Razões (e emoções) para amar São Paulo

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 09 de maio de 2008

São Paulo é uma cidade que me desperta sentimentos ambivalentes. Anos após ter afirmado que Sampa é uma cidade poluída, estressante e instigante que amodeio e odeiamo de coração, permaneço assinando embaixo, em cima e dos lados da afirmação de Carlito Maia: “Amo São Paulo com todo o ódio”. Mas um fato é inequívoco: não há como não admirar uma cidade que me deu a oportunidade de assistir a um show histórico como o que Luiz Melodia deu no Teatro Municipal, cantando todo o repertório de sua obra-prima Pérola Negra durante a Virada Cultural recentemente promovida pela Prefeitura.

Ter caminhado pelas ruas do Centro velho de Sampa às duas da manhã, me deparando com exibições de dança do coco no Viaduto do Chá, shows de rock no Pátio do Colégio ou discotecagens eletrônicas na XV de Novembro é o tipo de coisa que quase me fez conseguir abstrair as ruas sujas e cheirando a mijo tão características desta metrópole amarfanhada e maltratada. Não posso, ademais, me queixar de viver em um lugar tão multifacetado e pluricultural. Desajeitadamente comparo São Paulo a uma mulher feia e charmosa que, por algum motivo que não saberia explicar, me agrada aos olhos e à libido de tal maneira que seria incapaz de trocá-la pela mais bela das top models.

* * * * *

Desde Fogo e Paixão, filme dirigido em 1988 pela dupla de arquitetos Isay Weinfeld e Marcio Kogan, não via uma obra cinematográfica que retratasse a cidade de São Paulo de modo tão fascinante como faz o desconcertante Otávio e as Letras. A direção é de Marcelo Masagão, idealizador e coordenador do Festival do Minuto.

Otávio e as Letras é uma obra abstrata como um poema repleto de espaços em branco e entrelinhas em cada estrofe. Filme sobre o dilúvio de informações que inunda nossos sentidos na poluição de imagens, palavras, sites e slogans cotidianamente, narra (ou melhor, sugere) as histórias de três personagens: Otávio, um sujeito que ronda sebos e consultórios de dentistas e coleciona livros, revistas e folhetos publicitários repletos de palavras que ele, metodicamente, risca uma a uma com sua caneta Bic; Arthur, um taxista que estampa mapas das ruas de São Paulo no teto de seu Fusca e fotografa a cidade em imagens nas quais nenhuma presença humana possa ser vislumbrada; e Clara, mulher de solidão refratária que coleciona rostos pintados por artistas como Munch e Matisse e fotos que tira de pessoas que voyeuriza da janela de seu apartamento.

Não é filme para as massas. Pois, como bem desexplicou Jean-Claude Bernadet em seu blog, Otávio e as Letras é “extremamente inquietante, verbalmente irrecuperável”, uma obra que “ao desestruturar a narrativa, ao eliminar propostas explicativas, coloca um desafio psicanalítico, social e poético”. E, provavelmente, não perdurará muito tempo em cartaz (quando o assisti, na Reserva Cultural, estive na companhia de outros 7 espectadores). Em um circuito cinematográfico invadido por dezenas de cópias de Homem de Ferro e outros blockbusters, deixo aqui, pois, o convite para os paulistanos que desejarem variar sua dieta cinéfila com um biscoito fino de difícil deglutição. Aos que moram em outras cidades, recomendo que fiquem de olho no site do Masagão.

* * * * *

Let’s Lomo é uma exposição coletiva de imagens fotográficas capturadas por câmeras lomo (máquinas analógicas de origem russa), cujas fotos exibem cores saturadas, obtidas sem quaisquer correções digitais. Nas palavras de Larissa Ribeiro, autora da fascinante imagem que ilustra este post, “fotografar com câmeras precárias significa a busca de um olhar mais aberto ao mistério, negando a ilusão de que o homem pode dominar a natureza e apreender o real de forma objetiva e clara”.

