28 anos esta noite

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 05 de julho de 2010

À medida em que os anos passam, a impressão que se consolida com o tempo é de que nenhuma derrota da Seleção me será mais dolorida do que a da Copa de 1982. Eu tinha 8 anos de idade, mas consigo recordar com clareza da minha inconformidade com os gols do Paolo Rossi, da angústia encalacrada na garganta nos últimos minutos do jogo, do meu pai xingando Dino Zoff pelas defesas incríveis, da dor de cabeça que senti ao final da partida, e que fez com que eu tomasse um comprimido pela primeira vez na vida. A arte foi derrotada, e desde então a Seleção vive um dilema muito bem sintetizado por Celso Viáfora em sua música “A Cara do Brasil”, comparando o escrete de Telê Santana com a equipe pragmática de 1994, campeã após um 0 x 0 com a Itália:

Brasil Mauro Silva, Dunga e Zinho
Que é o Brasil zero a zero e campeão
Ou o Brasil que parou pelo caminho:
Zico, Sócrates, Júnior e Falcão?

Foi melancólico constatar que, passados alguns minutos após a eliminação da Seleção Brasileira na Copa, a primeira providência tomada por muitos (após xingar muito no Twitter, claro) foi mudar seus avatares que antes estampavam bandeiras do Brasil, como se seus supostos sentimentos patrióticos tivessem se dissipado logo após a derrota em um jogo de futebol. Foi o equivalente digital à reação de lojas que recolheram motivos verde-amarelos de suas vitrines e de torcedores que retiraram bandeiras de suas janelas de carros e apartamentos. Ok. Nada de surpreendente, eu sei.

Tweet publicado pelo Senador Cristovam Buarque, em quem votei para Presidente em 2006.

Além da decepção com o ufanismo burro (expressão redundante) e pontual que assola a população brasileira de quatro em quatro anos, não posso deixar de falar da frustração que foi ver a Seleção jogar de forma tão medíocre. É o tal do “futebol de resultados”, tão apregoado por treinadores que dizem que o importante é vencer, pois espetáculo deveria ser dado por circos. Pois bem: fomos eliminados e o único resultado prático que vi foi a sensação de tédio e sonolência causados por exibições soporíferas nas cinco partidas disputadas pela SeleDunga, que confundiu raça com belicismo gratuito, resultando em descontrole emocional e discussões acéfalas. Bolas, no mais, cantadas muito antes da Copa. Ou alguém realmente se surpreendeu com a expulsão de Felipe Melo, um volante até razoável, mas que possui inteligência emocional de personagem de videogame? Na boa, foi um acontecimento tão previsível quanto final de comédia romântica.

Mas enfim, o caso é que “favoritismo” é uma palavra que não encontra muito sentido no dicionário do futebol, este esporte caótico e marcado por arbitragens equivocadas, lances do acaso e craques que com um drible só desmontam os mais sólidos esquemas táticos. Bobagem imputar a eliminação brasileira a um bode expiatório apenas, seja ele um técnico turrão, um volante destemperado ou o vocalista milionário e genial de uma banda inglesa. Devemos lembrar que a derrota para a Laranja Mecânica foi diante de um adversário superior dentro de campo, com 100% de aproveitamento na Copa, e que não perde um jogo sequer desde setembro de 2008. Haja arrogância canarinha, pois, achar que fomos derrotados exclusivamente por conta de nossos erros.

Ilustração de Mestre Fábio Rex.

A tragédia de Sarriá, estádio de Barcelona no qual a Seleção de Telê Santana foi derrotada pela Itália por 3 x 2, no dia 5 de julho de 1982, marcou a primeira vez em que senti na alma a verdade desta frase: o futebol é a mais importante dentre todas as coisas desimportantes deste mundo. O estádio de Sarriá não existe mais; foi demolido para dar lugar a um condomínio (parafraseando Drummond: hoje é apenas uma placa; mas como dói). Bons os tempos em que dava gosto de torcer pela Seleção Brasileira, tanto nas vitórias como nas derrotas. Escreveria Machado: mudou o futebol ou mudei eu?

