Há apenas dois dias, eu estava voando, sentado em uma cadeira no céu, acessando internet a 10 mil metros de altitude e vendo músicos de uma orquestra tocando composições de Mozart e Beethoven dentro de um avião, em uma viagem de Amsterdam para São Paulo. Há alguns anos, diriam que o evento que tive o privilégio de vivenciar só poderia ter ocorrido em um conto de ficção científica. Mas é como bem afirmou Louis CK, em uma entrevista antológica a Conan O’Brien: estes são tempos maravilhosos.
Assistir aos músicos da Orquestra Real de Concertgebouw tocando no meio de um voo foi um daqueles momentos que, feito a renúncia de um papa, jamais esperaria testemunhar. Algo que, de quebra, pude compartilhar em tempo real, atualizando perfis de Twitter e Facebook graças a um avião equipado com wi-fi. Uma experiência singular, vivida por mim e pelos demais passageiros que embarcaram no voo KL791 da KLM, de Amsterdam para São Paulo, do dia 21 de junho. Continue Lendo
A vida é boa e cheia de possibilidades. Estou, neste momento, curtindo alguns dias na Turquia. Quando anunciei minha viagem, piadas envolvendo as tramas de Salve Jorge foram inevitáveis. Mas o fato é que ela já tinha sido planejada antes da novela entrar no ar, graças aos meus amigos da Universo Enfim e Cosmos Turismo, a quem agradeço. Mas tergiverso, tergiverso. Vamos ao que interessa, pois: a história do melhor café que já tomei na vida.
O Grand Bazaar é um lugar mundialmente conhecido pela variedade de lojas. Aberto em 1461, é um mercado fechado com mais de 5.000 lojas que vendem tapetes, joalherias, luminárias, roupas, peças de madrepérola, barras de ouro, temperos, especiarias… E no qual você, na condição de turista, deve estar preparado para ser assediado por vendedores que lhe abordam pronunciando frases em vários idiomas até que você se manifeste. Minhas feições orientais confundiram o pessoal do mercado, que tentou me abordar em japonês até que, ao descobrirem que eu era brasileiro, diziam com sotaque carregado: “Brasil, carnaval, futebol!”. Perderam tempo comigo, já que ao menos em meu primeiro dia visitando o Grand Bazaar, estava só pesquisando preços. Mas eis que parei para tomar um café, e tive uma das mais agradáveis surpresas desta viagem. Continue Lendo
Estamos vivendo um período de micareta futebolística, no qual a Seleção Brasileira, à medida em que avança na Copa, proporciona alguns feriados adicionais a este ano sui generis. E, enfim, depois que toda essa agitação cessar, quando as vuvuzelas insuportáveis (expressão redundante) forem devidamente guardadas no fundo do armário, creio que enfim tomaremos consciência de que o inverno, tal qual naquele jingle clássico das Casas Pernambucanas, está batendo à porta querendo entrar. Ao invés de ficar meditabundo no sofá da sua casa, vendo filmes velhos e reprises de seriados sob cobertores, enquanto seus dentes tilintam de frio, por que não aproveitar a época para dar uma espairada?
Disse Dena Kaye: “Viajar é fazer uma jornada para dentro de si mesmo.” Conhecer novos lugares, dar um drible na rotina cotidiana, perder-se para poder se reencontrar: nada como uma boa viagem para recarregar nossa barra de energia. E, já que o frio está batendo à porta, por que não acompanhá-lo em grande estilo, passando esta temporada em uma pousada aconchegante na montanha, fazendo passeios ecológicos ou curtindo boa música em um dos diversos festivais de inverno sediados em Minas Gerais? Sua extensa programação de eventos está disponível na Wikiminas, espaço para a troca colaborativa de informações sobre os destinos turísticos da terra natal de Carlos Drummond, Fernando Sabino, Beto Guedes, Adélia Prado e Guimarães Rosa.
Passear de Maria-Fumaça até Ouro Preto, embebedar-se com a vista do alto dos teleféricos em Poços de Caldas ou Caxambu, respirar História nas igrejas de São João Del Rei, deleitar-se com os doces caseiros de Monte Verde, andar de mountain bike em Salão de Pedras, curtir shows musicais no festival de Mariana… Em meio a tantas atrações e passeios, uma ferramenta como o Tourist Analizator, que traça seu perfil de turista (Boêmio? Zen? Aventureiro?) a partir da avaliação de seus posts mais recentes no Twitter ajuda incautos a definirem suas rotas de viagem.
Ao comentar um livro de José Saramago, escreveu Contardo Calligaris: “Viajar é isto: deslocar-se para um lugar onde possamos descobrir que há, em nós, algo que não conhecíamos até então.” Por que não fazer de Minas Gerais o lugar de sua autodescoberta? :)
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P.S.: O título deste post cita uma das minhas músicas prediletas do Clube da Esquina, composta por Márcio Borges, Lô Borges e Fernando Brant.
Pense Nisso!
Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.