Mais de 1.000 lomografias tiradas por 40 fotográfos de todo o Brasil foram reunidas em uma exposição aberta para visitação até o dia 24 de maio no Coletivo Galeria, na Rua dos Pinheiros, 493, em Sampa City. E neste sábado, dia 10, será promovido um Congresso Lomográfico, que incluirá atividades como um sensacional “Workshop de Gambiarra” e uma Lomowalk. Despertei sua curiosidade? Então visite o site do projeto Let’s Lomo. ;)

* * * * *

O título deste post meio que parafraseia “50 razões para amar São Paulo em 2008″, matéria de capa da recém-lançada revista Época São Paulo. Mais do que bem-vinda novidade editorial, trata-se de uma publicação de periocidade mensal editada por Alexandre Maron, cuja proposta é a de fazer uma revista que seja capaz de refletir a complexidade paulistana por meio de reportagens de fôlego entremeados por extenso roteiros culturais e gastronômicos. A julgar por matérias como “Vá com Deus, Rafa”, reportagem de Lira Neto que narra os desdobramentos do crime que Fábio Nanni cometeu ao assassinar Rafael Fortes, colega do curso de Jornalismo, no estúdio da Rádio USP, em 14 de outubro de 2005, creio que os objetivos foram plenamente atingidos nesta primeira edição, ainda nas bancas.
Também gostei de constatar, ao visitar o site da Época SP, que há diversos blogs mantidos pela redação, complementando e amplificando o conteúdo publicado na revista. E não posso deixar de destacar que um dos colaboradores da Época SP é Cristiano Mascaro, um dos meus fotógrafos prediletos ao lado de nomes como Henri Cartier-Bresson.

* * * * *

P.S. 1: O suíço Markus A. Hediger, um dos criadores do Litblogs, que reúne alguns dos principais blogs literários em língua alemã, depois de ter passado a infância no Nordeste do Brasil decidiu voltar a morar no Brasil após ter casado com uma carioca. E criou, ao lado do escritor Luiz Alberti, o site e_spaços, revista literária online que objetiva revelar novos escritores em língua portuguesa. Recomendada para autores que ainda não conquistaram visibilidade e internautas interessados em literatura de ficção.

P.S. 2: Enquanto isso, Mario Amaya publicou em seu Flickr uma ilustração mostrando seis razões convincentes para odiar São Paulo.

P.S. 3: Confiram no site do Itaú Cultural “Forma, função e beleza na internet”, matéria que escrevi para a versão online da Continuum, revista editada pelo instituto, cujo tema desta edição de maio é design. Em tempo: você não gostaria de criar uma capa para ser publicada na edição de junho?

P.S. 4: Toda vez que termino um post fico com a sensação de que esqueci de escrever algo que gostaria de compartilhar. Imagino que seja o equivalente virtual à mesmíssima sensação de quando termino de fazer as malas para uma viagem, sabendo que certamente esqueci de botar alguma coisa na bagagem…

Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

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    Alias, já leste Cidades Invisiveis, de Italo Calvino? lá ele diz: “Quem comanda a narração não é a voz: é o ouvido”, ou seja: mais do que a cidade, como ela é aproveitada pelo sujeito é o que a faz diferente.

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    Sempre bom ler algo sobre são paulo qdo se esta a milhares de km longe. Um abraço pra ti.

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    Cidade é uma cidade maravilhosa que só quem mora pode ter consciência disso.
    Já que não é dotada de belezas naturais, o povo paulista teve que criar meios e maneiras para oferecer entretenimento e efervescente cultura para o povo!
    =]

  • http://www.carstation.com.br Prof. Breno Aguiar

    Eu ainda não conheço São Paulo como gostaria. Apesar de ser extremamente cosmopolita, conheço pouco da maior cidade do país.
    Quem sabe não aproveita a onda das compras coletivas e compro um pacote pra São Paulo!?!
    =]

  • http://profbarcia.com Marcelo

    Valeu por tanta informação, Ignaki.

    Marcelo

  • Nati

    Putz, eu jurava que tinha comentado aqui. Tô ficando doida já!

