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Pense Nisso!
Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista, consultor de projetos de comunicação digital, japaraguaio, cínico cênico, poeta bissexto, air drummer, fã de Cortázar, Cabral, Mizoguchi, Gaiman e Hitchcock, torcedor do Guarani Futebol Clube, leonino e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos, não necessariamente nesta ordem.

100 anos de Lamartine Babo

Por Alexandre Inagakisábado, 10 de janeiro de 2004

Hoje um dos maiores compositores de toda a história da MPB, o carioca Lamartine de Azeredo Babo, faria 100 anos. Prazer em conhecer? Não seja blasfemo, pequeno gafanhoto! Você certamente já cantarolou alguma das músicas de mestre Lalá, como a junina “Chegou a Hora da Fogueira” (Chegou a hora da fogueira/ É noite de São João/ O céu fica todo iluminado/ Fica o céu todo estrelado/ Pintadinho de balão), a tropicalista avant la lettre “História do Brasil” (Quem foi que inventou o Brasil?/ Foi seu Cabral/ No dia 21 de abril/ Dois meses depois do Carnaval), as sertanejas “No Rancho Fundo” e “Serra da Boa Esperança” (Nós os poetas erramos/ Porque rimamos também/ Os nossos olhos nos olhos de alguém que não vem) ou as marchas carnavalescas “O Teu Cabelo Não Nega” e “Linda Morena” (Teu coração é uma espécie/ De pensão familiar/ À beira-mar/ Ó moreninha/ Não alugues tudo, não/ Deixa ao menos o porão/ Pra eu morar).

Inventivo e irreverente, a influência de Lamartine Babo não se restringe à MPB: cronistas e humoristas como Stanislaw Ponte Preta e José Simão possuem enorme dívida para com essa figura sui generis, expert em criar trocadilhos e compor melodias de grande beleza. De quebra, é o compositor dos hinos dos maiores clubes de futebol do Rio de Janeiro (embora Lalá confessasse um carinho especial pelo hino do América, seu time de coração). Ou seja, realmente todo brasileiro conhece ao menos um verso de Lamartine.

Uma vez que todo blog posta uma letra de música ao menos uma vez em sua existência, aproveito o ensejo para publicar os versos da nonsense “Canção Para Inglês Ver”, obra-prima do esculhacho tropical que rima termos em inglês, francês e português. Em tempos de globalização e reciprocidade pra gringo ver, não poderia haver letra mais adequada.

I love you, forget iskaine
Maine Itapiru
Forget five Underwood
I shell
No bonde Silva Manuel

I love you to have Steven Via Catumby
Independence lá do Paraguai
Studebaker, Jaceguai!

Oh yes, my glass
Salada de alface
Fly Tox my till
Oh Standard Oil
Forget not me!

I love you
Abacaxi, uísque of chuchu
Malacacheta Independence Day
No street-flesh me estrepei…
Elixir de inhame
Reclame de andaime
Mon Paris je t’aime
Sorvete de creme
Oh yes my very goodnight

Double fight, isso parece uma canção do oeste
Coisas horríveis lá do far-west
Do Tomas Veiga com manteiga!
My sanduíche, eu nunca fui Paulo Escriche
Meu nome é Lasky and Claud
John Philip Canaud
Light and Power
Companhia Limitada…

I… You!
The boy scout avec boi zebu
Lawrence Tibbett com feijão tchu tchu
Trem de cozinha não é trem azul!

* * * * *

Uma frase:

“Bem-aventurados os caolhos, porque só vêem a metade da maldade”.

(Rogério Sganzerla, cineasta falecido ontem aos 57 anos, diretor de filmes como “O Bandido da Luz Vermelha” e “Nem Tudo é Verdade”.)