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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Comentários do Blog

  • http://www.wctube.com/ wctube

    Esse suposto “esporte” que chamam de futebol na Copa do Mundo esta longe de ser uma prática sadia, uma arte, diversão ou mesmo um embate entre pessoas habilidosas.

  • http://www.wctube.com/ wctube

    Não sei se o futebol mudou, Ina. Muito menos nós. Mas nessa Copa do Mundo vi um sentimento diferente de outras eliminações, com a da Copa passada. Ao contrario de raiva, tristeza. Os pingados moralistas de plantão não tiveram voz, me parece.

  • http://cabecadepaiaco.blogspot.com/ Cabeça de Paiaço

    Futebol agora é assim, o brasil já está “assim” a muito tempo. O povo chora quando nossos milionários jogadores fazem o fizeram. O futebol cresceu no mundo todo não só aqui. 85 em educação…Parabéns pra nós…

    Abraço….

    http://cabecadepaiaco.blogspot.com/

  • http://elanerebello.blogspot.com elane rebelo

    tb tinha 8 anos na época e fiquei arrasada,amei seu blog,parabens!!

    R: Pois é, Elane. Primeiro motivo de divã na vida… :)

  • Pedro

    Olá adoro os seus posts , e queria saber se você pode me dar uma forcinha para ajudar no meu novo blog
    http://www.culttt.blogspot.com
    Desculpa se estiver incomodando!

  • http://scriptmanent.blogspot.com/ Branca

    Eu me lembro bem da Copa de 82. Eu não conseguia compreender como a nossa seleção que estava ganhando todas as partidas, dando um show de bola, pode em uma só derrota ser eliminada sumariamente. Meu pai me explicou mas eu no meu coração verde amarelo não me conformei de maneira nenhuma. Que raiva eu tive do tal de Paolo Rossi.
    Mas passou aquela Copa, outras vieram, umas perdemos e outras ganhamos!

    Adorei o seu blog. Deu uma nostalgia ^^

    beijos

    R: Pois é, Branca. Pra você ver que existem certas derrotas muito mais marcantes e, de certa forma belas, do que vitórias. Vide aquele título de 94, com um futebol modorrento, mas eficiente. Um beijo e valeu pelo comentário!

  • http://www.mapear.criarumblog.com Máry’Araújo

    Sab d uma coisa, eu concordo plenamente com o q o Cristovam Buarque escreveu no twitter! Além disso, “eu não sou só verde-amarelo” pq tanto “patriotismo” de 4 em 4 anos? Tem Gente q nem se toca né? claro q dói ver a seleção Arte perder, mas axo q eles nem mereceram tanto! jogaram pouquíssimo. Nõ sou a entendida d futebol, mas… sei lá, podia ser melhor. como também pode ser melhor nosso ponto de vista (falo por mim), quato a tda essa tristeza: 2014 vem aí, e é melhor prder fora do q em casa… tôw certa?

    R: Tá certa, Mary. Vide o Maracanazo de 1950…

  • Marisa

    Minha primeira vez no seu blog e justo com a lembrança da primeira vez que torci loucamente e me frustrei loucamente com o resultado…copa de 82…você tinha 08, eu tinha 12…você descreveu meus sentimentos da época e os atuais…pensar enlouquece e também dói!!!

    R: Pois é, Marisa. Será que ficamos mal acostumados com o futebol que a Seleção jogou naquela Copa?

  • http://marquerussolo.blogspot.com/ Marque Russolo

    Pois é… Concordo com o Cristovam Buarque. E só. Até mais.

    R: Recado dado, Marque. Até!

  • http://www.blogdicas.com caio vieira

    Olá, desculpa eu vir por esse meio tentar uma parceria, mas não achei o email da equipe, venho pedir uma parceria de links, pois isso me ajudaria muito, desde já agradeço, meu blog http://www.blogdicas.com, depois em segundo plaano tenho o http://tudodetudobr.com e mais alguns, se puder ajudar fico muito feliz, grato !

