Ok. Ronaldo tornou-se o maior artilheiro das Copas, Cafu bateu o recorde de participações, chegamos a 11 vitórias consecutivas em Copas. E daí? Temos números para bradar no livro Guiness de recordes, mas adiamos mais uma vez a aposentadoria de Mestre Zinedine Zidane. Enquanto isso, nosso “persistente” treinador teimou em escalar um time com laterais que não acertavam um cruzamento e um quadrado tão mágico que cometeu a façanha de desaparecer com o futebol que supostamente deveria jogar. Vimos o tal do “joga bonito” só aparecer na partida contra o Japão. Não por coincidência, com uma escalação repleta de reservas que voltaram ao banco graças à confiança que Carlos Alberto Parreira depositou na envelhecida e apática equipe-base de 2002. O resultado todos nós acabamos de testemunhar.
Mas enfim, agora Inês é morta. Minha torcida agora está dividida entre duas seleções que provaram ter espírito guerreiro, vontade de amealhar mais do que recordes para seus currículos e, principalmente, treinadores que não se limitam a ver suas equipes arrastarem-se em campo, efetuando substituições só lá pelos 30 minutos do segundo tempo: Portugal e Alemanha.
Enquanto a torcida brasileira conclama, desesperada, pela entrada de Cicinho, Juninho Pernambucano e Robinho na Seleção, recomendo a todos que confiram este vídeo do Monty Python e esqueçam por alguns instantes que futebol é uma caixinha de Pandora.
Em tempo: a fluidez com que Parreira efetua as substituições necessárias e muda o esquema tático da Seleção durante uma partida me fez lembrar muito da atuação dos filósofos alemães nesta peleja montypythoniana. Continue Lendo
Já dizia Lady Murphy: “não há nada que não esteja ruim que não possa ser piorado“. Afirmação mais certeira não poderia haver, principalmente em se tratando da situação calamitosa pela qual passa o meu Guarani. Como se não bastasse a tristeza de ver o único campeão brasileiro do interior e único time de Campinas a disputar a Taça Libertadores da América amargar as últimas colocações da série B do Brasileirão, ainda sou obrigado a ver notícias deprimentes como o fato de uma das revelações mais promissoras do Bugre nos últimos tempos, Evandro Roncatto (titular da Seleção Sub-17 no Mundial de 2003), ter sido obrigado a adiar uma operação no ombro simplesmente porque meu time não tinha verbas para custear a cirurgia.
É impressionante a (in)capacidade que um dirigente como o atual presidente José Luiz Lourencetti possui de dilapidar o patrimônio e o elenco de um clube de tradição como o Guarani. Há anos os torcedores do Bugrão aturam campanhas vexaminosas campeonato após campeonato, assim como a perda de jogadores do talento de Elano e Dinélson porque a diretoria pagava salários e encargos sociais em atraso. A situação chegou a tal ponto que somos obrigados a aturar gozações de seu arqui-rival, um clube que em mais de supostos 100 anos de existência não possui um título profissional sequer em seu currículo. É o cúmulo.
Mas o fato é que todo amor passa por provações e intempéries. Não vou negar: há momentos em que me sinto como um marido corno que flagra a esposa em sua própria cama com meu pior inimigo, e que depois é achincalhado, ridicularizado e apontado com os dedos por toda a vizinhança. Ainda assim perdoarei de antemão cada traição que vier a sofrer, porque meu amor pelo Bugre é incondicional e inabalável.
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Acompanho Fórmula 1 há tempos, e nunca havia visto uma cena tão patética quanto a largada do GP Estados Unidos do último domingo, quando apenas seis carros disputaram a corrida no mítico circuito de Indianópolis. Tão deprimente quanto o grid foi ver Rubens Barrichello chegar, como de costume ao longo destes anos, atrás do chucrute voador, e consentindo, feito um animal de estimação amestrado, mais uma vez às ordens da equipe Ferrari para que não lutasse pela vitória. Ao final da deprimente corrida, Barrichello declarou, como que se justificando: “Sou só um brasileirinho contra esse mundo todo“. Bem, ao que me consta os campeões mundiais Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna são seus compatriotas, e entraram na história da F-1 como Brasileiros Maiúsculos.
Enfim, de toda a patacoada que foi o GP de Indianópolis, a única nota positiva foi ver as brancaleônicas equipes Jordan e Minardi marcarem pontos no campeonato. Méritos adicionais para o português Tiago Monteiro, que do alto de sua Jordan chegou em uma honrosa terceira colocação e subiu ao pódio pela primeira e provavelmente última vez. Nada mal para um piloto cujo nome completo é Tiago Vagaroso da Costa Monteiro, não?
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Links correlacionados: Dossiê Grêmio (relato apócrifo e tragicamente hilariante da derrocada do tricolor gaúcho para a Série B), Jogos Perdidos (blog mantido por um grupo de malucos amantes do futebol que se especializaram em acompanhar jogos do quilate de Tanabi x Atlético Araçatuba, São José x XV de Jaú e Angra dos Reis x Macaé) e Formula One Rejects (tributo online aos piores pilotos da F-1 de todos os tempos)
Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.