    Eu amei São Paulo quando o vi pela primeira vez na Páscoa. Voltei a umas duas semanas e pude pegar um engarrafamento de ônibus, os metros cheios e tudo à mil por hora.

    O que me encanta nesta cidade é a energia pulsante o tempo inteiro. A possibilidade de se ter tudo a qualquer hora.

    Eu como morava no interior, numa cidade até grande e muito bem estruturada, achaba que ir pra uma capital iria me propiciar as alternativas que me faltavam. Bem não a capital de Goiás. Goiânia é tão ou mais parada que Uberlândia. E não vejo a hora de me mudar para esta terra aí.

    Já sou apaixonada. E tenho a mesma impressão que a maioria dos comentadores.. Lá não é perfeito. Mas é encantador.

    A única coisa que ainda assusta, é a nuvem cinza, nitidamente observada quando se está no avião que fecha São Paulo. Mas enfim, acontece.

    Ótimo post Inagaki.

    R: Valeu, Nati. E eu aproveito para agradecer pelo seu ótimo comentário!

  • http://nadaempartes.zip.net nada será como antes

    São Paulo, especialmente na área central, é uma deliciosa cidade.
    Mas receio que projetos como a Virada Cultural não acrescentem absolutamente nada (ou quase nada) à cidade.
    Tratei desse assunto, outro dia, no meu blog, de modo distinto.

  • http://dbituca.blogspot.com Gustavo Timm de Oliveira

    Alexandre,

    Muito prazer (muito prazer porque este é meu primeiro comentário por aqui, apesar de visitar a área frequentemente).

    Na semana passada, estava produzindo um post para meu blog sobre o Earth Observatory quando me deparei com a foto de um astronauta que é a sua cara.

    O site está aqui: http://earthobservatory.nasa.gov/Study/CitiesAtNight (não é vírus não)

    Como a foto está um pouco mais abaixo, tens que descer o cursor ;)

    No mais, parabéns pelo trabalho.

    Grande abraço!

    R: Gustavo, essa página que você linkou tem belas fotos tiradas por satélites. Agora, sobre o tal astronauta que seria o meu sósia, creio que isso se deve porque japonês é tudo igual, pô. :P Valeu pelo comentário e pelas visitas, um abraço!

  • http://www.fuieuassumo.blogspot.com Natylla

    Dia desses desabafei no blog meu sentimento por paulistas, são paulinos e São Paulo. No fim a teoria é uma só: lugares e pessoas se fundem mas um não define o outro.
    São Paulo é única.

  • http://otempoeagora.blog.terra.com.br Jailma Nunes

    Por tanto falarem dessa ilustre metrópole, é que ainda irei conhecê-la de perto e quem sabe acrescento-a em minhas paixões que tenho pelo país. O desejo de ver e sentir todas as atrações culturais dessa cidade só aumenta mais ainda o desejo. Tempo ainda tenho pra realizar tal turismo. rsrs Abraços.

  • http://www.diversaoehumor.com.br Alex

    E tbm to longe de sp mais gosto da cidade… e do estado tbm.

  • http://www.circulando.com Cláudio Rúbio

    Eu não sei morar em outro lugar. Não gosto do que a cidade é. Não gosto do que fazem dela. Não gosto do falso cuidado que têm com tudo - na verdade, um disfarce muito tosco para o descaso com todo o resto. Não gosto do monte de dinheiro jogado fora em obras passageiras, sem um projeto. E não gosto do cheiro de urina do Centro, nem das calçadas em todos os lugares. Tirando isso, melhor nem pensar. Ehehehe… Mas não sei morar em outro lugar.

  • http://falcatruasonline.blogspot.com tomasmp

    Excelente essa matéria do assassinato!

  • Yuri Iseri

    Bom,São Paulo é uma cidade do tipo ruim estar lá,pior é não estar.Dentre tantos problemas,não deixou de ser um lugar centrado de informações e serviços.Considero São Paulo como o coração do Brasil,analisando bem não é tão ruim,poderiam haver melhoras e terá quando os problemas se tornarem algo torturante para o governo.
    Parabéns pelo post.