    R: “Equipe”? Caio, recomendo que você pare de deixar recados padronizados nos comentários de todos os blogs que encontra por aí, e leia este post: Link não é esmola.

  • http://tescoaqui.blogspot.com tesco

    Concordo com seu texto e entendo seus sentimentos, Ina. A “tragédia do Sarriá” foi marcante pela qualidade dos selecionados. Mas eu, como sou um pouco mais antigo que você, ainda trazia recordações da copa de 70, a primeira copa transmitida ao vivo na TV e a primeira que acompanhei. Assim, a decepção foi minimizada e as decepções seguintes foram sucessivamente perdendo força, tanto quanto as alegrias com a seleção.
    E entendo também o desabafo do Gabriel Dread, pois ainda sou do tempo do “amor à camisa”, o verdadeiro, não esses ‘beija beija’ sucessivos de camisas que dão dinheiro.
    Creio que suas decepções também serão sucessivamente menores, a partir de 82. Não porque tudo serão flores daqui por diante, mas porque os horizontes de um menino são bem diferentes de um adulto.
    _Abraço.

    R: Pois é, Tesco. Compreendi bem o desabafo do Gabriel, em especial após ter amargado as patacoadas protagonizadas pelos jogadores na Copa de 2006. Neste ano os erros foram de outro naipe, mas não menos decepcionantes. Obrigado pelo comentário e pela precisa observação a respeito de como nossos horizontes ganham outras perspectivas ao longo dos anos. Um abraço!

  • http://apenasumavez.wordpress.com Sandra Oliveira

    Acredito que de formas bastante diferentes, ao longo dos anos, as coisas mudam e até mesmo a maneira de torcer muda. O sentimento no entanto, da derrota, é quase sempre o mesmo. Num período (como o de Copas) onde todo mundo tem o direito a ser técnico e comentarista esportivo, lamentar, esbravejar e coisas do gênero é natural. Copa 2010? nos iludimos a toa. A verdade estava à nossa frente desde o começo. Mas como em todo relacionamento, quem aceita isso se não com um bom fora? Nós X Futebol, relação de amor e ódio! rs

    Parabéns pelo post!
    beijos =)

    R: Olá, Sandra! Sua analogia me fez lembrar de um pagodim verme-de-ouvido (sorry, minha bagagem cultural tem muita tranqueira armazenada) cujos versos diziam: “Foi preciso perder/ Pra aprender a valorizar/ A mina de fé, a mina de fé…”. Nada como uma rasteira pra gente voltar à realidade e saber valorizar certas coisas… :)

  • http://irradiandoluz.blogspot.com Gabriel Dread

    Irmão!

    Fico honrado com a atenção dada aos seus leitores e comentaristas. Obrigado por manter meu comentário. Acho que fui um tanto quanto superficial, portanto vou buscar me aprofundar um pouco.

    Acredito que nossa sociedade carece de momentos/espaços ritualísticos. Não temos tempo para mais nada, muito menos para nos reunir com nossos amigos e celebrar. A Copa do Mundo é um dos raros eventos deste naipe incluídos no calendário oficial da Babilônia mercadológica.

    Mas isso tem um propósito claro: canalizar nossa energia, nossas emoções e nossa vibração positiva em direção de um acontecimento que foge completamente da nossa influência direta.

    Independentemente de ganhar ou perder, nossa energia é drenada em direção de que? De uns milionários que não querem suar a camisa com medo de quebrar a unha e prejudicar seus patrões. Uma elitizinha de menos de 5% do número total de jogadores profissionais em atividade no mundo.

    A maioria dos profissionais do esporte bretão está comendo o pão que o diabo amassou, porque futebol, apesar de popular, é um esporte tão pouco incentivado quanto qualquer outro.

    Concordo com você que ainda existe raça na Copa do Mundo. Arte também. Mas é exceção.

