O polêmico movimento “Cansei” programou para amanhã, dia 17 de agosto, o grande marco de seu protesto. Um minuto de silêncio pelo Brasil, em frente a dois locais: a Catedral da Sé, em São Paulo, e o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, às 13 horas. Embora o movimento tenha sido encampado por associações como OAB e FIESP, acusações de uso político minaram a credibilidade do ato, prejudicada também pela declaração dada por um dos principais apoiadores do “Cansei”: Paulo Zottolo, presidente da Philips na América Latina. Afirmou o empresário, ao melhor estilo Mr. Manson: “Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado”. Haja gerenciamento de crise para o setor de relações públicas da Philips em Teresina…
Mas enfim: tergiverso, tergiverso. O motivo deste post, na verdade, é aproveitar o minuto de silêncio desta sexta-feira para falar de uma composição musical que seria a trilha sonora ideal deste movimento de protesto: 4’33″, de John Cage. Uma peça composta para qualquer instrumento, com um singelo detalhe: o músico não deve executar absolutamente nenhuma nota durante toda a apresentação. Veja (e ouça) para crer.
Os aplausos entusiasmados da platéia após apreciar 4 minutos e 33 segundos vendo uma orquestra inteira de braços cruzados são, no mínimo, inusitados. O apresentador do programa, Tommy Pearson, não deixa por menos, definindo a performance da Orquestra Sinfônica da BBC como uma das mais extraordinárias que ele já testemunhou em toda a sua vida. Nada mal, huh?
Porém, equivoca-se quem pensa que a peça resume-se a silêncio: segundo a concepção de John Cage, 4’33” é uma composição dividida em três movimentos que engloba todos os ruídos casuais provocados por músicos e espectadores: tosses, rangidos de cadeiras, sussurros, o ruído do papel das partituras sendo folheado. 4’33” é, portanto, uma peça única. Afinal de contas, a cada vez que é executada, os sons ambientes fazem daquela execução uma “música” diferente. Portanto, se você não ouviu nada durante a interpretação da Orquestra Sinfônica da BBC, saiba que seu ouvido musical não é nada refinado!
Vale lembrar também do caso de plágio envolvendo esta composição de John Cage. Em 2002 o músico Mike Batt gravou, em um álbum de sua banda The Planets, uma canção intitulada “A One Minute Silence”. Que, conforme explica seu nome, é totalmente silenciosa. Os administradores dos direitos autorais de John Cage, falecido em 1992, processaram Mike, que acabou concordando em pagar uma soma de aproximadamente 100 mil libras esterlinas pelo plágio de 4’33”. No entanto, Mike Batt tratou de defender a sua obra: “Minha peça de silêncio é muito melhor. Fui capaz de dizer em apenas um minuto o que Cage teve de expressar em quatro minutos e 33 segundos“.
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P.S. 1: Outra composição de John Cage que vale a pena ser conhecida (ou não) é “As Slow As Possible” (“Tão Lento Quanto Possível”). Originalmente concebida como uma peça para piano com 20 minutos de duração, “As Slow As Possible” está sendo executada desde o dia 5 de setembro de 2001 em um órgão em uma igreja em Halberstadt, Alemanha. A intenção dos organizadores desta singela performance é de que essa interpretação dure exatos… 639 anos. :crazy: Portanto, se você perdeu o começo do espetáculo, ainda terá um tempinho para poder acompanhar o resto da performance…
Você já assistiu a um vídeo no qual um apresentador de TV, ao entrevistar certa figura ao vivo, não se contém ao ouvir a voz peculiarmente fina do rapaz e tem um ataque quase histérico de risos?
Erik Hartman, que na época apresentava o talk show “Boemerang”, veiculado na TV belga, comenta o que teria acontecido durante o programa: “Valair teve as cordas vocais afetadas por uma operação. Mas, quando ele falou, a voz dele era tão engraçada que eu tinha que rir. Eu sabia que não podia rir, e tentei manter a calma. Mas, quanto mais eu tentava me concentrar e ficar calmo, mais eu pensava: ‘não vou agüentar, não vou agüentar’. Foi um desastre“. Confira (ou reveja) este sensacional momento da televisão mundial, exibido em 2000, antes de prosseguir com a leitura deste post.
Qualquer habitante razoavelmente esclarecido da cidade de São Paulo sabe que o Bahamas Club, por trás da fachada oficial de american bar (com direito a 23 suítes decoradas por Sig Bergamin), trata-se na verdade de uma casa de prostituição de luxo. Ou, na definição irônica de Fernando Donasci, “bar que reúne belas garotas em trajes sensuais, a maioria de biquíni, bem maquiadas e dispostas a entreter o cliente por um bom dinheiro“.
