indignação nas pessoas erradas. Ficam putos, por exemplo, ao passar horas numa fila de banco. Mas, ao invés de xingar os gerentes e administradores de uma agência, descontam sua raiva nos caixas, como se o problema estivesse neles e não nos diretores de bancos que optam por não diminuir suas margens de lucro aumentando o número de funcionários. Depois não sabem porque o Brasil é esta barafunda e eterno país do futuro que nunca chega.

  • http://www.circulando.com Cláudio Rúbio

    Diego pediu desculpas ao povo brasileiro, um nó na garganta, de quem sabe quantos “amigos” virarão as costas e comemorarão a derrota - como se fosse definitiva. É a punição que o brasileiro comum impõe a quem se destaca: comemorar cada perda como se fosse a morte vergonhosa de um traidor.

    Os heróis brasileiros choram, nas vitórias, nas derrotas, porque carregam em si, não só sua própria, mas também, toda nossa história.

    R: Palavras mais do que precisas, Cláudio; assino embaixo, em cima e dos lados do que você escreveu. Heróis são heróis independendo de suas vitórias ou derrotas.

  • http://www.30ealguns.com.br Veridiana Serpa

    falou tudo, descreveu muito bem o nosso amado país e o povo brasileiro ….

    R: Veridiana, já estou vendo um povinho descendo a lenha no Diego Hypólito. Fogo. Quando ele foi bicampeão mundial, a conquista foi de todo o Brasil. Mas quando ele passa dias ralando nos treinamentos, na rotina desgastante do dia-a-dia, sem pódio de chegada nem beijo de namorada, ninguém fala nada. E o Diego ainda se dispôs, feito o João Derly, a pedir desculpas publicamente ao povo brasileiro por não ter conseguido medalha. Como se tanto ele quanto o judoca, ambos bicampeões do mundo, tivessem que se desculpar pelas alegrias que já deram a este país de mal-agradecidos.

  • http://http://hitnarede,com Cler Oliveira

    Tche, um momento para toda a vida… Me emocionei ao ler o texto. Meninos choram e me arrepia saber que essas lagrimas valeram ouro.

    Abracos de quem esta sem acento no teclado…

    R: Cler, mando-lhe um beijo desacentuado para a senhorita! ;)

  • http://www.radaresporte.com.br Dida

    Total de acordo.

    Só quero ver o que a mídia vai falar (ou deixar de falar) de Thiago Pereira. Depois do Pan07, jogaram muitas esperanças de medalha no nadador, que não tinha tempos tão competitivos em nível mundial, ao contrário de Cielo, sempre apontado por Xuxa e Gustavo Borges como uma das grandes forças para Pequim.

    Mais uma vez o Brasil mostra como não deve lidar com o esporte. E ainda quer receber as Olimpíadas…

  • http://vozativa2.blogspot.com lugirão

    Excelente post, sou apaixonada por olimpíadas, e muito me emocionou a vitória do Cielo, principalmente por ver naquele choro o desabafo de uma vida cheia de privações, e de muito esforço. Ser atleta no Brasil e do Brasil , não é fácil, quantos talentos são perdidos por não existir um trabalho de base, não existe condições para que possíveis talentos se desenvolvam, lamentável e o pais ainda quer sediar uma olimpíada, parece piada de mau gosto.

    R: Pois é, Lugirão. Se o Brasil quiser um dia tornar-se realmente uma potência olímpica, em vez de depender de fenômenos como Adhemar Ferreira da Silva, Gustavo Kuerten ou Oscar Schmidt, que surgiram sem qualquer trabalho de base e, para nossa sorte, casualmente nasceram neste país, precisa construir e pavimentar muitos caminhos daqui em diante.

  • Luana

    Cara! Eu te amo! É bem isso que eu tentava explicar pra minha vó que insiste em não entender. Adorei é tudo o que eu sempre quis dizer e exatamente o que eu queria ler. Obrigada!