  • http://www.contraditorium.com cardoso

    “Merde”.

    Impressionante, achei que fosse o único vivente que tivesse assistido Fogo e Paixão. Em retrospecto não faz o menor sentido, mas foi diferente o bastante para me fazer ir ao cinema umas duas vezes pelo menos.

    E a Virginia Punko era linda.

    R: Expressionante, Cardoso. De todos os blogueiros que conheço, só você mesmo pra reconhecer certas citações que faço por aqui. Aliás, se mais alguém conseguir lembrar da bela Virginia Punko, esse cara fará por merecer ganhar um pacote de mariolas.

  • http://marioav.blogspot.com Mario Amaya

    Valeu pelo link!

    Nasci e cresci na Gray City e, a cada novo dia, me parece que destruíram mais alguma coisa que me fazia gostar intensamente da cidade.
    Hoje o grande problema não é mais a violência, é o trânsito. Mas o povo daqui tem a mania de não assumir responsabilidade por coisa alguma. Todo mundo compra carro e apartamento novo enlouquecidamenteem um lugar onde não cabe mais nada, e o resultado são “deadlocks” monstruosos que páaram avenidas enormes. Não é trânsito lento, é completamente parado, mesmo, de poder abandonar o carro e pegar de volta outra hora. O sistema de tranporte está sempre em semicolapso.
    Mas cada motorista solitário dentro de seu SUV com vidros pretos e ar condicionado tem toda a certeza de que a culpa é absolutamente todinha dos outros, de preferência alguma instância do governo.
    Por causa desse exato “mindset” é que os paulistanos são tão péssimos eleitores, como o resto do país bem sabe. Só votam em merda e depois falam mal dos políticos como se fossem observadores de outro planeta.
    Talvez meu problema mesmo não seja com a cidade em si, que continua muito interessante, mas com o comportamento bovino daquilo que hoje corresponde à maioria da população, desde os miseráveis até os milionários.
    Outro cínico revoltado vai dizer que toda outra grande cidade é assim também. Ao que retruco: mas precisava ser?

    R: Mario, comentário mais do que apropriado em uma semana na qual testemunhamos a inauguração do “Estilingão”, a.k.a. ponte estaiada Octávio Frias de Oliveira. Gastaram 233 milhões com a construção de um monumento ao individualismo automobilístico, quantia suficiente para que fossem feitos mais de 1.000 quilômetros de ciclovias em Sampa City. E ainda chamaram-na de nossa Torre Eiffel: pfuf.

  • http://jccbalaperdida.blogspot.com JULIO CESAR CORREA

    Por coincidência, acabo de chegar de Sampa, onde passei o final de semana. Morei aí entre 1984 e 1986. Era outra São Paulo. Prefiro a de hoje. Mais bonita, mais charmosa, mais verde, mais culta e muito mais multifacetada. Estava discutindo justamente isso, enquanto comia o meu bauru no Ponto Chic. São Paulo recebeu esse carioca de braços abertos. Muitos pensaram que eu não sobreviveria, pois não é fácil um carioca sobreviver aí. Mas guardo um carinho todo especial por essa cidade tão dramática, que, ora se quer dar um beijo na boca; ora se quer estourar os miolos com uma nove milímetros.
    abração

  • http://www.siteja.com Daniel

    Lendo sua mensagem me tra a nostalgia de quando morava em Curitiba! Talvez não com tantas opções como São Paulo, mas, com certeza, com seus encantos únicos!
    Agora moro em uma minúsicula cidade do interior de Minas Gerais, onde a melhor opção noturna é: dormir. Aliás, melhor não, a única.

  • http://www.cozidocompapricas.com Natanael Mahon

    São Paulo compensa! Em Recife há trânsito, violência e mau humor e a única vez que vi Marcelo Masagão no cinema, foi no III festival de cinema de Recife em 1999, quando “Nós que aqui estamos por vós esperamos! foi aplaudido de pé por um teatro Guararapes lotado e acabou levando o primeiro lugar pelo juri oficial. Merecido!