2003

Por Alexandre Inagakiquarta-feira, 31 de dezembro de 2003

Duplo twist carpado. Lula tomou posse. Romário bateu no torcedor. Belo, que coisa feia. Você participou de uma flash mob? Mataram Marcinho VP. Tô nem aí, tô nem aí. O Papa não morreu. Haroldo de Campos desnasceu. Espetáculo do crescimento? A pomada de Maurren Maggi. Saddam Hussein saiu do buraco. Freedom fries. Schwarzenegger governador da Califórnia. O Brasil conheceu Sérgio Vieira de Mello. A Columbia explodiu. Terremoto no Irã. Preta Gil ficou pelada. Dóris maltratava os avós. Crazy in Love. Meligeni ganhou a medalha de ouro. Michael Jackson foi algemado. Silvio Santos não morreu, Roberto Marinho sim. Hebe Camargo mataria Champinha. A Sars assustou o mundo. Jogaram uma galinha preta na Martaxa. Jayson Blair inventava notícias. Rodrigo Santoro entrou mudo, saiu calado. Quer pagar quanto? Marc-Vivien Foe morreu no meio do jogo. Quem chega em Windhoek não parece que está em um país africano. Alexandre Pires chorou na Casa Branca. Ali Ismael Abbas perdeu o pai, a mãe, o irmão e os dois braços. Al-Sahaf, Ministro da Desinformação. Farah Jorge Farah esquartejou a amante. O resgate de Jessica Lynch foi forjado. Maria Rita foi hypada. Luana Piovani fuma e traga. Paris Hilton, musa pornô da Web. Celulares também servem pra telefonar? Michael Moore ganhou o Oscar. Explosão na Base de Alcântara. Tríplice coroa para o Cruzeiro. Experimenta, experimenta! Descobriram o THG. Morreu o chinês espancado na cadeia. Egüinha Pocotó. David Kelly foi suicidado? Operação Anaconda. 130 mil desempregados queriam ser garis. Os juros vão baixar? Ricardo Berzoini não gosta de velhinhos. Palmeiras e Botafogo não viraram a mesa. Maluf foi detido em Paris. Benedita da Silva viajou para a Argentina. Júnior amarelou no Corinthians. Britney e Madonna se beijaram, Clara e Rafaela também. Dhomini ganhou o Big Brother. Schumacher hexacampeão. Justin Timberlake popstar. Chineses vão ao espaço. O alemão comeu literalmente seu amigo da Net. O domingo ilegal do Gugu. A onda dos fotologs. João Gordo brigou com Dado Dolabella. Luciana Vendramini voltou. Heloisa Helena foi expulsa do PT. Gabeira sonhou errado? ACM grampeou o telefone da ex-namorada. Morreu Rolando Lero. Faltou luz em Florianópolis. O presidente da Bolívia renunciou. Ronaldo se separou da Milene. Onde estavam as armas de destruição em massa? Bush Jr. trouxe peru no Dia de Ação de Graças. A Parmalat faliu. William Bonner chorou no Jornal Nacional. Johnny Cash, the man comes around. Gabriela, sou da Paz.

2004 será melhor. Feliz Ano Todo!

* * *

P.S.: Post resgatado via Internet Archive.

Meninos, eu vi - Simplesmente Amor e As Invasões Bárbaras

Por Alexandre Inagakisegunda-feira, 15 de dezembro de 2003

Love Actually

Existem dias em que você precisa desencanar das buzinas que ressoam em seu ouvido no meio do trânsito, do colega de trabalho que por algum motivo misterioso acha que você está interessado no problema de próstata do tio dela e lhe dá mais informações do que você gostaria de saber, da conta bancária que, feito o Pólo Norte, vive abaixo de zero… Enfim, você entendeu. Nesses dias, você vai ao cinema como quem mergulha em uma piscina num dia de calor senegalês, simplesmente porque merece curtir seu quinhão de ócio despreocupado e precisa sentir-se melhor em um mundo que não lhe dá tréguas ultimamente.

Pois bem, o que você precisa é de uma boa dose de “cinemão tarja preta”: ou seja, aquele tipo de filme que faz você sair do cinema anestesiado, como se tivesse injetado Prozac na veia, sonhando com um mundo mais amoroso e beijos escandalosos em meio ao público, com pessoas batendo palmas à sua volta como numa daquelas comédias da Meg Ryan. Só que, em vez de Ms. Ryan, o filme em questão possui em seu elenco quase todos os atores britânicos conhecidos (e isso porque não arranjaram papéis para Judi Dench, Kenneth Branagh e Sean Connery).

Simplesmente Amor é a estréia na direção de Richard Curtis, roteirista de todas as comédias românticas inglesas bem sucedidas dos últimos tempos (Quatro Casamentos e um Funeral, Um Lugar Chamado Notting Hill, O Diário de Bridget Jones). Forjado pela escola de roteiristas da BBC e calejado pelo sucesso de suas obras anteriores, Curtis cercou-se de um elenco repleto de estrelas e cunhou um roteiro que entremeia oito ou nove histórias de amor em meio a gags que quase sempre funcionam. De quebra, embrulhou tudo em uma trilha sonora que reúne diversas pepitas pop, arrematando com a obra-prima God Only Knows, dos Beach Boys. Tinha como dar errado? As salas de cinema lotadas no mundo inteiro provam que não.