  • Gustavo Gomes Narciso

    Sei que é postear para postear esse post, mas infelizmente ( ou felizmente )esclarecido, concordo com voce cara … triste mesmo. Mas parabéns para a vitória pessoal do Cielo. Fico feliz por ele.
    … enquanto isso o Brasil continua na mesma merda …

  • Neide Matsumoto

    Ina,acho que vc tem razão.Aqui no Brasil,só o futebol tem vez e assim mesmo,se ganhar.Aqui,o jogador é aclamado num jogo e pode ser espezinhado no jogo seguinte,se não for bem.Aimprensa cria e destroi carreiras.
    O choro do Cielo foi lindo,foi um menino de 21 anos que viu que podia vencer mesmo sem a ajuda dos que lhe virarm as costas.Ele não deverá voltar para treinar aqui,não é bobo…

    Ina,a Bienal está aí,vc está lançando algum livro?Gostaria de saber para poder ir lá prestigiá-lo.

    R: Olá Neide, muito bom te reencontrar por aqui! Sobre a Bienal, não tenho nenhum livro no prelo. Mas não tenho a menor pressa, um dia desses talvez desove alguma compilação de textos. Um beijabraço pra ti!

  • http://marcuspessoa.net Marcus

    Nada tenho a comentar, só a aplaudir. Grande texto, como habitual.

  • http://senhoritarosa.wordpress.com Srta. Rosa

    Que bueno que voltastes a escrever.
    E sim… dá muita vergonhalheia “esse recurso tacanho que virou clichê insuportável.”

    Bezzos,

  • http://iara-alencar.blogspot.com Iara Alencar

    Ola caro , eu critico muito é essa ideia de achar que atleta tem que ir para disputar, pra mim tem que ir para vencer e critico ferrenhamente pessoas que acham que governo precisa patrocinar tudo.
    que se o basquete nao ganha é porque os pobrezinhos não tiveram apoio e bla, bla, bla.
    Se o rapaz foi prara os Estados Unidos, ele ganhou pra fazer isso e não passou da obrigação trazer a medalha.
    Sou muito mais enviar 30 atletas e trazer 10 medalhas que enviar 200 e resultar em 4.
    Acho que nos brasileiros precisamos aprender a focar em resultados e nao em “paticipar”.

    R: Iara, o César Cielo treinou nos Estados Unidos à base de “paitrocínio” e não porque “ganhou para fazer isso” (confira a entrevista com o pai do César, que linkei neste post). Da mesma maneira, o Joaquim Cruz passou 3 anos treinando em uma universidade americana graças a uma bolsa de estudos que não foi paga pelo governo brasileiro. E a maior parte dos atletas do Brasil que querem competir em igualdade de condições com atletas estrangeiros se vê obrigada a fazer isso porque inexistem no território brasileiro centros de treinamento com a mesma qualidade dos que se encontram na China, na Austrália, nos Estados Unidos. Só para citar um exemplo factual: o governo chinês investiu R$ 3,15 bilhões na construção do “Ninho de Pássaro”, que está sediando as competições de atletismo, e mais R$ 2 bilhões com o “Cubo D’Água”. Soa a piada de mau gosto comparar esses investimentos com o que é destinado aos atletas brasileiros. Um exemplo: os atletas do taekwondo, dentre eles Diego Silva, medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio em 2007, e Natália Falavigna, quarta colocada nas Olimpíadas de Atenas em 2004, ganhavam um salário de R$ 600 (seiscentos reais) da Confederação (atualmente a situação melhorou: agora os principais atletas ganham R$ 1.500 mensais) E ainda assim, houve um atraso de quatro meses no pagamento dessa quantia. Iara, se você acha essa uma verba exorbitante, que lhe dá o direito de exigir medalhas desse pessoal, não digo mais nada; sinta-se à vontade para achar que você está com toda a razão.