  • http://attu.typepad.com/universo_anarquico/ tina oiticica harris

    Minha primeira viagem a SP foi com Mommy e minha irmã. O hotel era na Praça da República. Fomos ao Butantã, topo do Edifício Italia, Viaduto do Chá.
    Depois voltei em 1971-72. Não sou carioca de “zoar” de paulistanos. Gosto do sotaque, Os Mutantes foram influenciais na minha vida. Minhas viagens a pé na Augusta e mais tarde pelo bairro onde fica a Brunella, a casa da Manchete, são tantas recordações positivas.
    Marquei o post e vou ver se o filme passa aqui na Grande Los Angeles, outra metrópole mal entendida. Se rolar, verei o filme. Parece uma distopia mental:P) mal comparando.

  • http://www.mineirinhanalemanha.de Sandra Santos

    Adorei esta parte: “comparo São Paulo a uma mulher feia e charmosa que, por algum motivo que não saberia explicar, me agrada aos olhos e à libido de tal maneira que seria incapaz de trocá-la pela mais bela das top models”.
    Isto é AMOR, o resto é resto.
    Bom domingo pra vc!

  • léo

    olá Alexandre.

    Só por descobrir o site do Marcelo Masagão já valeu e muito.

    “Nós que Aqui estamos” é excepcional! é muito bom saber que há outros filmes!

    Faz um tempo que não ponho o pé em São Paulo. Pra mim é uma boa cidade para visitar, e só. Caipira, nunca me acostumaria com o ritmo dela!

    abs

    R: Léo, quando soube que havia um novo filme de Marcelo Masagão em cartaz, eu me senti na obrigação cívico-cinéfila de reverberar a informação por aqui. O silêncio ensurdecedor da repercussão em torno da nova obra de um dos cineastas brasileiros mais criativos e originais que temos, em tempos de Speed Racer e Homem de Ferro, diz muito a respeito deste país e do valor que é dado ao que produzimos por estas bandas.

  • http://ladyrasta.wordpress.com/ Flavia

    Alexandre, adorei! Fiz um texto há uns meses atrás, baseada numa dessas conversas bairristas São Paulo X Floripa. Eu falei:
    ” Sabem aquela menina feinha que namora um cara suuuuper bonitão, ele é apaixonado por ela e todo mundo fala pelas costas: nossa não dá pra entender, como? Pois então. Pra mim São Paulo é assim. Feinha, feinha, mas quando vc começa a namorar ela… descobre que ela namora que é uma coisa…hehehe…E quem não estiver satisfeito pode começar a arrumar a mudança pra São João do Mato Dentro!”.

    Na verdade, tenho que confessar que durante a conversa eu usei termos um pouco mais chulos que esse…E sabe o que me fascina? Ver a quantidade de atividades que vc tem, as tribos - Na Virada isso era bem nítido. Fiz questão de andar com o meu filho (de 11 anos) desde a Biblioteca atá a faculdade (SFrancisco) para que ele tivesse isso bem marcado…

    O que torna uma cidade cosmopolita é isso, eu acho: diversidade…

    Sou uma paulistana convicta. Mas reconheço que é mais fácil ser assim quando se trabalha na mesma quadra da sua casa e se pode viajar ao menos 1 fds por mês…

    R: Flavia, sem dúvida é muito mais fácil gostar desta barafunda urbana quando não é necessário encarar um engarrafamento-monstro como o que assolou São Paulo na noite de sexta… ;D

  • http://maroma.wordpress.com Marília

    Adoro isso aqui!!!

  • http://www.escrevalolaescreva.blogspot.com Lola Aronovich

    Que coincidência! Na mesma semana que eu falo do Luiz Melodia, vc fala também. Se vc ler minha crônica, vai entender que não é todo dia que eu ouço falar dele… Aliás, a crônica é um grande atestado a minha ignorância musical:

    http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2008/05/o-pamonha-e-o-repolhinho.html
    (tem que juntar as duas linhas).
    Sobre SP, morei aí 16 anos, até 1993, e não sinto saudade. Claro, tem a diversidade cultural, os muitos cinemas, e… a diversidade cultural e os muitos cinemas. Tem também, pro meu gosto, carro demais, violência demais, poluição demais. Acho que não sinto mais vontade de viver numa megalópole. Município com algo entre 500 mil e 1,5 milhão de habitantes tá mais do que bom pra mim. Mas sei que muita gente preferiria morrer a viver num lugar menor.