Simplesmente Amor é um filme que deve ser desfrutado deixando-se o senso crítico de lado. Não ligue para as situações inverossímeis, apenas mergulhe em um mundo paralelo em que é possível a um inglês aprender o idioma português em apenas uma semana, ou no qual um primeiro-ministro inglês resolve ignorar décadas de subserviência britânica aos interesses dos Estados Unidos tão somente porque o presidente norte-americano assediou a funcionária por quem está secretamente apaixonado. O filme de Richard Curtis está aí para nos lembrar que tudo que necessitamos é de Amor, e frente a isso os cânones que movem o universo são totalmente reconstruídos. Reitero meu conselho: não cobre realismo. Simplesmente permita-se sair do cinema com um sorriso nos lábios. :)

Para encerrar, uma curiosidade inútil: a piada em que o garçom chavequeiro fala mal da comida do bufê do casamento é reciclagem de uma gag que Curtis havia criado para o roteiro original de Quatro Casamentos e um Funeral que não havia sido aproveitada por mera falta de contexto no filme (só quem possui em casa o livro que a Editora Rocco publicou com o script original sabe disso). Cinema, assim como em toda arte contemporânea, vive disso: uma constante reciclagem de idéias.

* * * * *

The Barbarian Invasions

Ao contrário de Simplesmente Amor, As Invasões Bárbaras, filme franco-canadense dirigido e roteirizado por Denys Arcand, é voltado a platéias mais restritas. É uma obra talhada para exibição nos Espaços Unibancos e Mostras de Cinema da vida: pretensiosamente artística, discorre sobre o inefável tema da morte, e a partir desse pressuposto aborda outros assuntos como conflito de gerações, o soçobramento das utopias comunistas e a correspondente crise da intelectualidade a partir dessa crise ideológica. No entanto, ao fim da sessão, pessoas saem dos cinemas com olhos marejados, exatamente como em Simplesmente Amor. E o fato é o seguinte: As Invasões Bárbaras, a despeito do seu verniz intelectual, não passa de mais uma obra destinada a arrebatar platéias.

Muito longe de ser uma obra-prima, é um filme extremamente conservador e conformista, que narra, basicamente, as últimas semanas de vida de um professor universitário que sofre de um câncer terminal. Amedrontado diante da proximidade da morte, olha para trás e constata o fracasso de seus ideais socialistas, ao mesmo em que aceita o amparo financeiro de um filho com quem nunca se deu bem: um yuppie que ganha dinheiro especulando com commodities, a personificação do capitalismo que sempre combateu.

Bobviamente pai e filho acabarão por se reconciliar no final, com direito a cenas proibidas para diabéticos. Nesse ínterim, veremos o bom garoto especulador subornando o sindicato dos funcionários da instituição médica no qual seu pai está internado, custodiar melhorias exclusivas para seu leito hospitalar (e os outros pacientes que se virem com o sistema público de saúde) e ainda financiar a heroína que dopará seu velho a fim de poupá-lo das dores da morte (afinal de contas, dinheiro não é problema: é solução).

Você pode (deve) me perguntar: oras, mas o que há de tão diferente entre Simplesmente Amor e As Invasões Bárbaras, que faz com que você releve o universo edulcorado pelo primeiro, enquanto mostra certa indignação com as situações retratadas pelo segundo? Simples: enquanto o filme de Richard Curtis é explicitamente uma obra de entretenimento (com piadas notadamente burlescas, vide as seqüências do inglês metido a Don Juan nos EUA), o segundo almeja ser um retrato artisticamente realista do quadro ideológico contemporâneo. Entretanto, por trás de seu roteiro bem ajambrado, o filme de Arcand traça um quadro assustador de conformidade com o individualismo de nossos dias: enquanto o sonhador comunista aguarda pela morte dopado o tempo inteiro, o capitalista bem-sucedido observa com complacência as idiossincrasias “bestas” do pai, enquanto resolve quaisquer imbróglios que surgem com uma propina aqui e ali (Filipe Furtado, em sua crítica para o site Contracampo, não me deixa sozinho nas ressalvas que faço a Invasões Bárbaras).

“Oras, mas é apenas um filme”, você me diz. Não sei, eu realmente não sei. Afinal, enquanto um filme discorre a respeito da importância do Amor em nossas vidas, o outro parece tentar afirmar a todo instante que o neoliberalismo é a resposta mais adequada aos dilemas filosófico-ideológicos da contemporaneidade, e que as lutas travadas pela geração dos 60s caíram em um vazio anestesiado por drogas e destinado à aniquilação. Não posso deixar de me sentir incomodado pelo discurso por trás de As Invasões Bárbaras, filme tão semelhante (na capacidade de entreter e comover seu público) e tão distinto (nas ambições artísticas e no discurso ideológico) de Simplesmente Amor. Entre a ridicularização desqualificante de toda uma geração de utópicos engendrada pelo primeiro, e o escapismo descompromissado do segundo, opto sem dúvida nenhuma pela comédia inglesa.