    Ainda sou mais jogar uma boa pelada com meus camaradas do que assistir a um jogo da copa.

    Pena que nos raros momentos que todos nós tivemos para aproveitar nossa irmandade, estávamos distraídos por uma caixinha falante induzindo a gente a consumir. Sem perceber, dávamos mais um gole de cerveja ou pegávamos mais um petisco compulsivamente.

    Enfim, não descarto a alegria do futebol e me diverti muito durante a participação do Brasil na Copa. Mas é uma pena que a maioria de nós só faça isso nesta época e em função de um evento tão manipulatório e de viés tão mercadológico.

    Grato mais uma vez por abrir este espaço tão maravilhoso! Sinta-se a vontade para contribuir no Irradiando Luz também. Ou no tuiter, @gabrieldread.

    Abração
    Gabriel Dread

    R: Grande Gabriel, valeu pelo complemento ao seu primeiro comentário. Por mais que nossos pontos de vista possam divergir, é muito bom encontrar alguém que expõe suas ideias aberto ao debate e a eventuais discordâncias. E o fato é que as competições esportivas em alto nível, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, tornaram-se eventos mercadológicos e corporativos nos quais as questões marqueteiras não raro se sobrepõem à frase clássica do Barão de Coupertin, que dizia que o importante é competir. Ainda assim, creio que a rara união de atletas de todos os continentes em um mesmo evento possui muito mais aspectos positivos do que negativos. De qualquer modo, Gabriel, agradeço pela sua contribuição nos comentários; seu ponto de vista certamente reflete a opinião de muitos dos meus leitores, e é sempre muito bom poder ler outras análises de uma mesma questão. Aquelabraço!

  • http://www.zerooitocentos.org Fernando Quirino

    Aproveitando o gancho final do seu texto:

    Enquanto isso, na Argentina…

    R: Bem lembrado, Fernando: e enquanto a SeleDunga foi recebida com indiferença no Brasil, por uma seleção que teoricamente teria resgatado o orgulho por ela, na Argentina o time de Maradona foi recebido calorosamente por 10 mil pessoas

  • Aninha

    Não sou São Paulo, nem Corínthians, nem Palmeiras. Diz meu “namorido” querido que eu sou Bugrina e eu confirmo, mas é só por amor. Na verdade, Copa do Mundo e Olimpíadas são os únicos momentos de torcedora esportiva que eu tenho na vida. E, na boa? É LEGAL ser torcedor de esporte. É menstalmente saudável! Que me perdoem os chatos, mas a higiene mental na vida do ser-humano é NECESSÁRIA e torcer por esporte é vencer várias vezes na vida (ou não, caso você seja Bugrino :P) Mas, enfim, infelizmente, achei realmente perdi meu “Momento Torcedora” nesta Copa do Mundo. Não só pelo Brasil. Vejo jogos MUITO mais emocionantes no Campeonato Brasileiro e na Libertadores.

    PS.: Para os chatos que largam a famosa frase - “Pronto! Acabou a vadiagem, vamos trabalhar” - deixo aqui um conselho sincero: APRENDAM A VIVER.

    R: Só um comentário: namorido de muito bom gosto esse, hein? ;)

  • Anônimo

    Sofremos a síndrome de favoritismo. Vide Daiane dos Santos, Rodrigo Pessoa, Copas do Mundo de 1982, 1966 e 2006. Quando azarões, como em 1994 e 2002, ganhamos. O que explica? Falta de preparo psicológico? Medo? Não sei. E talvez nunca saberemos explicar.

    Dunga errou, claro que errou, mas também teve seus momentos de acerto. Como o fim da exclusividade Global sobre os jogadores e a aposta em Kaká. Se Copa do Mundo fosse momento Zidade não teria ido em 2006 e muitos menos Ronaldo e Rivaldo em 2002. Faltou sorte. Faltou opção no banco. E sobrou capacidade e inteligência para a Holanda.

