Todos os artigos de Alexandre Inagaki
Pense Nisso!
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
Você já deve ter participado de uma dessas rodinhas de violão em que algum camarada seu toca “Stairway to Heaven”, “Pais e Filhos”, “Patience”, “Maluco Beleza” ou qualquer outra música pra lá de batida, e toda a galera (a essa altura do campeonato pra lá de manguaçada) canta desajeitadamente em uníssono, acendendo isqueiros enquanto paqueras se desenrolam e a lua tapa os ouvidos com tamanha desafinação. Até aí, tudo zen. Mas o que dizer quando esses mesmos cantores de rodinhas de amigos tornam-se os campeões de vendas da indústria fonográfica brasileira?
O cantor mineiro Emmerson Nogueira vendeu mais de 700 mil cópias dos quatro álbuns que gravou pela Sony Music até hoje. Detalhe: nenhum deles possui qualquer composição própria e um ainda foi gravado ao vivo. Seu repertório? Regravações de sucessos conhecidos do pop/rock internacional em versões acústicas. Ou, como afirmam seus produtores, “com cara de barzinho”. É uma fórmula sem erros: ao regravar músicas conhecidas de bandas e cantores como Pink Floyd, Extreme, Eric Clapton, Oasis e Janis Joplin, com arranjos apurados e fiéis às versões originais, Nogueira montou um repertório apinhado de sucessos. O resultado: sucesso comercial garantido. Quem pensa que ele poderia se incomodar com o fato de fazer sucesso às custas de composições alheias engana-se. Em entrevista concedida ao site Universo Musical, Emmerson declara: “A cada dia lembro de uma música que poderia ter gravado. É algo que ainda quero fazer por muito tempo”. Continue Lendo
Esta é uma das verdades mais óbvias: propagandas enganosas levam a expectativas equivocadas. Vide, por exemplo, o trailer veiculado em cinemas e TVs de “A Vila” (EUA, 2004), que levou muitos espectadores a pensar que assistiriam a um “Sexto Sentido II - A Missão” e provavelmente saíram decepcionados, o que é uma pena. Porque “A Vila” é um belo filme, talvez o melhor do diretor M. Night Shyamalan desde aquele do garoto que via fantasminhas nem sempre camaradas.
Seu ilusório trailer leva a crer que estaremos diante de um daqueles filmes com final retumbantemente surpreendente, induzindo o espectador a assisti-lo como quem brinca de Detetive (“foi o Coronel Mostarda, com o candelabro, na sala de estar!“). De fato, não foram poucas as pessoas que saíram da sala de cinema se gabando por terem descoberto o grande “segredo” da trama após alguns minutos de exibição. E assim, porque a “charada” é mais ou menos previsível, o espectador sai fazendo biquinho, dizendo que o filme é uma porcaria e que foi ludibriado pela propaganda.
No entanto, “A Vila” é uma envolvente parábola de tempos nos quais armas de destruição de massas são tão verossímeis quanto monstros na floresta. Se seus espectadores apreciassem o filme menos preocupados em montar supostos quebra-cabeças, talvez pudessem admirar a capacidade que Shyamalan possui em criar climas de suspense a partir de uma escolha precisa de enquadramentos (vide a cena em que a cega admiravelmente interpretada por Bryce Dallas Howard estende as mãos na varanda de sua casa enquanto as misteriosas criaturas se aproximam).
E assim, a partir da história de um pequeno vilarejo aterrorizado por criaturas que habitam as matas ao seu redor, M. Night Shyamalan constrói aquela que talvez seja a melhor parábola cinematográfica produzida até agora sobre o novo estado de coisas surgido após o dia 11 de setembro de 2001. Veja as pesquisas que apontam Bush Júnior em vias de se reeleger (isso sim é o que eu chamo de uma história de terror) às custas de campanhas em cima do discurso do Medo e da Paranóia, e pense nos métodos utilizados pelos líderes da vila para convencer os jovens a sequer cogitarem uma fuga para a cidade.
Quem leu o imperdível livro de entrevistas que Alfred Hitchcock concedeu a François Truffaut (recentemente reeditado pela Companhia das Letras) certamente se lembra do conceito de McGuffin: um elemento na trama que serve para distrair a atenção do espectador e alavancar a ação do filme, mas que não passa de um pretexto para que o verdadeiro tema da obra seja abordado pelo autor. Por exemplo, a maleta de “Pulp Fiction”, os microfilmes de “Intriga Internacional”, o dinheiro roubado por Janet Leigh em “Psicose”. Pois bem: ouso dizer que toda a trama em torno “daqueles-de-quem-não-podemos-falar” não passa de um McGuffin engendrado em um filme claramente inspirado pela cultura do medo.
