Aulas de inglês até no caminhão

Por Cíntia Cittonquinta-feira, 10 de março de 2016

Por mais que muitos reconheçam que agora inglês é pré-requisito e não diferencial, apenas 5% dos brasileiros falam inglês, e apenas 1% tem algum grau de fluência. Muitos repetem conceitos sem ter a menor ideia do significado e suas falas acabam parecendo com a conversa entre Zeca Baleiro e Zeca Pagodinho no Samba do Approach.

Na minha vida saber inglês me permitiu conhecer pessoas e culturas interessantes, viajar independente de intérpretes, pesquisar em sites internacionais, assistir vídeos com os autores dos meus livros favoritos, ler notícias de jornais de todo o mundo (num mundo polarizado, sempre é bom poder conhecer outras versões dos fatos que nos são apresentados) e até mesmo conseguir meu primeiro emprego.

Uma ocasião que destaco foi quando me deparei com a Fast Buds, uma startup internacional inovadora, pela primeira vez. Sem o inglês, eu nunca teria entendido seu modelo de negócio ou acompanhado suas práticas progressivas.

Algumas vezes em eventos de startups vejo grupos apresentando como novidade ideias que já foram feitas por outras empresas do mundo, como a Fast Buds, sem sequer ter visto como estas empresas executam a ideia para ter um benchmark mínimo. Me entristece pensar que muitos não percebem o tamanho das oportunidades e a quantidade de recursos que se tornam acessíveis a partir do momento em que se fala inglês…


Ainda bem que atualmente existem diversas opções para reduzir essa distância entre o que você sabe e o que precisa saber de inglês: intercâmbios culturais, cursos presenciais, cursos online, aulas particulares… Cada um com seus prós e contras pode ajudar você de forma a ajustar o aprendizado ao seu tempo, disposição e orçamento.

Recentemente estive na apresentação da escola japonesa que trabalha com professores filipinos e que está começando a operar no Brasil agora, a Enpower.

Várias perguntas vinham à minha mente. Por exemplo: por que professores filipinos para ensinar inglês? Por que decidiram vir ao Brasil? Como funciona na prática? E o fuso horário? E se a pessoa não tiver nenhuma noção de inglês, como vai se comunicar com um professor que não fala português? A apresentação feita pelo fundador da empresa, o empreendedor japonês Tomohisa Kato, respondeu a estas e algumas outras questões:

Como tudo começou

Há alguns anos, Kato fez uma viagem às Filipinas que mudou sua vida. Lá ele ficou sabendo que a realidade do país asiático leva muitos a buscarem alternativas para trabalhar fora, e também que os estudantes costumam ter notas bastante altas em exames de proficiência de inglês, conforme diferentes estudos e avaliações internacionais. Por outro lado, sabia que para os japoneses o inglês é um idioma desafiador, e que muitos desistem de estudá-lo por falta de tempo para ir às aulas.

Decidiu criar uma alternativa que unisse essas duas necessidades: tornar o aprendizado de inglês mais acessível e personalizado para os japoneses, aproveitando professores qualificados filipinos, que encontrariam nesse trabalho um meio para continuar se desenvolvendo em seu próprio país.

Assim surgiu a Enpower, uma escola japonesa de inglês que trabalha com EAD e professores filipinos. Seu modelo de ensino permite aulas particulares diárias de 25 minutos com professores estrangeiros feitas por Skype e abaixo do preço do mercado.

Sob Medida

A inscrição pode ser feita usando o perfil do Facebook. A partir daí, um algoritmo ajuda a definir qual o melhor professor para cada aluno, de acordo com os interesses pessoais e as avaliações feitas ao final de cada aula. Kato nos explicou que buscam conectar os interesses e estilos de professores e alunos para evoluir o quanto antes para um ritmo de conversação descontraído, reduzindo o medo de falar. Assim, se você informa em seu formulário de inscrição que é músico ou tem interesse nesse assunto, o algoritmo buscará professores que também sejam músicos ou toquem algum instrumento musical. Da mesma forma, se você é engenheiro ou advogado, o algoritmo também buscará professores dessas áreas. Também é possível informar se você prefere um professor mais dinâmico ou mais calmo, entre outros tipos de feedback.