No entanto, devido ao fato de o dono do Bahamas, o empresário Oscar Maroni Filho, ser também o proprietário do Oscar’s Hotel, estabelecimento em construção nas proximidades do Aeroporto de Congonhas (em obras devidamente autorizadas pela Aeronáutica e pela Prefeitura de São Paulo em maio de 2000, sabe-se lá em que circunstâncias), seu nome estava em voga desde a tragédia do vôo 3054 da TAM. Pois bem: após admitir, no “Jornal da Noite” da TV Bandeirantes, que o Bahamas promove prostituição de luxo, Oscar Maroni teve a sua prisão preventiva declarada pela Justiça. Curioso: mesmo após ter estampado a capa da revista de circulação nacional Isto É Dinheiro com a chamada “O Empresário do Sexo” (edição de setembro de 2004), só agora descobriram suas atividades ilícitas? Enfim. Capitão RJ, em notícia publicada no CMI, resumiu desta maneira a história: “O avião caiu e vão prender o dono do puteiro!” Conforme relata a matéria de Fabio Brisola e Edison Veiga para a Veja em São Paulo, o encrencado e encrenqueiro empresário estava singelamente ocupado quando soube das más novas: “Eu estava transando com a minha namorada quando o telefone tocou e soube da ordem de prisão“.
Oscar Maroni Filho acabou sendo preso nesta madrugada. Para Rodrigo Alvares, colaborador do blog A Nova Corja (que já lançou a campanha “Free Maroni!”), trata-se de um preso político. Athos Sampaio, do Sampaist, ao comentar anteriormente todo o alarde em torno do fanfarrão dono do Bahamas, escrevera: “Um monte de frases de efeito. Ações mais de olho em favorecer a pauta que a p*ta. Todo mundo lembra como essa pirotecnia começou? Ah, galera, um pouco mais de respeito“.
Em meio a toda esta balbúrdia, Oscar Maroni Filho se compara a Larry Flynt, criador da revista pornográfica Hustler diversas vezes processado pelo governo americano, e já anunciou suas pretensões de lançar-se candidato à Prefeitura de São Paulo. Como de habitual neste país, uma tragédia acabou descambando em zona. Alguém surpreso?
Minha filosofada do dia: tudo é uma questão de p(h)oder.
Rir é a melhor resposta, em qualquer situação que seja. Visto, pois, a carapuça da imagem acima, criada por Charles Pilger.
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P.S. 1: Graças a evangelistas como Tiago Doria, criei o meu Twitter. Se vai pegar no Brasil? Considero bem possível. O ranking de Twitters brasileiros, montado por Fabio Seixas, é o indício de que um novo vício aterrissou na Terra Brasilis. Mas boto fé de que este “MSN não tão instantâneo” vai se consolidar mesmo durante o BlogCamp.
P.S. 2: Por falar no assunto, o BlogCamp, marcado para os dias 25 e 26 de agosto na Casa Gafanhoto, promete. Polêmicas, rankings, mapas, marketing viral, monetização de blogs… Este evento promete ser, no mínimo, tão interessante quanto o encontro de blogueiros, leitores e simpatizantes no Rio.
P.S. 3: A blogosfera brasileira definitivamente vive um momento dos mais animados. A ponto de um blogueiro da “velha guarda”, Nelito Fernandes, que em abril de 2003 faturava mais de R$ 1.500 mensais com o seu Eu Hein, ter decidido voltar à ativa.
P.S. 4: Dica para os cariocas: Alexandre Paim e Felipe Rangel (ambos do blog Mico na Rede), Ronald Rios (do Fotos da Sandy Pelada), Nigel Goodman (colunista do blog Colateral) e Odisseu Kapyn (colaborador da Revista M… e do Cocadaboa) estão apresentando um show de stand up comedy, infamemente intitulado “Ponto Cômicos”, no Saloon 79.