Vale a pena citar ainda a recorrência de um tema caro ao diretor e roteirista M. Night Shyamalan: o ressurgimento da esperança em tempos sombrios. Temática que já se fazia presente ao final de filmes como “Sinais” (uma trama sobre ETs como pano de fundo para a história de um pastor que recupera sua fé) e “Corpo Fechado” (o surgimento de um super-herói em um mundo infestado por serial killers e lunáticos), e que volta a ser apresentada nesta espécie de paráfrase da caverna de Platão, sob a personificação de um amor (literalmente) cego.
Sábado, dia 21 de agosto, o Parque do Ibirapuera completou 50 anos de existência. Só quem mora em São Paulo é que sabe da importância que esse oásis possui para os seus habitantes deveras saturados de cimento e fumaça. Um dado ilustrativo: a ONU recomenda que cada cidade possua pelo menos 12 m² de área verde por cada habitante. Pois bem: São Paulo possui apenas quatro desses metros quadrados, sendo que seus parques municipais representam apenas 1% da área total desta metrópole cinzenta.
Com seus quase 1,5 milhão de metros quadrados, não é difícil entender a paixão dos paulistanos por aquela que é a maior área de lazer da cidade de São Paulo. De fato, quase todo morador desta cidade tem uma história vivida no Ibirapuera. É o caso do casal Pedro, publicitário, 25, e Júlia Shimomura, agente de viagens, 26, que enquanto passeia por entre os ipês, tipuanas e sibipirunas do viveiro Manequinho Lopes recorda um domingo semelhante ao de hoje, quente e ensolarado. “Nós nos conhecemos em uma Bienal do Livro“, confidencia Júlia. “Eu trabalhava como recepcionista do stand da editora Record, e ele me abordou perguntando onde é que estavam as edições atrasadas da Mad“, comenta sorrindo. “Até hoje me pergunto como é que fui me apaixonar por alguém que vai até uma Bienal, com tantos livros interessantes, procurando por aquelas revistas idiotas“. Responde Pedro: “ainda bem que o amor, além de cego, é burro“.
Poucos sabem que Ibirapuera, em tupi-guarani Ypy-ra-puêra, significa “pau podre”. A origem desse nome vem do seu solo, que era bastante úmido e alagadiço até meados do século XIX, quando aquela área pantanosa começou a ser transformada pela crescente urbanização paulistana. No começo do século XX, a região do Ibirapuera era uma planície coberta de pastagens destinadas aos animais que puxavam os carros do Corpo de Bombeiros e aos bois que seguiam caminho até o Matadouro Municipal localizado no bairro da Vila Mariana. Suas feições atuais foram idealizadas na década de 20, quando o prefeito José Pires do Rio decidiu transformar aquelas pastagens em um parque. Porém, como o terreno era alagadiço, eis que entrou em cena o funcionário da prefeitura Manuel Lopes de Oliveira. Entomologista formado na Alemanha, Manuel (melhor conhecido pelo seu apelido, Manequinho Lopes) organizou em 1927 o plantio de centenas de eucaliptos australianos capazes de eliminar o excesso de umidade do solo, além de um grande número de plantas ornamentais. Esse viveiro, que posteriormente ganhou o nome de seu criador (morto em 1938 aos 68 anos por intoxicação com pesticidas), possui atualmente 300 espécies plantadas e produz 850 mil mudas por ano, e foi o embrião do futuro parque freqüentado por casais como Pedro e Júlia.
Projetado para ser o grande presente à metrópole paulistana no dia de seus 400 anos de fundação (25 de janeiro de 1954), o Parque do Ibirapuera acabou sendo inaugurado alguns meses mais tarde, devido a atrasos nas obras que duraram quase dois anos. Projetado por uma equipe capitaneada por Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx, o parque foi finalmente aberto ao público em 21 de agosto, ostentando diversas atrações como um ginásio poliesportivo (capaz de receber 20.000 espectadores), um planetário (previsto para ser reaberto à visitação pública ainda neste ano), dois lagos artificiais, o pavilhão da Bienal (que teve a honra de abrigar, por ocasião das comemorações do IV centenário de São Paulo, “Guernica”, a obra-prima de Pablo Picasso), a abóbada da Oca, o Monumento às Bandeiras (escultura de Victor Brecheret popularmente conhecida como “Deixa Que Eu Empurro”), o Pavilhão Japonês e o Museu de Arte Moderna.