Já fui professora de português como idioma estrangeiro, e posso confirmar que é muito importante encontrar “ganchos” que conectam o aluno ao novo idioma, pois facilitam aquele esforço extra que o aluno vai fazer fora das aulas para manter contato com o idioma. Por isso professores que compartilham interesses com seus alunos podem fazer a diferença no aprendizado.

Como funciona

Todas as aulas são feitas por skype, entre as 7 da manhã e a 1 da tarde e entre as 7 da noite e a 1 da manhã. Elas podem ser agendadas até 5 minutos antes de começarem, e podem ser canceladas com até 30 minutos de antecedência.
Alunos particulares podem escolher três planos de aula:

  • 8 aulas particulares de 25 minutos por mês, por R$149,00 ao mês
  • 1 aula de 25 minutos por dia, por R$249,00 ao mês
  • 2 aulas de 25 minutos por dia, por R$399,00 ao mês

E se o aluno não souber nada de inglês?
Os materiais auxiliares contêm traduções para ajudar nas primeiras conversas, e os professores fazem diversos exercícios de diálogos simulando situações do dia a dia para familiarizar os alunos com o idioma nas primeiras aulas.

O aspecto social

O braço da empresa responsável pelo recrutamento, seleção e aperfeiçoamento dos professores chama-se Rarejob, e para muitos dos professores atuantes é uma oportunidade para trabalhar em casa, conciliar o trabalho com os estudos e ainda obter rendimentos superiores à média local.

Por que o Brasil?

A empresa considera que a infraestrutura brasileira está adequada para o negócio, com um crescente acesso à internet banda larga e ao uso de dispositivos como PCs e smartphones. Nosso país também servirá de base para uma posterior expansão para o mercado latino-americano.

O Brasil ainda tem muitas pessoas precisando aprender o básico do inglês, e a atual crise faz com que o preço seja ainda mais importante do que há alguns anos, o que é muito bom para uma empresa cujos custos são extremamente competitivos.

Um caso recente comentado pelos executivos foi de um caminhoneiro que queria aprender inglês, mas nunca conseguia por não estar sempre no mesmo lugar ou ter um computador disponível. Ele tem aula usando o Skype do seu celular. Ainda que em alguns casos o sinal não permita a transmissão por vídeo, ele pode fazer a conversação daquele dia e se manter em contato com o idioma a partir do seu smartphone, na boleia de seu caminhão.

Bateu a curiosidade? Saiba que é possível agendar duas aulas gratuitas pelo site da Enpower, assim você pode decidir se este é o seu caminho.

Pense Nisso!
Cíntia Citton

Cíntia Citton é consultora de Inovação e facilitadora de cursos de Design Thinking e Modelagem de Negócios. Já trabalhou em Gestão Estratégica, Comércio Internacional e Organização de Eventos no Brasil, França, Alemanha e Espanha. Foi moderadora em eventos como o Iguassu Social Media, palestrante no Curitiba Social Media 2014 e foi voluntária na organização e mentorias de eventos Startup Weekend. É colaboradora do Pensar Enlouquece nas áreas de Inovação e Empreendedorismo.

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Pense Nisso! Alexandre Inagaki

Alexandre Inagaki é jornalista e consultor de comunicação em mídias digitais. É japaraguaio, cínico cênico. torcedor do Guarani Futebol Clube e futuro fundador do Clube dos Procrastinadores Anônimos. Já plantou semente de feijão em algodão, criou um tamagotchi (que acabou morrendo de fome) e mantém este blog. Luta para ser considerado mais do que um rosto bonitinho e não leva a sério pessoas que falam de si mesmas na terceira pessoa.

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