Artigos do mês de: março 2008

Dez anos de blogs em português

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 31 de março de 2008

Há exatos dez anos o santista Renato Pedroso Júnior, ao narrar sua mudança para a cidade de São Paulo no dia 31 de março de 1998, criou o primeiro blog escrito em português, intitulado Diário da Megalópole. Atualmente residente nos EUA, Renato, melhor conhecido na internet pelo pseudônimo de Nemo Nox, prossegue firme e forte em suas atividades como blogueiro escrevendo no Por um Punhado de Pixels.

Embora Nemo não tenha sido o primeiro blogueiro brasileiro (um mês antes a gaúcha Viviane Vaz de Menezes havia criado o White Noise, há tempos fora do ar), ele foi o pioneiro a escrever em português. Em Portugal, os primeiros blogs surgiram em 1999, conforme relatam artigos como Da Pré-História ao Futuro - O Pulsar dos Diários Virtuais em Portugal”, de Leonel Vicente, e 25 Momentos na História da Blogosfera (inspiração para um texto meu publicado no site da revista Época). Macacos Sem Galho, de Pedro Couto e Santos, é apontado como o primeiro blog português, no ar desde 30 de março de 1999.

Em homenagem ao dia de hoje, Ibrahim Cesar, que escreve no 1001 Gatos de Schrödinger, criou o vídeo abaixo, que reúne print screens de dezenas de blogs em português.

A gente está apenas começando. ;) Parabéns a todos que estão construindo esta história!

“Rick Roll”, a pegadinha do Mallandro na Gringoland

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 26 de março de 2008

Internet tem dessas coisas. De quando em quando surge uma “febre” que incute nos desavisados navegantes a quase irresistível vontade de passar alguma inutilidade adiante. Foi assim com o Numa Numa do Gary Brolsma, o “sertanerd” do Ewerton Assunção, o vídeo do choque do Lasier Martins e a foto da menina-fantasma do corredor na Indonésia, só para citar alguns exemplos recentes.

Desde meados de maio de 2007, um meme que contagiou rapidamente os internautas na Gringoland consiste em repassar aos camaradas links que disfarçadamente levam para o videoclipe de “Never Gonna Give You Up”, hit que o cantor inglês Rick Astley emplacou em 1987. São links difundidos em blogs, fóruns de discussão e redes sociais, ao melhor estilo “pegadinha do Mallandro”, que prometem coisas deste naipe: Continue Lendo

“Significa!”

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 25 de março de 2008

Ter passado alguns dias offline foi fundamental para que eu pudesse resgatar o pleno restabelecimento de minhas faculdades mentais. Isto posto, retomemos à programação (a)normal deste blog. B)

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Custe o Que Custar, o novo programa da Band capitaneado por Marcelo Tas e alguns dos melhores humoristas revelados por espetáculos de stand-up comedy, já está aumentando a audiência do canal no Ibope. Um dos principais motivos do sucesso do programa são as matérias do “repórter inexperiente” interpretado por Danilo Gentili. Confiram a seguir sua humilde entrevista com o padre Marcelo Rossi.

Mas o melhor momento do CQC até agora, ao menos para mim, foi o resgate que o programa fez de um momento antológico da televisão brasileira: a resposta que Ronnie Von deu a um telespectador que estava com dúvidas acerca de sua sexualidade. Extremamente significativa!

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Duas boas novidades apareceram na rede nestes dias. A primeira foi a Rede Ecoblogs, um agregador de feeds de blogs que discutem questões ligadas ao meio ambiente e compartilham dicas e informações sobre ecologia e sustentabilidade. Uma bem-vinda iniciativa da qual fazem parte nomes como minha colega de faculdade Carol Costa, o escriba Jorge Cordeiro e a joaninha Lucia Freitas. Lucia, diga-se de passagem, também integra a equipe de um projeto que inaugurou nova fase: Desabafo de Mãe, portal colaborativo idealizado pela dupla Ceila Santos e Sueli Sueishi, que reúne leitores trocando experiências, esclarecendo dúvidas de mães, discutindo idéias sobre a formação de seus filhos e, last but not least, fazendo novos amigos. Um belo projeto, cujo blog em breve estará hospedado aqui no InterNey Blogs. ;)

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Quadrinhos para nerds. Você ainda não conhece as ótimas tiras de Nerdson e seus amigos, criação de Karlisson de Macêdo Bezerra? Diversão garantida, mas só para aqueles que já passaram do estágio de newbies