Em meio a tantos atrativos, pesquisa recentemente feita pela Secretaria Municipal do Meio-Ambiente revelou que o principal motivo de visitação do parque, apontado por 33% dos freqüentadores, é “práticas esportivas”. Pudera: o Ibirapuera também abriga quatro quadras poliesportivas e uma pista de cooper com 1.500 metros de distância. O escrevente judiciário Gérson Guerrero, 30, palmeirense fanático e assíduo freqüentador das quadras de futebol, visita o parque todos os domingos a fim de jogar na quadra de terra, menos concorrida do que as três de salão. Gérson explica sua preferência: “na terra, os jogos duram meia hora ou dois gols, enquanto nas quadras de salão, que são de futebol society, o máximo que dá para jogar é vinte minutos“.
Atualmente o parque do Ibirapuera encontra-se aberto à visitação pública das 5h às 24h, recebendo em média 20 mil usuários de segunda a sexta e 200 mil aos finais de semana. Basta uma breve conversa com freqüentadores como a publicitária Joana Martins, 21, que sai para passear com seu golden retriever todas as manhãs pelo parque e já perdeu a conta de quantas vezes perguntaram o telefone de seu cachorro (“inclusive por algumas mulheres“), ou o farmacêutico Humberto Luz, 52, que afirma que o melhor show que viu na vida foi um de João Gilberto na Praça da Paz (“fiquei de pé das seis da manhã até às duas da tarde, mas valeu a pena“), para constatar: todo paulistano possui ao menos uma boa história para contar sobre o “Ibira”, este recanto tão amado por aqueles que moram nesta máquina de fazer malucos chamada São Paulo.
O tempo em Parati/Paraty, talvez influenciado pela súbita aterrissagem de tantos paulistas por aquelas paragens, viveu dias de típica esquizofrenia climática: amanhecia plúmbeo, depois ensolarava, daqui a alguns instantes ventava rasgantemente, mais acolá brilhava um solzinho macambúzio. Mas, no geral, foram dias de clima soporiferamente paulistano.
Caminhar pelo centro histórico de Parati foi um exercício de equilíbrio. Os olhos precisavam se manter grudados ao chão, sob pena dos pés tropeçarem por entre um e outro vão deixado pelas pedras irregulares do chão de Paraty, tornadas mais esquivas que o habitual pela constante garoa que pontuou os últimos dias da Flip. No entanto, nada que fosse capaz de ofuscar a ótima impressão que tive: foram dias repletos de encontros, reencontros e desencontros.
Assisti no Globo Rural a um acasalamento de emas na companhia de Emilio Fraia (Cardoso chegou pouco depois). Em um restaurante, Edgard Reymann falou de Martin Amis, mulheres peladas e comunidades esdrúxulas do Orkut. Após a oficina com Milton Matoum, seu xará Milton Ribeiro me confidenciou havia sido beijado pela Mônica Salmaso. Enquanto comia uma batata suíça no Casarão do Cunha, Daniela Abade revelou detalhes de seu surpreendente método de criação (mais tarde nos desencontramos em algum lugar aos arredores da Igreja da Matriz). Compartilhei com Suzi Hong, Gustavo de Almeida e Marcele Fernandes um mixuruca bife à milanesa enquanto um incauto atacava “Pra Não Dizer que Não Falei de Flores” ao violão (algumas mesas à frente, Cecilia Giannetti era atendida por garçons com suspeito sotaque argentino). Recebi das mãos de Caco Belmonte seus “Contos Para Ler Cagando”, que eu, leitor desobediente, devorei antes do desjejum. Delfin ofereceu-me pastelina enquanto nós, torcedores incautos, desconhecíamos ainda o resultado do Derby. Fred Leal, Ivan Siqueira e Rafa Spoladore me acordaram no meio da noite chegando de alguma paragem etílica. Em meio a tudo, Augusto Sales parecia onipresenciar todos os eventos de Paraty.
Não assisti a nenhuma tenda, me desencontrei do Sergio Fonseca, do Hiro e da Barbara Axt, mal pude conversar com a Mara Coradello. Aliás, dizem também que o Tony Monti e a Ana Beatriz Ribeiro também estiveram por lá e não os achei porque sou desatento e estava com os olhos pregados nas pedras das calçadas de Parati, que além da Flip testemunharam as algazarras da Flipinho, da Off Flip e da Off Off Flip (se bobear, rolou também uma Off Off Flip do B). “Big Brother” cabeça? Evento para groupies? Sim, a Flip foi, indubitavelmente, um evento pop. Mas, ao mesmo tempo, e por incrível que pareça, também serviu para discutir literatura. E, a despeito dos caçadores de autógrafos, do atendimento lerdo dos restaurantes, da chuva fria e da falta de ingressos para as tendas de debates, aqueles dias em Paraty representaram uma festa para literato nenhum botar defeito (a não ser o João Ubaldo).
Ano que vem nos (re)encontramos por lá.