    Não sei se o futebol mudou, Ina. Muito menos nós. Mas nessa Copa do Mundo vi um sentimento diferente de outras eliminações, com a da Copa passada. Ao contrario de raiva, tristeza. Os pingados moralistas de plantão não tiveram voz, me parece.

    Foi a Copa do Mundo dos palpites. Do tio da padaria até o ator de malhação no Twitter. Informação demais enche o saco.

    Meu lema nesse mundial: desligue o computador e vai ver um jogo.

    Abs!

    R: Grande Fred, isso é fato: Dunga errou mais do que acertou, mas não se pode ignorar os méritos que ele teve durante estes 4 anos no comando da Seleção. Ganhou a Copa América e a Copa das Confederações (embora tenha perdido justamente as duas competições mais importantes: Olimpíadas e Copa do Mundo), acabou com privilégios e criou um grupo unido, ainda que montado com peças como Doni, Júlio Baptista e Kléberson. Sobre a eliminação nesta Copa, minha decepção foi menor do que em 2006. Creio que, sobretudo, pela diferença de expectativas. Enquanto na Copa anterior Parreira prometeu maravilhas com o tal “quadrado mágico”, em 2010 Dunga havia deixado a todos nós com os pés devidamente fincados no chão. Se fôssemos campeões, seria com aquele futebol pragmático que todos nós vimos durante as eliminatórias. Mas, de resto, não acho ruim essa história da Copa dos palpites, Fred. Eles sempre existiram a torto e a direito, a única diferença é que o Twitter amplificou esses pitacos. Nada que alguns unfollows estratégicos não resolvam. Aquelabraço!

  • http://irradiandoluz.blogspot.com Gabriel Dread

    Amigo Inagaki.

    Concordo plenamente com o tom que você adotou em seu artigo. E vou além. Afirmo: futebol é o ópio do povo.

    Esse suposto “esporte” que chamam de futebol na Copa do Mundo esta longe de ser uma prática sadia, uma arte, diversão ou mesmo um embate entre pessoas habilidosas.

    É antes mais um dos grandes eventos forjados pela mídia internacional de braços dados com empresas multi-nacionais e seus interesses questionáveis.

    Futebol arte: RIP.

    Abração
    Gabriel Dread

    Obs: deixo aqui meu jabá, escrevi um artigo a este respeito no meu blog:
    http://irradiandoluz.blogspot.com/2010/06/futebol-opio-do-povo.html

    R: Fala, Gabriel! Respeito sua opinião e deixo registrado seu link, mas não tenho opiniões tão extremadas sobre o futebol. Vendo a alegria genuína das multidões em países tão diversos como a Coreia do Norte, a Eslováquia e o Uruguai (sobre o qual recomendo em especial a leitura do texto “El Día que a Uruguay Le Cambió La Cara”, de Renzo Rossello), penso que a Copa do Mundo é uma ocasião ímpar para reunir amigos e vibrar, catarticamente, com jogos emocionantes de dimensões teatrais. Sim, tornou-se um grande negócio, custeado por grandes corporações e comandadas por dirigentes “esportivos” com a devida ressalva das aspas. Porém, não posso pensar que seja tão ruim uma competição capaz de mobilizar tantas pessoas dos países mais distantes, resgatando nos seres humanos as emoções mais genuínas, reduzindo o futebol a mero ópio. Creio que há mais prós do que contras aí, Gabriel. Um abraço!

  • Dea

    A Copa de 82 foi talvez a mais dolorida pra mim, a 1ª copa que me vi como torcedora, mas vi a seleção voltar com carinho e mto orgulho, eles eram meus heróis. Pena que esse sentimento tenha sumido com as novas seleções. Texto maravilhoso!!

    R: Pois é, Dea. Em contrapartida, quando a Seleção foi campeã em 94 eu fiquei satisfeito, claro, mas foi uma alegria contida. Só em 2002 é que vibrei pra valer, com a seleção de Scolari que ganhou todos as partidas jogando um futebol convincente e, ao mesmo tempo, de raça. Obrigado pelo comentário, um abraço!

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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