  • http://madmaxandrade.blogspot.com Tiago Andrade

    Quantas histórias já não ouvimos de judocas e praticantes de atletismo que vendiam trufas e treinavam com sapatos doados para não abandonarem o esporte? Enquanto isso, as federações estão hagando e andando para os esportistas.

    Isso me lembra o anúncio do Brasil como sede da Copa de 2014, quando embarcou uma verdadeira comitiva de ministros, governadores e puxa-sacos…mas não convidaram o Pelé. (BTW, o futebol é o esporte que mais recebe apoio no Brasil e mesmo assim nunca trouxe uma medalha de ouro.)

    R: Pois é, Tiago. Esse monopólio do futebol, que faz com que os demais esportes olímpicos só recebam a merecida atenção de 4 em 4 anos, é algo que me incomoda. Por mais que eu adore futebol, outros esportes como taekwondo, judô, ginástica e atletismo merecem e precisam de maior exposição e verbas.

  • Gui Losilla

    É complicado mesmo, o foda é que agora todo mundo vai falar isso, e ano que vem todos vão esquecer e isso vai se repetir e repetir e repetir…
    ps: gosta da ESPN né? Os cara la são foda, não igual a Globo que fica só na babação de ovo!!
    Abraço!!

    R: Gui, sempre que possível confiro as narrações muito mais sóbrias da ESPN, distantes da babação galvãobuênica de certas transmissões. E, tão bom quanto, sem que eu seja obrigado a aturar tias e vovós de atletas em Pequim fazendo aquela “torcida organizada” devidamente acompanhada por um repórter da Globo.

  • http://www.saberebomdemais.com Ester Beatriz

    É isso aí! Você tocou num ponto que sintetiza a real condição de um atleta brasileiro - a falta de apoio.
    Aí então vem uma dúvida: a falta de apoio se deve à visível falta de garra e amor à pátria muitas vezes demonstrados por um atleta, ou o atleta não consegue esboçar garra e amor pelo país pela visível falta de apoio? Quem sai na frente nesse impasse?
    E por que as coisas funcionam com China e Estados Unidos? O que acontece que o Brasil não consegue se espelhar para produzir medalhistas? Pra conseguir o ouro e quebrar recordes um atleta que ama o que faz, precisa se preparar “fora de casa”?
    É querido, você realmente tem toda razão. Tal qual como você mesmo ressaltou, eu também comemorei o ouro ontem não por uma conquista do Brasil, mas por uma conquista dele, Cielo. Era visível o choro que traduzia lutas e abstinências em busca desse sonho, e o pior é ele nem ter por onde agradecer ao país em que nasceu.
    É de fato irônico um país comemorar a medalha de um atleta que não foi “produzido” por ele.
    .
    .
    .
    .
    Credo, escrevi demais! Mas é que isso me desalenta bastante…

    Beijão Inagaki!!

    R: Ester, para mim o cerne da questão está nisso: potências olímpicas como Estados Unidos e China dão a seus atletas condições impecáveis. Treinadores especializados, condições financeiras para que elas possam se dedicar 100% do tempo a seus esportes, pistas, piscinas e equipamentos que lhes dão condições de atingir o máximo de suas capacidades. Enquanto isso, o Brasil não possui um centro de treinamento de natação, e por isso nadadores como Cielo Filho optam por treinar nos EUA. Por essa opção, foi penalizado e perdeu patrocínios e as verbas da CBDA. Para dar outro exemplo: tivemos a sorte de ver nascer neste país um tenista como Gustavo Kuerten, 3 vezes campeão de Roland Garros. O que a Confederação Brasileira de Tênis fez para capitalizar o sucesso de Guga? Absolutamente nada. Centenas de crianças em todo o país começaram a praticar tênis inspirados por um ídolo, mas a CBT não fez nada para aproveitar essa base a fim de que surgissem outros talentos capazes de substituir Kuerten. Ele encerrou sua carreira, e agora o tênis brasileiro novamente depende da sorte para que surja alguém à sua altura. Aqui no Brasil, o exemplo a ser seguido é o da Conferação Brasileira de Vôlei, que construiu um CT em Saquarema, no Rio de Janeiro, onde atletas vivem, estudam e treinam num mesmo local. Não à toa, o vôlei brasileiro é tão vitorioso, seja nas quadras ou nas praias. Poderia citar também o CT da ginástica em Curitiba, mas tanto Diego quanto Daniele Hypólito treinam no Rio e perderam o apoio financeiro da confederação (tal qual aconteceu com Cielo Filho).