    R: Oi Lola, já acertei a formatação do permalink para o seu post. E, olhe, não posso discordar das suas observações sobre Sampa City. Ela é uma cidade que eu definitivamente amodeio. :P

  • http://cantodovladimir.zip.net Vladimir

    Oi, Ina, sobre Sampa, não posso corroborar, sorry, pois me mudei para o Rio há cinco anos e não me arrependo.

    Mas gostei mesmo foi da comparação entre o blog e fazer as malas. Por coincidência, hoje fiz as malas (para ir à Sampa, aliás) e houve vários “P.S.s” (como fazer plural dessa sigla?), ou seja, depois de zipar e trancar o cadeado, tive que reabrir a mala umas três vezes para colocar coisinhas esquecidas.

    Abração,

    R: Vladimir, creio que o correto seria, a cada novo “post scriptum”, escrever P.P.S., depois P.P.P.S e assim por diante. Eu pessoalmente prefiro do meu jeito, enumerando cada P.S. que faço.

  • aninha

    Toda vez que falo mal de São Paulo por algum motivo, tenho a nítida impressão de que estou cuspindo no prato em que comi. Para acabar com isso definitivamente, preciso mudar para o litoral. Mas tem que ser um litoral próximo. Assim eu posso passar os finais de semana em São Paulo.

  • http://blogtalk-cristiana.blogspot.com Cris

    “São Paulo é a Nova York dos pobres. Disse-me um publicitário metrossexual com sua gravata combinandinho. Como nunca estive na capital do mundo, sinto-me como pinto no lixo paulistano. Em julho, fará dois anos que durmo e acordo nessa cidade. Apesar de ser carioca e ter morado no sul do país durante dez anos, parece que nasci nessa praia. Mais precisamente no posto Vila Madalena.”

    Ina, esse foi o meu primeiro post, “São Paulo, meu amor”, escrito em maio de 2006. Continue lendo aqui ó:

    http://blogtalk-cristiana.blogspot.com/2006/08/so-paulo-meu-amor.html

    Sou apaixonada por essa cidade. Daqui eu não saio. Daqui ninguém me tira.

    Se eu escrevesse esse texto hoje, ainda acrescentaria mais argumentos plausíveis para eu viver aqui..

    beijim

    Cris

  • http://deiamundoafora.blogspot.com dedéia

    fazendo uma visita, e te desejando ótimo fim de semana.
    é impressão minha ou meu link não esta aki nessa lista ao lado?
    =/
    snif!snif!
    coloca ai!

  • http://jardelscorner.com jardel

    “Desajeitadamente comparo São Paulo a uma mulher feia e charmosa que, por algum motivo que não saberia explicar, me agrada aos olhos e à libido de tal maneira que seria incapaz de trocá-la pela mais bela das top models.”

    perfeito! Descreve são paulo mto bem… A única coisa q eu odeio em sao paulo msm é o transito e a falta de estrutura (chegar no outro lado da cidade rápido sem precisar se matar pra descobrir onibus e rotas), já q nem todo mundo pode se dar ao luxo de trabalhar em ksa, eu por ex, tenho q ficar visitando clientes (bem chatos com atrasos por sinal) em cada canto da cidade, e sem carro :-(

    E omg! vc andou pelo centro velho as 2 da manhã? eu sou tao paranoid q nao ando lá dpois das 4 da tarde (embora nunca tenha sido assaltado de verdade), todo mundo me olha torto…