Em sua página, a agência Talent explica da seguinte maneira a sua nova campanha para divulgar o site do Estadão: “Ela expõe, de maneira bem-humorada, os riscos de consultas a sites na internet, e divulga as novidades do site do jornal“. Com senso de humor um tanto quanto duvidoso, diga-se de passagem, comparando grosseiramente blogueiros a… macacos. Carlos Merigo, do Brainstorm 9, escreveu: “Convidar as pessoas para que escolham e contestem suas fontes de informação com bom-senso e inteligência é uma coisa, generalizar de forma preconceituosa um universo que tem poder de construir percepções e destruir reputações num piscar de olhos, é estupidez“. Confira o comercial que originou a crítica feita por Merigo:
Antes que este filme sobre o “blog do Bruno” entrasse no ar, outro comercial anterior dessa campanha, “Ruivos” (que exibe três amigas suspirando por ruivos de aparelho, após terem lido num blog, escrito por um ruivo, que eles costumam ser mais bem-sucedidos do que os outros homens), já havia suscitado reações indignadas na blogosfera. Gabriel Tonobohn escreveu: “Jornais e revistas online têm um objetivo, que é de apenas informar. Blogs, além disso, dão opinião e possibilitam uma discussão dentro do seu espaço, junto ao leitor. É por isso que muito desses jornais também possuem blogs. Inclusive o próprio Estadão“. Luciana Monte complementou: “Em regra, o blogueiro escreve sobre o que tem vontade. Blogueiros não obedecem a um editor-chefe, não têm pauta pré-determinada e seus artigos não sofrem sucessivos cortes para se ajustarem à linha editorial do veículo que paga o seu salário“.
Para arrematar, Eduardo Fernandes divulgou hoje em seu blog o banner de uma contra-campanha contra o Estadão (estampado no alto deste post), qualificando a propaganda de “mico do ano” e sugerindo slogans como “Se eles são preconceituosos assim com os blogueiros, imagine com as outras notícias“, ou “Não anuncie com quem promove o preconceito“.
Não entendo por que o Estadão, que hospeda diversos blogs em seu site, muitos deles merecedores de leituras diárias, como os escritos por Luiz Carlos Merten, Luiz Zanin e Livio Oricchio, aceitou assinar embaixo de uma campanha que, além de despertar uma polêmica boba, ajudará a perpetuar sua imagem de jornal sisudo e conservador.
Por certo colaboradores do Estadão, como Alexandre Matias, editor do caderno Link, e Pedro Doria, colunista do jornal, ambos blogueiros há longa data, devem ter torcido o nariz para esta campanha, que fomenta a falácia de que a mídia tradicional e os blogs deverão se digladiar (diga-se de passagem: ambos, Matias e Doria, concederam excelentes entrevistas a Julio Daio Borges do Digestivo Cultural). Eu, que transito profissionalmente em todas as áreas envolvidas (jornalismo, publicidade e Internet), tenho convicção absoluta de que o futuro é a confluência de mídias. Repórteres multimídia, jornalistas heavy users de agregadores de feeds e sites de crowdsourcing, blogueiros apurando informações feito os bons e velhos chefes de redação, armados de câmeras digitais, ética, responsabilidade e interatividade com seus leitores.
O cinema já produziu muitos filmes sobre o assunto DORGAS. Alguns exemplos: Réquiem para um Sonho, Operação França II, O Homem do Braço de Ouro, Trainspotting, Bicho de Sete Cabeças, Drugstore Cowboy, Eu, Christiane F., Traffic e todas as comédias da dupla Cheech & Chong. Contudo, nenhum deles possui o alcance desta pérola do cinema tupinambá estrelado pela dançarina, cantora, mãe da Camilly Victória e apresentadora de TV Carla Perez: Cinderela Baiana.
Após amargar 80 minutos de diálogos canhestros, atuações dignas de teatrinho pré-primário e trilha sonora conduzida por grupos como Jheremmias Não Bate Córner, Cheiro de Amor, Jammil & Uma Noites e Cabelo de Fogo (os nomes dizem tudo) posso afirmar, com total propriedade, que Cinderela Baiana é a produção DEFINITIVA sobre drogas. Um filme corrosivo que deveria ser censurado para menores de 80 anos, devido à força subversiva de sua propaganda ideológica. Porque apregoa, em cada milímetro de película, as virtudes da estupidez, da falta de carisma e de personalidade como caminhos certos para a fama e o sucesso. Continue Lendo
Blogueiros, leitores e simpatizantes reuniram-se, no dia 6 de agosto, no Armazém Digital do Shopping Rio Design Leblon, para um encontro organizado por Beto Largman. Compus a mesa de debates ao lado de Carlos Cardoso, Fabio Seixas e Paulo Mussoi (coordenador dos blogs do Globo Online). A princípio, trataríamos de pautas como marketing viral, rentabilização de blogs e as relações entre mídia tradicional e blogosfera. Mas, como já de se esperar em um evento como este, o encontro acabou por se tornar um excelente papo de mesa de bar, com dezenas de participantes fazendo comentários, perguntas e observações sobre as mais variadas facetas da blogosfera. Relatos do que rolou no evento podem ser conferidos no Digital Drops, Webpaulo, 30 & Alguns, Nelson Corrêa e outros blogs linkados aqui e aqui.