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Com vexaminoso atraso, eis que enfim divulgo os vencedores da promoção “O Poder da Ignorância”: o ganhador de um exemplo do livro publicado pela Editora Matrix é Gustavo Piratello. Resolvi premiar cinco leitores levarão um kit com prêmios como um exemplar da revista Pix e outro do jornal O Samba. São eles: Vinícius Genovesi, James Honorio do Prado, Lidor B., Gabriela Fonseca e Nelson Corrêa. Aos ganhadores, parabéns! E obrigado a todos que participaram de mais esta promoção. Outras virão em seguida. ;)

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Minha caixa de e-mails me olha com uma cara ressabiada. Pudera: sabe bem do meu jeito relapso com que lido com as mensagens que recebo. Ao menos já sabe que não tenho jeito, e deixou de nutrir maiores ilusões. Ambos nos desentendemos bem, em um entrosamento afiado ao longo de anos de contumaz displicência.

Carl Sagan, o Cosmos e um pálido ponto azul no Universo

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 19 de março de 2008

Creio que foi em um dos livros do Casseta & Planeta que foi publicada a clássica piada: “Se nós já passamos por crises existenciais frente à nossa insignificância em meio à imensidão do universo, imaginem o que uma ameba não sentiria?”. Lembrei dessa piada ao assistir ao vídeo We Are Here: The Pale Blue Dot (“nós estamos aqui: o pálido ponto azul”), no qual o astrônomo Carl Edward Sagan narra alguns dos pensamentos que lhe vieram à mente quando viu a famosa foto que a sonda espacial Voyager 1 tirou do planeta Terra, a uma distância de mais de 6 bilhões de quilômetros.

Um minúsculo ponto granulado, perdido em meio à poeira das estrelas. E, como na canção pra lá de manjada de John Lennon, sem paraíso, sem países, sem religiões, sem posses. Assistir ao belo vídeo abaixo, dirigido por David Fu, com narração e texto de Carl Sagan e uma magnífica trilha sonora (“Stop Coming to My House”, do Mogwai), é dessas coisas que fazem a gente parar pra pensar na condição humana e no que estamos fazendo com este surrado planeta.

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Os tempos, eles estão sempre mudando

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 18 de março de 2008


A proliferação dos espaços onde se escreve, se lê, se fala e se ouve cultura

Somos testemunhas e protagonistas de uma era na qual todos os nossos referenciais tecnológicos e de disseminação de conhecimento são modificados em intervalos cada vez menos espaçados. Há duas décadas, tecnologia de vanguarda era sinônimo de disquetes de 3 e 1/2 polegadas e videogames de 8 bits como o Master System. Atualmente, não passam de itens empoeirados do que Cazuza descreveu, em uma música composta em 1988, como “museu de grandes novidades”. Que teve seu catálogo multiplicado, ao longo dos últimos vinte anos, por itens como laser discs, pagers e tamagotchis. Chega a soar quase inverossímil lembrar que o mercado ainda oferecia para venda computadores como o TK-85, da Microdigital, cujos programas eram gravados em fitas cassete comuns.

Há 20 anos, mal tínhamos idéia de que um dia computadores de todo o mundo estariam interligados por uma única rede (a World Wide Web, sistema de hipertexto que possibilita a troca de textos, imagens e arquivos por meio de links, grande responsável pela popularização da internet, só foi criada pelos pesquisadores Tim Berners-Lee e Robert Cailliau em 1990). Hoje, documentamos tempos nos quais não dependemos somente da mídia tradicional para sabermos das últimas novidades. Temos blogs, aplicações peer-to-peer, comunidades no Orkut, sites de compartilhamento de vídeos como Dailymotion, de veiculação de músicas como o Imeem e de conteúdo colaborativo como o Overmundo, dentre as muitas opções à disposição de qualquer internauta. É a era dos prosumers, palavra cunhada por Alvin Toffler a partir de conceitos pensados por Marshall McLuhan e Barrington Nevitt na década de 70, utilizada para descrever os consumidores que também produzem conteúdo e são early-adopters das novas tecnologias. Continue Lendo

Rápidas rasteiras

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 14 de março de 2008

Semana de desabaladas correrias. Eu definitivamente preciso de uma tecla pause. Mas não agora.

