Cinemúsica I
Por Alexandre Inagaki ≈ sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
“Tiny Dancer”, de Elton John, em Quase Famosos, de Cameron Crowe.
Por Alexandre Inagaki ≈ sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
“Tiny Dancer”, de Elton John, em Quase Famosos, de Cameron Crowe.
Por Alexandre Inagaki ≈ quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
Perguntava-se Freud: “o que querem as mulheres?“. Se nem ele sabia a resposta, o que dizer deste mero leigo que vos escreve? Mas, malabarismos mentais e discussões de mesa de bar à parte, o fato é que nós, homens, não estamos (muito) atrás no quesito “complicações sentimentais”. Uma das melhores ilustrações dos jogos acéfalos da relação homens x mulheres é o diálogo que transcrevo abaixo, extraído do filme Swingers (lançado no Brasil com o imbecilizante subtítulo Curtindo a Noite), de 1996, dirigido por Doug Liman. Sintam o drama:
- Ok, e se eu não quiser esquecê-la?
- Não telefone para ela.
- Mas eu disse que não quero esquecê-la. Mesmo assim não devo telefonar?
- Certo.
- Qual é a diferença?
- Neste instante, nenhuma. Veja, a única diferença entre esquecer e não esquecer é se você aceitá-la quando ela quiser voltar. Mas você não pode fazer nada para obrigá-la a querer voltar. Só pode fazer para obrigá-la a não querer voltar.
- Então o negócio é esquecê-la ou fingir que esqueci? Que merda.
- Pois é.
- Então a decisão é da frente para trás? Eu tento esquecê-la, e, quando ela quiser voltar, finjo que realmente a esqueci.
- Sim, só que mais provavelmente funciona ao contrário.
- Como assim?
- De início você vai fingir que a esqueceu. Pode até ligar pra ela. Mas, no fim, você vai mesmo esquecê-la.
- A menos que ela volte para mim antes.
- Só que elas não voltam até que você a tenha esquecido.
- O problema é esse.
- Pois é.
Na vida real, as coisas são um pouco mais complicadas que no diálogo supracitado. Ou não. Ah, sei lá. Mil coisas. Vocês me digam.
Outro dia, assistindo ao Big Brother Brasil 7 (sim, admito; vai encarar?), vi que eles colocaram um detector de mentiras para monitorar os participantes do “surreality show”. Achei essa uma ótima idéia, pena que foi implantada no programa errado; bom mesmo seria assistir a um debate à Presidência com esse dispositivo.
A partir de uma dica da Carla Rodrigues, descobri um texto primoroso: Minhas Palhetas Novas, de Laura Diniz. Sem exagero, digo que é a melhor crônica que li nos últimos tempos. Dê um pulo aqui, pois. Você não vai se arrepender. E ainda vai se tornar leitor cativo do blog da Laura Diniz.
Este pedido é especificamente para quem está na cidade do Rio de Janeiro. Minha amiga Viva procura por doadores de sangue. Para tanto, é preciso fazer a doação no banco de sangue do Hospital Geral de Bonsucesso (na Avenida Brasil, esquina com a Av. Londres), das 7:30 às 12:00, de segunda a sexta. Também é preciso levar um documento de identificação original (RG ou carteira de motorista) e avisar que a doação é para Marco Antônio Ruiz. A quem ainda não tem o saudável costume de fazer doações de sangue, vale a pena lembrar que este ato, além de ajudar outras pessoas, dá direito a uma justificativa de falta ou atraso no trabalho, e que não é necessário estar em jejum. Em tempo: peço que os interessados em doar sangue entrem antes em contato com Monica através do e-mail [email protected], a fim de pegarem maiores informações. Obrigado!
No dia 22 de fevereiro este blog entrará em nova fase. Aguardem!
Por Alexandre Inagaki ≈ quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
Tudo nestes tempos pós-modernos é muito expresso: quando a gente vai ver, já foi. É como cantou Cazuza: todos acabamos precocemente em um “museu de grandes novidades“.
Um exemplo: não faz tanto tempo assim, quando ia fazer compras com minha família, ajudava meus pais a levar uma sacola carregada com diversas garrafas vazias de refrigerantes e cerveja, os populares “cascos”. Na entrada de cada supermercado, um funcionário recolhia todas as garrafas recebidas e anotava em uma nota a quantidade entregue por cada consumidor, para o controle do caixa. Eram tempos sem vasilhames de plástico nem tampinhas de rosca (introduzidas no Brasil pela Pepsi Cola). Garrafas, no máximo, eram de 1 litro. E o melhor de tudo: com as garrafas retornáveis, pagávamos apenas pelas bebidas.