Eu, como de praxe, cheguei pontualmente atrasado, após encarar 6 horas de viagem de ônibus de São Paulo até o Rio. Assim como o Bruno Alves, considero ser bem mais fácil ordenar idéias por escrito do que nas ocasiões em que preciso falar em público (sempre digo que eventos do tipo me deixam gago, fanho e burro), por isso aproveito este post para desenvolver en passant algumas reflexões em cima do que foi falado e debatido no encontro.
- Se você pensa em criar um blog visando ganhar dinheiro fácil, desencanai-vos o quanto antes dessa ilusão. Ser problogger não se limita a entulhar seu blog com frases do tipo “fotos amadoras da Íris do Big Brother nua, pelada e sem roupa na Playboy ao lado da Mulher Samambaia da Sexy, jogando ovos em Ipanema com o Boninho enquanto vê fotos do acidente da TAM e faz download gratuito do livro novo do Harry Potter”. Você até poderá descolar uns trocados de Adsense, mas não será levado a sério nem fidelizará leitores com esse tipo de post. Se você realmente deseja tornar-se um blogueiro profissional, necessitará redigir textos muito mais atraentes do que meras armadilhas para pegar trouxas do Google. Ser problogger é tarefa de longo prazo; não é do dia para a noite que você conquistará leitores fiéis e centenas de assinaturas do seu RSS.
- Rankings de blogs são supervalorizados. Uma agência de publicidade não se pautará apenas na posição de um blog no ranking do BlogBlogs a fim de decidir onde gastará a verba de uma campanha online. Ok, é um parâmetro importante. Mas também é preciso aferir a visitação diária de um blog, o nicho de público que ele atinge, sua relevância e capacidade de formação de opiniões.
- No ramo publicitário, 80% das verbas são destinadas a veículos off-line: TV, rádios, jornais, revistas. Desse orçamento restante, dedicado à propaganda na Internet, não mais do que 20% desses valores serão destinados a marketing viral. A verba destinada a blogs, dentro dessa fatia do viral, não passará de outros 20%. Ou seja: atualmente, os blogs representam a mosca do cocô do cavalo do bandido de um orçamento publicitário. Avanços têm sido feitos, e clientes e agências hoje levam os blogs muito mais a sério do que há um ano. Porém, se um blogueiro deseja independer de Google Adsense, Mercado Livre, Submarino e outros meios de rentabilizar sua página, atraindo anunciantes interessados em adquirir banners ou encomendar resenhas pagas em seu blog, necessita criar o quanto antes seu mídia kit.
- Faça um questionário junto a seus leitores, a fim de poder mostrar a anunciantes em potencial que tipo de público você atinge: qual a faixa etária, o nível de escolaridade, onde moram os seus leitores. Instale o Google Analytics, a fim de mensurar as estatísticas de seu blog com uma ferramenta confiável. Depois, monte o seu mídia kit e disponibilize-o publicamente, como fazem as principais revistas, jornais e portais do Brasil. Tendo tempo e disposição, corra atrás de possíveis anunciantes, focando em especial aqueles que já anunciam na Internet e mostram ter familiariedade com publicidade online.
- O melhor aspecto de se ter um blog é que, tomando emprestada a expressão cunhada pelo Cardoso no encontro, você é o Roberto Marinho do seu recanto virtual. É você quem cria suas pautas, define os deadlines de seus posts, escreve sobre o que desejar da maneira que melhor lhe aprouver. Desfrute dessa liberdade: o que diferencia um blog das pencas de sites que existem por aí são as suas opiniões, o seu viés pessoal, a maneira personalizada como você abordará os mesmos assuntos citados por programas de TVs, sites de notícias, revistas especializadas. Não se esquecendo, evidentemente, de outro diferencial importantantíssimo dos blogs: a interação com seus leitores.
- Você tem nas mãos um veículo de comunicação. Não saia por aí, pois, atropelando fatos sem prestar socorro. Ao redigir um post informe-se o máximo possível, buscando apurar todos os dados que forem necessários e linkando suas fontes primárias. A credibilidade de um blog é o seu maior bem. Parafraseando aquele famoso slogan: não tem preço.
- A quem interessar possa, dois links. Sobre a relação entre blogs e literatura, escrevi o artigo “Literatura na rede: a transição dos bytes para as bibliotecas” para o site Paralelos. Já no texto “Blogo, logo existo“, publicado no Digestivo Cultural, amplio a gama de assuntos, tergiversando a respeito dos blogs como instrumentos de informação em regimes políticos opressores, ombudsman coletivo da mídia tradicional e estímulo para o surgimento de debates em tempo real.
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P.S. 1: As fotos que ilustram este post são de Guilherme Andrade, do Código Laranja, e Rômulo Pontes, do Blog do Noel.
Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.