Abrace seu cachorro. Agora mesmo.
Por Alexandre Inagaki ≈ quarta-feira, 25 de outubro de 2006
Futurama é um de meus desenhos prediletos. Criado por Matt “Simpsons” Groening e David X. Cohen, narra a história de Philip J. Fry, um entregador de pizzas que acidentalmente fica preso em uma cápsula criogênica na noite de 31 de dezembro de 1999. Fry só é descongelado mil anos depois, e a série, ao melhor estilo de obras sci-fi como o genial Guia do Mochileiro das Galáxias, retrata as desventuras de um homem do século XX perdido no ano 3.000. No universo do século XXXI, humanos convivem naturalmente com robôs e extraterrestres e locomovem-se através de naves e tubos pneumáticos. O planeta Terra faz parte de uma organização intitulada Ordem Democrática dos Planetas, fundada após a Segunda Guerra Galáctica ocorrida em 2945, ao lado de membros como Tarantulon 6, Cineplex 14 (o planeta dos cinemas), Sicily 8 (onde vivem os mafiosos) e Omicron Persei VIII (lar dos omicronianos, alienígenas que, à semelhança dos klingons de Star Trek, vivem em conflito com os humanos, apesar de acompanharem atentamente reprises da série Friends).
Pois bem: até que surjam provas em contrário, pertence a Futurama, mais especificamente ao episódio Jurassic Bark, da quarta temporada, o posto de desenho animado mais triste de todos os tempos. Neste episódio, Fry encontra os restos fossilizados de seu cachorro Seymour. Pouco antes de ser acidentalmente congelado, Fry havia pedido para que Seymour, que sempre o acompanhava, o aguardasse em frente à pizzaria em que trabalhava. Ele jamais voltou, mas seu cachorro permaneceu esperando, fiel à última ordem recebida.
No trecho final do episódio, Seymour está prestes a ser clonado. Porém, Fry descobre que seu cão, que ele conhecera com três anos de idade, viveu por mais 12 anos antes de morrer. Equivocadamente Fry pensa que seu cachorro o esquecera, e chega à dolorida conclusão de que, se Seymour foi capaz de seguir em frente, ele também deveria fazer o mesmo. E assim, interrompe o processo de clonagem. Porém…
P.S. 1: Este episódio de Futurama foi inspirado nas histórias reais de três cachorros que mantiveram-se fiéis a seus donos até a morte: Bobby, Hachiko e Old Shep.
P.S. 2: Clique aqui para visualizar o gif animado de Seymour. Mas, antes, prepare uma caixa de Kleenex e o soro caseiro… Ah, e pena que a Fox manda apagar todos os vídeos de Futurama que são postados no YouTube. :’(
P.S. 3: Preciso fazer um agradecimento público à leitora ou leitor que visitou minha lista de desejos no Submarino e, generosamente, me presenteou com um box de DVDs da série de animação Aeon Flux. O único problema é que os DVDs vieram sem cartão e não sei a quem agradecer…
Alexandre Inagaki
Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.
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