Hoje tudo é descartável. Temos embalagens (plásticas) de 1,5 ou 2 litros que jogamos fora logo após seu uso. Nenhuma gôndola de supermercado, ao menos aqui em São Paulo, vende refrigerantes em garrafas de vidro. Temos Fanta citrus e Fanta maçã, quem diria. Só o fato de eu citar o vernáculo “cascos” já denuncia minha condição pré-balzaquiana. Mesmo porque sou do tempo de marcas como Kri, Kolynos, Lollo, Telefunken, Op, RG & E, Malt 90.
Por Alexandre Inagaki ≈ segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
Os resultados apresentados pelas enquetes promovidas por sites como No Mínimo e O Globo não surpreendem. Não é possível ser racional diante de um assassinato escabroso como o do garoto de 6 anos de idade no Rio de Janeiro. Do mesmo modo, não surpreende ver que a Câmara dos Deputados deverá votar nesta semana 7 projetos na área da segurança pública. Essa mudança na pauta das votações já ocorreu em maio de 2006, quando o PCC promoveu diversos ataques na cidade de São Paulo, e no entanto nada de prático foi decidido, à semelhança do que (não) aconteceu quando outros crimes estarreceram o país, como nos casos da morte de Gabriela Prado Maia Ribeiro, da família de Bragança Paulista que morreu queimada ou do assassinato do casal Liana Friedenbach e Felipe Silva Caffé por um grupo liderado por um menor de idade. Na época em que este crime foi cometido, enquete feita pela Folha Online a respeito da redução da maioridade penal apresentou o seguinte resultado: 97% dos participantes defenderam que, sim, independentemente da idade, o acusados deveriam ser tratados como quaisquer outros presos.
As principais autoridades, sempre que inqueridas a respeito de casos como o do menino João Hélio, afirmam se opor à redução da maioridade penal. O presidente Lula afirmou que a solução para combater a violência está na consolidação da democracia e na oferta de educação e emprego a todos os jovens. A presidente do STF Ellen Gracie, o presidente do Senado Renan Calheiros e o presidente da CNBB Geraldo Majela, dentre outros, afirmam que a mudança da responsabilidade penal não fará com que a violência diminua. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, entende que não é no calor de um crime bárbaro que a sociedade deveria discutir questões como esta. Afirmou o ministro do STF Marco Aurélio de Mello: “Devemos, acima de tudo, combater as causas da delinqüência, não atuar apenas no campo da punição“.
Ok, todas estas são opiniões ponderadas e corretas; decididamente é imprescindível a implementação de uma política assistencial e educacional aos adolescentes a fim de combater as causas estruturais da criminalidade no Brasil. Mas… a anomia da sociedade e a incompetência do Estado servem como justificativas para relativizar estes atos bárbaros? Menores de idade que cometem tais atrocidades devem ser reintegrados ao convívio social após 3 anos internados em instituições inaptas para a recuperação de jovens? Pena de morte resolve? Promover passeatas, coletar assinaturas via Internet, publicar este post têm alguma serventia?
Os dias passarão, e seguiremos com nossas vidas. Neste momento, nada mais posso desejar aos meus semelhantes que não seja muita saúde e sorte a todos nós. E prosseguir com minha torcida para que o Mundo aí fora não esmoreça ilusões, não esmague projetos e, principalmente, não atinja aqueles que amamos com uma bala perdida, um pedaço de ônibus espacial na cabeça, uma metástase não diagnosticada a tempo ou uma agressão gratuita numa esquina qualquer, poupando da Dor tantas pessoas boas que, sem qualquer motivo minimamente aceitável ou explicável, são vitimadas pelas artimanhas irônicas do destino, esse filho da puta brincalhão que gosta de jogar dados com o acaso.