    R: Pois olhe, houve uma época da minha vida em que caminhava todas as noites no centrão de Sampa. Cheguei inclusive a fazer amizade com alguns meninos de rua da Praça da República, que volta e meia ofereciam algum relógio que haviam “encontrado” por aí. Nunca comprei um deles, bobviamente. Mas a impressão que tenho é de que meliantes possuem uma espécie de radar interno que os alerta toda vez que algum incauto amedrontado caminha com medo de assalto. Eu, que sou zen até demais pra essas coisas, não estou nem aí, e, vai saber, talvez seja o segredo para que eu tenha sido pouquíssimas vezes assaltado na vida (pra ser mais preciso: uma única vez, quando levaram meu relógio e eu era uma criancinha de 11 anos de idade).

  • http://carolmonti.blogspot.com :: carol monti ::

    tb tenho essa relação amor e ódio por Sampa … não vejo a hora de voltar! …

  • http://www.abordagempolicial.com Danillo Ferreira

    O máximo de contato material que tive com São Paulo foi uma escala no Aeroporto de Guarulhos, quando viajava de Salvador a Florianópolis para visitar um tio. Entretanto, Caetano Veloso criou para mim uma imagem da cidade, em sua canção Sampa, e mais lembro “Da dura poesia concreta/De tuas esquinas/Da deselegância discreta/
    De tuas meninas…” do que de outro contato qualquer que já tive com São Paulo - incluindo o das novelas da Globo. Abraço…

  • http://metamorfosepensante.wordpress.com _Maga

    As pessoas que conheço, naturais de São Paulo mas já moraram em outras cidades ou que são de outros lugares e moram lá, é a mesma: amo e odeio Sampa na mesma intensidade.

    Um lugar onde tudo pode acontecer… é um pouco esse o espírito do teu post, e é um pouco o que eu sinto morando em Londrina (guardadas as devidas proporções).
    —-
    Alias, já leste Cidades Invisiveis, de Italo Calvino? lá ele diz: “Quem comanda a narração não é a voz: é o ouvido”, ou seja: mais do que a cidade, como ela é aproveitada pelo sujeito é o que a faz diferente.

    Luis Melodia… um cara muito bom e pouco badalado. Fui a um show dele em 2006, no FILO (festival internacional de Londrina) e foi delicioso!

    No fundo a gente sempre esquece de algo. Se fôssemos relatar e carregar tudo seria impossível viver. - A tua comparação com a mala foi genial…

    beijos

    R: Marcela, “Cidades Invisíveis” é meu livro predileto do Ítalo Calvino. Aliás, lembrei dele quando estava escrevendo este post. :) E é verdadeiríssima sua observação: sim, a gente sempre esquece de algo…

  • http://noisiscrevi.blogspot.com Henrique

    Inagaki querido,

    Sempre bom ler algo sobre são paulo qdo se esta a milhares de km longe. Um abraço pra ti.

    R: Grande Henrique, bom reencontrá-lo por aqui! E, melhor ainda, descobrindo por intermédio deste comentário a URL do seu blog atual. Um abraço!

  • http://clindenblog.blogspot.com Carol

    Inagaki, assim vc mata de inveja essa carioca refugiada em Brasília apaixonada por São Paulo. Minha mãe viu a revista na banca e comprou pra mim - não sei como a bichinha ainda não desmontou, de tanto que eu leio! Só não gostei da entrevista com o Kassab, achei que exageraram na ironia, no sarcasmo… de resto, amei tudo, quero ver tudo, aproveitar tudo.
    E você contar da exposição Lomo só me fez aumentar a vontade!!!!
    Bjs.

    R: Carol, sabe que ainda não conheço Brasília? Eis uma cidade que preciso ver in loco um dia desses.

  • http://www.jonnyken.com/infoblog Jonny

    Hummmmmmmm…

    Isso me deu a idéia de reativar meu esquecido blog “passeio em São Paulo”.

    Meu único problema com São Paulo é o trânsito, mas que sempre foi resolvido morando ao lado do trabalho…

    Abraços!

    R: Caro Jonny, resolvi esse problema do trânsito realizando um projeto pessoal: atualmente só trabalho em casa. B)

Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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