A morte de Leonel Brizola pouco repercutiu na blogosfera. Pudera: falecido aos 82 anos de idade, Brizola ainda brandia para si, em pleno século XXI, o espólio do Getulismo (daqui do meu computador pressinto um de meus leitores balbuciar um “ahn?”), corrente política oriunda dos tempos em que Papai Noel ainda tinha barba preta. E no entanto, é um tanto quanto desconcertante ver ignorada tão solenemente a história de alguém que foi Governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, liderou um movimento civil em prol da posse de João Goulart (seu cunhado) quando da renúncia de Jânio Quadros, foi exilado por 15 anos e, ao voltar do exílio em 1979, fundou o PDT (após perder os direitos da legenda PTB para Ivete Vargas, sobrinha-neta de Getúlio).
Brizola morreu mergulhado em relativo ostracismo político, ocasionado pelo raquítico desempenho em seus mandatos como Governador do Rio e pela infame herança deixada pelos nomes que seu PDT lançou na política nacional, como Anthony Garotinho, Marcello Alencar, cacique Mário Juruna, Agnaldo Timóteo ou César Maia. Triste legado que acabou por ofuscar suas ações em defesa da democracia (seja no episódio da posse de Jango ou nos comícios pelas Diretas Já em 1984) e a coerência que o levou, ao longo de toda a sua atividade política, a defender passionalmente um Estado centralizado e nacionalista. Quem votava em Brizola não votava em uma plataforma administrativa ou um projeto ideológico: movido pelo indiscutível carisma do último dos caudilhos, dava, sim, um cheque em branco ao Brizolismo, peculiaríssima corrente política também conhecida pela alcunha exótica de Socialismo Moreno, movida à base da construção de CIEPs, bravatas contra o “imperialismo ianque” e as Organizações Globo e alianças com figuras tão díspares quanto Fernando Collor, o ex-presidente João Figueiredo e o “sapo barbudo” Luís Inácio Lula da Silva.
* * * * *
Sim, Leonel Brizola foi uma figura sui generis da política tupiniquim. Mas, deixando de lado os méritos e fracassos do homem público, não posso deixar de citar algumas lembranças mais pop que tenho desta figura, como o comercial que estrelou para os sapatos 752 da Vulcabrás (em uma campanha que também teve como garotos-propaganda Paulo Maluf, Vicente Matheus e Tony Carrado) ou os episódios envolvendo sua filha rebelde, Neusinha Brizola. Acredite se quiser: em 1983 a filha do caudilho estourou nas FMs de todo o país com a música “Mintchura”, produzida por ninguém menos que Paulo Coelho. Típico caso de “one-hit wonder”, a canção gerou pelo menos dois subprodutos. Um deles, gravado pela própria Neusinha, foi a música “Diretchas”, composta por ocasião dos comícios pelas Diretas Já em 1984, com versos como “Eu só menti/Me corrompi/Eu me vendi/Pro FMI”. O outro foi uma sátira escrita pelo humorista e locutor de FM Serginho Leite, que criou a personagem Creuzinha Montoro, intérprete da sátira “Verdchura”, cuja letra narrava a história de uma socialite apaixonada por um vendedor de hortifrutigranjeiros do Ceasa.
Pois bem: Neusinha, hoje com 49 anos de idade, protagonizaria ainda dois imbróglios. Um deles foi a sumária proibição, decretada pelo velho Leonel, da publicação das fotos que havia feito para a revista Playboy. O outro foi a sua prisão, por porte de cocaína, em 1993. Hoje em dia Neusinha é avó de três netos e se diz caseira e sossegada (apesar dos braços ainda cobertos de tatuagens).
Há muito tempo não vou a uma festa junina. Para ser mais exato, desde meus tempos de primário, cursados no finado Colégio Raio de Sol, que ficava localizado na rua de singelo nome Monte Alegre (anos depois soube que a escola foi rebatizada como Logus, Exatus ou algo do tipo, antes de fechar as portas e mandar mais um pedaço de minha infância para o beleléu).
Poderia até dizer que uma das minhas frustrações infantis foi o fato de nunca ter recebido uma mensagem de correio elegante, mas estaria mentindo; aos dez anos de idade, ainda não me encasquetava com essas coisas. Minha lembrança mais nítida acerca de festas juninas, na verdade, é de uma pelada que joguei pouco antes da quadrilha. Eu e meus colegas da quarta série disputamos uma peleja e tanto, correndo atrás da bola sem ligar para os chapéus de palha enfiados em nossas cabeças, enquanto o suor desmanchava os bigodes que nossas mães haviam pintado com seus lápis de olho. Infelizmente aquela partida terminou sem vencedores; culpa da Tia Neide, diretora do colégio que, insensível aos nossos apelos, decretou o encerramento daquele jogo a fim de dar início à quadrilha da festa junina daquele inverno de 1983. Continue Lendo
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