Por Alexandre Inagaki ≈ sexta-feira, 09 de fevereiro de 2007
Nunca me envolvi com uma mulher que conheci em uma balada. Mas o motivo não é preconceito, muito pelo contrário. Meu problema é outro: absoluta falta de cara de pau para fazer aquele approach clássico, de abordar uma garota do nada e proferir uma cantada qualquer. E, ainda que conseguisse envolver alguma incauta, como conseguir trocar um mínimo de idéias qualquer na balbúrdia de uma pista de dança ou no zunzunzum de um bar com música ao vivo? Particularmente, prefiro trocar palavras com mulheres que estejam razoavelmente lúcidas e minimamente interessadas em entabular uma conversa agradável.
Mas o fato é que, já ciente da minha absoluta falta de xaveco, limito-me a ficar em meu canto, bebericando alguma coisa, ensaiando alguns passos desajeitados de dança e, principalmente, olhando as pessoas. Porque uma das ocasiões mais propícias para se conhecer o comportamento humano é observar como homens e mulheres agem durante uma festa, front estratégico de embate entre os sexos.
Estávamos, eu e meu amigo Ricardo, descansando após horas de desabalada dança, às duas da madrugada da festa de aniversário de uma amiga nossa, quando começamos a contemplar as estratégias de sedução de nossos incautos colegas de sexo e, principalmente, os seguidos furos n’água cometidos por eles. Nosso primeiro alvo de risos foi uma dupla que insistia em assediar seguidamente todas as garotas do ambiente, com cantadas do tipo “você é um anjo que caiu do céu“. Começavam pelas mais bonitas, e iam descendo o nível de exigência estética a cada investida fracassada que faziam, sem perceber que carbonizavam cada vez mais seu filme entre as mulheres da festa. Como homens são burros, meu Deus. Continue Lendo
Por Alexandre Inagaki ≈ terça-feira, 06 de fevereiro de 2007
Recebi há alguns dias um e-mail de minha amiga Andréa Augusto a respeito de um assunto desagradavelmente familiar para mim: apropriação de textos. Escreveu Andréa: “Acontece que o meu ‘about you’ do Orkut tem sido copiado a rodo e colocado em diversos profiles. Sem autoria, claro, e muitas vezes assinado pelos donos dos profiles. Uma loucura. Não tem absolutamente nada de mais no texto, que aliás escrevi ali mesmo antes de salvar. (…) É como se a pessoa fosse oca e precisasse se apropriar do conteúdo de outra, sei lá. Já tive poemas, textos e até simples comentários em livros de assinaturas copiados, roubados, essas coisas, mas um ‘about you’, pra mim, é incrível, sei lá, acho bizarro, entende?”
Que o mundo é estranho, isso é fato líquido e certo. Eu, que já cansei de encontrar textos meus surrupiados por aí, não me espanto com essas ocorrências. Se você achar, portanto, um texto iniciado com a sentença “Dual, sou assim; misturo meus anjos ao lado obscuro, vou fundo e me retraio“, saiba que ele foi redigido originalmente no perfil do Orkut de Andréa Augusto, e que esse texto foi copiado tantas vezes que ela se viu obrigada a registrá-lo na Biblioteca Nacional a fim de resguardar seus direitos como autora. Continue Lendo
Por Alexandre Inagaki ≈ sexta-feira, 02 de fevereiro de 2007
O fato é que rola uma acirrada competição entre Google e Microsoft a fim de ver qual das duas conquistará o mundo de vez. O Google deu um passo importante ao iniciar a integração de dois dos seus produtos mais populares (em especial no Brasil), ao criar uma página de vídeos no Orkut que permite a cada usuário adicionar ao seu perfil uma lista com suas descobertas mais preciosas no YouTube. Eu, que sou heavy user de ambos os sites, não me fiz de rogado e já indiquei alguns vídeos por lá. Mas, como há muita gente que não possui perfil no Orkut, resolvi postar alguns dos clipes aqui também. Siga a bolinha pulando, pois!
Stars - Your Ex-Lover is Dead - Belíssimo videoclipe de George Vale, inspirado em uma seqüência de “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”, filme do maior diretor de clipes de todos os tempos: Michel Gondry. O vídeo traduz à perfeição a música do grupo canadense Stars, que compôs uma das canções mais dilacerantes sobre um relacionamento amoroso que terminou (“Live through this and you won’t look back“). A metáfora do amor como um gelo prestes a romper a qualquer momento, a visceralidade da letra (“And all of that time you thought I was sad/ I was trying to remember your name“), o belo arranjo que remonta às melhores canções de grupos como Delgados e Death Cab For Cutie, tudo funciona à perfeição neste trabalho.