* * * * *

P.S. 1: texto originalmente publicado em 15/dez/2003.

P.S. 2: dedico a republicação deste post à cativante Luciana, que é pra ver se eu a convenço enfim a ver Simplesmente Amor, filme que sempre me fará lembrar dela desde o dia em que eu, ela, Ian, Patrícia e Juá encontramos as passistas da Vai-Vai no aeroporto de Cumbica. ;)

Calvin e Haroldo - tiras de Natal

Por Alexandre Inagakisexta-feira, 28 de novembro de 2003

* * * * *

Calvin e Haroldo no Natal

Oração a Santa Edwiges

Por Alexandre Inagakiquinta-feira, 16 de outubro de 2003

Hoje é dia de Santa Edwiges, a santa dos endividados. Hoje, portanto, sua paróquia localizada no Sacomã, na Zona Sul de São Paulo, estará lotada de fiéis desempregados, com nome sujo no SPC e SERASA, sufocados com juros de dívidas ou carnês e crediários em atraso.

Santa Edwiges nasceu no ano de 1174 na região da Bavária, na Alemanha. Filha de nobres, casou-se aos 12 anos com o príncipe Henrique I da Silésia (região da Polônia), com quem teve seis filhos, e tornou-se duquesa. Ao lado do marido, custeou a construção de igrejas (por isso aparece, em muitos “santinhos”, segurando uma miniatura de igreja entre suas mãos). Também ajudava presidiários incapazes de quitar suas dívidas com os senhores feudais, saldando seus débitos e devolvendo-lhes a liberdade. Continue Lendo

2002

Por Alexandre Inagakiterça-feira, 31 de dezembro de 2002

Santa da Janela. Não é brinquedo não. Corralito na Argentina. O celular de Fernandinho Beira-Mar. Baba baby baba. Mala de R$1,34 milhão na Lunus. Matou a família e foi ao motel. O decote de Deborah Secco. As mães de Pedrinho. Cerco à Igreja de Natividade. 100% Jardim Irene. Diego e Robinho. O assassinato de Celso Daniel. Eu tenho medo, muito medo. Eva, o primeiro clone? Thyrso e Manoela. Blame it on Lisa. Lula, você vai manter a Cide? Palmeiras na segunda divisão. Cada mergulho é um flash. Robert Scheidt hexacampeão mundial. Atentados em Bali e Mombasa. O ano do euro. Gisele: fur scum. Os lábios de Daniela Cicarelli. O cabelo de Ronaldo Cascão. A voz do Gato Mestre. O pretzel de Bush Júnior. Concordata da World Com. Dadinho o caralho, meu nome é Zé Pequeno! Dólar a quatro reais?! Rubinho abre alas para o alemão. Palmas no JN para Tim Lopes. Paulo Coelho na ABL. Blogger Brasil. Esse eu agarantio! Duda Mendonça. O avião da TAM matou a vaca. Chipkevitch gosta de criancinhas. Gretchen apanhou do noivo. Morreu um Clash. Free Winona. Canonização da Madre Paulina. Além do Céu Cinzento invade a rádio. Roberto Carlos canta rap. Britney Spears não é mais virgem. Maldito Risco Brasil. 1 milhão e meio de votos para Enéas Carneiro. Se eu fosse você, procurava um médico. Asehere ra de re. How you remind me? Michael Jackson balança bebê na janela. Chechênios invadem teatro russo. Carandiru foi implodido. Meu filho se chama Mano Wladimir. A volta de Herbert Vianna. Morreu um Ramone. A cabeça raspada de Patricia Pillar. Rosinha Garotinho, programa de índio. Free Olivetto. Lágrimas de Kléber Bambam. Oscar politicamente correto. Cadê Osama? Pelé esqueceu de dar a bandeirada. Já sei namorar. Fátima Bernardes musa da Copa. William Bonner para Presidente. Os dentes quebrados de Reynaldo Gianecchini. A bala que acertou o jabuti. Serra e Rita. The Osbournes. Pepsi Twist. Calouros do Raul Gil. Free Belo. Os pelados de Spencer Tunick.

Xô, 2002.

E que venha 2003. Um Feliz Ano Todo para cada um de nós. Até lá. :)

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P.S.: Post resgatado via Internet Archive.

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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