  • http://jardelscorner.com.br jardel

    quem diga o galvão…

    “Jogo apertado”

    “a seleção brincou de jogar”

    talvez ele tenha uma parcela de culpa na mania do brasileiro de querer ser tecnico, chefe, presidente….

    R: Pois é, Jardel. É muito fácil ser técnico e expert em esportes sentado na poltrona de um sofá, cobrando desmedidamente aqueles que ralaram mais de quatro anos para chegar às Olimpíadas. Fácil, cômodo e indolor.

  • http://rhdoinferno.com.br/ Alexandre Lucas

    Texto lúcido e um tapa na cara desta país de políticos e dirigentes corruptos e ineptos.

  • http://www.polvoracomunicacao.com.br Talita Mariano

    Confesso que fiquei bastante emocionada com a conquista do César Cielo, principalmente porque não confiava no ‘potencial’ da turma olímpica (até por não ter a cultura dos esportes no nosso país). Lendo seu post me choquei com a informação de que por treinar fora do Brasil, César Cielo perdeu o patrocínio dos Correios. Será que agora como campeão olímpico o ex-patrocinador vai puxar o saco dele para volta a ter o patrocínio e ainda fazer uma propaganda falando algo do gênero: “Correios investindo no Brasil”? Concordo plenamente com a ‘Conquista caiu do Cielo’ – parabéns para ele!
    beijos

    R: Talita, eu não me surpreenderia se, daqui a algumas semanas, os Correios fizerem uma proposta generosa para o Cielo, querendo capitalizar uma conquista para a qual não colaboraram. Infelizmente assim funcionam as coisas no Brasil: um atleta é obrigado a se tornar campeão, para só depois receber o apoio “incondicional” de dirigentes e patrocinadores.

  • http://meudejavu.blogspot.com/ Eduardo

    Mais uma vez eu odeio o Inagaki.

    Desde que a Olimpíada começou, ufanistas e anti-ufanistas tem me irritado profundamente analisando tanto a vitória quanto a derrota brasileira de forma totalmente distorcida. Pensei várias vezes em escrever alguma coisa mas nunca encontrava o tom certo. Agora não preciso mais porque o texto que queria já está escrito.

    E mais uma vez eu odeio o Inagaki.

  • http://www.lifedowns.blogspot.com Life Downs

    Esse cara devia ser o herói brasileiro, o exemplo de cidadania;

  • http://www.abordagempolicial.com Danillo Ferreira

    Como sou militar, todo dia presto continências à Bandeira e canto toda semana TODO o Hino Nacional. Apesar da repetição, é inevitável me arrepiar e me emocionar em cada hasteamento do Pavilhão Nacional, em cada “Ouviram do Ipiranga”.

    Poucas pessoas entendem verdadeiramente esse sentimento. Menos ainda entendem que a formação de uma nação pouco tem a ver com a coincidência geográfica a que fomos submetidos. Parabéns pelo post, fico animado em ver que há gente das gerações mais novas que, como eu, se comprometem com nosso povo.

    R: Danillo, o Hino Nacional Brasileiro é indubitavelmente um dos mais belos de todo o mundo. Pena que poucos dão o merecido valor ao sentimento real de se sentir orgulho pelo país onde moramos, tanto nas alegrias quanto nas tristezas, e só cantam seus versos quando o Brasil sobe ocasionalmente ao topo de um pódio.

  • Jack

    Excelente texto! Concordo 100%!