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Segunda, dia 17, às 22:15, estréia na Band CQC - Custe o Que Custar, programa capitaneado pelo mestre Marcelo Tas cuja proposta é excelente: um resumo semanal de notícias realizado no formato de um programa de humor. A julgar pelos nomes envolvidos (além de Tas, integram a intrépida trupe do CQC jornalistas e humoristas revelados pela internet e shows de stand-ups como Rafinha Bastos, Marco Luque, Danilo Gentili, Oscar Filho, Felipe Andreoli e Rafael Cortez), a fórmula tem tudo para dar certo.

Custe o Que Custar é a versão brasileira de Caiga Quien Caiga, programa originalmente criado pela TV argentina. Foram nossos hermanos os realizadores da impagável matéria a seguir, na qual eles atazanam Bush Jr. e Condoleezza Rice.

Encontrei o vídeo do Caiga Quien Caiga no ótimo blog TV Política, mantido por Bruno Hoffmann.

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Não resisti à compulsão de entrar no Gerador de Cartão Corporativo e confeccionar o meu, inclusive por causa da simpática imagem da Graúna, personagem de Henfil. Mas é importante fazer a ressalva: falta uma versão para governos estaduais. Recomendo ainda a leitura do texto A imprensa e os cartões, publicado no Portal da Transparência.

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2008 é ano de eleições municipais. Em tempos nos quais a descrença generalizada na política tende a levar a população brasileira a desdenhar da instituição do voto, creio que é importantíssimo divulgar o vídeo a seguir, que recorda nomes como Vladimir Herzog, Betinho e Ulysses Guimarães.

E lembre-se: não seja imbecil, vote consciente!

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Nova promoção! Mande um e-mail para [email protected] respondendo à seguinte pergunta: “Felicidade combina com ignorância?”. A melhor resposta ganhará um exemplar de O Poder da Ignorância, livro que resenhei recentemente. Outras três respostas bacanas ganharão um kit Pensar Enlouquece contendo um exemplar da revista Pix, a edição 2 do jornal O Samba e alguns outros brindes relacionados ao meu blog. ;) Você tem até a próxima quinta-feira, dia 20 para enviar sua resposta; na sexta, dia 21, divulgarei os resultados aqui.

Mais versos bizarros, inusitados e inesquecíveis da MPB

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 10 de março de 2008

O post “versos inesquecíveis da música popular brasileira” já recebeu mais de 100 comentários dando dicas de outras pérolas poéticas da MPB, mostrando que o assunto é inesgotável. Depois desta parte II, pretendo dedicar meu próximo texto sobre o assunto para destacar os mais belos versos da nossa música. Mas, enquanto isso, divirtam-se com os mais toscos. ;) E não deixem de conferir as sugestões deixadas nos comentários!

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Top 5 Infâmias da Fama:

1. “Um cão sem dono, uma árvore no outono/ O nono mês de gravidez/ Eu perco o sono ao som de Yoko Ono/ E telefono pra vocês” - Engenheiros do Hawaii em sua elucubrante “Nada a Ver”, um título mui apropriado, diga-se de passagem.

2. “O amôôôôôr é cego/ Ray Chaaaaaaaarles é cego/ Stevie Wonder é cego/ E o albino Hermeto não enxerga mesmo muito ‘bêím’” - “O Estrangeiro”, de Caetano Veloso, em uma transcrição feita pela minha leitora Caru.

3. “O Jô já fez a última entrevista/ Amaury também já foi embora/ Já está terminando o Perfil/ O Intercine que acabou agora/ Com certeza você também viu (… )/ E pra essa dor o único remédio seria um de nós pro outro ligar/ Eu estou na portaria do seu prédio/ Estou no celular/ Mas o porteiro é novo, ele não me conhece/ Tá cheio de suspeita, tá desconfiado/ Pega o interfone/ Diga pra ele, que ele está falando com seu namorado…” - “Interfone”, de Alexandre Pires, em dica transmitida pela Mafalda.

4. “Noutro plano/ Te devoraria tal Caetano/ A Leonardo di Caprio/ É um milagre/ Tudo que Deus criou pensando em você/ Fez a Via Láctea/ Fez os dinossauros” - Djavan mergulhando fundo no mundo da maionese na antropofágica “Eu Te Devoro”.

5. “Não aponte o dedo/ Para Benazir Bhutto/ Seu puto/ Ela está de luto/ Pela morte do pai” - Chico César compôs “Benazir” antes do assassinato da ex-primeira-ministra do Paquistão. Menos mal que, creio, ela faleceu antes de saber da rima que ele encontrou para o seu sobrenome.

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Top 5 Tradutores Traidores: Continue Lendo

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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A vida é boa e cheia de possibilidades.
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