  • http://visoesdavidaaos40.blogspot.com mario soma

    Inagaki, concordo com vc. A conquista é do atleta mesmo. Lutei judô por uns bons pares de anos e meus amigos, de vida bem simples, chegaram ao pódium em campeonatos brasileiros c/ a ajuda dos vizinhos, pois as conferederações tinham o viciado hábito de cobrar um pedágio para que os atletas se inscrevessem aqui e lá fora. Um deles agradeceu o meu pai, pois quando competíamos, nem dinheiro p/ o lanche ele tinha, pois cresceu sem pai e sem mãe. Íamos todos (eu + 2 irmãos + meu amigo) como uma família. Por esta razão eu nunca mais me esqueci desse maldito cartel formado ao redor do esporte.

    R: Valeu pelo precioso testemunho, Mario. Seu comentário é mais uma prova de tudo que os atletas brasileiros precisam enfrentar; como se não bastassem os rivais, as condições de treino que não se equivalem ao dos atletas de outros países e as cobranças desmedidas de torcedores que sequer têm noção das dificuldades pelas quais um esportista de alto nível passa, ainda amargam o descaso e a corrupção de muitos dirigentes. É dose!

  • Diego Goes

    O que acho mais incrível na maioria dos brasileiros é este patriotismo exagerado em épocas de olimpíadas e mais ainda em copa do mundo. No hiato entre um e outro, guardam a bandeira nacional, esquecem a letra do hino nacional, esquecem o orgulho nacional. Fico puto porque para os brasileiros, “patriota é um ser mitológico que aparece nos períodos da copa do mundo e das olimpíadas”.

    Um abraço!

    R: Diego, nessas horas sou obrigado a lembrar daquela frase clássica do Samuel Johnson: “O patriotismo é o último refúgio dos canalhas”. Uma coisa é ter orgulho do país onde você nasceu, outra muito diversa é ser acéfalo e deixar os neurônios de lado para louvar o ufanismo sem limites. Feito aquele papo furado muito bradado por generais: “Morra pelo seu país, não importa a razão”. Onde fica o pensamento crítico?

  • http://drang.com.br denise rangel

    Alexandre, e há também os urubus da imprensa, que, com suas câmeras “big brothers” caçam audiência. Em uma hora de almoço, assisti a três noticiários, na tevê do restaurante, com a mesma notícia, do Cielo chorando e a família emocionada. Sequer mudam o texto e as imagens. Não estou assistindo aos jogos. É revoltante a falta de apoio do país e dos torcedores também, que não perdoam uma derrota.
    abraço, garoto

    R: Denise, outro dia mesmo a Jade Barbosa comentava que já se tocou dessa busca insaciável por lágrimas, ao perceber o padrão constante de repórteres que citavam a morte precoce de sua mãe, a infância dolorida, a distância do seu pai e do seu irmão como iscas para pescar as lágrimas que ela derrama com facilidade. Fogo.

  • http://aires-buenos.blogspot.com Túlio

    Entendo perfeitamente, mas não deixa de ser uma vitória de um brasileiro. O mesmo raciocínio poderia ser usado sobre comemorar as vitórias do Felipe Massa ou as próprias críticas ao desempenho do Rubinho, quando nenhum deles tem apoio do governo e só chegaram lá por contar com um baita ajuda familiar.

    R: Sim, Túlio! Como escrevi em meu post, eu me emociono a cada vez que um atleta brasileiro sobe ao pódio. Independentemente da ingratidão passional dos torcedores ou da falta de uma política governamental a longo prazo de apoio aos atletas brasileiros (com dirigentes que preferem gastar dinheiro planejando campanhas para que este país sem estádios ou centros de treinamento de primeiro mundo sedie as Olimpíadas), é sempre muito bom ver um conterrâneo nosso ganhando suas tão suadas medalhas.

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

Parceiros

Mantra

A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.
A vida é boa e cheia de possibilidades.